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    Arquitectura

    “Custa-me no turismo ver a persistência da chamada ‘arquitectura temática’”

    “Promontorio: Architecture of Leisure” é o nome do mais recente livro lançado pelo PROMONTORIO, dedicado à Arquitectura de Lazer. Em entrevista ao CONSTRUIR, Paulo Martins Barata, analisa a temática da obra e a forma como a Arquitectura de autor tem ajudado a reinventar o turismo

    Ana Rita Sevilha
    Arquitectura

    “Custa-me no turismo ver a persistência da chamada ‘arquitectura temática’”

    “Promontorio: Architecture of Leisure” é o nome do mais recente livro lançado pelo PROMONTORIO, dedicado à Arquitectura de Lazer. Em entrevista ao CONSTRUIR, Paulo Martins Barata, analisa a temática da obra e a forma como a Arquitectura de autor tem ajudado a reinventar o turismo

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    Paulo Martins Barata, PROMONTORIO Arquitectos © Frame it

    Foi há 20 anos que o PROMONTORIO começou a desenhar os primeiros “produtos hoteleiros”, um sector que “viu” crescer e sofrer transformações em Portugal e no mundo. Com um portfólio amplo em programas associados ao turismo, o gabinete compilou a última década num livro que percorre Continentes e que dá a conhecer projectos da sua autoria em hotelaria e design de interiores, entre eles o projecto para a a Quinta da Ombria, no interior de Loulé, que vai ter um hotel da marca americana Viceroy. “Promontorio: Architecture of Leisure” foi apresentado no Archi Summit

    Lançaram um livro no Archi Summit 2018 que se chama “Promontorio: Architecture of Leisure”. O que é uma Arquitectura de Lazer?
    Paulo Martins Barata: Não sei se existe propriamente uma definição crítica para uma “Arquitectura do Lazer”, mas aquilo que eu escrevo no ensaio do livro é que até ao final dos anos 60, os arquitectos participavam intensamente na criação do imaginário do turismo. Mas a partir daí deu-se uma ruptura e a arquitectura de autor deixou de ser chamada a participar neste tipo de projectos, que passaram a ser quase exclusivamente feitos por empresas internacionais, sob formatos pré-definidos. A essa mudança corresponde também uma grande standarização do “produto turístico”. Com o passar do tempo, também este processo de hiper-massificação acabou por gerar uma pulverização desses próprios formatos, e com ela a necessidade de se reinventar o turismo e voltar às ideias de autorias; até porque produtos como guest houses e airbnb, começaram a concorrer seriamente com a hotelaria convencional.
    Vivemos num país em que o turismo representa cerca de 7% do PIB (e que duplicou em menos de 5 anos!). Portanto, é uma área fundamental para a nossa economia, para as nossas exportações e para a nossa paisagem. Penso que se exige uma reflexão da parte dos arquitectos para que voltemos a ter um papel determinante no desenho dessa nova paisagem. Como já desde há quase duas décadas que trabalhamos nesta área – aliás, no início começámos mesmo por fazer projectos de execução de hotéis que não eram desenhados por nós –, achámos que faria sentido consolidar essa reflexão num livro especificamente dedicado a esse corpo da produção.

    O que é que tem de tão interessante este tipo de programas?
    Uma das coisas que eu escrevo também no ensaio deste livro é que, pela natureza do lazer, a “Arquitectura de Lazer” não se obriga a um desenho tão formatado e tão rígido como outro tipo de programas, por exemplo hospitalares, industriais ou até habitacionais… Houve sempre uma certa exuberância neste tipo de programas que hoje é possível recuperar, criando oportunidades de desenho muito interessantes. Para nós, outro aspecto interessante e que queremos (re)conquistar para a Arquitectura é o Interior Design, porque nos anos 70, essa ruptura que referi também se deu entre o projecto de arquitectura e o projecto dos interiores. Se pensarmos na obra de Gio Ponti, de Morris Lapidus ou até do nosso Conceição Silva, qualquer um deles fazia ambas as coisas. Contudo, a partir dos anos 70 apareceram empresas de Interior Design e os arquitectos ficaram limitados ao chamado “core-and-shell”, levando por vezes à dissociação total entre projectos e a problemas gravíssimos de coordenação. As pessoas já nem se dão conta dessa esquizofrenia visual, de quando por exemplo entram num hotel modernista em Chicago e o interior está decorado em estilo “Belle Époque”. No PROMONTORIO criámos uma grande equipa de interiores e tentamos na medida do possível recuperar essa integridade do projecto. Nesse sentido, este livro tem também projectos de interiores.

    E chegam a ir ao mobiliário também.
    Exactamente. O design de produto faz parte de um processo de experimentação, de ensaio e erro, se quiser, que iniciámos pela customização de algumas peças que por vezes, ou não existiam ou seriam excessivamente caras. No final tornou-se uma área de produção do atelier com imensa consistência.

    Há de facto um boom incrível no turismo e as cadeias hoteleiras voltam a apostar na arquitectura de autor também para se diferenciarem. Contudo, hoje em dia os hotéis mais do que a estadia, querem oferecer uma experiência. Como é que isso se traduz em espaço?
    A expressão “experience” está abusada à náusea pelo universo do turismo – faz parte do marketing e das brochuras -, e que por sua vez leva a sociedade e os consumidores a um estado de sede pavloviana dessa ideia de experiência. O Jacques Tati nas “Férias do Senhor Hulot” já antecipava esse universo de clichés que constituem a tal “experiência”. Pessoalmente, gostaria de acreditar que a boa arquitectura por si só e um desenho interessante do espaço proporcionam uma experiência enriquecedora. Custa-me no turismo ver a persistência da chamada “arquitectura temática”, se é que a podemos assim chamar. Não é que não existam aspectos de contexto que possam ser interessantes, ou seja, se estiver a fazer um projecto para Marrocos, obviamente que terei em conta os materiais, a luz e as questões climáticas no desenho. Mas não vou fazer uma arquitectura fake, Riade-style. Muitas vezes esta ideia abusiva de “experience” passa por essa tematização caricatural e empobrecedora, porque reduz a arquitectura a estereótipos grosseiros. Fazer um resort que é uma falsa aldeia de pescadores na Sardenha ou uma hacienda no México, parece-me que é empobrecedor da experiência porque lhe falta autenticidade. Uma das piores coisas que aconteceu à arquitectura do turismo foi a tematização do imaginário Disney. Quando olhamos para o Hotel Parco dei Principi do Gio Ponti, em Sorrento, na Costa Amalfitana, que tem à sua frente possivelmente um dos sítios mais bonitos da história da humanidade, vemos um hotel que é também magnífico por si só. Mas, do lado positivo, acredito que estamos hoje a voltar a isso por saturação dos modelos americanos de que falámos anteriormente.

    E como é que se coordena a arquitectura de autor, com premissas de cadeias hoteleiras?
    A indústria hoteleira é naturalmente conservadora e muito receosa da inovação. Para isso criou sistemas de padronização a que chamou “brand standards” que têm uma evolução muito curiosa. Lembro-me que, quando começámos a fazer hotéis, há 20 anos, a ideia de uma casa-de-banho aberta para o quarto era inaceitável por uma quantidade de razões ponderosas e racionais! Um dia o Philippe Starck fez uma casa-de-banho aberta e aquilo foi um sucesso enorme; não me recordo se no Delano, em Miami, ou no St. Martins Lane, em Londres. Passados 5 anos, a casa-de-banho aberta tinha sido totalmente absorvida pela “indústria” e passava a ser quase obrigatória. Portanto se do ponto de vista da funcionalidade e dos rácios, há de facto aspectos que fazem todo o sentido, existem outros em que, de facto, a Arquitectura e o Interior Design têm de desafiar os “brand standards”, porque caso contrário não há evolução. Estando há muito tempo na hotelaria, sabemos que podemos e devemos desafiar as convenções, mesmo apesar das dificuldades e hesitações. É um campo que se vai ganhando a pouco e pouco.

    Fala de um retorno à “simplicidade”. É possível antecipar tendências nesta área?
    Haverá grandes tendências – como essa das casas-de-banho abertas aos quartos -, e há outros aspectos de segmentação, como os design hotels e boutique hotels que vieram para ficar e que, em Lisboa, alguns deles conseguem até ter preços mais elevados e maiores taxas de ocupação do que hotéis de cadeias internacionais estabelecidas.

    Em termos de projectos de hotelaria e de programas de turismo, como está Portugal comparativamente com outros destinos mundiais?
    Há ainda muito caminho a fazer. Faltam-nos por exemplo grandes marcas de cinco estrelas, mas temos outras coisas muito boas. Temos um tipo de turismo muito genuíno, que não está completamente destruído pela violência da massificação como em Barcelona. Itália, por exemplo, tem tradicionalmente uma péssima hotelaria, só que é tão única, tão especial, que as pessoas aceitam e vão na mesma. Não é o nosso caso em que se nota um esforço e um orgulho em fazer bem. Há de facto um caminho para fazer em Portugal, mas o que estamos a fazer tem sido genuíno.

    Olhando para o livro “Promontorio: Architecture of Leisure”, consegue destacar algum projecto?
    Estamos particularmente entusiasmados com um projecto que estamos a fazer para o Algarve, a Quinta da Ombria, no interior de Loulé, que vai ter um hotel da marca americana Viceroy – e que é provavelmente uma das maiores obras em construção na região. Originalmente o projecto não era nosso, era da empresa americana WATG, mas depois voltámos a revê-lo e a licenciá-lo e penso que em larga medida foi possível convertê-lo em algo que achamos que é especial e genuíno. Neste projecto, infelizmente não ficámos com os interiores e voltámos à história do “core-and-shell” -, mas o exterior pensamos que está garantido por um desenho que reflecte a ideia de um retorno a um regionalismo crítico, a uma forma de fazer Arquitectura pensando em materiais locais. Vernacular, sem ser kitsch, o que é muito difícil. O projecto é grande, estamos a fazer 16 moradias grandes, um lote para turismo residencial e ainda o hotel, com cerca de 180 chaves. O projecto já está em obras e a expectiva de conclusão deverá ser para daqui a dois anos.

    Foi um dos oradores do Archi Summit 2018, sobre a temática da Habitação, centrada em Lisboa. Que análise faz a este tema?
    É um assunto que me custa um pouco falar porque acho que há uma certa miopia. As pessoas acham que isto é um problema de Lisboa. Mas é um problema de Boston, Milão, Estocolmo, Madrid, ou de qualquer cidade do mundo que tenha atractividade turística e centros históricos. Isto é um fenómeno mundial. No momento em que as pessoas perceberam que os bancos não lhes mereciam confiança e que a forma mais rentável e ao mesmo tempo o refugio mais estável para os seus investimentos seria coloca-lo no imobiliário de “centro cidade”. E não foi só em Portugal, foi em todo o lado. Nós estamos a trabalhar em Boston – que tem tido uma curva de valorização imobiliária suave no passado, dada a estabilidade do chamado “old money” -, e que de repente teve um pico incrível por causa das start-ups, do MIT, de Harvard…isto aconteceu também em Nova Iorque, em Miami, em Londres, em Paris, em qualquer uma das grandes cidades europeias. Depois penso que é importante enquadrar isto com outras questões, que me interessam mais para a prática profissional. Como é que os jovens vão viver? Existe já uma crescente procura no chamado co-living, como é que isso influencia as tipologias? Em Londres estão-se a fazer edifícios grandes com base neste conceito, em Boston estivemos envolvidos num projecto de arrendamento de longa duração onde uma das premissas defendidas era a de diminuir o tamanho das cozinhas porque os millennials não cozinham. Isto obriga-nos a pensar em novas tipologias e em novas formas de domesticidade. A isto há também a acrescentar a mobilidade geográfica, que está ligada à mobilidade social. Antigamente as pessoas ficavam a viver para sempre na cidade onde nasciam, muitas vezes no mesmo bairro, mas hoje em dia são cidadãos da Europa. Acho que todo o discurso está a ser feito num sentido muito estático da vida, como se as pessoas ficassem para sempre no mesmo sitio e isso não vai acontecer. Tudo isto faz parte das dores de crescimento das cidades e da cidadania.

    Sobre o autorAna Rita Sevilha

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    Arquitectura

    Trienal: ‘Conversas et Al’ junta fundador da Noarq e ilustrador Gémeo Luís

    Este terceiro momento do ciclo de tertúlias, acontece esta quinta-feira, dia 20 de Fevereiro, A conversa constrói-se em torno de uma peça de puzzle, símbolo da importância da unidade para a construção do todo

    CONSTRUIR
    Em 2025, a Trienal iniciou mais um ciclo de tertúlias em torno da arquitectura e os seus desdobramentos em que participam quatro ateliers com prática estabelecida. Estes contam com um vasto leque de obras construídas de diversas escalas, que vai desde um plano de requalificação de arquitectura paisagista a um restaurante de acção social que convidam figuras cúmplices que se cruzam com a disciplina para conversas informais em torno de um objecto.
    Esta quinta-feira, dia 20 de Fevereiro, acontece o terceiro momento das conversas de arquitectura ‘Conversas et Al.’ que junta José Carlos Oliveira, fundador do atelier portuense Noarq, e Gémeo Luís, ilustrador consagrado em diversos formatos nacionais e internacionais. A conversa constrói-se em torno de uma peça de puzzle, símbolo da importância da unidade para a construção do todo. O desafio deste momento, aberto à participação do público, é “explorar as pertinências dos contributos numa equipa e como cada pessoa não só é imprescindível como se torna antídoto para uma solidão intelectual e processual que tende a tornar-se viciada e estéril”.

    Fundado há 23 anos, o Noarq concentra a sua pesquisa no desenho da paisagem, arquitectura e objectos quotidianos e conta com vitórias em concursos nacionais e internacionais, destacando-se as Piscinas na praia de Vila Garcia de Arousa e o Ascensor Público Halo de Vigo, em Espanha, ou a Ponte Ferreirinha sobre o Douro para o Metro do Porto.

    O último momento da terceira ronda de Conversas et Al., marcada para dia 6 de Março, conta com o atelier SIA e a presença da escultora Fernanda Fragateiro.

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    crédito Ricardo Cruz

    Arquitectura

    Arquitecto Gonçalo Pires Marques finalista no “Building of the Year 2025”

    Para Gonçalo Pimah, este reconhecimento reforça a posição da arquitectura portuguesa no panorama internacional

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    O arquitecto português Gonçalo Pires Marques está entre os finalistas do prestigiado prémio “Building of the Year 2025” do ArchDaily, um dos mais importantes reconhecimentos internacionais na área da arquitectura. O seu projecto, a Casa Donavan, destaca-se pelo uso inovador da madeira e pelo compromisso com a sustentabilidade, tornando-se um exemplo de excelência na arquitectura contemporânea.

    A Casa Donavan distingue-se pela sua abordagem única à construção em madeira, um processo que o próprio arquitecto descreve como “quase artesanal”. O trabalho próximo com o mestre carpinteiro foi essencial para garantir a precisão e a qualidade da execução. Além disso, a escolha da madeira termotratada, sem utilização de químicos, reforça o compromisso com a sustentabilidade.

    Além dos materiais escolhidos, o desenho da casa foi pensado para reduzir a necessidade de sistemas de climatização. O aproveitamento inteligente da exposição solar e a ventilação natural transversal contribuem para um menor impacto ambiental. Houve também um esforço consciente na selecção de fornecedores locais, minimizando deslocações e importações para reduzir a pegada ecológica.

    Para Gonçalo Pimah, este reconhecimento reforça a posição da arquitectura portuguesa no panorama internacional. O arquitecto entende que “arquitectura portuguesa é uma área reconhecida entre pares a nível mundial como poucas áreas. Como no cinema português, é regularmente mencionada e até premiada. Aliás, Portugal é o único país do mundo com dois vencedores do Prémio Pritzker ainda vivos, o que reflecte a qualidade e a influência do nosso trabalho.”

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    OASRA promove debates sobre requalificação do património da Sinaga

    Discussão pública pretende discutir a intervenção e requalificação da Fábrica do Açúcar, no concelho de Ponta Delgada, e da Fábrica do Álcool, no concelho da Lagoa, ambas na ilha de São Miguel

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    A Ordem dos Arquitectos – Secção Regional dos Açores, no âmbito do Protocolo de Colaboração celebrado com a Secretaria Regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública do Governo dos Açores, de 11 de Novembro de 2024, promove a discussão pública sobre a intervenção e requalificação da Fábrica do Açúcar, no concelho de Ponta Delgada, e da Fábrica do Álcool, no concelho da Lagoa, ambas na ilha de São Miguel.

    O período para a discussão pública sobre a intervenção e requalificação das antigas Fábricas do Açúcar e do Álcool já teve início e pode ser feito através da plataforma www.sinaga.pt. Este é um espaço dedicado à participação activa da comunidade na reflexão sobre o futuro das antigas Fábricas do Açúcar e do Álcool, com vista a enriquecer o debates e ajudar a definir soluções viáveis para a requalificação destes espaços industriais.

    Os encontros para o debate de ideias irão ocorrer nas próprias fábricas, sendo que a 22 de Fevereiro acontece um primeiro na Fábrica do Álcool e a 22 de Março na Fábrica do Açúcar e que contarão com a participação de especialistas nas áreas disciplinares da arquitectura, do património industrial e cultural, do turismo industrial, da economia, da museologia e da sustentabilidade.

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    Segunda edição do “Porto de Arquitectura” regressa entre Março e Julho

    São seis os edifícios representativos da arquitectura contemporânea portuense que integram a segunda edição do projecto e que serão apresentados esta quarta-feira em conferência no bar do Cinema Batalha

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    A Câmara Municipal do Porto e a Casa da Arquitectura apresentam esta quarta-feira, dia 12 de fevereiro, às 11 horas, em conferência de imprensa, a segunda edição do projecto “Porto de Arquitetura”. O objectivo passa por desenvolver, entre Março e Julho de 2025, um ciclo de visitas de arquitectura gratuitas e abertas ao público, num conjunto de seis edifícios representativos da arquitectura contemporânea portuense. A apresentação decorre no bar do Batalha Centro de Cinema.

    O ciclo de visitas tem como principal objetivo aproximar a comunidade da arquitectura portuense, dando a conhecer de forma privilegiada o processo de concepção, construção e recuperação de espaços icónicos da cidade.

    Os edifícios seleccionados representam algumas das mais relevantes intervenções recentes na cidade, desde a habitação até às infraestruturas, passando por edifícios destinados ao desporto, turismo, cultura e economia.

    A conferência de imprensa é seguida de uma visita guiada ao Batalha Centro de Cinema, reaberto em Dezembro de 2022, acompanhada dos arquitectos responsáveis pela requalificação, Alexandre Alves da Costa e Sérgio Fernandez.

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    ‘How to Build the Future?’ dá o mote para o novo ciclo de talks da Masslab

    A segunda edição das Mass Talks, o ciclo de conversas organizadas pelo atelier de arquitectura Masslab, inícia esta sexta-feira, dia 31 de Janeiro, pelas 17 horas, no Porto. Nuno Sampaio e Ana Neiva são os convidados desta sessão que irá explorar como a arquitectura, a educação e a cultura influenciam a forma como vivemos, aprendemos e construímos

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    O primeiro mês do ano de 2025 começa com a segunda edição das Mass Talks, o ciclo de conversas organizadas pelo atelier de arquitectura Masslab, que partem da investigação e curiosidade em explorar uma questão central: Como vamos construir o futuro?

    Com o tema “How to Build the Future?” como pano de fundo, a segunda edição gira em torno da Educação e da Cultura enquanto disciplinas essenciais para moldar o futuro e terá lugar no escritório da Masslab no Porto, esta sexta-feira, dia 31 Janeiro, pelas 17 horas.

    A conversa contará com a participação de Nuno Sampaio, arquitecto e director da Casa da Arquitectura, e Ana Neiva, investigadora, curadora e professora e irá explorar como a arquitectura, a educação e a cultura influenciam a forma como vivemos, aprendemos e construímos. Os convidados abordarão o papel destas áreas como catalisadores de transformação social e urbana, assim como o “paradoxo” de olhar para o futuro enquanto aprendemos com o legado do passado.

    Na primeira edição, o debate centrou-se nos desafios da indústria da construção, explorando o equilíbrio entre a necessidade de crescimento urbano e a responsabilidade ambiental com dois convidados: Sílvia Mota, CEO da MEXT: Mota-Engil Next e Francisco Rocha Antunes, presidente da MOME.

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    Passive House Institute certifica primeira Passive House Plus em Portugal

    Um edifício certificado como Passivhaus Plus não apenas reduz drasticamente o uso de energia, mas também produz a mesma quantidade de energia que os ocupantes consomem

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    É o segundo projecto certificado pela norma Passivhaus no Distrito de Lisboa, o primeiro no Concelho de Mafra e o primeiro em Portugal a receber a classificação Passive House Plus, ambos, da autoria do arquitecto passive house designer João Pedro Quaresma, da Nurture-AD.

    Passivhaus é um conceito construtivo que define um padrão de elevado desempenho, eficiente do ponto de vista energético, saudável, confortável e economicamente acessível e sustentável. A diferença entre uma Passivhaus Classic e uma Passivhaus Plus está relacionada principalmente à produção e ao consumo de energia renovável e ao grau de auto-suficiência energética. Ambos os tipos de casas seguem os rigorosos critérios de eficiência energética estabelecidos pelo padrão passivhaus, mas o nível de sustentabilidade e a integração de sistemas de energia renovável diferem.

    Um edifício certificado como Passivhaus Plus não apenas reduz drasticamente o uso de energia, mas também produz a mesma quantidade de energia que os ocupantes consomem.

    A moradia localizada em Mafra já havia obtido a classificação A+ e nZEB pelo sistema de Certificação Energética, e a comunicação do Passive House Institute (PHI) confirmando esta certificação validou todos os objectivos propostos.

    Este projecto de arquitectura foi desenvolvido, desde o início, com a determinação do cliente de obter a certificação pela norma Passivhaus. Em Portugal continental, os valores máximos de radiação ocorrem na região de Lisboa, com mais de 3.000 horas de sol por ano, factor que foi determinante no conceito programático do projecto. A geometria particular do terreno, com o lado maior e a inclinação natural orientados a sul, favoreceu a adopção de uma estratégia bioclimática e a optimização de um padrão de elevado desempenho passivo. Esse conceito esteve presente desde o início, tanto como desejo do proprietário quanto como estratégia do projecto.

    Na organização funcional da moradia, essa realidade climática permitiu que as zonas de permanência da casa fossem todas orientadas a sul, enquanto as circulações e os espaços complementares de uso foram posicionados a norte.
    Dessa forma, optimizou-se os ganhos solares através de vãos envidraçados generosos, garantindo o sombreamento permanente ou temporário durante os meses de Verão com alpendres e pérgulas solares. Essa solução também reduz a necessidade de iluminação artificial durante o Inverno, garantindo excelentes níveis de luminosidade natural.
    A moradia foi construída com o sistema construtivo ICF (Insulated Concrete Form), que permitiu eliminar pilares no interior, favorecendo maior flexibilidade espacial.

     

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    © Studio Ossidiana, Bird’s Palace Vondelpark, Riccardo de Vecchi

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    CCB lança bolsas de arquitectura Diogo Seixas Lopes

    Diogo Seixas Lopes, figura central do pensamento arquitectónico português e primeiro consultor da Garagem Sul, dá o nome às Bolsas de Criação, com o objectivo de “consolidar e incentivar” a construção colectiva de pensamento crítico e conhecimento em torno das linhas temáticas anuais. As propostas podem ser enviadas até 16 de Fevereiro

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    Destinadas a apoiar a “criação, investigação e experimentação”, o CCB lançou as primeiras duas  Bolsas de Criação ‘Diogo Seixas Lopes’. As candidaturas decorrem de 17 de Janeiro a 16 de Fevereiro de 2025, devendo ser formalizadas em formulário próprio. A linha temática da primeira edição é ‘Interespécies’.

    Criadas pelo Centro de Arquitectura MAC/CCB em homenagem ao arquitecto Diogo Seixas Lopes, falecido em 2016 e figura central do pensamento arquitectónico português e primeiro consultor da Garagem Sul, estas bolsas de criação, atribuídas por concurso, procuram “consolidar e incentivar” a construção colectiva de pensamento crítico e conhecimento em torno das linhas temáticas anuais do Centro de Arquitectura.

    O concurso, aberto a todas as pessoas ou colectivos cuja investigação incida sobre a arquitectura, procura proporcionar apoio financeiro à investigação ou criação e execução de projectos, com um valor anual de 10 mil euros, com acompanhamento da curadora-chefe do Centro de Arquitectura do MAC/CCB, Mariana Pestana.

    O processo de avaliação e selecção de candidaturas decorre durante os meses de Fevereiro e Março de 2025. O júri é composto por Julia Albani (externo), Marta Mestre (curadora, MAC/CCB) e Sofia Passadouro (educação e mediação, MAC/CCB). Os projectos seleccionados serão anunciados no dia de reabertura do Centro de Arquitectura, a 2 de Abril de 2025.

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    OA discute alteração ao RJIGT

    Este evento reunirá, hoje, 21 de Janeiro, a partir das 18H, na sede nacional da OA, em Lisboa, diferentes personalidades de relevo nas áreas do ordenamento do território, do urbanismo e da habitação. Debate poderá ser acompanhado em directo através do canal de YouTube da Ordem

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    A Ordem dos Arquitectos discute hoje, 21 de Janeiro, as alterações ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, RJIGT. Debate poderá ser acompanhado em directo através do canal de YouTube da OA.

    Este evento reunirá, a partir das 18H, na sede nacional da OA, em Lisboa, diferentes personalidades de relevo nas áreas do ordenamento do território, do urbanismo e da habitação para uma discussão aprofundada sobre as alterações propostas ao regime jurídico que orienta os instrumentos de gestão territorial, com impacto significativo na gestão urbanística e no ordenamento do território.

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    Créditos: Santos Diez

    Arquitectura

    Habitação em Vila do Conde premiada em diferentes iniciativas internacionais

    A obra de habitação colectiva, da autoria do arquitecto Raulino Silva foi distinguida em quatro prémios internacionais, tendo recebido o primeiro prémio no 2A Architectural Awards no Dubai, o Architecture Masterprize 2024 nos USA, o BLT Awards 2024 na Suiça e, recentemente, o IDA Design Awards 2024, nos USA

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    A obra de habitação colectiva, situada no centro de Vila do Conde, da autoria do arquitecto Raulino Silva foi distinguida em quatro prémios internacionais. No final do ano passado venceu o primeiro prémio no 2A Architectural Awards no Dubai, o Architecture Masterprize 2024 nos USA, o BLT Awards 2024 na Suiça e, agora, o IDA Design Awards 2024, nos USA.

    A intervenção no Gaveto das ‘Alminhas’ de São José, no centro da cidade de Vila do Conde, tem como programa a construção de uma habitação unifamiliar e de um edifício de habitação colectiva para arrendamento com dois apartamentos e uma loja para comércio ou serviços.

    A habitação unifamiliar implanta-se no local da construção existente que tinha apenas um piso, e mantém a fachada antiga para a rua Comendador António Fernandes da Costa, sendo que o segundo piso ficou recuado em relação à rua para se afastar da fachada da casa do Instituto de S. José da Congregação das Irmãs Doroteias, permitindo assim visualizar também a cobertura da Capela Dos Passos que se encontra no lado Norte do quarteirão.

    As fotografias da obra de Héctor Santos-Díez mostram a inserção dos dois edifícios no centro histórico da cidade de Vila do Conde, em duas ruas com escalas distintas, mas unidas pelo gaveto do muro de granito.

    No piso térreo temos a garagem para dois carros, a lavandaria, a sala comum que comunica com a cozinha, um sanitário, a área técnica e o quarto das visitas com quarto de banho privativo. No piso superior, temos a suite principal com quarto de banho e dois quartos de vestir, três quartos mais pequenos também com quarto de banho privativo, e o escritório no topo Sul que se abre para um grande terraço e espreita a cidade.

    O segundo edifício, para arrendamento, foi construído na rua Conde D. Mendo, um arruamento mais movimentado e com vários pequenos prédios com comércio no rés-do-chão.

    No piso térreo temos, ainda, o estacionamento automóvel atrás do muro e uma loja para comércio ou serviços com entrada independente.

    Raulino Silva, nascido em Vila do Conde em 1981, abriu seu atelier em 2011. Além do seu trabalho enquanto arquitecto, tem participado em diversas exposições internacionais e em publicações sobre arquitectura habitacional. Participou, ainda, como orador em diversos eventos e integrou júris de concursos e prémios internacionais. Em 2019, recebeu a medalha de mérito de Vila do Conde.

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    Assinatura do Protocolo

    Arquitectura

    OA e FAUL celebram protocolo de cooperação para “Nova Geração de Habitação”

    No âmbito do projecto formativo Aliança “Nova Geração de Habitação”, estão previstas condições especiais para os membros da OA. A oferta formativa para 2025 já está decidida e a primeira edição tem início a 1 de Abril com término a 27 de Maio, com o tema ‘Inovação em Habitação’

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    A Ordem dos Arquitectos (OA) celebrou um Protocolo de Cooperação com a Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa (FAUL), no âmbito do projecto formativo Aliança “Nova Geração de Habitação”, que prevê condições especiais para os membros da OA.

    A inscrição nos cursos é efectuada directamente pelo membro da OA junto da FAUL/CIAUD, devendo este indicar o respectivo número, ficando a gestão e organização das inscrições nos cursos de formação a cargo da FAUL/CIAUD.

    A oferta formativa para 2025 já está decidida e a primeira edição tem início a 1 de Abril com término a 27 de Maio, com o tema ‘Inovação em Habitação’, de 21 de Abril a 26 de Junho está prevista a formação sobre ‘Instrumentos de Politica de Habitação’ e a seguinte será de 23 de Abril a 16 de Julho, sobre ‘Cartas Municipais de Habitação’.

    Depois, entre Setembro e Dezembro, ainda sem data definida, está previsto formação sobre ‘Reabilitação Habitacional’.

    No âmbito das pós-graduações abrangidas pelo Protocolo, serão atribuídos prémios de mérito académico aos três estudantes que tenham obtido uma das três melhores classificações da edição do curso em causa, desde que esta seja superior a 16 valores.

    O Prémio de Mérito Académico FA.ULisboa “Impulso Adultos” é de natureza pecuniária, consistindo na atribuição de uma verba de valor igual a duas vezes o montante dos custos totais  fixados para a frequência do curso a que respeita no ano lectivo de atribuição do prémio.

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