Investimento em imobiliário comercial em 2024 com crescimento homólogo de 23%
Dados são revelados no estudo Marketbeat Portugal Outono 2024, publicado pela Cushman & Wakefield. De acordo com a consultora as estimativas actuais reflectem a expectativa de uma retoma mais expressiva do investimento em imobiliário comercial ao longo do último trimestre de 2024. O volume total a 31 de Dezembro poderá atingir mais de 2 mil milhões de euros, reflectindo um crescimento homólogo de 23%
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A Cushman & Wakefield (C&W) lança a 43º edição do seu Marketbeat Portugal, uma publicação semestral que resume a actividade do mercado imobiliário nacional em 2024, bem como destaca as suas principais tendências e perspectivas.
O estudo revela que a actividade de investimento em imobiliário comercial manteve-se reduzida durante o primeiro semestre de 2024, com um volume transaccionado de 690 milhões de euros, reflectindo uma ligeira quebra homóloga de 6%. No entanto, ao longo do terceiro trimestre do ano, verificou-se uma tendência de recuperação, com os volumes acumulados até Setembro a atingirem os 1.050 milhões de euros, o que representa um aumento de 3% face ao mesmo período de 2023.
“As estimativas actuais reflectem a expectativa de uma retoma mais expressiva do investimento em imobiliário comercial ao longo do último trimestre de 2024, com um volume na ordem dos 680 milhões de euros em diferentes transacções, actualmente em diversas fases de negociação, com conclusão prevista até ao final do ano. Desta forma, o volume total de 2024 poderá atingir mais de 2 mil milhões de euros, reflectindo um crescimento homólogo de 23%”, refere Eric van Leuven, diretor geral da Cushman & Wakefield em Portugal.
A alocação de capital por sector em 2024 consolidou a recuperação do sector de retalho e reforçou o crescente interesse em hotelaria, que respectivamente agregaram 46% e 23% do volume total investido. No retalho, nos primeiros nove meses de 2024 foram registadas 590 novas aberturas, reflectindo um aumento homólogo significativo de 29%. O domínio do comércio de rua acentuou-se, representando 71% do total de novas aberturas, seguido pelos centros comerciais com 12%. O sector da restauração manteve-se como o mais representativo, com 53% das novas unidades, seguido pelo sector “outros” com 19%.
Já na hotelaria, segmento impulsionado pela desempenho positivo da actividade turística em Portugal manteve um desempenho positivo durante o início de 2024, até Setembro de 2024 foram inauguradas perto de 50 novas unidades, totalizando 2.950 quartos. Embora a maioria do número de aberturas tenha sido de hotéis de 4 estrelas (36%), 41% das novas unidades de alojamento pertencem à categoria de 3 estrelas, reflectindo uma diversificação da oferta para responder a diferentes perfis de procura. Os concelhos de Lisboa e Porto continuam a concentrar a maior parte desta nova oferta, com mais de 20 novas unidades hoteleiras e um total de 1.380 quartos.
A análise da C&W dá conta ainda da recuperação significativa dos escritórios, tendo sido comercializados 168.500 m² entre Janeiro e Setembro de 2024. “Este valor representa um aumento homólogo de 134%, sendo o segundo mais elevado da última década. Esta evolução positiva deve-se, em grande parte, à concretização de alguns negócios de grande dimensão, com destaque para 5 transacções acima dos 5.000 m², que, no seu conjunto, representaram 44% da absorção total registada no período”.
No que diz respeito às tendências do mercado residencial estas “indicam uma pressão crescente sobre o segmento médio, agravada pela indefinição em relação à descida do IVA, que tem adiado a promoção de alguns projectos, bem como pelo desequilíbrio contínuo entre oferta e procura, que irá continuar a elevar os preços. Já no que respeita ao mercado de arrendamento residencial, prevê-se que este se mantenha bloqueado devido ao impacto fiscal excessivo e ao desadequado quadro legal, que irá continuar a inviabilizar a promoção de raiz de produtos específicos para o segmento médio, o que deve levar à contração e encarecimento deste mercado”.
A procura de residências de estudantes e de conceitos mais diferenciados de co-living por parte de ocupantes e investidores vai continuar a aumentar, com os promotores a procurarem soluções cada vez maiores e mais apelativas, e que sirvam como alternativas válidas ao segmento residencial mais tradicional.