IA é janela aberta para a sustentabilidade e eficiência
A digerir o fim do programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, a Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes (ANFAJE) reuniu, no Porto, especialistas nacionais e internacionais em torno do futuro deste segmento. O papel da Inteligência Artificial foi uma das tónicas do encontro
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A digerir ainda o fim do programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, que dava financiamento do Fundo Ambiental para a instalação de painéis solares e substituição de janela, a fileira das janelas e fachadas eficientes procura caminhos para manter a sua relevância no contexto global da construção. As palavras proferidas no final de 2024 pela ministra do Ambiente e Energia, Maria Graça de Carvalho, ainda causam desconforto, desde logo porque partem do pressuposto que a pobreza energética se combate, exclusivamente, com o apoio financeiro a famílias carenciadas e não com medidas mais abrangentes.
Segundo a titular da pasta do Ambiente, a reformulação das políticas vai dar uma “grande prioridade” no combate à pobreza energética e vai lançar dois novos programas de apoio, destinados a pessoas e regiões mais vulneráveis. No combate à pobreza energética será criado o programa E-Lar, de apoio aos consumidores, “centrado na eficiência energética e na aquisição de equipamentos eficientes, promovendo a electrificação dos consumos, com ênfase nas famílias vulneráveis”, disse a ministra.
IA com papel transformador
Neste contexto, a Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes (ANFAJE) promoveu, na última edição da Concreta, o oitavo Encontro Nacional do Sector das Janelas e Fachadas, onde especialistas, nacionais e internacionais, discutiram tendências, oportunidades e desafios. Do encontro resultaram um conjunto de ideias chave sobre as quais assentará a evolução deste sector, nomeadamente a consolidação do papel da Inteligência Artificial como ferramenta para uma melhor gestão de recursos, redução de desperdício e aperfeiçoamento da experiência do cliente tanto na fase da venda como do pós-venda.
Ao CONSTRUIR, o presidente da ANFAJE explica que “a Inteligência Artificial (IA) pode desempenhar um papel transformador no desenvolvimento do sector das janelas, portas e fachadas, trazendo inovação, eficiência e maior competitividade”. João Gomes Ferreira explica que “a IA poderá vir a ajudar desde a fase de design e prescrição, para ajudar a criar soluções personalizadas e adaptadas às necessidades específicas de cada edifício ou cliente, como na fase de produção, optimizando recursos e processos e reduzindo desperdícios, enquanto nas fases de venda e pós-venda, pode melhorar todo o tipo de instruções e/ou recomendações de utilização e manutenção”. “Através da análise de dados e padrões, a IA poderá ainda apoiar o sector, na análise de tendências ao nível do tipo de produtos mais procurados para como isso, desenvolver estratégias comerciais, alicerçadas nas ferramentas de marketing digital. Este papel multifacetado da IA tem o potencial de modernizar ainda mais o sector, torná-lo mais competitivo, sustentável e orientado para os desafios do futuro”, conclui.
No mesmo sentido, o gestor técnico da OTIIMA acredita que “a integração da IA não só irá transformar os processos internos, mas também elevar o padrão de qualidade e inovação no sector da caixilharia minimalista”. No entender de Mário Molho, “a adopção destas tecnologias é um passo necessário para assegurar competitividade e criar soluções que façam a diferença no mercado”. Para Mário Molho, a IA permitirá “criar soluções de design mais eficientes e personalizadas”, recorrendo a bases de dados de preferências dos clientes e tendências do mercado que acabam por gerar soluções que atendam a requisitos específicos, combinando estética minimalista com funcionalidades avançadas, do mesmo modo que “pode analisar dados em tempo real para identificar falhas, melhorar a eficiência produtiva e reduzir desperdícios de materiais” logo no processo de fabrico.
Importância das empresas
Seja como for, com recurso à Inteligência Artificial ou à inteligência de quem tem sustentado o crescimento deste sector ao longo das últimas décadas, o caminho passará, invariavelmente, pela oferta de soluções inovadoras que melhoram o conforto térmico e acústico, reduzem o consumo de energia e aumentam a segurança, atendendo a que a substituição de janelas antigas contribui para metas de sustentabilidade e eficiência energética. “As empresas do sector das janelas têm um papel fundamental na melhoria do conforto e da eficiência energética das habitações, pois oferecem produtos tecnologicamente avançados e inovadores que ajudam a reduzir as s térmicas, a melhorar o conforto térmico e acústico dos edifícios e a reforçar a segurança anti-roubo”, diz ao CONSTRUIR João Ferreira Gomes, para quem o sector das janelas, portas e fachadas eficientes terá, em 2025, novos desafios e oportunidades que advêm da necessidade de continuar a promover a melhoria da qualidade da construção, da eficiência energética e da sustentabilidade do parque edificado português”. O presidente da ANFAJE defende “a aplicação da taxa de IVA reduzido de 6% para as janelas eficientes (tal como para os painéis solares e aparelhos de ar condicionado), bem como de benefícios fiscais, em sede de IRS, para quem aposta na melhoria do desempenho energético da sua casa”.
Consciencialização impulsiona procura
No entender de Mário Molho, a crescente consciencialização ambiental está a impulsionar a procura por soluções que reduzam a pegada ecológica. Para o gestor técnico da OTIIMA, antiga Ecosteel que faz agora parte do universo da Vanguard Properties, “o sucesso do sector da caixilharia minimalista em 2025 estará intimamente ligado à capacidade de equilibrar estas tendências, sem perder a essência que define este mercado: simplicidade, sofisticação e funcionalidade”. O gestor identifica uma maior aposta em materiais recicláveis, sistemas mais eficientes no isolamento térmico e acústico, e uma forte adaptação às regulamentações energéticas como direcções por onde passará a evolução do sector. “Na OTIIMA, estamos empenhados em desenvolver produtos que maximizem a eficiência energética sem comprometer a estética minimalista”, garante Molho.