“Fábrica” vai criar nova centralidade na Amadora
“Em parceria com o BNPP Real Estate, estamos a realizar um dos primeiros projectos de requalificação urbana fora de França, tornando possível dinamizar um bairro sem alterar negativamente a natureza dos solos”, referiu Mathieu Descout, presidente da Novaxia Investissement
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Manuela Sousa Guerreiro
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A francesa Novaxia Investissement concluiu a compra de cinco terrenos na Amadora, os quais perfazem uma área total de 72 mil m2, que têm um potencial construtivo de 107 mil m2 acima do solo.
“Entre os vários usos permitidos, destaca-se a capacidade para a construção de serviços, habitação e equipamentos diversos, incluindo nas áreas de saúde, educação ou cultura. Os primeiros estudos propõem também a criação de muitos espaços verdes, que irão transformar radicalmente um espaço anteriormente ocupado por actividades industriais”, refere a JLL que assessorou o Millennium BCP, que detinha os terrenos, no processo de venda ao fundo detido pela Novaxia Investissement. O processo de negociação, estudos iniciais e introdução do investidor ao Vendedor, foi efectuado pelo BNP Paribas Real Estate.
Um factor determinante para a conclusão do negócio foi a “localização estratégica” do activo, que o colocam junto das principais vias rodoviárias do concelho e da sua rede pública de transportes, estando bastante próximo da estação de metro Amadora Este e das estações de metro e comboio da Reboleira. A proximidade à CRIL permite também um rápido acesso às diferentes zonas das cidades da Amadora e de Lisboa. Localizado na fronteira com a freguesia de Benfica, considerado um dos bairros residenciais mais consolidados de Lisboa, o desenvolvimento deste projecto estruturante permitirá consolidar e harmonizar a ligação entre os dois concelhos.
“Este é um projecto de requalificação urbana emblemático, uma especialidade da Novaxia Investissement. Em parceria com o BNPP Real Estate, estamos a realizar um dos primeiros projectos de requalificação urbana fora de França, tornando possível dinamizar um bairro sem alterar negativamente a natureza dos solos”, referiu Mathieu Descout, presidente da Novaxia Investissement por ocasião da concretização de negócio.
A fase de estudos, que está em estado avançado, está a ser articulada com a Câmara Municipal da Amadora, tendo em conta o processo de revisão do actual Plano Director Municipal que está em curso.
“Identificámos o projecto da “Fábrica” com um enorme potencial de desenvolvimento e procurámos fazer esta parceria com a Novaxia para trazer para o concelho da Amadora uma nova centralidade ao serviço da cidade e das pessoas. Com efeito, antes da concretização desta aquisição pela Novaxia, foram realizados importantes estudos técnicos e urbanísticos em proximidade com a equipa técnica do município da Amadora e com o apoio do Mbcp e da JLL”, explicou Pedro Alves Torgo, head of BNPP RE Portugal e Property Development Director Iberia.
Sem o plano fechado ainda não é possível estabelecer qual o valor do investimento na reconversão imobiliária e no renascimento de uma nova área residencial e de comércio no concelho.
“O futuro projecto imobiliário a nascer nestes terrenos, pela sua escala, vai dar um contributo importante para a regeneração de que este território tem sido alvo nos últimos anos”, referiu Gonçalo Ponces, head of development da JLL. O especialista chamou ainda a atenção para o facto da transacção, que ficou concluída no final de Julho, confirmar a forte procura internacional por projectos de desenvolvimento imobiliário de grande escala. “A realidade é que já há alguns anos que existe forte interesse e procura por parte de capital estrangeiro por terrenos que permitam desenvolver projectos mais ajustados à capacidade das famílias (quando falamos de habitação nova) e das empresas de média/menor dimensão (quando falamos de escritórios de qualidade). Relativamente à habitação, os fundamentais para este mercado continuam sólidos, tendo em mente que existe ainda uma franja de mercado considerável (classe média) que não tem sido servida ao nível de construção nova.”, justificou Gonçalo Ponces que comparou a “Fábrica” a projectos como a Alta de Lisboa e Miraflores, os quais “têm tido um enorme sucesso, com uma taxa de absorção muito positiva. Relativamente aos escritórios, a premência da crescente exigência ESG e a cada vez maior exigência por parte dos recursos humanos qualificados, poderão no futuro levar a que as empresas de menor dimensão sigam o que já tem sido feito pelas maiores empresas ao procurarem espaços que ofereçam uma experiência de maior qualidade aos seus ocupantes. Projectos como este poderão responder a esta oportunidade no futuro”, sublinhou.