“Excesso de energia eólica na rede representa um novo aeroporto da Ota”, garante Mira Amaral
“O Governo está já num excesso e num fundamentalismo no domínio das eólicas que não se pode aceitar”, afirmou Mira Amaral
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O antigo ministro da Energia Luís Mira Amaral defendeu esta terça-feira um paragem da incorporação de energia eólica na rede, afirmando que os sobrecustos desta fonte energética representam um aeroporto da Ota, e pediu ao PSD que levante a questão.
“O Governo está já num excesso e num fundamentalismo no domínio das eólicas que não se pode aceitar”, afirmou Mira Amaral, acrescentando que “com este excesso de eólicas temos aqui um novo aeroporto da Ota”, referindo-se ao projecto da construção do novo aeroporto de Lisboa, – que acabou por ir para Alcochete – e que teria um custo estimado de cerca de três mil milhões de euros.
“Estamos a atingir o limite de eólica que seria aceitável na nossa rede (.) neste momento, com 3.500 Megawatts instalados, começa a haver evidências económicas e técnicas que estamos a atingir o limite óptimo na nossa rede. Aumentar isto significa que vamos ter aqui um aeroporto da Ota no sistema eléctrico português”, acrescentou Mira Amaral, em declarações à agência Lusa, à margem do debate “Energia Nuclear. Sim ou Não?” que decorreu em Lisboa.
O antigo ministro da Indústria e Energia do Governo de Cavaco Silva disse ainda que existem em Portugal um grupo de pressão em defesa da energia eólica, afirmando que “à custa dos consumidores de energia eléctrica portuguesa montou-se um lobby eólico fortíssimo, que vive à nossa custa, está sentado à mesa do consumidor de energia eléctrica e portanto tem poder económico.
“Apelo ao PSD, que anda a por em causa alguns contratos feitos pelo Governo nas parcerias publico privadas. Este caso da eólica é também um exemplo da parceria público privada, penso que o PSD pode levantar estas questões”, acrescentou.
Presente também no debate sobre energia nuclear, o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis, António Sá da Costa, opôs-se, em declarações à agência Lusa, à posição de Mira Amaral.
“Hoje em dia, Portugal já tem excesso de oferta na produção de electricidade. O Estado assumiu determinados compromissos, determinados concursos, que têm de ser respeitados, não vamos tirar isso”, considerou Sá da Costa.
A rede energética deixará de comprar electricidade aos produtores de renováveis a preços garantidos no início de 2020, com a entrada em regime de mercado, disse Sá da Costa, que garantiu que os produtores já estão a receber cerca de 63 euros por kilowatt/hora pela venda à rede, “um valor muito mais baixo que o custo, no mesmo ponto da rede, das outras fontes”.
O responsável considerou ainda que “os custos das renováveis estão mal feitos, porque a lei assim o obriga. Porque o preço da electricidade que é pago às grandes centrais não tem todos os factores, ao passo que o que é pago às renováveis é um preço fechado. Nós recebemos aquilo e não recebemos mais nada. A outra electricidade vai recebendo um conjunto de apoios”.