Mais soluções e menos problemas
De acordo com João Carvalho, o acto de racionalizar e de encontrar o equilíbrio entre a parte estética e a funcional é o segredo de um bom planeamento.Que análise faz […]
Rita Mendes Ribeiro
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De acordo com João Carvalho, o acto de racionalizar e de encontrar o equilíbrio entre a parte estética e a funcional é o segredo de um bom planeamento.Que análise faz do ano de 2007?
O ano de 2007 foi muito positivo. Conseguimos atingir os objectivos que nos propusemos, ao conseguir, dentro do departamento de project management diversificar quase todo o leque das nossas capacidades de trabalho. Assim, conseguimos ter uma abrangência, em 2007, que nos permitiu começar a criar bases sustentáveis e esperamos que esta sustentabilidade continue no ano de 2008. Temos vindo a incrementar uma relação de confiança, junto dos nossos clientes e tentar ter um serviço de excelência tanto quanto possível. O nosso objectivo é não procurar problemas mas estarmos sempre dispostos a arranjar soluções.
Qual o tipo de cliente que procura a DTZ?
O objectivo da DTZ com esta área, que embora seja uma área independente, é também uma área de suporte aos escritórios, é permitir ao cliente desde a primeira procura do espaço até à entrega das chaves, ter um interlocutor apenas, ter apenas uma empresa, ter um serviço completo. Portanto, isto é aquilo para que estamos configurados para fazer, na essência. No entanto tivemos alguns clientes que nos procuram directamente, sem passar por parte de agência, sobretudo para desenvolver, até em parceria com outras entidades, só parte do projecto. Mas é evidente, como departamento autónomo, a DTZ disponibiliza toda a parte de project management também como um serviço directo, sem passar pela parte de agência. E isto é essencialmente o cliente que nos procura. É aquele cliente que quando em determinada altura faz um negócio num determinado espaço, sente a necessidade de se instalar. E então tem a necessidade de ter alguém que faça todo o acompanhamento, que conclua o processo. Perceber naquele caso em concreto qual é a necessidade, e de que forma é que nós podemos integrar aquela equipa e podemos ser uma mais-valia, e apostarmos nisso.
Durante o ano de 2007, tivemos clientes de diferentes tipos. Desde um serviço directo de project management, que foi o processo de instalação do CTT/Expresso em que se instalou num armazém no Prior Velho, e a DTZ fez toda a parte de project management e um outro caso em que a DTZ desenvolveu, em consórcio com outra empresa, 2 mil metros quadrados num edifício que era essencialmente habitacional, em Alvalade, a parte do projecto de arquitectura para a SUCH, os serviços comuns dos hospitais.. Já estão instalados, já estão a trabalhar. Um outro que temos vindo a trabalhar, onde temos que desenvolver um projecto de arquitectura para reabilitação das áreas comuns do edifício de escritórios que é propriedade da Imopólis.
Qual a influência que um bom planeamento do espaço pode ter no desempenho das pessoas que nele trabalham?
Acima de tudo, na questão de um bom planeamento do espaço, na minha opinião, o maior reflexo que tem é logo na racionalidade. E em racionalidade estamos a falar em estabelecer um equilíbrio entre a parte estética e a parte funcional. É perceber quais as necessidades específicas, optimizar e rentabilizar o espaço. Portanto perceber concretamente, atendendo aos padrões de conforto se o espaço está bem dimensionado para aquele número de pessoas. Portanto tem que ver com o dimensionar, considerando todos os planos de conforto, o espaço de forma sensata e correcta. É um pouco como a questão do carro. Nós quando nos sentamos num carro, sentimos que tudo aquilo está pensado e às vezes estamos a falar de apenas 4 cm mas que não têm necessidade de serem dez. É uma questão de equilíbrio. É um exemplo claro daquilo que é bem desenhado, bem pensado, é pensado nas pessoas, na escala humana. E é isso que um bom planeamento do espaço representa. É de facto a mais-valia e os benefícios, recolher os benefícios próprios do correcto dimensionamento, da escala humana, em relação ao espaço, é uma questão de proporção. Infelizmente há um problema que por vezes não ajuda que tem a ver com a disponibilidade de tempo. Ter tempo disponível para fazer um bom projecto. E aqui, como é evidente, quem eventualmente se pode distinguir, quando os prazos não são bons, de facto é quem tem know-how. E quem tem pode, se calhar com mais facilidade e com outros recursos, ser mais eficaz.
Quais os aspectos a ter em conta para se conseguir uma perfeita conjugação entre a iluminação sem isso ser um problema em termos de climatização?
No planeamento do espaço, há denominadores comuns, que são sobretudo a existência de algumas regras, que, quando implementadas trazem benefícios. Tentar colocar todos os espaços que são de utilização temporária, por exemplo salas de reuniões, em espaços onde não existe iluminação natural. Como é evidente ter a sala de reuniões, com vista é prezável. Mas racionalizando as coisas se calhar perceber que se tiver três salas de reuniões, há uma que pode ser a sala nobre, podemos chamar assim, mas todas as outras salas de trabalho, em zonas de utilização, que são espaços de utilização temporária, então colocados em zonas menos nobres, porque os espaços de escritórios foram feitos para as pessoas, pessoas que trabalham, que têm sentimentos, e o próprio espaço pode-lhes transmitir bons ou maus sentimentos. E as pessoas a trabalhar têm de ter todas as condições para produzirem bem e serem rentáveis. E para isso é necessário que se sintam confortáveis. Colocar os postos de trabalho permanentes junto a zonas de iluminação natural. Quanto à questão da climatização, pego uma vez mais na questão da falta de timing, não são feitos projectos de estudo para o ar condicionado para os espaços. Os espaços são concebidos inicialmente como open space e para open space, têm um X número de luminárias por defeito, têm um X número de máquinas de ar condicionados por defeito, em que dizem que a potencialidade deste espaço é de Y. Se é feito um bom planeamento do espaço, e nós fazêmo-lo sempre dessa forma, é fazer paralelamente projectos de especialidade, sobretudo sobre questão do ar condicionado que é fulcral para perceber e dimensionar correctamente aquilo que existe. É perceber o espaço, para não se estar a climatizar áreas que estão 90% desocupadas, em detrimento de outras onde temos um posto de trabalho a trabalhar oito horas por dia.
De todo o trabalho feito até agora qual foi o maior desafio?
Todos os trabalhos são um desafio. Há desafios que à partida parecem ser mais facilmente exequíveis, mas depois verifica-se que não. Mas não posso dizer que há um maior desafio. Todos os casos pela sua especificidade são um desafio. O nosso know-how pode eventualmente marcar a diferença em alguns que à partida são mais fáceis de resolver que outros, mas todos eles têm de ser encarados como um desafio, até porque temos de pensar também um pouco que não é só a nossa capacidade de resposta mas é também respeitar a expectativa do cliente.
Qual a tendência que este mercado tende a seguir?
Uma das tendências, os parques de escritórios, é uma tendência que funciona bem. E, na minha opinião, funcionam um pouco por arraste. Porque basta adquirir um bom cliente ou um cliente com um peso institucional para que outras empresas, embora com menos visibilidade, acabam por ser projectadas pelas outras. E sobretudo estes parques são desenhados para esta função, a de escritórios. E são espaços, totalmente disponíveis, cheios de potencialidade para serem adaptados, ao contrário de um espaço no centro da cidade que vai ser reconvertido para escritório. Isso torna portanto estes espaços de escritórios uma mais-valia porque normalmente é nestes sítios onde se consegue fazer intervenções com um custo mais reduzido, porque há já uma grande parte de infra-estrutura que está feita.
Daí que há cada vez mais empresas instaladas em Portugal que começam a pensar mais no open space, coisa que se calhar à dois anos atrás diziam não, pois pensavam que não se adaptavam à filosofia do open space. Mas hoje começam a perceber que o open space lhes traz alguma vantagem. Vantagem sobretudo pela rentabilização do próprio espaço. Compartimentar aquilo que necessariamente tem de ser compartimentado e apostar na qualidade dos outros espaços mas sem os compartimentar. Mas essa aposta no bem-estar, eu acho que é a tendência que está implementada e que acho que irá manter-se durante algum tempo que é haver cada vez maior sobriedade. As pessoas querem é coisas leves. Querem cores claras, querem ambientes tanto quanto possíveis transparentes, para passarem luz. Este novo tema da sustentabilidade, das questões ambientais, começa a despertar nas pessoas de facto a necessidade de promover e de atomizar aquilo que nós temos muito que é a iluminação, a claridade. Parece que só agora é que temos isto. Não é, mas o que é certo é que isto é de massas. Começou a generalizar-se e agora toda a gente é um bocadinho sustentável. Nas abordagens que nós temos tido com os nossos clientes, de facto há essa tendência onde a componente estética e funcional está muito equilibrada.
Outra tendência que entendo que esteja a surgir cada vez mais e talvez ainda não directamente na área de escritórios, mas naquele escritório que tem mais relação com o público, um inúmero número de soluções que dão em determinados pontos, exemplo disso é a loja do cidadão, em que as pessoas sozinhas comunicam com o próprio espaço. Percebem onde estão, onde têm de ir. Nós perguntamos e o espaço responde.
Quais as expectativas para o ano de 2008?
A expectativa é, em 2008 continuar o trabalho que temos estado a desenvolver em 2007 porque acreditamos que é um trabalho que está a ser bem feito e prova disso são os frutos que estamos a colher. Ser um ano de consolidação e, claro, continuar com a mesma filosofia de trabalho. Queremos que a área de project management da DTZ seja uma área de referência pela qualidade e pelo profissionalismo.
É um trabalho contínuo. Nós temos actualmente trabalhos que herdámos de 2007.