Antevisão 2018: Motor do crescimento estará na construção de edifícios
Para o presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços, as reduzidas taxas de juro vão beneficiar a dinâmica em torno do imobiliário “uma das principais alternativas de colocação de poupanças e de concretização de investimentos, nomeadamente de entidades estrangeiras”
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“Para 2018 as perspectivas de evolução da Construção permanecem favoráveis, se bem que com algum abrandamento face a 2017, em linha com a desaceleração esperada para a economia portuguesa, antecipando-se um crescimento da produção em redor dos 4,5% em volume.” A garantia é dada ao CONSTRUIR pelo presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) que acrescenta que o segmento dos edifícios manter-se-á como motor de crescimento do Sector, com uma estimativa de evolução da produção de 5,0%, “beneficiando das condições do mercado imobiliário, que se deverão manter, no essencial, favoráveis”. Ricardo Pedrosa Gomes lembra que as taxas de juro deverão manter-se em valores reduzidos, o que faz do mercado imobiliário “uma das principais alternativas de colocação de poupanças e de concretização de investimentos, nomeadamente de entidades estrangeiras”. Ao CONSTRUIR, o também presidente da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) acrescenta que relativamente ao segmento das obras de engenharia civil “é de crer que parte do assinalável crescimento do investimento público previsto no Orçamento de Estado para 2018 (de 1,7% para 2,3% do PIB, em 2017 e 2018, respectivamente) resulte de investimento público em construção”. Esse dado, associado ao forte crescimento registado no mercado das obras públicas ao longo de 2017 “permite antever uma evolução positiva para a produção deste segmento em 2018, que se estima que deverá rondar os +4,0%”. Para aquele responsável, “no contexto actual, os trabalhos de reabilitação têm assumido um papel muito importante na recuperação da actividade do Sector, atraindo novas empresas e criando novos postos de trabalho. Relativamente ao futuro próximo, é de prever que este dinamismo se mantenha, já que a procura dirigida a espaços já existentes deverá continuar em níveis elevados”.
Crescer, recuperar e cooperar
Questionado sobre que papel cabe às empresas para responder ao que serão os desafios do próximo ano, Ricardo Gomes acredita que necessitam de “recuperar de forma sustentada”, “crescer com qualidade” e “cooperar com estratégia” isto para aproveitar o clima de evolução positiva expectável para o sector. “Recuperar de forma sustentada”, diz, “dos efeitos da crise profunda e prolongada do Setor na situação financeira das empresas, o que significa capitalizar e reduzir o endividamento, consolidar os passivos e fortalecer a tesouraria e o acesso ao crédito, para modernizar e relançar a actividade”. Já “Crescer com qualidade”, implica, no seu entender, melhorar a produtividade e privilegiar a inovação e, por outro lado, incrementar a rentabilidade e os resultados, na sequência de uma melhor eficiência produtiva. Segundo o presidente da AECOPS, “Cooperar com estratégia” para evitar as distorções do mercado, para corrigir as práticas de concorrência desleal, nomeadamente, os preços anormalmente baixos que ameaçam o processo de recuperação sustentada da situação financeira das empresas.
Reforço do associativismo
O presidente da FEPICOP defende igualmente, como fundamental em todo este contexto, o papel de um associativismo forte. Assim, na medida em que o reforço do associativismo é essencial para consolidar a recuperação de um Sector e das suas empresas, “o objectivo de qualquer associação é, aproveitando a conjuntura actual que se apresenta favorável a tal reforço, alargar a sua representatividade e influência. Para tanto, o associativismo tem de ser mais pró-activo e dinâmico, precisa combinar estratégia, convergência, unidade e eficiência. “No plano estratégico importa, por um lado, reforçar a cooperação institucional entre os decisores políticos, as empresas e as Associações, para consolidar os planos de internacionalização do Sector, a dinâmica de reabilitação ou, por exemplo, a convergência do País em torno de um ‘Pacto de Regime’ em matéria de infra-estruturas prioritárias, que consagre um Plano de Investimento Público no horizonte 2020 – 2030”, defende Ricardo Pedrosa Gomes. Para aquele responsável, “há que estimular a cooperação empresarial para melhorar o desempenho microeconómico e as condições de funcionamento do mercado e criar condições para que as empresas de construção possam aproveitar o novo ciclo de crescimento para relançar o potencial da engenharia portuguesa”.