Politécnico de Viana vai investir 14M€ em residência para estudantes
O concurso publico promovido pelo Instituto Politécnico daquela cidade minhota está já em curso e a obra deverá estar concluída até ao primeiro trimestre de 2026. A nova residência, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)vai ser construída nos terrenos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), junto à Praia Norte e nasce de um projecto dos arquitectos Edgar Marinho e Armando Martins
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O Instituto Politécnico de Viana do Castelo tem em marcha o concurso público com vista à execução dos trabalhos de construção da nova residência de estudantes do Campus Praia Norte, estimando um investimento em torno dos 14 milhões de euros.
A nova residência, que vai ser construída nos terrenos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) estará concluída durante o primeiro trimestre de 2026, estimando-se que a adjudicação da construção do edifício possa estar formalizada no início do próximo ano.
A construção da nova residência esteve parada mais de um ano e meio devido a uma contestação judicial ao concurso público para a elaboração do projeto. O “tribunal considerou existir um vício da fórmula de cálculo da competência da equipa projectista” o que obrigou “à reapreciação da seriação dos três candidatos que concorreram”.
O impasse foi ultrapassado em Janeiro último, sendo que a empresa que tinha ficado em segundo lugar acabou por vencer o concurso público. A escolha recaiu, assim, pelo projecto de arquitectura assinado por Edgar Marinho e Armando Martins.
A nova residência, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)vai ser construída nos terrenos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), junto à Praia Norte.
O equipamento será dotado de 400 camas, repartidas por 160 quartos duplos, 40 quartos individuais, 10 quartos adaptados para pessoas com mobilidade condicionada, 10 estúdios individuais e 10 estúdios duplos”.
Critérios do espaço exterior
De acordo com a equipa projectista, o desenho do espaço exterior assenta em dois critérios fundamentais para encontrar uma solução que apontasse uma estratégia global para o Campus. O primeiro tem que ver com a via automóvel a criar. Procurou-se não ocupar a totalidade da parcela predefinida. A posição da via aponta um eixo longitudinal que permite uma melhor articulação com a rede viária existente e em simultâneo configurar uma parcela sobrante com uma proporção mais adequada para uma futura ampliação do Campus. O segundo tem que ver com a implantação do edifício que se encontra condicionado pelo limite definido no Plano da Orla Costeira. A via automóvel a nascente, serve o futuro desenvolvimento do Campus e serve o estacionamento, entrada principal e entradas de serviço da cantina. Para melhorar a relação entre o lado nascente e poente, foi pensado um
percurso de atravessamento pela cobertura do edifício, realçando a ligação aos espaços verdes a poente e fazendo a ligação directa entre a entrada pedonal que está definida na Rua Guiné Bissau. Os aspectos exteriores da proposta encontram-se caracterizados no respectivo projeto de arquitectura paisagista.
Revisão de projecto trouxe coerência
“A organização do programa da residência procurou seguir o organigrama do concurso de concepção que precedeu o projeto de execução”, asseguram os projectistas, que acrescentam que a relação entre número de quartos e número de copas solicitadas permitiu uma subdivisão coerente dos espaços. Essa subdivisão é desejável para um melhor conforto, uma melhor privacidade e uma melhor apropriação do espaço pelos seus residentes. Os programas sociais e ginásio, tendo eles um pé direito útil mais elevado, permitiu colocar 3 pisos de quartos, tendo o primeiro nível uma relação sobre-elevada relativamente ao espaço exterior garantindo a total privacidade dos quartos e impedindo usos inapropriados como o acesso directo aos quartos. Esta subdivisão em quatro unidades fragmentadas permite uma relação mais centralizada relativamente ao átrio. “A forma resultante, é um edifício fragmentado, com uma escala adequada ao local e à relação com os edifícios existentes, que tira partido das orientações Nascente/Sul/poente e que permite eixos visuais transversais”, salienta a dupla de arquitectos, que salienta também que “os revestimentos exteriores unificam o conjunto procurando um equilíbrio entre fragmentação/unidade do conjunto. A “pele” procura reforçar a horizontalidade e a unidade dos blocos e em simultâneo cria uma protecção à radiação solar e aos ventos de modo a que os espaços das varandas possam ser usufruídos da melhor forma mesmo em dias mais agrestes e para que possam cumprir também a sua função de barreira e transição entre os espaços interiores dos quartos sem impedir as vistas deslumbrantes sobre o horizonte atlântico.