Mercado hoteleiro angolano mantém-se resiliente apesar da crise
Parceria da Accor com a AAA começou já a “alterar o mercado hoteleiro angolano e prevendo abrir mais de 5 mil novos quartos em Luanda, mas também nas capitais de província”.
Pedro Cristino
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O mercado hoteleiro de Angola é um dos mercados mais competitivos da África Subsaariana, de acordo com um estudo recente por parte da Colliers.
Segundo a consultora imobiliária as dificuldades que a economia angolana tem sentido, “bem patentes nos problemas de liquidez”, levaram a uma redução a nível das taxas de ocupação e dos preços em todo o país. Todavia, esta situação parece não ter afectado o sector hoteleiro do país.
De acordo com o relatório da consultora, de 2010 a 2013, as chegadas turísticas a Angola cresceram “de forma consistente”, embora a crise tenha revertido essa tendência – para o decréscimo – entre 2013 e 2014.
Em termos de investimento, Angola concentra 4% do investimento total em África. O investimento em imobiliário encontra-se próximo dos 5% do investimento total em África, “porém, com um forte predomínio da África do Sul, que concentra quase 90% do investimento imobiliário em África”. Neste indicador, o investimento hoteleiro é considerado “pequeno” pela consultora, representando perto de 12 % do investimento total.
De acordo com a Colliers, uma fonte de dinamismo hoteleiro reside na expansão das principais cadeias hoteleiras internacionais para o continente africano e a Accor e a Carlson Rezidor são as marcas que mais têm apostado em África, prevendo abrir 50 e 32 novas unidades, respectivamente e Angola está na sua mira, prevendo a Rezidor abrir mais uma unidade em Luanda.
Todavia, a consultora destaca a parceria da Accor com a AAA, uma vez que começou já a “alterar o mercado hoteleiro angolano e prevendo abrir mais de 5 mil novos quartos em Luanda, mas também nas capitais de província”.
Para Nuno Serrenho, general manager da Colliers em Angola, “em nenhum dos mercados com crescimento rápido, como Nairobi ou Addis Ababa, a combinação dos preços com a ocupação consegue competir com Luanda”. “Os preços da hotelaria são os mais elevados e a taxa de ocupação, ainda que decrescente, permanece próxima da média regional”, reforça Serrenho.
Neste sentido, a consultora considera “admirável” a formo como, no contexto “da forte crise que atravessa Angola”, este mercado, em que o turismo representa mais de 80% do total, “tem vindo a resistir. Nuno Serrenho atribui esta resiliência à “qualidade do serviço e o crescimento da procura de “food&beverage””.
“O crescimento previsto para o número de quartos de hotel em Luanda e a elevada proporção de quartos em hotéis de cinco estrelas (entre as mais altas da região) ilustram a força do mercado hoteleiro de Luanda”, complementa o comunicado da Colliers.
Neste cenário, o MD da Colliers International em Portugal e Angola explica que “atendendo aos dados do mercado local, não se pode considerar surpreendente que os principais players internacionais comecem a descobrir África e, particularmente, Angola”. “A parceria da Accor com a AA tem gerado bastante interesse, inclusive internacional, prevendo-se que novas portas possam ser abertas em breve”, conclui Joaquim Chambel.
A Colliers destaca que, embora não se perspective “um grande desempenho da economia angolana em 2017, o comportamento resiliente da holelaria de Luanda tem desafiado previsões” e acrescenta qu convém ter presente “que o crescimento da oferta não é ainda não é suficiente” para mitigar o previsível crescimento dos preços da hotelaria da capital angolana “uma vez ultrapassado o ponto de inflexão”.
Assim, a consultora sublinha que o retorno da actividade hoteleira voltará a “não ter paralelo” e que o investimento irá aproximar-se dos “níveis inalcançáveis de outrora”.