Estudo: Lazer e restauração aumentam em média 47%
Com o e-commerce a atingir as vendas do retalho, os shopping centers concentram-se, cada vez mais, na construção de uma identidade própria através dos sectores de restauração e lazer. O estudo “’Trading Up: how dining, leisure and services are moving from a supporting role to centre stage”, da ULI, mostra como estas áreas estão cada vez mais a ganhar relevância
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O sector dos centros comerciais é um dos mais consolidados em toda a Europa, e em particular em Portugal. Contudo, é também um dos sectores que tem uma maior necessidade de se reinventar e adaptar às novas necessidades de consumo. Nos últimos anos com a maturação do negócio, tem sido vários os centros comerciais que tem optado por renovar áreas, aumentar áreas e criar novos espaços e novos conceitos. É neste sentido, que o sector da restauração e do lazer tem passado de uma plano secundário para ser “o centro” de qualquer shopping. De acordo com o estudo ‘Trading Up: how dining, leisure and services are moving from a supporting role to centre stage”, realizado pelo Retail and Entertainment Council da Urban Land Institute (ULI), e que contou com a JLL como consultora e partner, o aumento da utilização do e-commerce e o aumento das vendas através destas plataformas têm levado aos promotores de centros comerciais a tentar criar novas áreas de atracção.
O estudo teve como base um conjunto de 12 centros comerciais, num total de mais de 732 mil m2, localizados em França, Polónia, Espanha e Reino Unido. Em Portugal, o estudo vai ser apresentado a 29 de Maio na sede da Sonae Sierra, na Torre Ocidente, junto ao centro comercial Colombo.
Lojistas não tradicionais procuram-se
Em todos os shoppings que fizeram parte do estudo, verificou-se um aumento no espaço de lazer e de restauração. De uma forma geral, verificou-se uma expansão de mais de 20 mil m2 para a restauração e cerca de novos 22 mil m2 dedicadas às áreas de lazer. Em qualquer um dos casos, as renovações verificadas traduziram-se num aumento de 47% nestes espaços.
Os resultados da pesquisa sugerem que os shopping centers estão no bom caminho ao incorporar lojistas não tradicionais, por forma a reinventar-se perante o comportamento do consumidor, que muda rapidamente, e do crescimento do comércio eletrónico. No entanto, apesar da popularidade dessa estratégia, não existe uma abordagem clara e única para todos os casos. “Em vez disso, os shoppings devem adoptar uma abordagem personalizada com base em sua localização e base de clientes”, destaca o estudo.
Embora seja certo que o sector de Food & Beverage (F&B) é um dos mais tradicionais lojistas considerados “nonretail”, não é ainda certo qual a forma como abordar esta área. A dificuldade consiste em encontrar o tamanho certo para esta área dentro, assim como o tipo de lojistas a escolher num mercado com oferta cada vez mais diversificada.
Para os grandes centros, o lazer continua a ser uma parte esperada do mix, mas a gama de operadores ainda é limitada. Os cinemas ainda são os mais confiáveis, com os ginásios a proporcionar também benefícios já que ocupam unidades maiores e incentivam o ritmo e o tempo de permanência dos clientes.
Novos formatos de “inquilinos”
Uma nova categoria de inquilino, com serviços direccionados para a comunidade, estão a surgir e a ser, cada vez mais, uma realidade para centros comerciais de média e pequena dimensão, nomeadamente empresas médicas e também de usos orientados para serviços públicos.
Por enquanto, a adopção desses tipos de inquilinos é, em grande parte, oportunista, mas a tendência é de crescimento, á medida que surgem evidências dos benefícios da inclusão desses tipos de espaços, em particular pela criação de padrões regulares de visitantes.
Essas mudanças trazem benefícios para os centros, mas têm repercussões no valor do investimento e no desempenho de longo prazo dos centros. Um ponto de discussão entre proprietários e investidores é a métrica sobre a qual o desempenho é medido. Com os retalhistas satisfeitos com o aumento das vendas online, a ênfase para os proprietários parece ser mais sobre o tempo de permanência e o movimento.
A longo prazo, o Retail and Entertainment Council da ULI Europa pretende criar uma base de dados dos centros comerciais, de forma a acompanhar, mais rapidamente, as tendências emergentes e fornecer um suporte para apoiar os promotores nas suas decisões.