Arquitectura

A vida regressa ao Pavilhão de Portugal [c/galeria de imagens]

Ícone da Expo’98 desenhado por Siza Vieira, que permanecia vazio e degradado há 17 anos. Ao construir o Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Manuel dos Anjos Ferreira, revela como este marco da arquitectura portuguesa se irá transformar num símbolo de inovação científica e do trabalho desenvolvida pela Instituição

Manuela Sousa Guerreiro
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A vida regressa ao Pavilhão de Portugal [c/galeria de imagens]

Ícone da Expo’98 desenhado por Siza Vieira, que permanecia vazio e degradado há 17 anos. Ao construir o Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Manuel dos Anjos Ferreira, revela como este marco da arquitectura portuguesa se irá transformar num símbolo de inovação científica e do trabalho desenvolvida pela Instituição

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Manuela Sousa Guerreiro
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Em 2015, no auge da crise da Troika, a Universidade de Lisboa recebeu um desafio singular: dar nova vida ao Pavilhão de Portugal, um ícone da Expo’98 desenhado por Siza Vieira, que permanecia vazio e degradado há 17 anos. O desafio tornou-se uma oportunidade para criar uma montra da ciência, cultura e identidade portuguesa no coração do Parque das Nações. Ao construir o Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Manuel dos Anjos Ferreira, revela como este marco da arquitectura portuguesa se irá transformar num símbolo de inovação científica e do trabalho desenvolvida pela Instituição

Quando é que o Pavilhão de Portugal passou para a alçada da Universidade de Lisboa?
Foi em 2015, durante o governo de Passos Coelho, no período da Troika. Fomos encarregues de integrar o Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), que estava em declínio há duas décadas por falta de financiamento. O IICT tinha cada vez menos pessoal, mais envelhecido, e departamentos a fechar. Era preciso realocá-los num ambiente de pesquisa mais dinâmico, que favorecesse o trabalho em grupo. Com isto, a sede do IICT, no Palácio Burnay, na Junqueira, passou para a alçada no Ministério dos Negócios Estrangeiros e, em troca, recebemos o Pavilhão de Portugal, como uma espécie de compensação pelos encargos que iriamos ter. Havia também uma disputa antiga sobre a propriedade do Palácio Burnay entre a Universidade Técnica e o IICT, e isso também foi resolvido com este negócio.
O Pavilhão de Portugal estava em mau estado, sem uso há 17 anos, com excepção de alguns usos esporádicos, que contribuíram para a sua degradação, e vazio.

Qual foi a visão inicial da Universidade?
A ideia era transformar o Pavilhão de Portugal numa montra não só da Universidade de Lisboa, mas também da cidade e do país. A sua localização é estratégica: no Parque das Nações perto do aeroporto, da Estação do Oriente, com hotéis e uma alta qualidade de vida, um local que recebe visitantes nacionais e internacionais o ano todo. Queríamos que o Pavilhão de Portugal – mantendo esse o seu nome, sem ser “de Lisboa” ou “da Universidade” – mostrasse o que é Portugal a quem o visitar.

Este também é um edifício que é um marco da arquitectura portuguesa, não é? Como foi pegar neste marco e reabilitá-lo, preservando a sua essência?
Foi um desafio interessante. O pavilhão, projectado por Siza Vieira, é icónico, com sua pala e grandes espaços. Aqui coloca-se a questão: porque é que em 17 anos ainda não tinha sido reabilitado? Porque não havia ideias claras para o seu uso. Falou-se em albergar a presidência do Conselho de Ministros ou transformá-lo num museu de arquitectura, mas nada avançou. As pessoas viam o interior e não sabiam como adaptá-lo.

Na Expo 98, era o local onde se fazia o acolhimento das comitivas estrangeiras, por isso tinha um grande restaurante, tinha um espaço de exposições. Para a universidade, era relativamente mais fácil adaptá-lo: reduzimos o espaço de restauração, mantivemos áreas expositivas e convertemos outras em salas multiuso e conferências. Um destaque foi transformar uma sala estreita, com pé direito alto, num auditório de 600 lugares. Siza Vieira criou um design inovador, com plateias opostas, palco central e balcões, aproveitando o espaço de forma brilhante.

Foi o regresso do arquitecto ao projecto?
Sim, fazia todo o sentido que fosse o arquitecto Siza Vieira a olhar para o projecto. O exterior e o pátio interno não foram alterados, nem a estrutura. Algumas paredes foram mantidas, mas o interior foi todo reestruturado para funcionar como centro de congressos e exposições. Queríamos que funcionasse como uma montra da ciência da universidade, da cidade e do país, com capacidade para receber congressos de grandes sociedades científicas e exposições nacionais e internacionais.
Inaugurámos, no dia 30 de Abril, com uma exposição sobre Camões, um símbolo da língua e da identidade portuguesa, que reforça o mito da nacionalidade. E o Pavilhão abriu ao público no dia 1 de Maio.

Para além da exposição, que será temporária, quais as componentes mais permanentes do Pavilhão de Portugal?
O Pavilhão vai estar aberto 24 horas, sete dias da semana, enquanto sala de estudo, com capacidade para receber 120 estudantes. À semelhança de outros espaços que a Universidade reabilitou, como a sala de estudo no antigo Caleidoscópio, junto ao Campo Grande, e que tem uma capacidade de 200 lugares e que estão sempre ocupados, mesmo às 3 da manhã, por estudantes de todo o país não só da Universidade de Lisboa.
No Torreão Norte, junto à Avenida dos Oceanos, instalaremos também a Biblioteca Mega Ferreira, com o acervo sobre oceanos, doado à Câmara de Lisboa pelos seus herdeiros, em homenagem à sua ligação com a Expo’ 98. Também teremos um centro interpretativo permanente do Parque das Nações, mostrando a área antes, durante e após a Exposição Mundial, incluindo o matadouro municipal e o estaleiro da obra.

Um processo complexo

O valor da empreitada fixou-se nos 12,1 milhões de euros?
Não chegamos a 12,1 milhões. A empreitada foi orçada em 9,1 milhões, mas com equipamentos e ajustes, ficou por volta de 10 a 12 milhões de euros. Não investimos no exterior, que era só restauração. O orçamento é apertado, então controlamos cada despesa.

A obra foi financiada pela Universidade?
Sim, foi financiado com receitas próprias da Universidade, já que só 40% do nosso orçamento vem do Estado, tudo o resto são receitas próprias. Vendemos a antiga reitoria da Universidade Técnica, o que ajudou bastante, mas não cobriu tudo. O resto veio de projectos, trabalhos externos e outras fontes internas.
Não queremos lucro, mas sim ter sustentabilidade financeira. Vamos alugar espaços para congressos, conferências e eventos corporativos, que serão a principal fonte de receita do Pavilhão de Portugal. Temos dois inquilinos permanentes nas salas que dão para a frente ribeirinha: a Startup Portugal e a ESNA (Europe Startup Nations Alliance), instituições de inovação que pagam renda e, com certeza, usarão os espaços do Pavilhão para os seus eventos. A ESNA veio para Portugal por causa do Pavilhão de Portugal, que é um grande atractivo.
Também lá iremos receber uma reunião internacional de arquitectura, congresso e exposição, iremos receber também a exposição que marca o centenário de Mário Soares, entre outros projectos que temos em andamento.

Recorde-me, qual a área total do Pavilhão de Portugal?
São 6 mil metros quadrados, em dois andares, mais 3.500 metros quadrados na zona da pala. O restaurante, que ocupava quase todo o espaço, foi reduzido. Agora temos corredores, gabinetes, salas multiuso para 150 a 250 pessoas, e um auditório com 600 lugares.

Todo o espaço interior foi redesenhado tinham uma imagem clara do que pretendiam?
Dissemos a Siza Vieira que queríamos um centro de congressos, exposições e um centro interpretativo do Parque das Nações, mantendo o carácter expositivo, mas reduzido. Ele distribuiu os espaços com base nisso, após algumas conversas que tivemos.

Em termos de modernização do edifício, foi necessário fazer alguma empreitada especial?
Usamos os materiais originais, como pedra de lioz. Uma novidade foi forrar todos os espaços com material acústico, com sete camadas, para garantir insonorização. Por trás das paredes brancas, há um sistema complexo até o tijolo.

De 2015 a 2025 passaram-se 10 anos este foi um processo complexo?
Começamos em 2015, mas só em 2018 tivemos licenças, após passar pela Câmara Municipal de Lisboa e outras entidades, já que o Pavilhão é um monumento nacional. O Tribunal de Contas questionou a contratação do arquitecto Siza Vieira sem concurso, mas justificamos pelo valor arquitectónico do edifício, que era necessário garantir. Depois a empresa a quem tinha sido adjudicada a obra faliu, causando muitos atrasos. Entregamos depois a uma segunda empresa que foi excepcional, viu o projecto como um marco e concluiu com dedicação os trabalhos.

Assumiu o projecto em 2021?
Exacto, peguei o processo no meio da insolvência da primeira empresa. Até então, eram só atrasos e pedidos de pagamento extra sem justificativa. Tivemos reuniões tensas, aqui a esta mesma mesa, com o CEO da empresa e cinco ou seis advogados.

Os projectos em carteira e em execução

Este é um exemplo de modernização e de renovação aqui da Universidade de Lisboa, que tem vários edifícios agora em construção…
Muitos destes projectos vieram do meu antecessor, António Cruz Serra. O novo edifício da Faculdade de Letras substitui barracões “provisórios” de 40 anos, uma luta já antiga à qual ele deu novo impulso e cuja obra começou apenas comigo. Nestas coisas é preciso superar imensas barreiras.
As residências universitárias, com 300 camas na Ajuda e 904 no Campo Grande, foram ideia dele. O reitor Cr que que previa o encarecimento de Lisboa e a necessidade de moradia para estudantes, inclusive estrangeiros. O PRR financiou porque tínhamos projectos prontos. A Cidade Universitária, que fica vazia nos fins de semana, ganhará vida com lavandarias, lojas e restaurantes.
No caso das residências, o professor Cruz Serra já há muito tempo vinha dizendo que este iria ser um problema no futuro, andou a pregar aos peixes durante um tempo. Lançou ainda o projecto de residências na Ajuda (300 camas), foram duas fases ele ainda inaugurou a primeira fase foi quase a saída dele e depois eu lancei a segunda fase, já inauguramos, mas o projecto já existia o projecto é do António Cruz Serra eu só fiz a segunda parte da obra. O professor António Cruz Serra era extraordinário foi lançando projectos. Gostava de ter projectos na gaveta porque normalmente o que acontece quando existe financiamento é que depois temos um prazo limitado para apresentá-los. Foi o que aconteceu com as residências apareceu o PRR e tínhamos os projectos feitos e muito bem acabados e conseguimos esse financiamento e, portanto, vamos ter, conjunto, três edifícios com capacidade para 904 camas. Um complexo que irá trazer uma nova vida ao Campus da Universidade.

Esse é o projecto assinado pelo arquitecto Miguel Saraiva?
Exactamente, pela Saraiva e Associados. O edifício da Faculdade de Letras tem a assinatura de Manuela Oliveira. O projecto está avançado e deve ser inaugurado em Novembro ou Dezembro.

Todos estes projectos vão fazer da Universidade de Lisboa uma universidade mais internacional?
Sim e, sobretudo, mais acessível. Com residências e refeições subsidiadas, ajudamos estudantes de baixa renda, de lugares como Bragança ou Vila Real de Santo António, que acham Lisboa cara. Eles podem estudar na universidade que desejam, seja pelo curso ou por seu mérito.

À semelhança do seu antecessor, também tem projectos na gaveta?
António Cruz Serra deixou muitas sementes. Há muitas coisas ainda a nascer. Vamos ter mais uma residência de 120 camas ali no Campo Grande, temos de fazer a reabilitação da Faculdade de Belas Artes. Depois há ainda três áreas que quero impulsionar e que nada têm a ver com obras, mas que têm a ver com a aquela que é a actividade de uma universidade. Desde logo, apostar na formação e modernização pedagógica, para trazer os alunos de volta às aulas. Um desafio enorme. A segunda área é na investigação, capacitando docentes para buscar fundos internacionais, já que o orçamento português é baixo. E uma terceira área é na inovação, com um Centro de Transferência de Tecnologia, cujas obras iremos iniciar, e disciplinas de empreendedorismo gratuitas para todos os alunos.

Em que áreas é que estão a apostar?
Todas. Estamos a preparar docentes para captar recursos da União Europeia e multinacionais, para investigação de ponta. Na inovação, transferimos conhecimento para a sociedade. Temos 30 start-ups, muitas do Técnico, em software e tecnologias da informação, e queremos acelerá-las.

 

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

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Mafra lança concurso público de 7M€ para construção do Arquivo Nacional do Som

A construção do edifício do Arquivo Nacional do Som é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O prazo para a apresentação de propostas termina a 13 de Junho

Câmara Municipal de Mafra lança concurso público referente à empreitada de construção das instalações do Arquivo Nacional do Som. A empreitada tem um valor base superior a 7.161.256,00€. O prazo para a apresentação de propostas termina a 13 de Junho.

O Arquivo Nacional do Som é um equipamento cultural cuja principal função é criar, reunir, catalogar e tornar acessíveis arquivos áudios (discursos conversas, músicas ou paisagens sonoras), que tenham uma relação com o contexto português ou com a língua portuguesa. A escolha de Mafra para localização deste equipamento permite a criação de sinergias com o futuro Museu Nacional da Música e com o Polo de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa.

A construção do edifício do Arquivo Nacional do Som é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O edifício de cinco pisos, será localizado na Rua Coronel Vítor Alves, perto do Palácio Nacional de Mafra. O projecto arquitectónico foi vencedor do concurso público de arquitectura e foi desenvolvido pelo Atelier Carvalho Araújo.

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Rita Bueri reforça “Residencial” de Lisboa da Savills

Rita Bueri junta-se à Savills como head of residential Lisboa.Com uma vasta experiência em diversos sectores, incluindo banca de investimento, marketing, produção de eventos e turismo, Rita conta com 20 anos de experiência consolidada no sector imobiliário

O departamento residencial da Savills em Lisboa acaba de reforçar a sua equipa com a contratação de Rita Bueri, assume o cargo de head of residential lisboa. Entre as suas principais responsabilidades estarão a gestão de equipas, definição e execução estratégica do seu Departamento, análise de tendências de mercado e acompanhamento de clientes.

Com uma vasta experiência em diversos sectores, incluindo banca de investimento, marketing, produção de eventos e turismo, Rita conta com 20 anos de experiência consolidada no sector imobiliário. Ao longo deste percurso, desenvolveu um conhecimento profundo dos diferentes segmentos do mercado nos quais se destacou na liderança e coordenação de equipas. Nos últimos sete anos, desempenhou funções de sales manager na JLL, onde liderou a equipa de Lisboa.

“Recebemos a Rita com grande entusiasmo e expectativa. A sua capacidade de liderança, visão estratégica, energia e paixão por desenvolver talento fazem de si um reforço de excelência para a Savills. Estamos certos de que a sua contribuição será determinante para o sucesso dos muitos projetos que temos em curso e para os desafios que o futuro trará”, afirma Paulo Silva, head of country da Savills.

A sua formação académica inclui uma Licenciatura em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e diversas especializações em Gestão e Avaliação Imobiliária, com destaque para uma pós-graduação pela IE University, em Madrid.

“É com grande entusiasmo que abraço este novo desafio e me junto a uma equipa e uma marca que admiro e me identifico profundamente. Acredito que o imobiliário é muito mais do que um negócio, é sobre criar valor, confiança e impacto positivo. Num mercado residencial em constante transformação, pretendo contribuir com energia renovada, novas abordagens e uma visão estratégica para o crescimento e consolidação do departamento”, refere Rita Bueri, head of residential Lisboa

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ECO.AP 20230 apresenta balanço positivo no 1.º trimestre do ano

O Programa ECO.AP 2030, o instrumento estratégico para a descarbonização e a melhoria da eficiência dos recursos na Administração Pública, com operacionalização técnica da ADENE, registou avanços significativos no 1.º trimestre de 2025

O Relatório Síntese agora publicado destaca a adesão de mais 54 Gestores de Energia e Recursos (GER), o aumento de registos no Barómetro ECO.AP de mais de 3.587 veículos da Administração Pública Central e de mais 29 instalações sistemas fotovoltaicos e 13 sistemas solares térmicos. Estes dados reflectem a aceleração do sector público na transição energética e na adopção de soluções sustentáveis em linha com os objectivos do ECO.AP 2030.

O Relatório destaca os avanços ao nível da energia renovável, tendo sido registadas mais 29 instalações com sistemas fotovoltaicos e 13 com sistemas solares térmicos, reforçando a aposta na produção descentralizada e no autoconsumo. Cerca de 1.830 pessoas participaram em 40 acções de sensibilização e formação, num total de mais de 140 horas de sessões promovidas entre Abril de 2024 e Março de 2025. A ADENE destaca ainda a adesão 54 novos Gestores de Energia e Recursos (GER), cujo o número aumentou para 571, reforçando a capacidade interna da AP para uma gestão mais sustentável.

Cerca de 173 entidades públicas reportaram os seus dados de gestão de materiais, destacando-se uma redução no consumo de papel, copos e garrafas de uso único, acompanhada por um aumento no uso de recipientes reutilizáveis, “sinal de uma mudança positiva nos hábitos institucionais”, destaca a ADENE.

Registou-se uma redução, no Portal, de 39 entidades da APC e de 548 instalações. Esta diminuição resulta, essencialmente, de processos de reorganização administrativa em curso, com destaque para a transferência de várias unidades de saúde para a esfera da administração local, reforçando a descentralização de competências. 69 entidades submeteram os seus Planos de Eficiência e Descarbonização para o triénio 2025-2027, demonstrando compromisso com a antecipação de metas e com a planificação de medidas concretas.

Refira-se ainda que Barómetro ECO.AP, a plataforma central de monitorização do desempenho das entidades públicas, continua a evoluir para serem introduzidas novas métricas, melhoramentos no design gráfico e na adaptação plena ao novo enquadramento normativo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 150/2024.

Estas melhorias reforçam o papel do Barómetro como instrumento de transparência, prestação de contas e apoio à decisão no contexto da transição energética e da sustentabilidade na Administração Pública.

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Lisbon Design Week está de regresso à capital

A Lisbon Design Week regressa com mais participantes, novos bairros e um site que permite descobrir os “makers” que dinamizam o panorama criativo. De 28 de Maio a 1 de Junho, Lisboa celebra a criatividade, o design e o artesanato, com mais de 95 participantes e 250 criativos

A terceira edição da Lisbon Design Week (LDW) chega à cidade entre os dias 28 de Maio e 1 de Junho, prometendo cinco dias de uma experiência ampla e imersiva no universo do design. Depois do sucesso das edições anteriores, o evento continua a crescer: este ano, a LDW conta com mais de 95 participantes (entre galerias, estúdios, marcas e lojas) e mais de 250 criativos (os denominados “Makers”), e cresce em escala e impacto, chegando a dois novos bairros — Ajuda/Belém/Restelo e Beato/Marvila — reforçando o compromisso com a diversidade criativa da cidade.

Nesta edição, a organização continua a colaboração com instituições culturais, como é o caso do MUDE Museu do Design, nomeadamente com a exposição de novos talentos, vencedores da Young Design Generation Open Call.
Este ano, a LDW aposta na inovação digital com o lançamento de um novo site bilingue que permitirá aos visitantes personalizar o seu itinerário e explorar a LDW de forma dinâmica e contínua — mesmo após os cinco dias do evento, prolongando a Lisbon Design Week durante o ano todo.

Em 2025, a identidade visual do evento ganha uma nova assinatura: o poster oficial é criado pelo designer Bernardo Berga.

O evento afirma-se cada vez mais como um polo aglutinador, aproximando designers, artistas e artesãos que dinamizam o mundo do design, criando pontes entre criadores, marcas e entusiastas, através de uma programação diversificada que inclui exposições, palestras, open studios, colaborações inéditas, performances de artesãos, lançamentos e muito mais. Com o design no centro da acção, a Lisbon Design Week é um retracto vivo do talento português e internacional radicado em Portugal, uma plataforma para a economia criativa, e uma montra do que de melhor se faz em design e artesanato contemporâneo.

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Fileira Casa com crescimento de 30% das exportações para os USA

Mercado americano é já o terceiro principal destino das exportações nacionais de mobiliário e afins. No primeiro trimestre, vendas para os Estados Unidos da América cresceram 30% em relação ao ano anterior. Números que justificam a presença na International Contemporary Furniture Fair (ICFF) em Nova Iorque

Reconhecida como a maior feira da América do Norte dedicada ao design contemporâneo de interiores, a International Contemporary Furniture Fair (ICFF) termina amanhã, 20 de Maio, contando com a participação de três empresas portuguesas: Sofalca, Boca do Lobo e Duistt. As marcas portuguesas juntaram-se às 450 marcas de 35 países que marcam presença no certame, que atraiu mais de 10 mil profissionais do sector.

O contributo português na ICFF reveste-se de particular importância num contexto em que os Estados Unidos da América se afirmam como o terceiro maior destino das exportações do cluster do mobiliário e afins, com um crescimento expressivo de 33,17% no primeiro trimestre de 2025 face ao período homólogo, totalizando 38,7 milhões de euros.

A presença nacional na ICFF 2025 é um reflexo da estratégia de internacionalização da fileira, que vê nesta feira uma plataforma essencial para o reforço de notoriedade, abertura de novos canais comerciais e consolidação de relações com arquitectos, designers, e retalhistas do continente americano.

Joaquim Carneiro, presidente da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), que coordena esta participação, reforça esta importância “num período particularmente desafiante ao nível do comércio internacional, em particular nas relações Europa-Estados Unidos da América. A indefinição relativa às tarifas e os impactos que daí resultarão a nível das exportações reforçam a preponderância do fomento de relações de grande proximidade com clientes e parceiros locais, permitindo responder de forma célere e ágil às vicissitudes políticas e económicas”, sublinha.

Como um sector altamente exportador, que destina cerca de 90% do volume de negócios ao exterior, o cluster do mobiliário e afins continua a reforçar a sua posição estratégica na economia nacional, não só pelo volume de vendas, mas também pela capacidade de inovação e resposta aos desafios do mercado global. Estas participações inserem-se no Projecto Conjunto de Internacionalização, dinamizado pela APIMA, apoiado pela AICEP e cofinanciado pela União Europeia, através do COMPETE 2030 e do PORTUGAL 2030.

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OLI lança nova gama de duches sem barreiras

O Olifilos é uma solução que torna a área de duche mais segura e acessível, em particular para crianças, idosos e pessoas com mobilidade reduzida

A OLI apresenta uma gama de sistemas de duche integrados no pavimento ou na parede que oferece minimalismo, liberdade e conforto à casa de banho.

Sem barreiras, o Olifilos é uma solução que torna a área de duche mais segura e acessível, em particular para crianças, idosos e pessoas com mobilidade reduzida, reflectindo o “compromisso” da marca com a inovação orientada para a criação de um espaço de banho mais “eficiente, seguro e confortável”.

A Olifilos destaca-se, ainda, pela “versatilidade, impermeabilidade a cem por cento, com uma drenagem rápida e eficiente, fácil manutenção, e adaptação a qualquer configuração do espaço de banho”, estando disponível em seis modelos – Standard, Ceramic, Standard Plus, Ceramic Plus, Advanced e X-Wall.

“Nos últimos dois anos, a OLI tem aumentado o seu portfolio com uma maior diversidade de produtos, que vão além do autoclismo. Em 2023 foi introduzida a louça sanitária e agora os sistemas de duche integrados no pavimento. Em breve anunciaremos uma nova gama de bases de duche, lavatórios e torneiras”, revela António Ricardo Oliveira, administrador da OLI.

A OLI tem uma produção anual de dois milhões de autoclismos e três milhões mecanismos. Em 2024, registou um volume de negócios de 75,2 milhões de euros e exportou 74% da produção para mais de 80 países dos cinco continentes. Hoje as suas soluções estão presentes em casas de banho de todo o Mundo, de hotéis a hospitais, passando por estádios de futebol e museus.

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Olhar para as “Oportunidades Portugal 2030 & Horizon Europe”

Evento organizado pela PTPC, em parceira com a OERS e a EY quer fomentar a participação de empresas portuguesas do sector AEC nos programas Portugal 2030 e Horizon Europe

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“Oportunidades Portugal 2030 & Horizon Europe” , está agendado para 4 de Junho e tem por objectivo impulsionar a participação das empresas portuguesas do sector da AEC nos programas Portugal 2030 e Horizon Europe, reforçando a ligação entre inovação, financiamento europeu e competitividade sectorial.

Organizado pela Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção, PTPC, entidade gestora do Cluster AEC (Arquitectura, Engenharia e Construção), em parceria com a Ordem dos Engenheiros Região Sul e a EY, o evento contará com uma mesa redonda de debate das oportunidades e desafios do Portugal 2030 e do Horizon Europe.

A participação no evento concede ainda acesso a um momento de networking estratégico exclusivo – Bridge Talks – que decorrerá no dia do evento e proporcionará encontros curtos, personalizados e orientados a temas estratégicos entre os participantes e as entidades de apoio à inovação, colaboração, financiamento e internacionalização, designadamente a ANI, DIGITALbuilt – Pólo de Inovação Digital | EDIH – European Digital Innovation Hub, Enterprise Europe Network, etc. O objectivo é esclarecer dúvidas, facilitar colaborações em projectos de I&D e explorar instrumentos de apoio à internacionalização e crescimento.

 

 

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APDL adjudica implementação do Porto Seco da Guarda por 3,7M€

Esta intervenção visa não só a modernização das operações, como também a criação das condições necessárias à obtenção de autorizações alfandegárias e tributárias. A obra inclui ainda a alteração da passagem de peões, garantindo a segregação e a segurança da circulação pedonal face ao tráfego ferroviário e logístico do terminal

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A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) adjudicou à Edivalor a empreitada de construção do Porto Seco da Guarda, no Terminal Ferroviário de Mercadorias da Guarda (TFMG), num investimento superior a 3,7 milhões de euros e com um prazo de execução de nove meses.

O projeto prevê um conjunto de intervenções estruturais que visam modernizar e preparar o terminal para as exigências de uma logística mais integrada, eficiente e sustentável.

Das intervenções contempladas nesta adjudicação constam a extensão das vias-férreas para acomodar comboios de mercadorias com 750 metros de comprimento, o reforço e ampliação do terrapleno, aumentando a capacidade de movimentação para mais de 45.000 contentores de 20 pés por ano, a vedação de perímetro e controlo de acessos, a construção de um edifício administrativo ou a alimentação elétrica para ligação de contentores frigoríficos.

Esta intervenção visa não só a modernização das operações, como também a criação das condições necessárias à obtenção de autorizações alfandegárias e tributárias. A obra inclui ainda a alteração da passagem de peões, garantindo a segregação e a segurança da circulação pedonal face ao tráfego ferroviário e logístico do terminal.

Os portos secos assumem um papel estratégico nas cadeias logísticas multimodais, funcionando como plataformas de concentração de mercadorias, armazenamento de contentores vazios e prestação de serviços logísticos de valor acrescentado. A sua integração eficiente com os portos marítimos, operadores ferroviários e rodoviários, bem como com os sistemas de informação e controlo, é fundamental para a competitividade do setor.

“A APDL reitera o compromisso em coordenar integralmente os portos secos com os portos marítimos e todas as partes interessadas envolvidas nas operações multimodais, promovendo uma colaboração sinérgica entre terminais marítimos, agentes marítimos e operadores de transporte terrestre”, pode ler-se no comunicado.

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40 startups na Construmat “impulsionam” mudança para uma nova forma de construir

As propostas vão desde a utilização de inteligência artificial à construção modular, passando por pavimentos que funcionam como painéis solares, plataformas digitais para planeamento e gestão de projectos de baixo impacto ambiental e drones para supervisão de obras. A Construmat acontece de 20 a 22 de Maio em Barcelona

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As startups com inovações tecnológicas e processos construtivos sustentáveis ​​têm um lugar de destaque na Construmat. A feira de Barcelona, que se irá realizar de 20 a 22 de Maio no recinto da Gran Vía, inclui uma área com 40 empresas emergentes seleccionadas que exemplificam como a revolução tecnológica entrou totalmente no sector. As propostas vão desde a utilização de inteligência artificial à construção modular, passando por pavimentos que funcionam como painéis solares, plataformas digitais para planeamento e gestão de projectos de baixo impacto ambiental e drones para supervisão de obras.

A área de startups da Construmat, organizada em colaboração com a Active Development, inclui um fórum de investimento que permitirá aos investidores, entidades, empresas e profissionais do sector da construção explorar as últimas tendências em digitalização e compreender melhor as soluções disruptivas apresentadas.

Neste sentido, estão previstas palestras, actividades de networking e sessões de pitching, onde empresas emergentes explicarão os seus projectos. A Construmat irá ainda reconhecer a melhor startup desta edição com um prémio especial.

As apresentações do fórum abordarão temas como a transformação digital, a economia circular, a conectividade e o papel da cibersegurança na digitalização da construção. Estes tópicos incluirão, também, questões relacionadas com financiamento e investimento, aumento de vendas com um propósito e novos métodos de construção.

“As startups estão a mudar a forma como a construção é concebida. Ao incorporar novas tecnologias e abordagens disruptivas, não só impulsionam a eficiência, como também enfrentam os desafios do sector de uma forma mais sustentável e rentável”, explica Joan Riera, consultora e presidente da Active Development.

Também Roger Bou, director da Construmat, considera que a inovação tecnológica é um “pilar fundamental” da feira, pelo que “a área dedicada às startups praticamente duplicou este ano”.

Assim, na área da sustentabilidade, um dos principais impulsionadores da inovação são as startups que desenvolvem sensores avançados e sistemas automatizados para optimizar a utilização de recursos e o consumo de energia, além da introdução de materiais sustentáveis ​​como o betão reciclado e a madeira lamelada cruzada

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Governo prepara empréstimo de 1000M€ para obras em escolas

Acordo entre Governo e o Banco Europeu de Investimento (BEI) para um empréstimo que ronda os mil milhões de euros foi assinado esta semana,

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O Governo assinou um contrato com o Banco Europeu de Investimento, para um empréstimo de mil milhões de euros para obras de requalificação em quase 500 escolas.

As escolas terão de se candidatar às verbas para requalificação e o objetivo é que cheguem a 499 estabelecimentos de ensino. De acordo com o Jornal de Notícias, cerca de uma centena de escolas – a maioria no Norte e Centro – já foram autorizadas a arrancar com as empreitadas. O jornal avança que a primeira tranche de 300 milhões de euros já terá sido libertada e o concurso está previsto até ao verão.

O financiamento terá de ser executado até 2030. Além do empréstimo agora assinado com o Banco Europeu de Investimento, as obras serão financiadas por cerca de 450 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e verbas comunitárias como as do Portugal 2030.

O contrato assinado esta semana somou 48 escolas ao acordo já assinado há dois anos entre o anterior governo socialista e a Associação Nacional de Municípios Portugueses. Na altura, no âmbito da descentralização, foram garantidas verbas num valor anunciado de cerca de 2 mil milhões de euros,

Com a lenta execução do PRR, que terá de estar concluído no final de 2026, a Associação Nacional de Municípios Portugueses já propôs ao Governo a dispensa de revisão obrigatória dos projetos e a isenção do visto prévio das obras pelo Tribunal de Contas.

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