APCMC antecipa um 2018 “positivo”
Ao CONSTRUIR, o secretário geral da associação assegura, no entanto que “a evolução não será igual em todos os segmentos e em todos os mercados” e mostra-se apreensivo com a evolução ao nível do alojamento local
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“Esperamos um 2018 positivo, quer para o sector imobiliário, quer para toda a fileira da construção, na qual nos incluímos. Todavia, a evolução não será igual em todos os segmentos e em todos os mercados”. É desta forma que o secretário geral da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção antecipa o que será o próximo ano. José de Matos salienta, no entanto, que “a evolução não será igual em todos os segmentos e em todos os mercados”. “Através do modelo econométrico de previsão que temos vindo a desenvolver, estamos já hoje em condições de dar uma expressão mais concreta e rigorosa a essas expectativas, embora não tenhamos ainda concluída a parte relativa aos materiais de construção propriamente ditos”, revela José de Matos, que estima um crescimento global do sector da construção em redor dos 4,6%, o que corresponde a crescimentos que são mais expressivos na área da reabilitação de edifícios (habitacional: 7,3%; não habitacional: 4,2%) que na da construção nova (habitacional: 3%; não habitacional: 2,5%) e mesmo mais que no sector da engenharia civil, cujo crescimento deverá rondar os 3,5%.
O secretário geral da APCMP mostra-se, ainda assim, cauteloso a propósito do que “aí vem”. “Não são boas as alterações que se perfilam. Desde logo vemos com apreensão as iniciativas que têm surgido no domínio da regulamentação do arrendamento local, que, como todos temos consciência, tem sido o motor da reabilitação nos centros históricos, mas também as orientações no domínio da política de habitação, em particular, no arrendamento urbano”. Segundo José de Matos, “embora os contornos estejam ainda mal definidos, parece-nos que estamos a ir na direcção errada e isso só pode prejudicar o mercado e tornar mais escassa e cara a oferta de habitação para arrendamento”.
A associação deposita, igualmente, expectativas sobre o Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas, “mas julgamos que da forma como estão desenhados estes apoios os processos tendem a ser algo demorados e vão estar sempre dependentes das restantes políticas, de arrendamento e fiscal”. “Admitimos que trazem vantagens inegáveis aos promotores e que sejam particularmente adequados para proprietários institucionais, mas temos dúvidas se permitirão efectivamente fazer arrancar projectos que de outra forma não se concretizariam”, diz.
Sobre o papel da associação neste contexto, “estamos já a fazer algum trabalho de capacitação com os nossos associados nestes domínios e, ao logo do ano de 2018 vamos desenvolver vários workshops em vários locais do país e disponibilizar ferramentas e formação adequadas”.