Em simultâneo, assinala-se o lançamento do relatório “Europe CRE 180”, do BNP Paribas Real Estate, com contributos da Worx no contexto do BNP Paribas Real Estate Alliance Network. A publicação destaca os primeiros sinais de uma recuperação do mercado de investimento na Europa, evidenciado pelo aumento de 8% do capital alocado a imobiliário comercial nos primeiros nove meses do ano face a igual período do ano anterior, a par da estabilização das yields prime nos principais mercados.
Relativamente ao contexto nacional, a consultora sublinha o investimento em imobiliário comercial em Portugal até Setembro que ascendeu a cerca de mil milhões de euros, um valor consistente com o período homólogo, a maior transacção do ano, até ao momento, com a aquisição do Alegro Montijo pela Lighthouse Properties, por 177,8 milhões de euros.
Também no período em análise, verificou-se a consolidação do retalho como o sector mais atractivo, com mais de 30% do capital investido, seguindo a tendência de crescimento do mesmo aferida no ano passado. Neste contexto, denota-se uma maior apetência dos investidores por supermercados e retail parks. Adicionalmente, denota-se uma clara recuperação do investimento em escritórios, enquanto os hotéis mantêm a sua atractividade e consolidam-se como o segundo sector mais atractivo.
“O mercado de investimento mantém-se resiliente, ainda que não se denote o tão esperado crescimento, em virtude do efeito da descida das taxas de juro e da melhoria das condições de financiamento. O investimento em 2024 deverá fixar-se próximo dos dois mil milhões de euros, porém prevê-se um incremento mais acentuado apenas em 2025”, antecipa a consultora.
Escritórios seguem em alta
Já sobre o sector de escritórios a consultora assinalou um volume de ocupação de 168,546 m² na Grande Lisboa até Setembro, tendo a procura mais do que duplicado face ao período homólogo, ultrapassando inclusivamente a absorção total de 2023. No terceiro trimestre, assinalou-se uma das principais operações do ano com a ocupação da totalidade do edifício Rato 11 (zona 2), com mais de 8.000 m² pela Deloitte.
As zonas 5 (Parque das Nações) e 3 (Zonas Emergentes) granjearam os maiores volumes de absorção (32% e 25%, respectivamente). Não obstante, a Prime CBD verificou o maior aumento do número de negócios que quase duplicou, confirmando a maior apetência das empresas por localizações centrais.
Desta forma, prevê-se uma absorção de espaços de escritórios próxima dos 200.000 m², emergindo como um dos melhores resultados do mercado de escritórios dos últimos 10 anos.
Para Pedro Rutkowski, CEO da WORX, “estes são sinais de uma clara recuperação da procura por escritórios que se deverá consolidar no próximo ano. A WORX orgulha-se de ter participado na comercialização de mais de 60.000 m², incluindo em três das maiores operações até ao momento, arrecadando uma participação de mercado próxima dos 40%”.