Fotos: Cedidas pela OASRS
A aposta do município de Lisboa na melhoria dos equipamentos escolares insere-se no Programa Municipal Escola de Futuro, um programa que tem como objectivo o aumento e a requalificação da rede escolar do 1º ciclo e educação pré-escolar, e inclusão das escolas básicas 2/3 e secundárias, transferidas para a Câmara Municipal no âmbito da descentralização de competências da educação do Estado para os municípios.
Neste sentido, encontra-se a decorrer o concurso público de concepção para a elaboração do projecto de requalificação e ampliação da Escola Secundária do Restelo, em Lisboa. Promovido pela SRU (Sociedade de Reabilitação Urbana) Lisboa Ocidental, e com a assessoria técnica da OA-SRLVT, o futuro projecto tem como guidelines a nova Bauhaus europeia. As propostas podem ser enviadas até 11 de Janeiro de 2025.
O objectivo deste concurso tem como ponto de partida a possibilidade de requalificação, com a inerente adaptação do espaço construído existente, e ampliação, ou a sua total construção de raiz, com a intenção de “corrigir” as necessidades detectadas, quer do ponto de vista de articulação funcional, quer do ponto de vista das condições físicas e ambientais do imóvel, dos seus espaços internos e externos, de modo a aproximá-los tanto quanto possível, dos padrões actualmente exigíveis para um ensino de qualidade.
Essa possibilidade deverá ser equacionada, numa perspectiva de eficaz resposta ao programa preliminar, de economia de custos, de critérios de sustentabilidade e de melhor adequação aos objectivos pretendidos, com o intuito de criar as condições de conforto e funcionalidade necessárias as actividades lectivas e em sintonia com o Projecto Educativo da Escola Secundária do Restelo.
“A proposta deve apresentar soluções construtivas e técnicas eficientes, utilizando preferencialmente estratégias passivas de conforto ambiental, nomeadamente através da optimização da utilização da luz e ventilação naturais, permitindo reduzir gastos energéticos e garantir uma elevada certificação energética do edifício”
Clareza, consistência e materiais reciclados
A proposta deve articular as características do lugar com uma visão contemporânea. Valoriza-se a clareza e consistência da proposta, que deve conjugar a sustentabilidade da solução ao nível da adequação ao programa funcional, da adequação às áreas definidas em quadro de áreas, da utilização de materiais reciclados provenientes ou não da demolição, da eficiência energética da solução proposta, da superfície impermeabilizada e da adequação aos custos da intervenção, contribuindo para a valorização arquitectónica e urbanísticas do conjunto.
As soluções técnicas devem ser adequadas ao uso do edifício, garantindo a qualidade, durabilidade e fácil manutenção dos sistemas construtivos e materiais utilizados, enquadradas na estimativa orçamental da obra.
São incentivadas soluções que preconizem o baixo custo construtivo total no ciclo de vida do imóvel, incluindo os custos de manutenção e conservação e a utilização de sistemas construtivos eficientes em termos de tempo, custo e ambiente.
Deve ser tido em consideração a utilização de materiais reciclados e o impacto dos resíduos de construção e demolição, devendo existir uma relação vantajosa entre o custo da intervenção e as soluções de sustentabilidade energética.
A proposta deve apresentar soluções construtivas e técnicas eficientes, utilizando preferencialmente estratégias passivas de conforto ambiental, nomeadamente através da optimização da utilização da luz e ventilação naturais, permitindo reduzir gastos energéticos e garantir uma elevada certificação energética do edifício.
Devem ser privilegiados sistemas construtivos compostos por materiais de reduzida pegada ambiental e um ciclo de vida que garanta a sua durabilidade e baixa manutenção. A escolha dos materiais deve conjugar estética, durabilidade, fácil manutenção e fácil substituição e ser compatível com a racionalização de custos intrínseca ao projeto. As soluções preconizadas devem garantir os meios que permitam a obtenção de um certificado de avaliação em sustentabilidade ambiental, a emitir por um sistema de certificação.
“A escola encontra-se integrada no perímetro do Parque de Monsanto, pelo que a intervenção no espaço exterior do recinto escolar deverá assegurar e reforçar a continuidade deste corredor verde e a articulação dos sistemas naturais presentes na zona”
Espaços exteriores como “potenciador” do ensino
A concepção dos espaços exteriores privados e de recreio deve garantir a diferença e diversidade de cada aluno criando zonas de uso colectivo, zonas calmas e tranquilas para pequenos grupos, zonas de recantos e refúgio e áreas de aprendizagem ao ar livre, potenciando o devido desenvolvimento das capacidades motoras e sensoriais, em articulação com o ambiente envolvente.
Este espaço deverá ser potenciador” para a expansão da área da educação encarado como “, formação e desenvolvimento pessoal dos alunos, além da sala de aula tradicional. Deverá ser pensado, também, o equilíbrio entre zonas verdes permeáveis e zonas pavimentadas, e apresentar soluções de ensombramento que permitam um equilíbrio entre estruturas construídas e soluções mais naturalizadas.
Deve assegurar e promover a acessibilidade e permanência no espaço envolvente, para todos os que utilizam o equipamento escolar. A escola encontra-se integrada no perímetro do Parque de Monsanto, pelo que a intervenção no espaço exterior do recinto escolar deverá assegurar e reforçar a continuidade deste corredor verde e a articulação dos sistemas naturais presentes na zona.
Os revestimentos arbustivos e as árvores a plantar devem ter em consideração os diferentes espaços a criar e serem espécies autóctones, tendo em consideração o racional aproveitamento da água. Além disso, deverá ser preservado e mantido o arvoredo existente.