Centro Colombo com museu efémero para acolher obras de Paula Rego
João Jesus e Diogo Aguiar, autores do projecto, explicam ao CONSTRUIR quais os desafios de criar um espaço museológico num centro comercial
Ana Rita Sevilha
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Até ao próximo dia 27 de Setembro, algumas das obras de Paula Rego poderão ser vistas no Centro Comercial Colombo. A exposição “O Mundo Fantástico de Paula Rego”, que acontece no âmbito da iniciativa “A Arte chegou ao Colombo” contou com João Jesus e Diogo Aguiar na criação e desenho do museu efémero que recebe as obras. Esta é a primeira vez que as obras da artista estão expostas numa superfície comercial.
Como foi desenhar uma estrutura para acolher “O Mundo Fantástico de Paula Rego”?
João Jesus e Diogo Aguiar: O convite da State of the Art para desenharmos este museu efémero para albergar, ainda que temporariamente, obras originais de uma das maiores artistas portuguesas, revelou-se numa responsabilidade redobrada, uma vez que nos obrigou a mergulharmos mais profundamente no mundo de Paula Rego e a conhecermos ainda melhor o seu trabalho.
Desenharam e criaram um “museu efémero” num espaço comercial. Quais os grandes desafios com que se depararam?
Procuramos recriar o ambiente museológico dentro de um centro comercial. O espaço proposto trata-se um espaço cultural de excepção que simultaneamente se abstrai e, inevitavelmente, se relaciona com o seu contexto. A criação de um espaço “dentro de um espaço” é aqui levada ao limite sendo que a luz dos espaços propostos foi uma das principais preocupações.
Houve algum conceito orientador? Podem explicar como o desenvolveram?
O principal desafio foi o de percebermos a colecção e as relações entre as temáticas trabalhadas. As obras expostas contam diferentes histórias e, nesse sentido, separamos o espaço expositivo em três salas de dimensões e proporções distintas que encaminham o visitante até ao núcleo central, o ponto nevrálgico da estrutura onde se encontra a obra principal da exposição. Em cada uma das diferentes salas existe um banco corrido que convida à permanência e à contemplação pausada das obras de arte.
Na vossa opinião, qual a importância da estrutura/espaço nesta equação? Ou seja, de que forma pode e contribui para levar as pessoas a descobrir a exposição e que relação tem com as obras de Paula Rego?
A estrutura deve favorecer a leitura das obras de arte e poderá, eventualmente, entrar em diálogo com a exposição. Neste caso concreto, optamos por uma materialidade branca, construída de blocos de esferovite, que se anula perante a presença das obras de arte; ao mesmo tempo, o pavimento e os bancos contínuos, em alcatifa azul, reforçam a continuidade entre as salas, e atribuem um carácter diferenciador a este espaço cultural.
A artista já viu a estrutura? Comentou?
O projeto foi partilhado com a artista e com a equipa de Curadoria da exposição que nos deu os seus inputs, no sentido da estrutura se adequar cada vez melhor à exposição.
A luz é um elemento importante no desenho de um museu, nesta caso como foi trabalhada?
As questões relacionadas com a luz são fundamentais, sobretudo quando se fala de projectos expositivos. Por isso, neste caso, optamos por controlar a entrada directa de luz exterior, a partir das grandes vigas que atravessam os espaços, e propor, também, o complemento essencial da luz artificial e organizada, a partir focos dispostos dos eixos de simetria das diferentes salas.
O que é que vos atrai mais e menos em desenvolver projectos de arquitectura efémera?
A arquitectura efémera é um excelente tubo de ensaio que nos permite explorar conceitos, espacialidades e materialidades.