Em vésperas do arranque de mais um Archi Summit, a TRAÇO este no palco do evento – a Sala XL no LX Factory, à conversa com Elsa Oliveira – que faz parte da organização desta “festa da arquitectura” -, para desvendar um pouco mais sobre o que se vai passar nos dias 12 e 13 de Julho. Surpreender é palavra de ordem e a imaginação promete estar ao rubro.
Esta 4ª edição do Archi Summit contou com um warm up – o “Woman in Archi”, que celebrou a arquitectura no feminino. A ideia foi chamar a atenção para a questão da desigualdade de géneros?
Elsa Oliveira: Quando nos lembrámos deste tema, efectivamente o nosso objectivo não foi criar especulação sobre a mulher na arquitectura, mas sim e sabendo que acontece, dar oportunidade a mulheres arquitectas de poderem mostrar o seu trabalho.
Aquilo que acontece é que por uma questão histórica e mesmo social, vemos que, por exemplo, os vencedores dos grandes prémios de arquitectura, nomeadamente do Prémio Pritzker, são na sua maioria homens.
Contudo, o nosso único objectivo foi mesmo dar a oportunidade a algumas mulheres de falarem sobre o seu trabalho, dar-lhes palco, sendo que para algumas delas foi mesmo a primeira vez que o fizeram.
Relativamente aos oradores da 4ª edição do Archi Summit, houve o cuidado de conseguir esse equilíbrio entre géneros, ou foi casual?
Temos sempre essa preocupação, tentamos que não haja uma grande discrepância e mais uma vez este ano temos homens e mulheres a palestrar.
A LX Factory é o palco desta 4ªedição, um lugar escolhido pela organização do Archi Summit e pela Câmara Municipal de Lisboa. Para além do carácter trendy e de ser um espaço que depois de remodelado ganhou uma nova vida e centralidade, que outros critérios estiveram na sua escolha?
Nas primeiras duas edições, o carácter foi um pouco diferente porque fizemos o evento em espaços que iriam ser posteriormente reabilitados. O primeiro foi num parque de estacionamento emblemático do Porto – o Silo Auto -, que vai ser reabilitado; e depois foi o Matadouro também na cidade do Porto.
O ano passado em Lisboa, escolhemos o Pavilhão de Portugal e a pala do Siza Vieira, por ser um marco arquitectónico e porque o arquitecto Siza Vieira era um dos oradores. Este ano a ideia era voltar às origens e trabalhar com espaços que estivessem a ser reaproveitados e o LX Factory respondia a esse critério, uma vez que é um espaço que está a ser reutilizado e é reinventado pelas empresas que nele estão sedeadas. Por tudo isso, achámos que o projecto que tínhamos em mente para esta edição se enquadrava na LX Factory na perfeição. Assim sendo, a 4ª edição do Archi Summit vai ocupar a Sala XL.
Estamos a falar de 1500 m2 de área expositiva e de uma decoração inspirada na exposição “Cronocaos”, de Rem Koolhaas. O que é possível antecipar sobre o que será o espaço que acolhe o Archi Summit?
A Sala XL vai ser transformada num espaço onde vão estar a acontecer várias coisas ao mesmo tempo. Haverá palestras a decorrer o dia todo e marcas e empresas portuguesas a expor os seus produtos e as suas novidades para a área da arquitectura e construção. Aquilo que podem esperar é um espaço disruptivo, inspirado numa exposição do trabalho de Rem Koolhaas. De uma forma resumida, pegámos no caos organizado e trouxemo-lo para a Sala XL da LX Factory.
Relativamente ao ano passado, que foi um projecto extremamente bem organizado e simétrico, este ano estamos a falar do oposto. O objectivo disto é também, uma vez que temos arquitectos que nos visitam desde a primeira edição, surpreender e criar experiências diferentes, pese embora em torno do mesmo assunto, que é a Arquitectura.
No ano passado foram utilizados blocos de cortiça para delimitar o espaço e criar divisões. Este ano o que será utilizado?
Este ano não há divisões! Elas vão pertencer à imaginação de cada um. A exposição é completamente diferente, estamos a falar de um espaço aberto onde as empresas recorrendo a paletes e cerâmica vão conseguir expor os seus produtos. Haverá um percurso que levará o visitante ao coração do recinto – onde vão decorrer as palestras – e no decorrer desse mesmo percurso irão surgir diversas surpresas, muitos produtos, muitas marcas, muitas activações.
Relativamente aos temas – habitação e ordenamento e espaço público. O que levou à sua escolha?
Tanto na escolha dos temas como dos oradores trabalhámos com a curadoria do Rodrigo Costa Lima e da Amélia Brandão e, tal como nas edições anteriores, tentámos escolher os temas do momento. Nesse sentido, vamos abordar a “Habitação” e o “Espaço Público”, que são dois temas que dizem muito à cidade de Lisboa, mas não só, são temas transversais a muitas cidades e temas da actualidade. No Archi Summit o objectivo é perceber a opinião que diferentes arquitectos têm do mesmo tema, tanto nacionais como internacionais, bem como as suas abordagens em diferentes partes do mundo.
Em relação aos oradores, nesta edição fizemos um grande esforço para trazer arquitectos fantásticos, menos conhecidos do público, mas com um trabalho e percurso incríveis, e também que estivessem pela primeira vez em Portugal.
À luz do balanço das edições anteriores, que expectativas têm para esta edição?
O Archi Summit tem vindo sempre a crescer ao longo das edições e este ano essa é a nossa grande expectativa: termos mais arquitectos a visitarem-nos. Acreditamos que é isso que vai acontecer.
Duas edições no Porto, seguidas de duas em Lisboa. Existe alguma estratégia para a geografia das próximas edições?
O evento começou no Porto e ao final da segunda edição sentimos a necessidade de ir para Lisboa, acrescido de os nossos grandes parceiros estratégicos também acharam que estava na hora de darmos um salto. Para o ano pode ser em Lisboa ou em qualquer outra cidade. Muitas vezes é durante o evento e o próprio evento que dita uma vontade.
Porque não se pode perder o Archi Summit 2018?
Porque pode ser uma oportunidade única de ver alguns dos arquitectos que vão estar cá e que certamente vão partilhar connosco experiências e conhecimentos muitos valiosos, porque as marcas e empresas presentes fazem um grande esforço para tornar a experiência dos arquitectos única, porque é o palco perfeito para fazer networking e abrir novos horizontes e porque quem vem tem dois dias muito agradáveis.