Pavimentos Tácteis
Fernando Lima Pacheco, Arqt Consultor e Auditor de Acessibilidade – geral@arquitecturaacessivel.com
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Fernando Lima Pacheco, Arqt Consultor e Auditor de Acessibilidade – geral@arquitecturaacessivel.com
Quando se decide usar pavimentos tácteis no meio construído, o tipo de sinalética a utilizar para identificar percursos pedonais, escadas, zonas de embarques em comboios, entre outros locais de interesse, deve ser tido em consideração as texturas, para não transmitir significados ou leituras contraditórias consoante os locais do país. O objectivo dos pavimentos tácteis, é proporcionar uma forma eficaz de orientação às pessoas com limitações visuais ou cegas. Não é difícil encontrar no meio urbano e no edificado exemplos da sua aplicação:
Linhas guias de Segurança – (LGS) em cais de embarque em estações de comboios:
Metro do Porto-LGS: cor amarela, a sua maioria possui uma faixa de traço contínuo com pequenas linhas paralelas ao cais e outras com tipologia sem relevo, apenas pintadas no pavimento; Metro de Lisboa-LGS: cor amarela em relevo com textura pitonada, de maior largura comparativamente ao exemplo anterior; Metro da margem Sul-LGS: cor amarela em relevo, estriado com linhas tracejadas paralelas ao bordo; Via pública, abordagem às passadeiras de peões: Porto: faixas com linhas estriadas, embutidas no pavimento e com desenvolvimento paralelo à zebra, não produzindo contraste táctil; Penafiel: Algumas passadeiras de peões têm ladrilhos tácteis com relevo pitonado de cor de tijolo; Viseu: No centro da cidade foram aplicados ladrilhos tácteis pitonados de cor branca, que escorregam na presença de águas pluviais.
Não são consensuais as tipologias aplicadas nas linhas de segurança para indicar zonas de perigo. Associado à diversidade de tipologias tácteis, surgem as ofertas comerciais onde se tenta “impingir” aos técnicos e decisores públicos, sistemas importados, apresentando outros códigos, contraditórias ao Sistema de pavimentos tácteis desenvolvido em Portugal. De 2000 a 2006, coordenado pelo SNRIPD – Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência (Arqt. Fernando Lima Pacheco), foi constituído um grupo técnico que envolveu o Metropolitano de Lisboa (Arqt.ª Ana Nascimento) a REFER (Arqt. Nuno Fragoso) e a ACAPO (Dr. Peter Colwell), todos co-autores da concepção do Sistema de Orientação para Pessoas com Limitações Visuais. Este Sistema consistiu na concepção de sinais em relevo destinados à leitura táctil, para implementar nos pavimentos que integram linhas guias. O Sistema é constituído por 3 sinais+1, o conceito é equiparado ao valor dos sinais luminosos dos semáforos.
A Linha de Segurança, com textura pitonada- associada ao sinal vermelho; A linha de Cautela com textura de linhas paralelas- associada ao sinal amarelo; A linha guia de encaminhamento, com textura similar à linha de cautela- associada ao sinal verde; O cruzamento de duas linhas, é feito com um módulo sem textura.
Em Dezembro de 2008, vi o inicio da aplicação deste Sistema de linhas tácteis –(LGT) na via publica, no Rossio da cidade de Viseu. Em Março de 2010, voltei a esta cidade o LGT, tinha crescido e estabelecido uma rede de percursos. Viseu é a primeira cidade Portuguesa, com o Sistema de orientação implementado. No entanto, o Sistema necessita de ser vivido e experimentado, e prever correcções no futuro, sendo este o caminho para o amadurecimento das soluções aplicadas na via pública. Faz sentido, que o mesmo Sistema de Orientação seja adoptado pelos projectistas, como forma de garantir que os sinais tácteis previstos se difundam de forma sustentável, transmitindo as mesmas mensagens a todos os cidadãos.