Escassez de procura continua a ser o principal factor para quebra de preços de habitação
Resta saber se esta é uma tendência passageira ou se será algo mais permanente, já que o mesmo havia acontecido em Maio, revertendo-se, contudo, no mês seguinte
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Ana Rita Sevilha
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Os níveis nacionais de actividade do mercado habitacional recuperaram ligeiramente em Setembro (para -27 face a -33 em Agosto), revela o mais recente Portuguese Housing Market Housing Survey (PHMS). Não obstante, refere a mesma fonte, “continuou a agravar-se o nível de confiança, que atingiu o seu valor mais baixo desde Maio (passou de -59 em Agosto para -65 em Fevereiro).
Os resultados de Setembro do PHMS revelam que “o declínio da procura continua a ser o principal factor para a quebra dos preços no mercado habitacional, já que a oferta tem vindo a recuar desde inicio do ano, com quebras sucessivas nas instruções de venda. Apenas no Algarve, e em contraponto com as restantes regiões, as instruções de venda registaram um aumento”.
Este mês, ao contrário do que tem sido a nota dominantes, “os promotores reportaram quedas de preços a um ritmo mais acentuado e aproximando-se do que tem sido referido pelos agentes, que têm registado descidas de preços bastante maiores”.
Resta saber se esta é uma tendência passageira ou se será algo mais permanente, já que o mesmo havia acontecido em Maio, revertendo-se, contudo, no mês seguinte, alerta a Confidencial Imobiliário (Ci).
Em termos regionais, e na linha dos últimos meses, o nível de atividade continua a mostrar-se menos negativo no Algarve do que nas regiões de Lisboa e do Porto.
Ricardo Guimarães, Diretor da Ci, afirma “De acordo com os resultados do PHMS, os agentes continuam a apontar o contexto económico e as limitações de acesso ao crédito como os principais fatores a afectar a sua actividade. Mas, de acordo com agentes e promotores, um outro aspecto começa a ganhar impacto no mercado, afectando os preços de forma negativa: referem-se aos leilões realizados pela banca que visam a venda dos activos cujos empréstimos entraram em incumprimento.”
Josh Miller, Economista Sénior do RICS, sublinha: “Em Portugal é a procura que pressiona os preços para a baixa, com a taxa de desemprego em dois dígitos a alimentar o enfraquecimento das ordens de compra. Ao contrário de Espanha e Irlanda, o excesso de procura não é um problema: as estatísticas oficiais não mostram evidência de sobreconstrução precedente à desaceleração económica e as instruções de venda têm caído ao longo de todo o ano. Consequentemente, uma vez que a economia comece a recuperar, Portugal não terá que lidar com o problema de stock residencial que outros países enfrentam”.