Gabinete da Cidade vai alargar reabilitação a várias zonas do Funchal
De acordo com a autarquia, esta perspectiva mais global da reabilitação urbana, conforme já foi explicado, segue outros exemplos no País, como o da reabilitação da zona do Chiado, em Lisboa
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Ana Rita Sevilha
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Recentemente formalizado, o Gabinete da Cidade está ainda em fase de instalação mas “está já a ser feito o levantamento topográfico” a partir do qual será definido “um plano de ordenamento e defesa com o objectivo de minimizar algumas situações em termos de ordenamento de território”, adiantou Paulo David citado pela SRS da Ordem dos Arquitectos.
O arquitecto madeirense é um dos coordenadores do Gabinete da Cidade, lançado pela Câmara Municipal do Funchal, na sequência dos incêndios que devastaram a ilha no passado mês de Agosto e vai estar acompanhado de João favila e Gonçalo Byrne no Conselho Científico. O Gabinete conta ainda com a colaboração do arquitecto paisagista João Gomes da Silva.
No âmbito da aprovação em reunião de câmara do Gabinete, Paulo Cafôfo, presidente da Câmara Municipal do Funchal ressalvou que “este é um momento obrigatório para repensar a cidade, a partir das zonas atingidas, como São Pedro, mas alargando a reabilitação aos outros núcleos históricos e a zonas um pouco por toda a cidade, como o Paiol, São João ou a Pena”, explicou.
De acordo com a autarquia, esta perspectiva mais global da reabilitação urbana, conforme já foi explicado, segue outros exemplos no País, como o da reabilitação da zona do Chiado, em Lisboa, depois do incêndio na década de 80. “Estamos a falar na reabilitação de edifícios, mas também de novas acessibilidades e, até, da criação de novos espaços públicos”, como praças e outras áreas de socialização, que permitam melhorar a qualidade de vida do Funchal. O objectivo é ter o diagnóstico e o plano de acção concluídos até ao fim deste ano.
Paulo David aliás, não esconde que encontra no caso da reabilitação do Chiado uma inspiração e uma referência. “Foi uma intervenção de sucesso e grande eficácia que nem sempre foi aceite naquele tempos, os anos 80. Mas grande parte do sucesso deve-se à disciplina na intervenção que o arquitecto Siza desenvolveu e também ao que papel didáctico do seu trabalho. É um modelo muito interessante”.
De salientar ainda que, é intenção da autarquia incorporar o trabalho do Gabinete da Cidade nos instrumentos de gestão urbanística, nomeadamente o Plano Director Municipal e o Programa Municipal de Reabilitação Urbana.
Para este exercício de “pensar na cidade com a tragédia em pano de fundo” Paulo David pretende “trazer todas as disciplinas úteis para esta análise” bem como convocar universidades portuguesas e estrangeiras para este processo, designadamente a Universidade de São Paulo e do Instituto Politécnico de Milão, adianta a SRS da Ordem dos Arquitectos.
Paulo David sublinha ainda que “é importante realçar o facto de os arquitectos estarem a ser chamados a participar no processo de reflectir sobre os acontecimentos catastróficos que assolaram a Madeira.