FLEXIBILIDADE E COMPETITIVIDADE
Margarida Ordaz Caldeira – Directora do gabinete de arquitectura – Broadway Malyan Portugal m.caldeira@broadwaymalyan.com
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Margarida Ordaz Caldeira – Directora do gabinete de arquitectura – Broadway Malyan Portugal m.caldeira@broadwaymalyan.com
Resolvi hoje escrever sobre reconstrução/regeneração urbana e a sua importância, não só para o espaço de intervenção – o bairro ou a zona em questão – mas, sem dúvida, o facto ainda mais positivo que têm, de poderem influenciar a escala da própria cidade.
Um dos bairros de Lisboa que, face ao processo de reconstrução/regeneração do tecido urbano, económico e social da cidade das últimas décadas, tem beneficiado de uma melhoria significativa, é o bairro do Chiado. Hoje em dia é um bairro conhecido e falado em todas as revistas turísticas e de viagens e é local obrigatório de visita para os turistas que se deslocam à capital de Portugal.
Tenho como opinião que se os Armazéns do Chiado, a Casa Grandella, as livrarias, a Pastelaria Garrett, a Brasileira e tantas outras, foram as “âncoras” incentivadoras dos passeios e idas ao Chiado pela sociedade de épocas passadas e que Eça tão bem retratou, hoje em dia é muito comum voltarmos a ouvir várias pessoas falarem do prazer que têm de vir sábados de manhã à Fnac do Chiado. Não há dúvida que a recuperação dos Armazéns do Chiado contribuiu bastante para a revitalização desta zona e se a este acrescentarmos todo o comércio de rua que foi surgindo naturalmente nas ruas Garrett, do Carmo e todas as outras mais secundárias da zona, verificamos que realmente existe uma actividade económica que à primeira vista parece fluorescente nesta zona da capital.
Como complemento desta actividade, começaram a surgir várias ofertas a nível de restauração, vários projectos residenciais e até novos escritórios. E é esta “mistura” saudável que pode fazer a diferença, que pode contribuir ou não para o sucesso da regeneração de um local.
Ao ter ouvido falar de um dos últimos restaurantes que abriu nesta zona, de nome “O Largo” e que, segundo o que ouvi, tinha um Chefe de cozinha reputado e um projecto de interiores de um arquitecto de renome; foi sem hesitação que resolvi levar uma pessoa amiga – por acaso estrangeiro – a visitar o referido espaço. Face à impossibilidade de conseguir uma mesa para jantar, nem mesmo a generosa dimensão do balcão do bar e respectivas mesas de apoio foram suficientes para ultrapassar o não, categórico e inflexível, da chefe de mesa e do Gerente, face ao meu pedido de poder oferecer ao menos uma bebida ao meu convidado acabado de aterrar de Londres.
Poucos dias depois estava a ler uma critica a esse mesmo restaurante que se referia à falta inexplicável de serviço de bar e que os donos tinham dito que, ao fecho da edição, o mesmo “defeito” já estaria reparado. Não sei se realmente é verdade, pois embora habite e trabalhe nesta zona da cidade, não fiquei com absolutamente nenhuma vontade de voltar ao referido espaço. Nem eu, nem o meu amigo inglês, nem os amigos dele, pois realmente o “passa palavra” neste meio é muito comum e é, muitas das vezes, um poderoso instrumento de marketing. Mas enfim, temos aqui um excelente exemplo de como a nossa falta de flexibilidade, de uma maneira geral, pode realmente prejudicar-nos. Falando depois com amigos que trabalham na indústria turística, deram-me razão e confirmaram os meus receios.
Se realmente quisermos competir nos dias de hoje, temos que funcionar melhor e com mais flexibilidade. A competitividade é muita, pelo que se a industria hoteleira continuar em crescimento e a contribuir para o crescimento da economia deste Pais, teremos que aprender e implementar regras básicas como: receber bem, ser hospitaleiro, ter flexibilidade para nos podermos adaptar e… sempre, mas sempre, fazer com que os nossos Clientes queiram voltar.