Investimento imobiliário mais que duplica no 1º trimestre para 625 M€
Os mercados de retalho e hotelaria sustentam níveis robustos de desempenho, o que explica também a preferência dos investidores por tais classes de activos, as quais, em conjunto, agregaram 80% do volume de investimento captado no período em análise

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O investimento em imobiliário comercial apresentou uma franca recuperação no primeiro trimestre deste ano, totalizando 625 milhões de euros transaccionados, revela a JLL no seu research trimestral “Market Dynamics”, o qual acompanha a actividade de investimento, ocupação e transacção do mercado imobiliário nos segmentos comerciais e residencial.
Com excepção de 2020, “este é o primeiro trimestre de um ano com o maior nível de actividade dos últimos sete anos” e que “quase triplica” o montante investido no período homólogo, em 2024, que ascendeu a 234 milhões de euros, refere a análise da consultora.
O segmento de retalho foi o motor do investimento neste trimestre, com 57% do montante, evidenciando-se ainda neste período a forte presença dos investidores nacionais, que geraram 40% do capital transaccionado, um registo bastante mais expressivo do que o habitual padrão de cerca de 20%.
De acordo com Andreia Almeida, Head of Research da JLL Portugal, “o impulso no investimento imobiliário é uma excelente notícia para o mercado e o País, confirmando que Portugal se mantém no radar do capital internacional, enquanto regista uma dinâmica especial por parte dos investidores domésticos. Exceptuando o primeiro trimestre de 2020, em que a actividade dos primeiros três meses atingiu uns excepcionais 1.454 milhões de euros, é preciso recuar a 2018 para encontrar um início de ano mais robusto, o que abre boas perspectivas para o restante do ano”.
E acrescenta: “O mercado de investimento beneficiou da melhoria das condições macroeconómicas e prudenciais globais, associadas ao bom desempenho da economia portuguesa, com um crescimento do PIB acima da média da zona Euro e um baixo nível de desemprego. Outros factores de atractividade são os bons indicadores operacionais do sector, com baixas taxas de desocupação e tendência de crescimento das rendas. Isto significa também que, para já, o impacto das incertezas geopolíticas internacionais e a instabilidade política no País, com a realização de eleições, foi relativamente contido em termos do mercado imobiliário”.
De acordo com o relatório da JLL, a ocupação de escritórios esteve sob forte pressão nos primeiros quatro meses do ano, caindo 45% em Lisboa (para apenas 54 mil m2) e 80% no Porto (para meros 4.500 m2). Sendo claro que a comparação é feita face a um 2024 especialmente forte, a quebra na actividade reflecte também este impacto do adiamento de decisões das empresas, agravado pela falta de oferta moderna e adequada aos requisitos especialmente em termos de sustentabilidade, o que restringe naturalmente o volume de área ocupada. Em termos ocupacionais, o imobiliário industrial foi outro segmento também pressionado neste trimestre, registando uma quebra de 48% para 84.000 m2 ocupados. Neste caso, contudo, trata-se de um resultado limitado apenas pela falta de oferta disponível.
Os mercados de retalho e hotelaria sustentam níveis robustos de desempenho, o que explica também a preferência dos investidores por tais classes de activos, as quais, em conjunto, agregaram 80% do volume de investimento captado no período em análise. Em termos operacionais, o retalho mantém uma boa dinâmica de abertura de lojas, especialmente no comércio de rua, com um nível máximo de rendas a ser atingido em Lisboa, nomeadamente de €145/m2/mês no Chiado. Na hotelaria, o número de hóspedes aumentou 3% e as diárias médias cerca de 4%, o que resultou num aumento da ordem dos 5% nos proveitos totais e de 4% no RevPAR, que atingiu €45.
O relatório da JLL assinala, ainda, o crescimento do mercado residencial, que continua a atingir novos patamares de preço e a dar continuidade à retoma das vendas. No início do ano, os preços das casas em Portugal registaram um dos crescimentos trimestrais mais acentuados em quase 20 anos, de 6,6%, impulsionado pelo estímulo da procura num contexto de escassez de oferta e redução das taxas de juro.