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    “Os arquitectos estão a dar entrada dos procedimentos com termos de responsabilidade e um seguro de responsabilidade civil que não está regulamentado”

    O presidente da Ordem dizia, há relativamente pouco tempo, que “o cenário da arquitectura em Portugal é bom, o da profissão é que não”. Que passos têm sido dados por […]

    Ricardo Batista
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    “Os arquitectos estão a dar entrada dos procedimentos com termos de responsabilidade e um seguro de responsabilidade civil que não está regulamentado”

    O presidente da Ordem dizia, há relativamente pouco tempo, que “o cenário da arquitectura em Portugal é bom, o da profissão é que não”. Que passos têm sido dados por […]

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    Ricardo Batista
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    O presidente da Ordem dizia, há relativamente pouco tempo, que “o cenário da arquitectura em Portugal é bom, o da profissão é que não”. Que passos têm sido dados por esta direcção para responder a este desafio?
    Concordo em pleno. Somos um país localizado na ponta de um Continente e temos dois galardoados com o Pritzker, além de haver mais dois ou três ateliês com capacidade para poder vir a ser galardoados com o mesmo prémio. Os profissionais, mesmo aqueles formados mais recentemente, são reconhecidos lá fora como óptimos profissionais. Aliás, muitos dos grandes ateliês internacionais têm, já hoje, portugueses à frente e a dirigir muitas dessas equipas. A qualidade não se coloca. É nossa missão também valorizar, não só as boas práticas e os bons exemplos, mas também a produção da arquitectura, porque até há bem pouco tempo nós tínhamos outros profissionais também a projectar arquitectura, o que para nós era um constrangimento muito grande e sabíamos que o nosso papel não estava a ser relevado. Esse foi um primeiro momento de viragem da valorização dos arquitectos e do seu papel fundamental naquilo que é o desenho e a construção da paisagem em Portugal. Há, no fundo, um trabalho de pressão política. Nós, quando tomámos posse, vivemos também logo de imediato uma revisão estatutária que produzia uma série de alterações na prática profissional com as quais não estávamos de acordo. Tal iria criar constrangimentos até naquilo que eram as nossas iniciativas, ou melhor, a instrução de procedimentos e quem os iria analisar nos municípios que foi blindada por parte do Presidente da República, mas eu acredito que muito se deveu à pressão que fomos fazendo. Isto foi um dos primeiros momentos na questão da revisão estatutária. É um processo que ainda está em aberto, e que estamos a acompanhar com muito cuidado. Depois, outra bandeira foi a questão do Simplex e as alterações que vieram introduzir mais responsabilidades nos profissionais. Ainda recentemente estive junto de todos os municípios da comunidade intermunicipal de Médio Tejo para iniciarmos um trabalho de reflexão sobre as alterações do Regime jurídico da urbanização e edificação e afinar até alguns procedimentos. Há municípios, neste momento, depois dessa iniciativa, que irão trabalhar com a Ordem, ou com formações à medida ou com sessões de esclarecimento…

    Que cenários encontrou, nessa lógica de relação com os municípios e daquilo que foi a percepção da forma de trabalhar dos municípios?
    Quando tomámos posse, as práticas eram as mesmas de quando eu estava na actividade profissional do privado, mas com a introdução do Simplex, houve aqui uma alteração muito significativa. Os próprios dados do INE revelam que, em muitos municípios, houve, em comparação com o mês homólogo do ano passado, um travamento, desde Fevereiro a Maio, na instrução de procedimentos, não só porque os técnicos estavam a tentar perceber, e com os promotores, qual o método de submissão, se o mesmo deveria ser um pedido de informação prévia, um licenciamento, ou qual o modo de actuar. Por parte dos municípios, também tiveram tempo para se adaptar e introduzir as portarias de acordo com as minutas que vinham em anexo, o modo dos portais que estavam montados de uma forma e que tiveram que ser todos reestruturados para agora dar resposta às novas portarias. Houve uma fase de percepção, de adaptação, não só pelos técnicos como por parte dos municípios e estão novamente a ganhar a velocidade do passado, mas acredito que com novas revisões haverá um novo momento em que nós, Ordem, nós secção regional ou o nosso gabinete jurídico de Lisboa e Vale do Tejo, voltaremos a necessitar de um trabalho de esclarecimento e de aprofundamento do que é que serão as novas revisões das portarias que eu estou muito crente que irão aparecer dentro das próximas semanas.

    O que é que espera, o que é que vocês ordem, esperam que aconteça com a ambicionada, desejada revisão do Simplex?
    Desejamos, sobretudo, que haja uma responsabilização dos técnicos de acordo com a sua condição. Hoje em dia, o arquitecto depara-se com qualquer coisa como 3000 regulamentos distintos. Demasiada informação. Vou-lhe dar um exemplo: em jeito de brincadeira, no encontro com os autarcas da comunidade intermunicipal do Médio Tejo, em que discutíamos e fazíamos esta reflexão sobre as alterações do RJUE, a dada altura, alguns dos autarcas diziam que os arquitectos usam, junto dos clientes, os municípios e o urbanismo como bode expiatório das dificuldades que há, das entropias que surgem nos municípios e muitas vezes, até por muito boa vontade para que os processos andem para a frente, os arquitectos usam-nos a nós também. É verdade que não podemos fazer da árvore a floresta, mas uma coisa é certa: eu, enquanto projectista, no meu gabinete, perante 11 municípios do médio Tejo, se quiser submeter um projecto de arquitectura, eu vou ter que o submeter de 11 maneiras diferentes.
    O Simplex veio aligeirar esta carga que os arquitectos tinham, e mesmo sem o portal para a submissão dos projectos, permite-nos de um modo mais ligeiro e leve os procedimentos, o que nos retira a possibilidade de erro. A grande maioria dos processos encravam logo na entrada do processo, em que há um técnico do outro lado que diz “olha, desculpa, falta aqui a assinatura, falta não sei o quê, falta-me o documento A, o documento B”, e depois o técnico responde que “a portaria não diz que há o documento A”. Muitas das vezes nas autarquias respondem que “se sempre pedimos o documento, não é agora que o vamos deixar de fazer”. Há uma série de constrangimentos só no primeiro degrau da submissão do processo. E este é o primeiro momento que eu acho que o Simplex procura resolver e permite hoje ao técnico ser mais assertivo junto do promotor na instrução dos procedimentos. Mas, por outro lado, vai criar uma carga de responsabilidade, porque com o controle sucessivo, eu posso submeter um projecto em que o município, pouco ou quase nada diz na fase inicial mas pode vir, durante 10 anos, a fazer um controle sucessivo, o que irá, no meu entender, criar uma maior litigância no futuro. Qual é a grande fragilidade aqui? Os arquitectos estão a dar entrada dos procedimentos com termos de responsabilidade e um seguro de responsabilidade civil que não está regulamentado, o que pode vir a criar um problema muito grande e grave junto dos técnicos no futuro.

    Que consequências é que poderão vir daí?
    Diria que será a criação de uma nuvem de medo na instrução dos procedimentos e acredito que poderá chegar o momento em que arquitectos não queiram estar aqui na profissão. A responsabilidade é tal, face aquilo que já falámos no passado, na balança da remuneração, entre outros aspectos, que o técnico prefere mudar de vida. Porque a responsabilidade é gigante. Nós, na nossa sessão de esclarecimentos, tivemos um jurista que a 550 arquitectos, que “se vocês tivessem verdadeira consciência do que é assinar um termo de responsabilidade da arquitectura, num projecto de arquitectura, nenhum de vocês assinava. Nenhum”. Porque repare: em primeira instância, podemos estar a falar de falsas declarações, porque no meu termo de responsabilidade eu escrevo “eu assumo que todos os procedimentos… que o projecto responde a todas as normas e… em vigor”. Mas tem certeza que responde às mais de duas mil regulamentações, que, por si, são dúbias, são desarticuladas, se sobrepõem, se contradizem? Há um caminho a fazer, mas há algum receio por parte de muitos dos nossos colegas que estão um pouco mais atentos ao que irá ocorrer.

    O Pedro é presidente de uma secção que, desde logo, é a mais representativa em termos de membros e que está mais próxima de uma realidade que, no fundo, acaba uma charneira ou espelho do país, Lisboa. Uma cidade, uma região, uma zona que está aqui muito pressionada em áreas que dizem respeito aos arquitectos, à própria organização dos arquitectos, à forma como se faz a arquitectura. Que desafio é que tem sido para ti também lidar com isto?
    Lisboa é hoje uma cidade com uma pressão na habitação gigantesca, no ordenamento do território, no ordenamento do espaço público, na própria vivência da cidade enquanto espaço físico, e para o projectista, para os arquitectos, também tem aqui muito… Nós também temos um papel social muito importante. Nós promovemos diversas sessões públicas em que não só os arquitectos, mas também a sociedade civil, veio à Ordem e discutir problemas da cidade. Iniciámos as sessões públicas com a Carta Municipal de Habitação, em que tivemos o prazer de ter a vereadora Filipa Roseta a apresentar a Carta Municipal.

    A Carta Municipal é um documento que foi, durante muito tempo, trabalhado e discutido pela população, deputados municipais e pelo próprio executivo municipal desde há muito, várias entidades também participaram. Já trouxemos também a discussão sobre a requalificação do Martim Moniz, o próprio concurso teve a nossa assessoria, e contámos com um auditório cheio com associações recreativas, associações de moradores, os projectistas, o promotor, o município, uma série de entidades, que também foi importante perceber este troço da cidade e discuti-lo. Trouxemos para a nossa casa a discussão do Vale de Santo António, também o maior espaço amplo com capacidade construtiva no centro da cidade. E agora recentemente, a reboque das questões da habitação e da escassez de habitação, trouxemos a discussão das residências universitárias. Tudo isto é ilustrativo de que nós, enquanto Secção de Lisboa e Vale do Tejo, procuramos ser o elo de ligação entre a sociedade civil, profissionais e academia.

    Para terminarmos passou um ano desde que tomaram posse. Olhando num horizonte, enfim, o mais tardar até ao final do mandato, quais são as vossas prioridades mais imediatas, aquelas que vocês entendem que perante o diagnóstico foram fazendo de um ano de prática, por onde é que passa a vossa particular atenção?
    Diria que a questão dos honorários e das carreiras. Foi a nossa bandeira no início do mandato e é com ela que queremos acabar o mandato com algo concreto, porque é uma bandeira que todos os que se candidataram à ordem levantaram e, nesse sentido, queremos ser diferentes. Queremos, efectivamente, concluir o processo. Com o documento publicado sobre as remunerações, podemos dizer que o barco já deixou o porto e queremos chegar a bom porto. E, por isso, as carreiras e os honorários são fundamentais. Vamos, com certeza, ter estas pedras no percurso, ou de revisões estatutárias, ou do Simplex, ou de eventuais directivas europeias que nos possam vir aqui a criar entropias, mas são acidentes de percurso e nós temos que os resolver. No que diz respeito a Lisboa e Vale do Tejo, há muito trabalho ainda a ser feito em particular junto dos municípios.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

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    “Para nós, é inconcebível um promotor achar que pode pagar 5% do valor de venda a uma imobiliária e menos de 1% do valor de construção ao projectista”

    Para o presidente da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitectos, há um longo caminho ainda a percorrer na valorização do acto de arquitectura e dá o exemplo da desproporção que existe nos valores praticados entre a mediação imobiliária e a concepção do projecto. Quando passa um ano desde o início do mandato, Pedro Novo faz um balanço do percurso percorrido e traça as prioridades do que falta cumprir de mandato

    Quando passa um ano desde a tomada de posse da nova direcção da Ordem dos Arquitectos, o presidente da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo fala ao CONSTRUIR do trabalho feito até agora e aponta os desafios que ainda há para responder. Pedro Novo aponta a questão dos honorários como prioridade, numa altura em que se agudiza o contexto de dumping em que a disciplina opera, em boa parte promovido pelas organizações públicas.

    Passa por estes dias um ano desde a tomada de posse do Conselho Directivo da Ordem e das respectivas secções regionais. No global, que balanço faz da vossa actuação? Está a ser mais exigente daquilo que supunham também, eventualmente, derivado das condições que encontraram ou do estado de arte que encontraram do ponto de vista da organização?
    Pedro Novo: Aquilo que posso dizer é que, naturalmente, quando assumimos esta nossa candidatura, havia uma percepção e uma expectativa do que podíamos fazer numa secção regional com a dimensão de Lisboa e Vale do Tejo, secção que representa metade dos arquitectos de Portugal. E sabíamos que o desafio teria de ser imenso, não só por muitas das conversas e de contactos que fui tendo também com ex-presidentes e ex-vogais que tinham estado aqui, ainda enquanto Sul, e não enquanto LVT. Note-se que quando na secção era ainda designada apenas por Sul ainda era uma empreitada maior, porque abarcava as ilhas, o Alentejo e Algarve. Posso dizer que, passado um ano, acho que me sinto mais capaz, à data de hoje, de fazer um trabalho mais político, um trabalho de proximidade junto dos membros, que não foi possível quando tomámos posse. E também tem a ver com processos de aprendizagem, de conhecimento da casa. Toda a equipa é uma equipa que não tinha qualquer tipo de funções na estrutura da Ordem no passado, e isso permitiu termos uma equipa jovem, sem qualquer vício e sem qualquer constrangimento de actuações do passado. Isso possibilitou olharmos para a casa quase de tábua rasa e dizer, de imediato, o que é que está bem, o que é que está mal. Essa percepção implicou, também, olharmos para a forma de actuar com o Conselho Directivo Nacional e percebermos onde é que podia haver sinergias e quais os limites de actuação entre um e outro. Isso também foi importante.

    Os primeiros 12 meses foram, por assim dizer, de grande aprendizagem sem que tenhamos deixado de fazer coisas. Foi um ano muito intenso, de muitas iniciativas. Por exemplo, tivemos uma iniciativa em que tivemos 550 membros com inscrição activa num só espaço para uma sessão organizada pela Ordem. Nem o último Congresso, que se realizou nos Açores, reuniu tanta gente.

    Onde é que acha que esteve o mote para se começar a ver efeitos dessa mudança e dessa aproximação?
    A nossa lista acaba por vencer em quase todo o território, excepto nos Açores, o que potenciou uma lógica de coesão e de relacionamento entre intersecções que permitiu alavancar este procedimento e esta estratégia que estava pensada desde a campanha, e que tinha a ver com questões de clarificação dos honorários e a resolução do mesmo, o modo como se iria resolver a questão das carreiras, matérias que fazem parte do quotidiano de qualquer gabinete, de assuntos discutidos entre colaboradores. Além disso, tínhamos também a questão dos honorários e o dumping que ocorre constantemente, até pelas entidades governativas. Aliás, são elas as primeiras a promover esse esmagamento. Diria que o Simplex foi, sem dúvida, o gatilho que colocou os arquitectos num momento de desconforto, de dúvida, de percepção do que é que estava a acontecer, e quais as suas necessidades e expectativa futura perante uma alteração significativa naquilo que eram os procedimentos administrativos. Isso permitiu aos membros olharem novamente para a Ordem, numa lógica de “vamos dar então uma nova oportunidade para perceber se eles conseguem dar respostas”.

    Eu acho que temos feito um trabalho muito interessante de apoio aos membros no que diz respeito ao acompanhamento das alterações legislativas, mesmo até junto das entidades governativas, pressão em determinadas acções que têm ocorrido e até a apresentação pública do nosso desconforto perante aquilo que tem ocorrido. Além disso, nós temos tido também comunicações públicas no que diz respeito à encomenda e àquilo que são iniciativas que nós discordamos relativamente a alguns concursos públicos e o modo como têm sido montados para a participação dos arquitectos. Nesse capítulo, nós temos tido uma relação mais próxima, mais efectiva com os membros e que eu acho que eles também reconhecem que a Ordem pode ter um papel de intervenção.

    As prioridades do mandato passavam pela discussão das questões dos honorários, da remuneração dos arquitectos assim como a legislação que regula a actividade e a promoção das boas práticas. Que caminho já foi percorrido neste domínio?
    No que diz respeito aos honorários, tem havido um trabalho muito intenso por parte do Observatório que tem permitido constituir dados estatísticos que hoje nos mostram que há uma série de actuações por parte das entidades governativas, regionais e até centrais, que são manifestamente lesivas. Muitas vezes, os concursos promovem a participação dos arquitectos com valores-base já por si, muitas vezes, esmagados, e são aceites propostas anormalmente baixas, sem qualquer critério de adjudicação.

    Para além disso, temos a questão dos concursos de concepção e construção, dos quais nós discordamos totalmente, porque lesam a qualidade da arquitectura. Veja-se a polémica recente com a Câmara do Porto e as paragens desenhadas pelo arquitecto Siza Vieira, desde logo porque é um bom exemplo. A Câmara não concorda com a qualidade da proposta arquitectónica, no entanto, ela surge por um concurso de concessão-construção, onde o próprio município não se precaveu relativamente ao controle da qualidade. Se tivesse feito um concurso de concepção, teria escolhido a melhor proposta e aquela que lhe mais agradava e que serviria melhor o munícipe. Mas não. Entregou-a de imediato por uma questão de esmagamento de prazos. Este tipo de procedimentos lesa as boas práticas da arquitectura e a qualidade da arquitectura que, por consequência, lesa também o meio ambiente e a paisagem. Há um caminho a percorrer que já se iniciou neste inventário e nesta percepção dos valores concretos daquilo que hoje é a remuneração dos honorários na contratação e, dentro em breve, irá surgir uma nova intervenção por parte da Ordem. Não querendo revelar muito, encadeada numa estratégia a longo prazo de reconstrução daquilo que é esta lógica pela qual o mercado se rege. E entendemos que, entre colegas, o esmagamento dos honorários ocorre, mas é perante a função pública que temos que agir primeiro, porque é aí que todo o dumping ocorre.

    Mas não deixa de ser, de algum modo, também difícil de perceber ou de aceitar, porque a questão da remuneração para já não é um problema novo, há muito que se vem debatendo esta questão, mas parece não haver aqui o salto prático para que esta solução se… não digo que se resolva, mas…Por exemplo, pegando nos resultados do Projecto Remuneração Justa, promovido pela Ordem, segundo o qual os serviços de arquitectura e de engenharia são lançados a concurso com um Preço Base que, em média, é de apenas 3,31% do valor estimado da obra, mas são adjudicados por uma média de 1,99% face ao valor previsto da empreitada. À margem da questão aritmética, o que dizem os valores apurados?
    Apesar de tudo, nós passamos por uma situação que é paralela a esta, que é este afrontamento que os profissionais têm no seu quotidiano de não conseguir valorizar a sua prática profissional e ter o seu cliente, seja ele uma entidade pública privada, não conseguir alavancar a qualidade do seu projecto e, com isso, por consequência, a sua remuneração. Repare, a profissão vive de constrangimentos graves e pelos quais nós temos feito um trabalho intenso nos últimos meses, que remetem para o Simplex, e pela alavancagem das responsabilidades nos procedimentos administrativos. E é neste processo desta balança que a maior fragilidade surge na profissão, porque se por um lado nós somos afrontados por responsabilidades maiores e, ainda por cima, os nossos termos de responsabilidade são assegurados por seguros que nem sequer estão regulados pela tutela, isso deixa-nos num posicionamento de tal fragilidade que, face, muitas vezes, à escassez de trabalho, o profissional, infelizmente, é obrigado a ter que baixar os seus honorários para poder sobreviver, que é mesmo assim. E depois, há uma outra questão que tem a ver, com o reconhecimento do estatuto das carreiras. Se não há uma carreira especial, até na função pública, como enfermeiros ou como técnicos informáticos têm, nem a função pública pode servir de bitola para podermos regular ou podermos estruturar aquilo que são as práticas do mercado privado. No que diz respeito àquilo que são os honorários em si, estamos perante o esmagamento do valor da arquitectura que tem que ser desmontado e é esse o caminho que tem que ser feito. Este documento que agora foi apresentado é o primeiro passo e nós tínhamos, em primeiro lugar, dar a conhecer aos arquitectos esta visão da realidade. Muitos deles desconhecem estes valores, vão, muitos deles concorrendo e tentando aferir da melhor forma o seu valor para a remuneração dos projectos aos quais se estão a candidatar a concurso de preço. No entanto, também sabemos que, depois, há procedimentos que tentam colmatar essas deficiências ou por questões de escala, em que concorrem a vários concursos, mas na verdade não estão a ajudar o grosso dos arquitectos com esse tipo de práticas.

    Percebemos claramente que sim, que as organizações, o promotor, o dono de obra, promove muito destas práticas, mas que responsabilidade cabe também aos arquitectos neste ciclo vicioso?
    Nós, enquanto Ordem, temos que passar uma mensagem muito clara: para nós é inconcebível que um promotor de obra consiga valorizar e achar que pode pagar 5% do valor de venda a uma imobiliária e tentar esmagar o projecto para pagar muito menos do que 1% do valor da construção aos projectistas, os projectistas que acompanham desde o primeiro dia ao último a construção daquele produto. Temos de dar este passo e desmontar esta ideia, não só para o Estado, como também para o privado, que os autores do projecto de arquitectura, e não só, também o das especialidades, são os primeiros a valorizar aquilo que é o produto final e não quem o vende. Para nós, profissionais de arquitectura, é uma afronta. Estive recentemente com um arquitecto que acompanhou um cliente durante sete anos, incluindo o período da pandemia, e que tem agora um produto finalizado de excelência, reconhecido. Mas no final das contas, a remuneração acabou por ser muito baixa. Ninguém me consegue convencer que esse trabalho de valorização do produto concluído, fechado e com muita qualidade para uma potencial venda só represente para o projectista um valor na ordem de 1 ou 2% do valor da construção. Há uma décalage enorme entre aquilo que é o início e o fim de todo o processo da construção. Nós temos aqui um papel muito importante, mas os arquitectos também têm que nos ajudar.

    De que forma?
    Participando nas nossas acções. Quando nós vamos para terreiro gritar, dizer que está a haver dumping atestado por números reais, tem que haver uma disponibilidade por parte dos membros para que a mensagem efectivamente entre na ordem do dia. Por muito que tenha sido feito, ainda há um certo afastamento perante a Ordem. Importa que os membros comecem a olhar para a Ordem como uma entidade que os pode não só promover como proteger. Há um trabalho escondido, pouco revelado, mas asseguro que são dezenas e dezenas as reuniões que nós temos, não só com secretarias de Estado, como também com ministros, para que as coisas possam acontecer de acordo com o que foram as nossas linhas programáticas no início do mandato.

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    Reveja os melhores momentos da cerimónia de entrega dos Prémio CONSTRUIR 2024 [c/galeria de imagens]

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    Casa cheia no Monsanto Secret Spot, em Lisboa, que acolheu a cerimónia de entrega dos troféus de Melhores do Ano nas áreas da Arquitectura, Engenharia, Construção e Imobiliário.

    Mais de 300 convidados assistiram à consagração das obras e empresas mais votadas pelos assinantes do Jornal CONSTRUIR de entre os mais de 120 nomeados.

    A Casais, com três distinções, foi uma das grandes vencedoras de uma noite que consagrou também a Quadrante (vencedora nas duas categorias em que estava nomeada) e do Art Legacy Hotel, reconhecido não só pelo projecto de arquitectura, da autoria da equipa de Luís Rebelo de Andrade, como pela promoção, da responsabilidade da My Story Hotels. A Torre Infinity foi também distinguida com dois troféus, tal como a Reabilitação do Viaduto Duarte Pacheco.

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    Danosa inaugura novas instalações e reforça “compromisso com sustentabilidade”

    As novas instalações marcam um importante marco na construção industrial em Portugal, sendo o primeiro edifício industrial do país certificado com o selo Passive House

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    A empresa Danosa anuncia a inauguração das suas novas instalações em Pombal. Com um investimento superior a 10 milhões de euros, a unidade industrial, totalmente reconstruída e modernizada irá impulsionar a produção de materiais de isolamento térmico, fortalecer a economia circular e contribuir para a descarbonização do sector da construção. Este projecto consolida a presença da Danosa em Portugal, reforçando o seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade.

    As novas instalações da Danosa em Pombal marcam também um importante marco na construção industrial em Portugal, sendo o primeiro edifício industrial do país certificado com o selo Passive House. Este conceito de construção de alto desempenho visa a criação de edifícios com eficiência energética, proporcionando conforto e bem-estar aos seus ocupantes, reduzindo as emissões de CO2 e a dependência de combustíveis fósseis.

    Com uma área total de 55 mil metros quadrados (m2), a nova unidade em Pombal está equipada para aumentar significativamente a produção de isolamento térmico XPS e EPS, essenciais para melhorar a eficiência energética em edifícios, ao integrar mais de três mil toneladas de resíduos de EPS na produção de XPS.

    “As novas instalações em Pombal reforçam a nossa capacidade de produção e inovação, e apoiam a nossa missão de criar soluções sustentáveis e integradas para o sector da construção, em paralelo abrem espaço a melhorar o nosso serviço logístico quer pela localização privilegiada quer pelas instalações em si, optimizadas para uma maior eficiência na distribuição dos nossos produtos”, afirma Pedro Ribeiro, country manager da Danosa Portugal.

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    Lordelo do Ouro com plano de investimento superior a 400 M€ a 10 anos

    A Operação de Reabilitação Urbana (ORU), integrada no Programa Estratégico de Reabilitação Urbana (PERU) inclui 42 acções que reflectem oito projectos estruturantes. A proposta aprovada por unanimidade, vai ser enviada para consulta pública

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    Transformar Lordelo do Ouro, no Porto, num “espaço urbano qualificado e coeso, bem integrado na cidade e com capacidade de atracção e de gerar valor” é o grande foco da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) cujo Programa Estratégico de Reabilitação Urbana (PERU) foi apresentado na reunião de Executivo esta segunda-feira. Para a concretização, a 10 anos, das 42 acções que reflectem os oito projectos estruturantes definidos deverão ser investidos mais de 414 milhões de euros, com origem pública e privada.

    Dos 414 milhões de euros de investimento calculado, 185 milhões serão de natureza pública, 176 milhões de natureza público-privada e 52 milhões de euros de natureza privada. Na reunião de segunda-feira, o Executivo aprovou, por unanimidade, o envio da proposta para consulta pública.

    Os grandes objectivos estratégicos passam por reforçar a coesão social e territorial, promovendo a empregabilidade e a reabilitação do edificado; promover a diversidade funcional através da atracção de novos equipamentos e actividades económicas; valorizar a qualidade ambiental e paisagística requalificando os espaços públicos e os núcleos urbanos antigos e envolver os actores locais, estimulando a participação cívica e o funcionamento em rede do tecido institucional.

    Em matéria de edificado, o destaque vai para a reabilitação dos conjuntos do Ouro, Arrábida, Bairro Sidónio Pais, Colónia Viterbo de Campos e Condominhas, ou para a promoção de habitação acessível no Aleixo e no Bairro e no Quartel Militar de Lordelo.

    A intervenção não esquece, também, a renovação do espaço público envolvente dos quatro bairros do Parque de Habitação Pública Municipal na zona, nomeadamente, o espaço da antiga fábrica da ADIRA deverá dar lugar a um parque de estacionamento e à instalação de novas actividades económicas.

    Por outro lado, está prevista, também, a instalação de actividades terciárias, “abertas a ambientes inovadores e empreendedores que potenciem a criação de emprego, formação, atração e retenção de talento”, também na Antiga Companhia do Gás e Central Térmica do Ouro, onde nascerá o Parque Ribeirinho do Vale do Aleixo, e a reconversão da Escola Básica de Lordelo em centro de saúde.

    A intervenção nas infraestruturas e mobilidade contempla, entre outras acções, a ligação ao Bairro da Pasteleira, a requalificação da Travessa da Mouteira, um viaduto pedonal entre o Jardim Botânico e o CDUP, ou, em dois projectos com investimento superior a 1,3 milhões de euros, a conclusão da Via Panorâmica e a ligação do Aleixo à Rua do Progresso.

    Já com vista à valorização ambiental, o município irá intervir no corredor ribeirinho do Vale da Granja.

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    Empresas

    SunEnergy instala mais de 900 painéis na empresa Jamarcol

    Este projecto concretiza-se numa altura em que a Sunenergy está a lançar uma nova linha de soluções de armazenamento de energia para a indústria e empresas em geral, recorrendo a baterias de lítio de grande capacidade

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    A SunEnergy finalizou mais um projecto de autoconsumo de grande dimensão, desta vez, na empresa Jamarcol, uma empresa de Águeda, com quase 50 anos de história.

    Através deste projecto, foram instalados 962 painéis solares fotovoltaicos de 550W cada para produção de energia eléctrica a partir do sol. Com uma potência total de 530 kW, o projecto vai permitir uma redução significativa da factura energética na ordem dos 50 mil euros anuais, bem como uma estimativa de redução anual de 400 toneladas de emissões de CO2. A Jamarcol dedica-se à produção de componentes metálicos conformados, soldados, pintados ou cromados para fornecimento a clientes de diversas áreas de mercado, em especial do sector das motos.

    “A SunEnergy é uma das empresas em Portugal com mais experiência neste tipo de projectos, pelo que esta parceria faz-nos todo o sentido. A sustentabilidade tem sido um tema premente na Jamarcol e estamos entusiasmados por ter dado este passo, que, além de nos permitir reduzir substancialmente a nossa pegada ecológica, vai também contribuir para reduzir a factura energética”, afirma João Dias, da Jamarcol.

    “Continuamos a realizar grandes projectos com grandes empresas, que procuram uma mudança ao nível das fontes de energia, tornando-as mais sustentáveis”, afirma Rui Oliveira, director comercial da SunEnergy. “Este projecto concretiza-se numa altura em que a Sunenergy está a lançar uma nova linha de soluções de armazenamento de energia para a indústria e empresas em geral, recorrendo a baterias de lítio de grande capacidade que permitirão às empresas em geral aumentarem a sua autonomia energética em relação à rede eléctrica”.

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    TdC dá luz verde à construção do Campo Municipal de Campanhã  

    Com um valor de adjudicação a rondar os 4,2 M€, a empreitada está a cargo do consórcio Construções Pardais – Irmãos Monteiros e Braveryglobe

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    Após vários meses em análise pelo Tribunal de Contas (TdC), a Câmara Municipal do Porto recebeu luz verde para iniciar a empreitada de construção do Campo Municipal de Campanhã, com um valor de adjudicação a rondar os 4,2 milhões de euros. As obras deverão arrancar já a 21 de Outubro.

    Com término previsto para Abril de 2026, a empreitada, adjudicada ao consórcio Construções Pardais – Irmãos Monteiros e Braveryglobe, trará um novo arruamento, que fará a ligação à Rua de Justino Teixeira.

    Com o lançamento da primeira pedra do futuro Campo Municipal de Campanhã, o Clube Desportivo de Portugal vê assim concretizada uma promessa antiga do executivo camarário, com a devolução de instalações desportivas após a demolição do antigo campo Ruy Navega para a construção do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC).

    São 17 mil metros quadrados (m2) de terreno, entre a Rua de Justino Teixeira e as piscinas municipais, que vão albergar um campo com as medidas necessárias para receber jogos oficiais, relva sintética e sistema de rega automática.

    O projecto, a cargo do atelier Mota&Pestana Arquitetos, contempla, ainda, a construção de edifícios de apoio, entre os quais instalações para um posto médico, sala de primeiros socorros, salas técnicas, balneários para atletas e árbitros, bem como salas de apoio à gestão do espaço e serviços de bilheteira, cafetaria, instalações sanitárias, uma bancada coberta para 488 espectadores, incluindo lugares destinados a pessoas com mobilidade reduzida.

    O equipamento estará dotado de mais de uma centena de painéis fotovoltaicos, mas as soluções ambientais não se esgotam aqui. Em consequência da deslocalização de uma linha de água existente, será criado um ‘rain garden’ (canal em terreno natural) numa das laterais do campo que fará a recolha das águas pluviais.

    Está prevista, ainda, a criação de áreas verdes e ajardinadas, com a plantação de cerca de 70 árvores.

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    Construção

    Savills e CBRE comercializam espaços de retalho do Anjos Urban Palace

    Savills e CBRE comercializam lojas e restaurante do renovado Anjos Urban Palace, propriedade da EastBanc, o projecto de reabilitação é assinado pelo  arquitecto Eduardo Souto de Moura

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    A Savills e a CBRE foram mandatadas pela EastBanc para o processo de comercialização dos espaços destinados a retalho do Anjos Urban Palace, uma jóia arquitectónica localizada no Príncipe Real, em Lisboa. Este icónico edifício que está a ser meticulosamente reabilitado para se transformar num destino de referência da capital portuguesa, é um ponto de encontro entre o passado e o futuro, em pleno coração da cidade.

    O Anjos Urban Palace, um palacete que data do século XIX, está a renascer com uma nova vida. Com um total de 3.250 m² distribuídos por seis amplos pisos que respiram luz natural. As lojas, com áreas de 215 e 366 m², encontram-se na Praça do Príncipe Real, uma artéria vibrante e repleta de vida e dinamismo, ponto de passagem obrigatório para lisboetas e turistas. Estes espaços privilegiados estão prontos para acolher marcas que desejam destacar-se numa das zonas mais exclusivas da cidade.

    O Anjos Urban Palace representa um compromisso com o futuro. Por isso, e dando continuidade a uma visão e estratégia de sustentabilidade sólidas, o edifício detido pela EastBanc, é um exemplo de ecoeficiência e responsabilidade ambiental, tendo obtido a certificação BREEAM “Excellent” em Design Stage.

    “A reabilitação do Anjos Urban Palace vai muito além da simples recuperação de um edifício. É uma homenagem à rica história do nosso bairro, mas também abraça o seu espírito moderno, pois foi concebido para fomentar a inovação e a comunidade, reunindo escritórios, restaurante e lojas que servem tanto os residentes locais como os visitantes. Acreditamos que este desenvolvimento se tornará um centro de criatividade e colaboração, melhorando o espírito diversificado do Príncipe Real nos próximos anos”, refere Filipa Valle Teixeira, head of leasing and marketing da EASTBANC.

    Segundo José Galvão, head of retail da Savills, “nos últimos anos, a equipa de retalho da Savills tem vindo a promover o Príncipe Real junto de marcas nacionais e internacionais com perfil para estarem presentes nesta zona da cidade. O Anjos Urban Palace é, neste momento, o projecto mais relevante do Príncipe Real, que vem acrescentar ainda mais valor à oferta de retalho e lazer, num bairro que é um exemplo de convivência entre residentes e turistas”.

    “O Anjos Urban Palace, é um projecto icónico, com valências únicas, permitindo acolher marcas relevantes e de renome nos segmentos de, entre outros, moda, acessórios, decoração ou restauração, reforçando assim o posicionamento do Príncipe Real como uma zona de destino dedicada ao lazer e compras”, acrescenta Carlos Récio, senior director A&T Retail da CBRE.

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    Grupo Preceram na 12ª Conferência Passivhaus Portugal 2024

    A 12ª edição da Conferência Passivhaus Portugal terá lugar nos dias 22 e 23 de outubro, no Centro de Congressos de Aveiro. O Grupo Preceram é parceiro estratégico da Associação Passivhaus Portugal e participa uma vez mais no único evento em Portugal exclusivo sobre Passive House.

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    Esta edição de 2024 conta com um novo formato, onde em ambos os dias do evento se poderá assistir a workshops das marcas e a sessões do Grande Auditório (horários diferenciados).

    Nos dois dias do evento haverá 5 salas com workshops a funcionar em simultâneo.  Nas sessões do Grande Auditório acontecerá o debate do universo Passive House, com a presença de vários stakeholders envolvidos em projeto e construção Passive House.

     

    O Grupo Preceram, promove um workshop na quarta-feira dia 23 de outubro às 11:30h na Zona B, sobre a Envolvente Opaca com a apresentação de soluções e casos práticos.

    Consulte o programa aqui.

    Presente no espaço de exposição, o Grupo Preceram terá em mostra os seus produtos e soluções, fornecendo aos participantes todas as informações e documentação técnica sobre as novas soluções adequadas a edifícios passivos, isto é, eficientes do ponto de vista energético, da saúde, do conforto, economicamente acessíveis e sustentáveis.

    Com uma organização conjunta da Associação Passivhaus Portugal e da Homegrid a 12ª Conferência Passivhaus Portugal tem como objetivo promover e desenvolver o conceito Passive House em Portugal, e contribuir para a independência energética e a sustentabilidade.

    Entrada livre para todos os participantes com lugares limitados e inscrição obrigatória.

    Local: Centro de Congressos de Aveiro – Cais da Fonte Nova 3810-164 Aveiro

    Ver mapa

    Data: 22 e 23 de Outubro 2024

    Horário: 09h00 – 18h00

    Mais informações e inscrições em: https://passivhaus.pt/evento/12a-conferencia-passivhaus-portugal-2024/

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    Imobiliário

    Preços de venda de habitações em resorts estabilizam em alta

    De acordo com o mais recente relatório “Portuguese Resorts Market Report”, produzido pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts, as expectativas dos operadores em relação ao volume de transacções de casas em resorts estão em máximos de 3 anos

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    Além da melhoria da conjuntura macroeconómica, as perspectivas mais optimistas são também influenciadas pela recuperação das vendas no mercado residencial, revela a mais recente edição do “Portuguese Resorts Market Report”, produzido pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resort. Em relação aos preços, os operadores não alteraram as suas expectativas, com a percepção geral de que os valores dos resorts se irão manter estáveis.

    Este optimismo agora revelado surge depois de um primeiro semestre de 2024 marcado por uma redução da actividade transaccional no mercado de resorts, com uma queda acentuada das vendas deste tipo de habitação face ao semestre anterior. Tal terá sido um efeito do final dos regimes de incentivo ao investimento estrangeiro, nomeadamente os Vistos Gold, uma vez que, a par da redução do número de transacções, se observou também uma redução do leque de nacionalidades activas na maioria dos destinos. De referir o exemplo dos resorts situado na Costa Atlântica, onde no 1ª semestre de 2024 o investimento estrangeiro foi dominado por brasileiros, em contraste com o 2ª semestre de 2023 onde contabilizaram compradores de 9 nacionalidades.

    Pelo contrário, o eixo Albufeira-Loulé, que é o destino de resorts mais consolidados, aumentou o número de nacionalidades compradoras, passando de 5 no 2º semestre de 2023 para 8 no 1º semestre de 2024. Os britânicos são os principais compradores estrangeiros de resorts nesta geografia, mas reduziram a sua quota de 62% para 47% entre os dois semestres em análise.

    No 1º semestre de 2004, os preços de venda da habitação em resorts apresentaram uma subida de 5,9% face ao 1º semestre de 2023. Após um ciclo de fortes subidas que levou os preços a atingirem um aumento homólogo recorde de 26,6% no 1º semestre de 2023, os níveis de valorização dos resorts seguem agora a tendência geral do mercado residencial, possivelmente em resultado dos patamares de preço já atingidos neste mercado em particular.

    De destacar também o reforço dos preços na gama alta, reflexo do maior influxo de fogos novos. No 1º semestre de 2024 o valor das casas nos resorts de luxo aproximou-se dos 11.000€ por metro quadrado, superando pela primeira vez os 10.000€ por metro quadrado em todas as quatro regiões monitorizadas e variando entre um mínimo de 10.450€/m2 no Sotavento do Algarve e um máximo de 12.250€/m2 na Costa Atlântica, o eixo litoral que se estende da região Oeste à Costa Alentejana.

    No 2º trimestre deste ano, Albufeira, Lagos e Loulé, três dos principais mercados residenciais do Algarve, estabilizaram os preços de venda da habitação, exibindo variações residuais face ao trimestre anterior. De acordo com o Índice de Preços Residenciais, Loulé, que é o mercado mais caro da região e um dos maiores em termos de procura (15% das vendas), apresentou uma variação trimestral de 0,2% nos preços de venda, ao passo que em Lagos (quota de 10%) a oscilação de preço ficou em 0,6%.

    No caso de Albufeira, que agrega 12% das vendas regionais, a variação foi igualmente residual, entrando até em terreno negativo, ao atingir -0,5%. O comportamento destes três concelhos, que entre si concentram mais de um terço do mercado de habitação do Algarve em volume de vendas, impactou o desempenho agregado dos preços na região, que no trimestre em causa registaram uma variação em cadeia de 0,4%.

     

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    Empresas

    Adene leva discussão “Pensar a Energia” ao Algarve

    A quarta conferência “Pensar a Energia” realiza-se esta sexta-feira, 18 de Outubro, na Universidade do Algarve. Quatro painéis que abordaram a crescente ameaça das alterações climáticas e a disponibilidade dos recursos naturais, com foco nas implicações para Portugal

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    A Adene realiza, esta sexta-feira, 18 de Outubro, na Universidade do Algarve, a quarta Conferência “Pensar a Energia”, com o objectivo de promover o debate em torno dos “Desafios e Soluções para um Futuro Sustentável”.
    A crescente ameaça das alterações climáticas e a disponibilidade dos recursos naturais estarão em destaque, com foco nas implicações para Portugal e na urgência de acções para mitigar estas mudanças.

    “A Política do Clima e os Riscos Climáticos” é o primeiro dos quatro painéis, que reúne especialistas da área para discutir os desafios e oportunidades decorrentes da nova ordem geopolítica, da transição energética e da segurança energética.

    Cada vez é mais importante discutir soluções e sensibilizar a participação de todos os agentes da sociedade, desde os governos e empresas até aos cidadãos, para a implementação de medidas eficazes, de forma a garantir a preservação dos recursos hídricos para as próximas gerações. Este é o repto para o debate do segundo painel: “Desafios e Soluções para a Seca no Algarve”.

    Analisar o impacto das dinâmicas económicas globais na energia, avaliar os seus efeitos no mercado de trabalho e abordar os desafios da justiça energética, de forma a garantir o acesso universal à energia de forma equitativa, serão os temas abordados no terceiro painel, “Desigualdade Económica e Social e os Desafios para a Justiça Energética”.

    O encontro encerra com o tema “Energia Inteligente para um Futuro Sustentável”, que aborda o papel da inovação tecnológica na construção de um novo sistema energético, com foco nas energias renováveis e na inteligência artificial.

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