“City Cortex by Amorim” promete surpreender em 2023
Em 2019, o projecto que pretende explorar o uso da cortiça em contexto urbano lançou um desafio a cinco estúdios internacionais. A pandemia atrasou os trabalhos que serão, pela primeira vez, apresentados em 2023. Cinco anos depois do seu lançamento, o City Cortex irá fazer a sua apresentação num contexto de crescente sensibilização para a importância de consumir, produzir e vender produtos que ajudem a mitigar os impactos das alterações climáticas e onde a Cortiça ganha protagonismo
Manuela Sousa Guerreiro
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Lançado ainda em 2019 e adiado devido à pandemia de Covid-19, a Corticeira Amorim anuncia para 2023 os resultados do programa City Cortex by Amorim.
“O City Cortex é um projecto inovador e centrado na temática urbana, no uso da cortiça no contexto da cidade e foi, temporária e naturalmente, adiado devido à pandemia. No entanto, quando o fizemos, já todos os projectos estavam desenhados e em fase de análise de produção e alguns em prototipagem. Estamos agora, com algumas alterações estratégicas de que daremos conta mais à frente, a reiniciar a sua implementação”, explica fonte da Corticeira Amorim.
O programa explora o potencial sustentável da cortiça, pela visão de cinco estúdios internacionais de design e arquitectura: Diller Scofidio + Renfro, Gabriel Calatrava, Leong Leong, Philippe Starck e Sagmeister & Walsh.
“Os cinco estúdios são bastante diferentes entre si e podemos revelar que as temáticas escolhidas e a forma como cada um deles olhou para este desafio foi bastante distinta. Estamos muito contentes pela diversidade temática que temos e também muito interessados nos caminhos que os estúdios seguiram e nos propuseram. O City Cortex vai efectivamente surpreender os cidadãos ao trazer as propriedades da cortiça para espaço público. Mas temos o compromisso de não falar sobre os projectos até à sua apresentação pública”. A solução é esperar mais uns poucos meses pela apresentação dos trabalhos que terá, como inicialmente previsto, Nova Yorque como palco.
Cortiça (provavelmente), a matéria-prima mais sustentável do mundo
O sector da construção exige, cada vez mais, materiais alternativos, ecológicos e renováveis, com menor impacto no meio ambiente. Neste contexto, a cortiça, uma matéria-prima 100% natural, reciclável e reutilizável, é um dos recursos que tem vindo a ganhar destaque na área da construção sustentável, em linha com o protagonismo do “Green Building”, o novo paradigma da construção assente na utilização de soluções sustentáveis, energicamente eficientes e derivadas da economia circular.
Em Portugal, e também no plano internacional, a Amorim Cork Composites (ACC), unidade de aglomerados compósitos da Corticeira Amorim, tem vindo a impor-se com a apresentação de soluções inovadoras para a construção e a sua participação em projectos emblemáticos é prova disso. Obras como o Terminal de Cruzeiros de Lisboa, desenhado pelo arquitecto João Luís Carrilho da Graça, com o desenvolvimento de uma solução de betão com cortiça, o hotel Four Seasons de Banguecoque ou, mais recentemente, os novos estúdios de televisão eMedia, em Joanesburgo, que contam com as mantas acústicas Acousticork by Amorim nas suas estruturas.
Ainda em construção está o novo terminal do Aeroporto Internacional de Taiwan Taoyuan, cujo projecto contempla a utilização de cortiça. “Concebidos para preencher as lacunas deixadas entre juntas de dilatação em lajes de betão, os produtos da gama Amorim Expandacork da ACC absorvem as vibrações, expansões e contracções causadas pelas variações térmicas em diferentes sistemas de construção. Já o Centro para a Civilização Islâmica, outro projecto em curso em Tashkent, Uzbequistão, destina-se a valorizar a cultura e educação muçulmana. A manta acústica Acousticork da ACC foi o material seleccionado para garantir o conforto e o isolamento acústico do edifício.
À lista de projectos de arquitectura “emblemáticos”, em que o grupo português participa podem acrescentar-se muitos outros onde os produtos da Amorim Cork Insulation ou a Amorim Cork Flooring, unidade de isolamentos e a unidade de pavimentos e revestimentos da Corticeira Amorim, respectivamente, são protagonistas. “Dos mais recentes projectos com pavimentos da Amorim Cork Flooring destacamos a Capela de Westminster, em Londres, a sede da Green Peace, em Madrid, o World of Wine, no Porto, ou o atelier do arquitecto Souto Moura, igualmente na cidade do Porto”.
O MD Fachada, aplicação ícone da Amorim Cork Insulation, é reconhecidamente um dos materiais imprescindíveis do conceito “green building”.
“A cortiça suporta temperaturas entre -180ºc e +120ºc, tem uma elevada estabilidade dimensional e reduz condensações, características que funcionam igualmente em benefício do sector da construção”. Quadro de atributos que elegem o aglomerado de cortiça expandida aplicação de excelência para fachadas. A habitação The Cork House, em Eton, ou o armazém de envelhecimento da quinta do Portal, em Sabrosa, são dois bons exemplos. Mais recentemente, projectos premiados como a Bay Window Tower House, em Tóquio, a Adega da Taboadella, aqui mais próximo no Dão, ou a Cork House, em Londres, também legitimaram as inumeráveis valências do aglomerado de cortiça expandida.
A ACC apresenta ainda soluções que integram na sua composição subprodutos provenientes de outras indústrias, como calçado, automóvel, embalagem, naquele que é um “modelo paradigmático de economia circular”. Um dos mais recentes exemplos da incorporação de materiais de economia circular em novos produtos no sector da construção traduziu-se no desenvolvimento das novas mantas acústicas Acousticork U36 e U38. Estas soluções proporcionam um elevado desempenho acústico, isolamento térmico aos edifícios e habitações devido às propriedades de resiliência, elasticidade, compressibilidade e elevada durabilidade da cortiça. Isto a par do seu contributo ambiental como matéria-prima natural e 100% sustentável.
A fábrica-piloto da Cortiça
Todo este trabalho, novas soluções e produtos são fruto do investimento significativo em Investigação & Desenvolvimento e Inovação (I&D+i), o qual é transversal a todas as unidades de negócio do universo da Corticeira Amorim. Desta estratégia nasceu, em 2018, no perímetro da unidade de negócio Aglomerados Compósitos a i.cork factory, um laboratório de exploração de novas tecnologias aplicadas à cortiça como extrusão, moldagem por injecção, laminação e prensagem flatbed, moldagem por compressão e termoformação ou folha de cortiça multicamada e multimaterial, de novos materiais resultantes da incorporação da cortiça em todas as suas vertentes, capacidades e potencialidades e de novos formatos.
A i.cork factory integra múltiplos saberes, avançados meios e as mais diversas competências, inclusive externas à organização – quer das indústrias, quer dos centros de investigação aplicada nos sectores a que a cortiça está associada ou poderá associar-se futuramente. Nesta fábrica-piloto são testados os novos compósitos de cortiça, desenvolvidas as novas aplicações e explorados os novos formatos para responder às necessidades, solicitações e requisitos das indústrias mais tecnológicas, exigentes e avançadas do mundo como, por exemplo, a aeroespacial, a construção, a automóvel, a energia e o design.
A crescente sensibilização dos governos, empresas e clientes para a importância de consumir, produzir e vender produtos que ajudem a mitigar os impactos das alterações climáticas, e a promover uma transição industrial para uma economia de baixo carbono, deverá permitir ganhos adicionais de quota de mercado da cortiça em comparação com materiais alternativos. Isso também será certamente verdade nos segmentos construção/infraestruturas e energia.