KNX: Máximo controlo da informação para uma melhor gestão
Na era da Internet das Coisas, o acesso ao maior número de dados possível é fundamental para uma gestão mais eficaz. Em Portugal, são várias as empresas que se dedicam em força ao desenvolvimento de soluções que vão ao encontro destes desafios, num mercado com franco potencial
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A evolução tecnológica permitiu, entre outras coisas, tornar objectos e equipamentos em verdadeiras fontes de informação pelo que o grande desafio da Indústria passa por recorrer a esses dados para permitir que as soluções respondam, de forma mais eficaz, às respectivas necessidades. É deste modo que Fernando Ferreira, EcoBuildings Manager da Schneider Electric e presidente da associação KNX Portugal, define o futuro da Internet das Coisas, sublinhando que “a IoT é uma evolução natural em que temos a informação dos equipamentos que nos rodeiam, ou que utilizamos no nosso dia-a-dia na palma da nossa mão”. Já para Fernando Melo Rodrigues, co-fundador da Melo Rodrigues Engenharia, “esta nova realidade levanta duas questões: uma relativamente às infra-estruturas que irão transportar, armazenar e processar esta quantidade colossal de dados; A segunda diz respeito à privacidade do individuo, que está cada vez mais sobre observação e monitorização”. Segundo este responsável, “há 25 anos, quando o KNX foi desenvolvido, a segurança não era de todo uma questão que estivesse na ordem do dia.
Realidade
Já para o director técnico da BEG Portugal, “a Internet das Coisas não é mais futuro mas sim uma realidade”. “Assistimos cada vez mais à proliferação de disponibilização de serviços online e a sua interligação com o mundo que nos rodeia. Mas é preciso também ultrapassar alguns conceitos de marketing que pretendem interligar todas as ‘coisas’ aos smartphones”, acrescenta Miguel Soares, para quem “a transferência de comandos da parede para o smartphone não é suficiente”. “O telefone é parte do processo as não pode ser a peça central”, acrescenta, sublinhando que “os riscos associados a este fenómeno, mais do que o conhecimento dos nossos dados é a manipulação dessa informação em prol dos interesses dos grandes grupos económicos e políticos”. “No que respeita ao controlo de infra-estruturas técnicas, nomeadamente na iluminação, é possível através da manipulação da intensidade luminosa e da temperatura de cor, melhorar a produtividade das pessoas, e simultaneamente estabilizar o seu biorritmo melhorando o ciclo circadiano. Mas, como em tudo, uma má utilização destas funcionalidades pode provocar distúrbios nos utilizadores dos edifícios”, acrescenta.
Pela mesma lógica alinha Benilde Magalhães. A responsável de Marketing e Comunicação da TEV2 garante ao CONSTRUIR que “as soluções KNX permitem a integração dos sistemas de iluminação, climatização, controlo de acessos, CCTV, alarmes técnicos entre outros e deste modo contribuem para a optimização dos custos operacionais e para uma melhoria significativa no domínio da segurança dos edifícios”. Atendendo a isso, “o conceito da ‘Internet das Coisas’ aplica-se facilmente quando falamos de domótica pois existe interactividade entre o utilizador e a instalação eléctrica dada a existência de sensores e de cenários lógicos”. Para aquela responsável, “os objectos estão conectados em rede sendo possível obter informação em tempo real e de forma independente. Por exemplo, monitorar um ambiente e tomar acções antecipadas relacionados com a iluminação, o ar condicionado entre outros e ligar/desligar a iluminação ou aumentar/ diminuir a temperatura de acordo com as condições do tempo no momento real”.
Potencial do KNX
Olhando para o futuro e para o potencial do KNX no desenvolvimento do segmento da iluminação e do material eléctrico, o director técnico da BEG Portugal defende que “o KNX tem vindo a assumir-se como o sistema líder na automação de edifícios, pela sua flexibilidade, disponibilização de soluções para o controlo e gestão de todas as funcionalidades e infra-estruturas técnicas num edifício”. Miguel Soares salienta que “o sistema DALI está cada vez mais presente, este é um sistema dedicado à iluminação e local que precisa sempre de um sistema central para interligar o controlo da iluminação com as restantes infra-estruturas”. “O sistema KNX disponibiliza informação fundamental sobre consumos e horas de operação, elementos de extrema valia para a manutenção das infra-estruturas”, conclui. Já para o presidente da Associação KNX Portugal, “sendo a energia eléctrica a principal fonte energética da sociedade actual, as instalações eléctricas são a base de um todo, ou seja, a sua fiabilidade e disponibilidade são fundamentais no dia-a-dia”. “Os sistemas baseados em KNX ajudam a utilizar a energia de um modo mais eficiente e fiável. Por outro lado, a maioria da população exerce a sua actividade diária dentro de edifícios, utilizando iluminação artificial. Este, ao não ser natural, pode contribuir para o surgimento de diversas doenças”, acrescenta Fernando Ferreira.
“A função iluminação, representa 10% do consumo de energia na habitação e 21% nos edifícios de serviços”, revela Fernando Melo Rodrigues. “Por este motivo todas as formas de minimizar os consumos de energia eléctrica na iluminação contribuem para a eficiência energética”, acrescenta o co-fundador da Melo Rodrigues Engenharia, salientando que “o protocolo KNX contribui de forma significativa com automatização da função iluminação seja pelo simples controlo on/off baseado em detectores de presença, seja através da regulação constante do fluxo luminoso”.