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Em Oeiras faz-se “revolução” nos transportes

O relançamento do SATUO está em marcha e o projecto está agora numa fase decisiva. Nesta entrevista, Rui Rei, presidente da Parques Tejo explica o ponto de situação actual do projecto, as mudanças face ao plano original concebido nos anos 90 e como este sistema se integra agora numa visão mais ampla e outras soluções de transporte, como a LIOS e a BRT da A5

Manuela Sousa Guerreiro
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Em Oeiras faz-se “revolução” nos transportes

O relançamento do SATUO está em marcha e o projecto está agora numa fase decisiva. Nesta entrevista, Rui Rei, presidente da Parques Tejo explica o ponto de situação actual do projecto, as mudanças face ao plano original concebido nos anos 90 e como este sistema se integra agora numa visão mais ampla e outras soluções de transporte, como a LIOS e a BRT da A5

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Os planos de reactivação do SATUO estão em marcha e, no papel, o projecto está pronto para avançar para o lançamento do concurso de concepção-construção, tão logo esteja resolvida a solução de financiamento. O custo do projecto deverá rondar os 100 a 110 milhões de euros, mas as contas não estão fechadas por precaução. Rui Rei, presidente da Parques Tejo, garante que “estamos a ser rigorosos e conservadores para garantir que, quando lançarmos o concurso, haja interessados, e que o concurso, uma vez lançado, não fique deserto”. O percurso com 9,7 km, inicia em Paço d’Arcos e terá 15 paragens até chegar à estação de Tercena-Massamá, fazendo a ligação com a linha de Sintra.
O novo SATUO é pensado num sistema de Bus Rapid Transit (BRT), e utilizará autocarros eléctricos que circularão por via dedicada, uma solução eficiente, com uma implementação mais rápida e com um custo mais reduzido, assegura Rui Rei.
Mas a “revolução” nos sistemas de transporte público do concelho tem outras frentes: a Linha Intermodal Ocidental Sustentável, cujos estudos estão em marcha acelerada e deverão resultar numa revisão do projecto que poderá agora ir até à Amadora e chegar a Lisboa via Reboleira/Colégio Militar, ao invés de Alcântara. Abandonando está também o uso de carris, sendo a nova versão também em autocarro em sítio próprio.
Numa outra vertente está a ser trabalhado o projecto de Bus Rapid Transit na A5. A auto-estrada que liga Lisboa a Cascais é o corredor ideal para a criação de um sistema de BRT, com o objectivo de criar uma alternativa sustentável aos movimentos pendulares que actualmente percorrem a A5 e que usam, na sua grande maioria o automóvel particular. Este projecto, ainda sem estudos que o suportem, será apresentado no final de Abril em conferência.

Rui Rei, presidente Parques Tejo

Qual é o ponto de situação actual do relançamento do projecto SATUO?
Terminámos todos os estudos, que já foram entregues à Câmara. Na verdade, esses estudos foram realizados em conjunto entre a Parques Tejo e a Câmara Municipal de Oeiras, que é a detentora do projecto e que tem defendido ao longo destes anos a necessidade deste projecto, que hoje conta também com o apoio de todas as entidades da Área Metropolitana de Lisboa e do Governo. Tanto a AML (Área Metropolitana de Lisboa), a TML (Transportes Metropolitanos de Lisboa) como o próprio Governo consideram este um projecto estratégico para a região, especialmente pela sua ligação entre Paço de Arcos e Sintra, atravessando pontos importantes do concelho de Oeiras e conectando-se à Linha de Sintra. Estes são factores geradores de emprego e, consequentemente, de muito tráfego e movimento. Com todos os estudos concluídos — como o estudo de inserção, a viabilidade dos viadutos existentes, a alteração do projecto e os estudos sísmicos — e entregues ao Governo, o que falta agora é garantir as condições de financiamento. Só assim o projecto poderá estar concluído entre o final de 2028 e 2029, dependendo da data em que recebamos luz verde para lançar o concurso de concepção e construção.

Quais são as maiores alterações entre o plano inicial, que não se chegou a concretizar, e o que se pretende implementar agora?
É preciso contextualizar o projecto. Porque é um projecto que nasceu no final dos anos 90 como algo inovador, chamado SATUO — Sistema Automático de Transporte Urbano de Oeiras. Na época, já se falava de transportes autónomos, e o SATU funcionava sem condutor, com programação e videovigilância para monitorização. Hoje, evoluímos para um sistema não ferroviário, que se adequa perfeitamente à oferta e à procura desta área. Esta solução custa menos de um terço do que custaria outro sistema, oferecendo previsibilidade, qualidade, conforto e segurança. Não temos nenhum problema com a solução adoptada, que é flexível e permite integração com a futuro BRT [Bus Rapid Transit na designação em inglês] da A5, com a LIOS, Linha Intermodal Ocidental Sustentável] (no outro lado do concelho), e até com variantes futuras como a VLN (Via Longitudinal Norte) e a VLIS (Via Longitudinal Sul).
A estratégia continua actual e adequada ao presente e ao futuro e será integrada na lógica dos Transportes Metropolitanos de Lisboa.

Esse era um dos problemas anteriores, não é? Era um sistema fora do sistema?
Sim, de Oeiras para a frente o SATUO não estava integrado no sistema metropolitano. Havia vários sistemas desconexos. Agora, todos os sistemas de transporte que estamos a desenvolver são parte integrante do sistema metropolitano. Quando falamos em criar um BRT, estamos a ampliar a oferta dos Transportes Metropolitanos de Lisboa, não a criar um subsistema isolado. Usamos autocarros com portas à direita, semelhantes aos convencionais, mas com um design que faz as pessoas pensarem num metro ligeiro de superfície — tudo isso a menos de um terço do custo de um LRT (Light Rail Transit). É uma solução adaptada à realidade local, sem exigir investimentos exorbitantes. Não há razão para não avançar com um projecto destes, que oferece um nível de serviço essencial à população de Oeiras, conectando parques de serviços e zonas habitacionais. Não podemos esquecer que Oeiras é a segunda maior economia do país, logo a seguir a Lisboa. É o único concelho da Área Metropolitana que não é apenas suburbano de Lisboa: tem tantos movimentos de Oeiras para Lisboa como de Lisboa para Oeiras. Para materializar isso na oferta de transportes públicos, precisamos de uma frequência que responda a essa necessidade. Caso contrário, as pessoas continuarão a usar o automóvel.

Os eixos estratégicos

Esta nova linha terá quantos quilómetros?
A linha tem 9,7 quilómetros e conta com 15 paragens, incluindo as três já existentes: Paço de Arcos, Tapada e a estação do centro comercial Oeiras Parque. Depois, temos paragens, por exemplo, em Lagoas Parque, Porto Salvo, Tagus Parque, uma intermédia entre o Tagus Parque e a estação da linha de Sintra (que será terminal), além de outras distribuídas ao longo do trajecto para servir empresas e populações. Precisamos de atender tanto as zonas empresariais como as residenciais de Oeiras. Paralelamente, no futuro, o BRT da A5 cruzará este sistema permitindo que haja uma ligação.

Estamos a falar do “cardinal” que condensa a visão estratégica dos transportes públicos do concelho?
Exactamente, interligações estratégicas e que compreende o SATUO e a LIOS, enquanto eixos longitudinais a ferrovia e o BRT da A5, com capilaridade para as restantes soluções. Se olharmos para este “cardinal” e para a distribuição dos transportes em Lisboa, percebemos que isto não é uma excentricidade: está tudo ligado. A LIOS ligará directamente ao centro de Lisboa, o BRT também, e o SATUO fará esta ligação longitudinal.

Mas para que isso funcione é preciso que tudo esteja pronto e a funcionar?
Exacto. Só assim conseguiremos uma solução de transportes que responda às necessidades das pessoas, permitindo-lhes deslocar-se de forma eficiente. É assim que atingiremos os nossos objectivos. Felizmente, o Governo partilha desta visão e considera o SATUO e a LIOS como prioridades, porque Oeiras tem sido historicamente preterida nas soluções de mobilidade da Área Metropolitana.

Sim, muitas linhas de BRT no país avançam lentamente e outrem nem avançam.
Não, não é bem assim. A Linha do Mondego, por exemplo, está praticamente a abrir e já funciona. O único BRT com problemas foi o do Porto, devido a questões no projecto e atrasos na encomenda dos autocarros. Braga também está a avançar. O caso do Porto ganhou mais destaque na comunicação social, mas o do Mondego está operacional. Depois de muitas indecisões — se seria com carris ou não —, tomaram a decisão certa, na minha opinião. Já visitei a solução duas vezes e acredito que será um sucesso para a região de Coimbra. É algo simples, ágil e económico, muito semelhante ao que defendemos aqui.

Portanto, o SATUO irá correr em canal dedicado.
Sim, sempre em canal dedicado, sem interferência de veículos automóveis. Isso garante comunidade, previsibilidade e conforto, permitindo cumprir horários. É a única forma de assegurarmos isso.

Os inconvenientes, financiamento e o lançamento do concurso

Numa zona com tanto tráfego, prevê que a construção do canal vá gerar constrangimentos?
Toda a obra gera constrangimentos, mas não serão extraordinários. Aqui na travessia da Avenida da Europa [junto ao centro comercial Oeiras Parque], por exemplo, construiremos como se faz um viaduto: o tráfego continuará a circular por baixo. Obras como as do Metro de Lisboa causam muito mais impacto. O maior viaduto será o que liga à estação de Tercena-Massamá, linha de Sintra, mas, em termos de engenharia, está tudo planeado. Serão cerca de cinco viadutos, que terão um custo estimado de 25 a 26 milhões de euros, dentro de um orçamento total de 100 a 110 milhões de euros.

Esse será o valor final da obra? Já está fechado?
Cerca de 100 milhões de euros, mas ainda não fechámos o valor exacto. Há muitos concursos públicos no país que estão a ficar desertos, porque há algum receio com os custos estimados. Por isso, estamos a ser rigorosos e conservadores para garantir que, quando lançarmos o concurso, haja interessados, e que o concurso não fique deserto. Queremos que a obra tenha interessados para que a possamos executar assim que tenhamos os fundos comunitários.

Que população será servida pelo SATUO?
Estimamos até 30 mil passageiros por dia, com dois terços da procura vindo de Sintra. Avaliámos tudo: desde os escritórios existentes, a ampliação dos parques empresariais, a segunda fase do Tagus Park, os futuros projectos de habitação e serviços ao longo de todo o eixo. Só assim conseguimos prever o aumento da população e aumento do número de passageiros.

O que falta para lançar o concurso de concepção construção?
Está tudo pronto. Falta apenas o Governo formalizar o financiamento. Com luz verde até ao Verão, lançaríamos o concurso ainda este ano, 2026 adjudicaríamos e iniciaríamos a obra, que duraria cerca de dois anos, terminando em 2028 e entrando em operação em 2029.

As eleições atrasaram o calendário previsto.
Obviamente, mas ainda na semana passada, o Primeiro-Ministro e o ministro das Infraestruturas reforçaram que o SATU, o LIOS e a quarta travessia do Tejo em Algés são prioridades. [durante a apresentação do Parque Cidades Tejo]

LIOS: de projecto esquecido a projecto essencial

E este é um dos projectos que está na estratégia do Concelho.
Oeiras planeia a 30 ou 40 anos. Este projecto, por exemplo, está no Plano de Mobilidade Sustentável do concelho. A Parques Tejo apenas executa a estratégia da Câmara. Além desta linha, também estamos a trabalhar na LIOS, em parceria com a Câmara de Oeiras, a Câmara de Lisboa, a Câmara da Amadora, porque uma parte da LIOS pode chegar à Amadora, com a Carris, e outros parceiros.

Qual é o ponto de situação da LIOS?
Está a avançar a bom ritmo. Há seis ou sete meses, a situação era diferente, mas hoje temos uma parceria sólida com a CARRIS, a Câmara de Lisboa, a TML e a Câmara da Amadora. Estamos a fechar os estudos e a preparar uma solução ligeiramente diferente da original, mas que servirá bem Oeiras, Lisboa e Amadora. Será revolucionário: imagine sair de Algés, Linda-a-Velha ou Miraflores e estar no centro de Lisboa em 10 ou 15 minutos. Será uma solução absolutamente transformadora. É a mesma coisa que estar na Avenida da República e apanhar o metro para o Rossio. Você sabe quanto tempo irá demorar. Aqui será a mesma coisa. As pessoas saem de casa em Miraflores e sabem que daí a 10 minutos estão no centro de Lisboa

Qual o investimento previsto?
O investimento previsto é de cerca de 150 milhões de euros, tem financiamento, a LIOS deverá estar concluída até 2030, em canal dedicado com autocarros, mas adaptável a outras soluções no futuro.

Quais são os próximos passos para a LIOS?
É preciso concluirmos todos os estudos. Uma boa parte dos estudos em Oeiras estarão concluídos na primeira ou segunda semana de Abril. Incluindo uma parte do estudo de tráfego que nos faltava, e que é importante para percebermos a forma de inserir o traçado em sítio próprio, porque partimos de uma zona densamente povoada, Algés, e estamos a fechar esse processo. Lisboa também tem a sua parte já feita. Iremos fechar este processo com o chamado programa base.
A LIOS tem duas opções em estudo: Algés-Reboleira e depois tem outra ligação via Alto do Duque a Alcântara. Mais do que esta última, consideramos vital para Oeiras a ligação ao Colégio Militar. A que está mais avançada em termos de estudo é o projecto original via Alcântara, mas rapidamente estará tudo ao mesmo nível.
A CARRIS, que é quem lidera este processo, deverá lançará em Abril o concurso para o programa base, que definirá o projecto. Depois, virá o concurso de concepção e construção. O projecto tem alguns atrasos, mas temos aqui uma folga até 2030.

Qual é o papel da Parques Tejo no desenvolvimento destes projectos?
A Parques Tejo gere a mobilidade em Oeiras. Há três anos, era focada em estacionamento, mas hoje virou-se para a mobilidade e sustentabilidade. O estacionamento é a base — sem ele, não há mobilidade —, mas usamo-lo para alavancar projectos como o SATU e o LIOS. Somos um instrumento da Câmara, que detém 100% da empresa, e trabalhamos com parceiros internos e externos para executar a estratégia municipal.

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

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Greenvolt vende parque eólico na Polónia por 174,4 M€

A transação é referente à venda de um parque eólico de 83,2 MW localizado em Pelplin, região centro-norte da Polónia, à Enea Nowa Energia, totalmente operacional composto por 16 turbinas, cada uma com uma capacidade de 5,2 MW

A Greenvolt Power, promotora de projectos de energia eólica, fotovoltaica e baterias de grande escala, parte do Grupo Greenvolt, finalizou a venda do parque eólico de Pelplin. O comprador, Enea Nowa Energia, faz parte do Grupo Enea, um dos maiores fornecedores de electricidade da Polónia, que opera em toda a cadeia de abastecimento, desde a geração de energia até à sua distribuição. A transação foi avaliada em 174,4 milhões de euros.

Localizado no município de Pelplin, no centro-norte da Polónia, o projecto obteve todas as licenças necessárias e está totalmente operacional, sendo composto por 16 turbinas Siemens Gamesa SG145 de 5,2 MW cada, com uma capacidade total instalada de 83,2 MW.

“O parque eólico de Pelplin é uma demonstração clara da nossa capacidade de executar e entregar ativos de grande escala que são atrativos e valorizados pelo mercado. A sua aquisição pela Enea Nowa Energia confirma isso mesmo e está alinhada com a nossa estratégia de vender uma parte significativa dos nossos activos nas fases RtB (Ready to Build) ou COD (Commercial Operation Date), dependendo do potencial de retorno”, afirmou João Manso Neto, CEO do Grupo Greenvolt.

A construção do parque eólico de Pelplin iniciou em Junho de 2023, tendo sido concluída dentro do prazo inicialmente previsto, em Dezembro de 2024, e está equipado com turbinas Siemens Gamesa SG145 com capacidade de 5,2 MW, uma das tecnologias mais avançadas disponíveis no mercado e reconhecidas pela sua eficiência e alto desempenho em projectos de grandes dimensões.

“O projecto Pelplin prova a nossa capacidade de implementação e reforça ainda mais a nossa posição de liderança no mercado polaco e europeu. Pelplin é um exemplo bem demonstrativo de um investimento que concebemos desde o início, assegurando a sua máxima eficiência e gerando um importante retorno para o Grupo” acrescentou Radek Nowak, CEO da Greenvolt Power.

No segmento de projectos de grande escala, o Grupo Greenvolt tem um portfólio de 10,9 GW em 17 países, prosseguindo uma estratégia de rotação de activos através da alienação de 70–80% dos mesmos nas fases RtB ou COD.

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Hipoges implementa tecnologias para reduzir consumo de energia nos seus imóveis

Num mercado onde os imóveis “verdes” estão em ascensão, a Hipoges aposta na modernização de sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado, bem como a instalação de painéis solares e outras fontes de energia renovável nos seus activos imobiliários

Com o objectivo de “aumentar” a sustentabilidade e a “cotação ESG” dos imóveis sob a sua gestão, a Hipoges, tem implementado um conjunto de políticas, nomeadamente, a implementação de tecnologias avançadas e melhorias estruturais que auxiliem na redução do consumo de energia.

Num mercado onde os imóveis “verdes” estão em ascensão, impulsionado por políticas governamentais favoráveis, incentivos fiscais e uma crescente consciencialização sobre a importância da sustentabilidade, a Hipoges aposta na modernização de sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado, bem como a instalação de painéis solares e outras fontes de energia renovável nos seus activos imobiliários.

A adopção de critérios que fomentem e desenvolvam a melhoria da sustentabilidade dos imóveis torna-os mais atractivos para investidores, que são cada vez mais conscientes das questões ambientais e sociais. O foco na eficiência energética e certificações verdes responde a esta crescente procura, que está alinhada com as tendências do mercado imobiliário na Europa.

Para este efeito, a Hipoges avançou com análise de peritagem energética em mais de 2500 activos e conta actualmente com mais de 10% de imóveis em carteira com classificação energética abrangida pelo Sistema de Certificação Energética dos Edifícios (SCE) gerido pela ADENE (Agência para a Energia) com certificados superiores a B-, ou seja, B, A e A+. Destes, 25% são imóveis residenciais e os restantes 75% estão inseridos no sector de comércio e serviços.

“Sabemos que investir em imóveis mais eficientes pode envolver poupanças significativas, que se reflectem tanto no custo operacional do imóvel quanto no impacto ambiental, alinhando-se assim com as crescentes preocupações com a natureza e a sustentabilidade”, explica José Diogo Jesus. Mas nem sempre é possível encontrar esses imóveis verdes disponíveis no mercado. “Apesar da preocupação dos nossos consumidores, muitos têm optado também por investir e melhorar os imóveis convencionais”, afirma José Diogo Cruz, responsável pela área de Property Real Estate.

Além do aumento na procura, também se registou um crescimento na conversão de imóveis verdes. Com esta dinâmica de mercado, a Hipoges tenta acompanhar a mudança de mercado, consolidando o compromisso da empresa em continuar a investir em activos sustentáveis.

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IP Leiria avança com investimento de 3,7M€ em residências para estudantes

Investimento de 3,7 milhões de euros na renovação e construção de residências aumenta oferta de camas nas Caldas da Rainha. Em 2026, a cidade passará a ter três residências de estudantes, num total de 289 camas

O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) assinou esta semana a consignação da empreitada de renovação da Residência Mestre António Duarte, nas Caldas da Rainha, e a obra de construção da nova residência de estudantes naquela cidade, num investimento de 3,7 milhões de euros, financiados pelo Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior (PNAES), via Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Com a concretização destas duas empreitadas, que se juntam à obra de reabilitação da Residência Rafael Bordalo Pinheiro, cuja inauguração está prevista para breve, Caldas da Rainha passará a ter, em 2026, um total de 289 camas para os estudantes.
A obra de renovação da Residência Mestre António Duarte visa a recuperação integral do edifício, com vista à melhoria do conforto e à promoção da eficiência energética, assim como uma readaptação de espaços e uma optimização do seu funcionamento. O edifício contemplará um total de 56 quartos, dois destinados a utilizadores com mobilidade condicionada, num total de 104 camas. A obra tem uma duração de 150 dias, estando a reabertura prevista para o início do próximo ano lectivo.

No que se refere à construção da residência ‘Nova Caldas’, a ser edificada num terreno adjacente à Residência Mestre António Duarte, a mesma oferecerá 68 novas camas, contemplando, além do alojamento, zonas de refeição, áreas de estudo e de convívio, lavandaria, espaços de apoio ao funcionamento da residência, entre outros.

O projecto da nova residência, prevista ficar concluída no final de Março de 2026, teve em consideração princípios de sustentabilidade e eficiência energética, tendo sido adoptadas soluções de design passivo, como orientação solar adequada, uso de iluminação natural e ventilação cruzada, visando reduzir o consumo de energia e promover o bem-estar de todos.

“Esta obra proporcionará um aumento significativo do número de camas disponíveis na cidade de Caldas da Rainha, que anualmente recebe entre 1.500 e 1.700 estudantes da nossa Escola Superior de Artes e Design”, afirmou o presidente do Politécnico de Leiria, recordando que a instituição teve nove candidaturas aprovadas no âmbito do PNAES, para renovação, reabilitação e construção de residências de estudantes, contemplando 13 edifícios, localizados em quatro cidades (Leiria, Caldas da Rainha, Peniche e Pombal).

“Foi em Caldas da Rainha que iniciámos a primeira obra, referente à reabilitação da Residência de Estudantes Rafael Bordalo Pinheiro, apresentando uma capacidade para 117 camas. A reabilitação desta residência, iniciada em 2024, já se encontra concluída, estando a sua reabertura prevista para breve. Desta forma, e com as empreitadas que estamos agora a adjudicar, a cidade passará a ter disponíveis três residências de estudantes, somando um total de 289 camas”, mencionou Carlos Rabadão.

No total, os nove projectos de iniciativa directa do Politécnico de Leiria, de renovação e construção de residências de estudantes, representam um investimento acima de 25 milhões de euros financiados pelo PRR, contemplando a necessidade de um reforço adicional de receitas do Politécnico de Leiria, na ordem dos seis milhões de euros, face aos actuais preços de mercado.

A instituição é ainda copromotora de mais três residências, numa colaboração estabelecida com os municípios da Batalha e Torres Vedras, cujas residências já se encontram em funcionamento, tendo também sido recentemente adjudicada a construção de uma outra residência, na Marinha Grande.

“Desta forma, após a conclusão de todas as obras, serão disponibilizadas 1.373 camas, o que significa que estamos praticamente a duplicar a oferta de camas para os nossos estudantes. Falamos de mais 670 camas que as disponíveis actualmente, sendo que nestes valores estamos a considerar igualmente o Hotel Escola de Peniche, do Instituto Politécnico de Leiria (50 camas), assim como os Apartamentos João 21 (com 12 camas), disponibilizados no âmbito da parceria estabelecida com o município de Leiria”, referiu o presidente do IPLeiria.

Politécnico de Leiria é a instituição de ensino superior com mais projetos de residências em curso
A directora da Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação afirmou, durante a cerimónia de consignação das obras nas Caldas da Rainha, que o Politécnico de Leiria é a instituição de ensino superior em Portugal com mais projectos em curso de renovação e construção de residências de estudantes, no âmbito do Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior, integrado no PRR.

“Só temos de dar os parabéns ao Politécnico de Leiria pela ambição e visão e pela forma como tem conduzido este processo. É, neste momento, a instituição de ensino superior com um maior número de projectos em curso, e isso dá imenso trabalho”, salientou Cristina Perdigão.

Para Cristina Perdigão, “há muito mais numa residência de estudantes do que o simples alojamento. É algo que modifica verdadeiramente a vida e o percurso académico de um estudante. Poder partilhar um espaço digno e confortável com os colegas de diferentes unidades orgânicas, de diferentes cursos e de diferentes origens, é muito enriquecedor no percurso do estudante”.

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InovaDigital apresenta tecnologia para transformação digital das empresas de mediação

A nova plataforma X-IMO pretende marcar uma “viragem significativa” na forma como a tecnologia pode apoiar e liderar a transformação do sector. Através do módulo de ‘Market Data’ pode-se identificar oportunidades, analisar a evolução do mercado e reajustar o valor das carteiras de imóveis

Cada vez mais as agências de mediação imobiliária são confrontadas com um ambiente onde a complexidade tecnológica cresceu mais depressa do que a sua capacidade de adaptação, sendo que o verdadeiro desafio está agora em recuperar o controlo da operação, da informação e da estratégia comercial.

É nesta medida que o novo X-IMO, plataforma portuguesa de gestão imobiliária, desenvolvido pela InovaDigital, surge como uma ferramenta de apoio à decisão, com funcionalidades que permitem estruturar e utilizar a informação de forma proactiva, marcando, desta forma, uma “viragem significativa” na forma como a tecnologia pode apoiar e liderar a transformação do sector, considera Filipe Marques, executive manager da InovaDigital.

O software da X-IMO apresenta-se, assim, como um parceiro “estratégico” para a “nova geração de empresas imobiliárias”. Empresas que “ao tomar decisões com base em dados, valorizam a autonomia operacional e procuram soluções tecnológicas sustentáveis e alinhadas com a realidade portuguesa”, indica.

“A transformação digital do sector imobiliário já não se resume à presença online ou à adopção de um CRM. Mais do que adoptar tecnologia, trata-se de usar os meios digitais para devolver clareza, autonomia e visão estratégica ao negócio. E é exatamente aqui que soluções desenvolvidas com conhecimento do terreno ganham destaque”, acrescenta.

O software da X-IMO tem integrado um novo módulo de ‘Market Data’ que permite identificar oportunidades, analisar a evolução do mercado e reajustar o valor das carteiras de imóveis de forma linear, algo que tem impacto directo na rentabilidade das operações.

Em paralelo, a implementação transversal da Inteligência Artificial (IA) em várias operações, desde a organização automática de informação à geração de conteúdos, representa um salto qualitativo na automação do trabalho e na redução do esforço administrativo.

Tudo isto integra-se num roadmap de desenvolvimento contínuo, com novas funcionalidades a serem lançadas regularmente pela InovaDigital, sempre com o objectivo de concretizar a digitalização absoluta da atividade imobiliária e, acima de tudo, devolver o controlo e a autonomia às empresas de mediação.

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Intermarché investe 5 milhões de euros em nova loja em Leiria

O novo supermercado do Grupo Mosqueteiros, em Monte Redondo, abre a 24 de Abril, tem uma área de 1.300 m2 e vai permitir a criação de 50 novos postos de trabalho

O Intermarché, insígnia do Grupo Mosqueteiros, inaugura uma nova loja em Monte Redondo, concelho de Leiria. O novo supermercado, com uma área total de 1.300 m²,representa um investimento de 5 milhões de euros, vai permitir a criação de 50 novos postos de trabalho, reforçando a presença da insígnia na região e a sua aposta no desenvolvimento da economia local.

“A abertura do Intermarché de Monte Redondo é mais um passo na nossa missão de estarmos cada vez mais próximos dos consumidores. É com grande orgulho que inauguramos esta loja, que representa não só um investimento significativo na região, mas também a criação de emprego local e o reforço da nossa aposta numa oferta de qualidade e conveniência”, afirma Raúl e Fátima Rodrigues, responsáveis do Intermarché de Monte Redondo.

Em Portugal há mais de 30 anos, o Intermarché conseguiu consolidar a sua experiência no mercado retalhista, contando hoje com 269 pontos de venda, espalhados por mais de 180 concelhos, nos 18 distritos do país.

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Mercado de escritórios encerra 1.º trimestre sob pressão em Lisboa e Porto

Falta de oferta de qualidade e investidores mais cautelosos devido à instabilidade geopolítica, influenciaram o mercado de escritórios em Portugal . O mais  recente Office Flashpoint da JLL mostra uma ocupação de 16.000 m2 em Lisboa e 2.400 m2no Porto

A JLL divulgou o Office Flashpoint de Março, onde revela que o mercado de escritórios encerrou o 1.º trimestre de 2025 com uma ocupação residual de 16.000 m2 em Lisboa e 2.400 m2 no Porto. O desempenho trimestral em qualquer das regiões fica consideravelmente abaixo do período homólogo, quando foram absorvidos 73.700 m2 e 17.600 m2, respectivamente.

Sofia Tavares, Head of Leasing Advisory da JLL, explica que “os baixos níveis de actividade registados no mercado este ano têm dois fundamentos essenciais. Por um lado, as empresas internacionais, que são actualmente uma fonte forte de procura em Portugal, estão mais resistentes a tomar novas decisões de investimento para as suas instalações devido à instabilidade geopolítica. Por outro lado, internamente, o mercado sofre actualmente de falta de oferta de edifícios novos e de qualidade. Não havendo espaços disponíveis adequados aos requisitos das empresas, especialmente áreas de maior dimensão, realizam-se menos operações”.

Nos primeiros três meses de 2025, a ocupação de escritórios em Lisboa somou 33 negócios, com uma área média de apenas 490 m2. Destas operações, somente quatro envolveram áreas superiores a 1.000 m2, duas das quais realizadas no mês de Marco, perfazendo 2.800 m2. Dos 16.000 m2 tomados no 1º trimestre, 30% situam-se no Corredor Oeste e 25% no CBD, enquanto do lado da procura, foram as empresas de TMT’s & Utilities as mais dinâmicas, com 33% do take-up, embora se evidenciem ainda as empresas de Outros Serviços, que geraram 23% da absorção.

O mercado do Porto foi palco de 10 operações no acumulado do 1º trimestre, traduzindo uma área média por transacção de 280 m2. Neste período, 48% da ocupação ocorreu na Zona Empresarial do Porto e outros 39% no CBD – Boavista. Entre a procura, as empresas de Serviços Financeiros foram as mais activas, com 46% da absorção.

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Alta-velocidade: Concurso para o troço revisto entre Oiã-Soure lançado 31 de Maio

De fora do concurso ficarão a “manutenção da Estação de Coimbra B, da secção da Linha do Norte intervencionada e dos AMV [aparelhos de mudança de via] a instalar nas referidas três ligações à Linha do Norte, uma vez que estes ativos transitam para a IP com a sua receção”

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O novo concurso público para a segunda parceria público-privada (PPP) da linha de alta velocidade, que deverá ser lançado em 31 de maio, mantém a estação em Coimbra-B mas reduz vários encargos da concessão.

Segundo o anúncio de pré-informação publicado pela Infraestruturas de Portugal (IP) no suplemento do Jornal Oficial da União Europeia (JOUE), em causa está a alteração territorial do concurso, que anteriormente ia de Oiã (Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro) até Soure (distrito de Coimbra), e agora ficará em Taveiro, no concelho de Coimbra, cerca de 10 quilómetros a norte.

Concretamente, o objeto do concurso inclui uma “linha com 60 km de extensão, em via dupla de bitola 1.668 mm [ibérica] para passageiros e velocidade máxima de 300 km/h, com ligações à Linha do Norte em Oiã, Adémia e Taveiro, totalizando 22 km de extensão”.

O primeiro concurso, lançado em Julho de 2024, e que recebeu uma única proposta que foi ‘chumbada’ pelo júri, apontava para ligações entre a linha de alta velocidade e a Linha do Norte com cerca de 34 quilómetros, incluindo em Soure, cuja ligação foi agora retirada.

O novo concurso público, que a IP pretende lançar em 31 de Maio, garante também que se mantém o projeto de “adaptação da estação de Coimbra B”, incluindo a “reformulação geral do ‘layout’ e adaptação à alta velocidade” e “novo edifício de passageiros dotado de estacionamento e interface”, pondo-se de parte a possibilidade de alteração de localização da estação.

Incluem-se ainda a “quadruplicação da Linha do Norte entre Taveiro e a entrada sul da Estação de Coimbra B, instalação de ‘feeder’ [alimentador] de catenária entre a atual SST [subestação de tração elétrica de] Alfarelos e a zona da Ligação de Taveiro, incluindo a adaptação desta SST, e uma nova SST em Coimbra”.

Porém, de fora do concurso ficarão a “manutenção da Estação de Coimbra B, da secção da Linha do Norte intervencionada e dos AMV [aparelhos de mudança de via] a instalar nas referidas três ligações à Linha do Norte, uma vez que estes ativos transitam para a IP com a sua receção”.

Outra alteração face ao concurso anteriormente lançado é a duração de certas componentes da concessão, já que agora a fase de desenvolvimento passa a ser de cinco anos e seis meses, enquanto a de disponibilidade de 24 anos e seis meses.

O concurso anterior apontava para cinco anos de desenvolvimento do projeto (conceção, projeto, construção e financiamento) e um período de disponibilidade de 25 anos.

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Savills Luxury Report: segmento de luxo cresce em 2024

Após a desaceleração sentida em 2023, o ano passado marcou uma inversão clara na tendência, com um aumento de 12% nas inaugurações de novas lojas a nível mundial. Em Portugal, a procura por espaços de retalho de luxo continua a superar amplamente a oferta disponível, tanto em Lisboa como no Porto

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O mais recente relatório “Luxury Report” da Savills revela que o mercado do retalho de luxo a nível mundial continuou a assistir a um forte crescimento do valor das rendas prime em 2024. Dos 21 destinos monitorizados pela Savills, mais de 75% reportaram aumentos anuais ou uma manutenção nas rendas prime em relação ao ano anterior.

A Quinta Avenida de Nova Iorque consolidou a sua posição como a localização mais valorizada a nível global, com rendas prime a atingirem os 26.000 euros/m² no último trimestre de 2024. Em simultâneo, a Bond Street, em Londres, registou um impressionante aumento de 20%, acompanhando o crescimento médio de 24% na Madison Avenue e na própria Quinta Avenida. Ainda assim, as rendas nesta última permanecem ligeiramente abaixo dos níveis pré-pandemia de 2019.

Em termos de ranking, a Madison Avenue e a Bond Street subiram para o segundo e terceiro lugares, respectivamente, depois de ocuparem o quinto e quarto lugares em 2023. Assim, a Bond Street alcança a liderança europeia em rendas prime com 15.333€/m², ultrapassando a Via Monte Napoleone, em Milão (15.000€/m²), apesar da diferença ser ténue.

Portugal: Luxo com procura superior à oferta
Em Portugal, a procura por espaços de retalho de luxo continua a superar amplamente a oferta disponível. Tanto em Lisboa como no Porto, a escassez de locais qualificados, particularmente na Avenida da Liberdade e na Avenida dos Aliados, tem sido um obstáculo à entrada de novas marcas de prestígio.

A Avenida da Liberdade, ainda assim, mantém o seu estatuto como epicentro do luxo nacional. Embora os espaços disponíveis sejam limitados, as marcas já instaladas demonstram interesse activo em oportunidades de expansão ou relocalização. A nova oferta de espaços de retalho de luxo, com abertura prevista para início de 2027, promete reforçar significativamente a atractividade de Lisboa neste mercado exclusivo.

“Lisboa e Porto mantêm-se como cidades altamente atractivas para marcas de luxo. O crescimento da oferta da hotelaria de luxo e o consequente incremento de tráfego qualificado proveniente da Europa, Ásia e Estados Unidos, cria um ecossistema ideal para a evolução deste mercado. Estamos confiantes de que a nova oferta prevista na Avenida da Liberdade permitirá, finalmente, a entrada de mais marcas de luxo em Portugal,” afirma José Galvão, head of retail da Savills Portugal.

Mercado Global: Ásia a liderar o ritmo de crescimento
Em 2024, a China voltou a afirmar-se como a maior potência no retalho de luxo, representando 40% de todas as novas aberturas a nível mundial — uma subida de 10% face ao ano anterior, ainda que ligeiramente abaixo da quota de 41% registada em 2023.

A par da China, a região da Ásia-Pacífico (excluindo a China) destacou-se com o crescimento mais expressivo em número de lojas, totalizando 24% de todas as novas inaugurações, superando tanto a América do Norte como a Europa, com um crescimento notável de 52%. Dentro da região, o Japão manteve a liderança como o maior mercado para novas aberturas.

“As marcas de luxo estão a demonstrar uma visão estratégica de longo prazo, ajustando os seus portefólios para se aproximarem cada vez mais dos seus públicos-alvo. Após a pandemia, com a quebra nas viagens internacionais, houve um foco claro em grandes mercados domésticos subaproveitados. Esta tendência mantém-se, mas à medida que os mercados-chave se tornam mais competitivos, a pressão sobre as rendas prime continuará — ainda que com um ritmo de crescimento mais moderado — face à crescente escassez de espaço disponível”, comenta Anthony Selwyn, Co-head of global retail da Savills,

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O projecto de cidade que transformará a AML

Com o executivo em gestão, fruto da dissolução do Parlamento e do agendamento das Legislativas antecipadas, Montenegro apresenta projecto “que pretende transformar o arco ribeirinho numa grande metrópole, em que o rio funciona como elo de ligação dos territórios em vez de os separar”, contempla cerca de 4500 hectares de área de intervenção urbanística e infraestruturas. Operação está avaliada em 15 mil milhões de euros

Ricardo Batista

Pouco mais se sabe do que o conceito teórico, mas os dados conhecidos até agora do designado Parque Cidades do Tejo representam, seguramente, uma das maiores operações urbanísticas dos tempos modernos. Maior que o Eixo do Arco Ribeirinho Sul que António Costa, então primeiro-ministro, apresentou há aproximadamente dois anos.
Desta feita, numa sessão presidida por Luís Montenegro, o Governo apresentou aos presidentes dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) – e ao presidente da Câmara de Benavente-, o Parque Cidades do Tejo, um projecto que, segundo o executivo, “pretende transformar o arco ribeirinho numa grande metrópole em que o rio funciona como elo de ligação dos territórios em vez de os separar”.

De acordo com a proposta agora apresentada, falamos de duas margens centradas no Tejo e quatro projectos de âmbito nacional que se traduzirão numa operação única, de coordenação centralizada, em cooperação com o Estado Central e os Municípios directamente envolvidos. Ao todo, são 4 500 hectares de área de intervenção urbanística e infraestruturas, o equivalente a 55 vezes a Parque Expo, onde se prevê a construção de mais de 25 mil habitações.

Requalificação e regeneração
Nos quatro eixos – Arco Ribeirinho Sul, Ocean Campus, Aeroporto Humberto Delgado e Cidade Aeroportuária – “requalificam-se e regeneram-se territórios, fomenta-se cidades em rede e promove-se a economia circular, a habitação, o emprego e o aumento dos transportes públicos através do reforço das infraestruturas”. Na apresentação, o Governo explica que os novos equipamentos “darão uso, vida e futuro a terrenos públicos nas margens do Tejo que há muitos anos estão totalmente desaproveitados”. O Parque Cidades do Tejo integra também espaços habitacionais, de lazer, de investigação e de cultura, como a Ópera Tejo, um Centro de Congressos Internacional e a Cidade Aeroportuária. Ao nível de infraestruturas, estão previstas duas novas travessias do Tejo: a Terceira Travessia do Tejo (TTT) e o túnel Algés-Trafaria; um aeroporto único de cariz expansível, com capacidade para mais de 100 milhões de passageiros e investimento na ferrovia de alta velocidade. Estima-se que estes investimentos criem mais de 200 mil postos de trabalho. O projecto contempla 1 10 000 m2 destinados a equipamentos e 2 500 000 m2 a actividades económicas, sem ter em conta o espaço da Cidade Aeroportuária. Pretende-se aumentar a quota modal de transporte público de 24% para 35%, e para isso, será importante o reforço do investimento de mais 3,8 mil milhões de euros – sendo que o apoio ao transporte público e à política tarifária se prevê de 328 milhões de euros/ano. Na AML vive mais de um quarto da população total do País – 28% da população nacional e 48% da população activa. É também aqui que se prevê um aumento de 7% de habitantes até 2080. Além da reabilitação de terrenos, de criar soluções de mobilidade – tendo em conta, nomeadamente a construção da nova cidade aeroportuária (Benavente e Montijo) – é necessário criar ofertas habitacionais que respondam às necessidades da população. A Parque Cidades do Tejo – interligada em quatro eixos – pretende assim equilibrar a densidade urbana e concretizar políticas públicas de habitação. Ao mesmo tempo, reduz o tempo gasto entre casa e o trabalho e cria emprego qualificado com o reforço de infraestruturas, aumenta rede de transportes e promove a transferência modal, beneficiando a qualidade de vida de quem habita ou trabalha nesta região.

A proposta agora conhecida nasce depois de uma miríade de outros (inúmeros) projectos desenhados ou, pelo menos, pensados, sobretudo para a baía do Tejo. Em Março de 2023, o primeiro-ministro António Costa apresentava, no final do Conselho de Ministros, os trabalhos da regeneração e selagem de solos contaminados, da infraestruturação do território com a expansão do transporte público, em especial do metro do sul do Tejo, da instalação de um novo terminal fluvial na Moita e da construção do passeio ribeirinho de 38 quilómetros entre Alcochete e Almada. O líder do executivo acrescentou, na altura, que era fundamental que a região voltasse “a ser uma fortíssima área de actividade económica, geradora de emprego qualificado, já não com as indústrias do passado mas com as do futuro, com os serviços do presente e do futuro”. “Às vezes os projectos levam tempo, mas o mais importante de tudo na política é sermos persistentes», afirmou, elogiando os presidentes de câmaras da margem sul do Tejo «por se terem unido e desbloqueado» vários projectos”, referiu António Costa. Mas não foi o único. Em 2019 era apresentada a “Cidade da Água”. O projecto de requalificação da Margueira, onde funcionaram os antigos estaleiros navais da Lisnave, naquela que era, então, “a maior intervenção de requalificação urbana em Portugal após a Expo-98”. A ‘Cidade da Água’ tinha prevista uma área de construção de 630.000 m2 e, além do parque habitacional, estava prevista a instalação de um hotel, uma marina, um terminal fluvial de passageiros, um museu e um centro de congressos, ligados entre si por praças e canais, dando origem a um conjunto de espaços públicos únicos.

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Presidente da ADENE eleito para o conselho de administração da ECEEE

Nelson Lage, presidente da ADENE, foi eleito para integrar o conselho de administração da ECEEE, a mais antiga organização europeia dedicada exclusivamente à promoção da eficiência energética

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Nelson Lage, presidente da ADENE, foi eleito para integrar o conselho de administração da European Council for an Energy Efficient Economy (ECEEE), a mais antiga organização europeia dedicada exclusivamente à promoção da eficiência energética. Esta nomeação reconhece o contributo da ADENE e de Portugal no reforço das políticas públicas de eficiência energética e no compromisso com uma transição energética justa, sustentável e centrada no cidadão.

A eleição do presidente da ADENE teve lugar no âmbito da assembleia geral da ECEEE, realizada esta quarta-feira, 23 de Abril de 2025, e confere a Nelson Lage um mandato de três anos como membro do Conselho Directivo da organização.

Nelson Lage, destacou a relevância desta nova responsabilidade da ADENE num momento decisivo para a transição energética na Europa, afirmando que “é com grande sentido de responsabilidade que a ADENE assume esta missão, num momento decisivo para a transição energética na Europa”. O presidente da ADENE lembrou que “eficiência energética é a base de uma transição justa e sustentável, e a eceee tem sido uma voz respeitada na promoção do conhecimento técnico e da acção política, estando a ADENE comprometida em contribuir activamente para esta missão europeia, representando o que de melhor se faz em Portugal”.

A integração no conselho de administração da eceee consolida o reconhecimento da experiência portuguesa em soluções inovadoras e reforça a presença estratégica da ADENE no debate europeu sobre a transição energética.

A European Council for an Energy Efficient Economy é uma associação sem fins lucrativos com sede na Suécia, que reúne especialistas, entidades públicas e privadas de toda a Europa. Actua desde 1993 na produção de conhecimento independente, análise de políticas e promoção de redes de cooperação em torno da eficiência energética. A sua conferência bienal – Summer Study – é considerada uma das principais plataformas internacionais de partilha de soluções e experiências nesta área.

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