Reserva Idiluz: Novo projecto elimina lotes e reconfigura traçado
Depois de uma Avaliação de Impacte Ambiental não favorável, encerrada no ano passado, a Reserva Idiluz, dos promotores Stone Capital, entra novamente em apreciação já com as alterações ao projecto inicial. Menos área de implantação possibilitaram a reconfiguração do projecto e até a extensão da unidade hoteleira prevista. Em consulta pública até 24 de Agosto
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Localizado na Aldeia do Meco, em Sesimbra, a Stone Capital tem previsto desenvolver um empreendimento turístico. A Reserva Idiluz, considerada pelo promotor “um projecto inovador e ecológico”, encontra-se novamente em processo de consulta pública para Avaliação de Impacte Ambiental na CCDR – LVT (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo). O projecto inicial esteve em consulta pública no ano passado, não tendo obtido resposta favorável por parte daquela entidade para avançar por “desrespeitar inúmeras condicionantes do PDM de Sesimbra”. O novo período de consulta está disponível até 24 de Agosto.
Menos lotes e alteração de traçado
O projecto reformulado contém diversas alterações com vista a responder à necessidade de preservar os habitats prioritários ali existentes. Neste sentido, foram eliminados os edifícios administrativos próximos da entrada Sul para reduzir a área de implantação, minimizar o movimento de terras e redistribuir o programa hoteleiro, foram eliminadas as bolsas de estacionamento previstas, de forma “a salvaguardar a comunidade de thymus villosus presente no local”, e, em contrapartida, foi proposto a utilização de buggies dentro da propriedade e bolsas de estacionamento para carregamento de veículos elétricos “como alternativa de mobilidade menos impactante”.
A maior alteração proposta vai, ainda, incidir na área de implantação com a eliminação de 10 lotes e que irá, também, contribuir para “reduzir a intervenção, diminuir o impacte do projecto e salvaguardar habitats prioritários em bom estado de conservação”. Como consequência desta opção foi, também, necessário, reconfigurar os restantes lotes que irão manter-se, “de forma a compatibilizar a implantação dos mesmos com o objectivo da salvaguarda das manchas de habitats a conservar e valorizar”.
Com o mesmo objectivo, procedeu-se à alteração ao traçado na Rua F e que, desta forma, irá possibilitar a sua adaptação à nova configuração dos lotes e, por conseguinte, à reconfiguração do lote do futuro hotel, que “irá ganhar uma maior área e permitir uma implantação mais integrada no terreno”.
A alteração ao projecto da Reserva Idiluz prevê, ainda, a alteração do traçado do trilho da praia das Bicas, no troço compreendido entre a entrada pedonal e o trilho das lagoas e adaptação do desenho das lagoas e passadiços associados, com a eliminação da Lagoa, a nascente do Health Center, substituindo-a por uma piscina biológica. A nova proposta prevê, ainda, a alteração e eliminação de diversos traços e a alteração do caminho de apoio ao sector agrícola.
Com uma vertente de agricultura biológica, também esta teve alteração com a eliminação das estufas associadas à ruína e reorganização do programa de edifícios de apoio agrícola para menos 180 m2. Em vez dos quatro edifícios da versão anterior, o programa passa a organizar-se em dois – armazém e estabulo.
De acordo com o projecto agora em análise, a promotora espera que a Reserva Idiluz “contribua e potencie economicamente a paisagem natural e rural”. A arquitectura tem a assinatura da PMC arquitectos, a consultoria de engenharia da Nichos Urbanos e o paisagismo é da Topiaris.
Projecto inicial “com grandes impactes ambientais”
Além de se situar em plena Reserva Ecológica Nacional, Reserva Agrícola Nacional, Domínio Público Hídrico, o projecto encontra-se em solo classificado como agrícola, que integra, também, a Zona Especial de Conservação Arrábida / Espichel da Rede Natura 2000.
De uma forma geral, o Idiluz foi considerado de “grande escala” sobre a faixa costeira e a mata de Sesimbra, o que culminaria num projecto “com grandes impactes ambientais”, nomeadamente com a construção de habitação de grande volume e de estradas em solo classificado. O relatório da CCDR faz, ainda, referência à construção e habitação e de estradas em domínio hídrico, classificando-o como “completo desrespeito” por este ecossistema, assim como pela intenção de construir “em zonas de perigosidade de incêndio elevada e muito elevada”.
A área de implantação do projecto contava com 83,2 hectares, sendo que o projecto inicial do Idiluz previa ocupar uma área com cerca de 51,2 hectares, com 55 lotes destinados à edificação urbana para uma unidade de hotel – apartamento de quatro estrelas. Além desta, o projecto previa, ainda, um edifício administrativo, celeiro, health center /spa.