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BUPi: conhecer o território que temos é valorizá-lo

Paulo Madeira é o coordenador-adjunto da eBUPi, estrutura que tem por missão a expansão do Balcão Único do Prédio (BUPi). Hoje, com cerca de 2,2 milhões de propriedades identificadas (cerca de 26% da meta estipulada) e 154 municípios aderentes ao BUPi existe um caminho a percorrer que será facilitado graças à tecnologia

Manuela Sousa Guerreiro
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BUPi: conhecer o território que temos é valorizá-lo

Paulo Madeira é o coordenador-adjunto da eBUPi, estrutura que tem por missão a expansão do Balcão Único do Prédio (BUPi). Hoje, com cerca de 2,2 milhões de propriedades identificadas (cerca de 26% da meta estipulada) e 154 municípios aderentes ao BUPi existe um caminho a percorrer que será facilitado graças à tecnologia

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Manuela Sousa Guerreiro
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Recentemente distinguido com o Special Achievement in GIS Award, prémio internacional, que reconhece práticas de excelência na utilização de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), pela ESRI Internacional, o BUPi (Balcão Único do Prédio) é uma plataforma que permite mapear, entender e valorizar o território português, de forma simples e gratuita. O projecto piloto arrancou em 2017 em apenas 10 municípios e desde 2020 que está em fase de expansão no país. A 31 de Dezembro de 2023 o BUPi fechava o ano com mais de dois milhões de propriedades identificadas e este ano prepara-se para acelerar a missão de identificar, localizar e registar propriedades.

Ao CONSTRUIR Paulo Madeira, coordenador-adjunto da eBUPi, Estrutura de Missão para a Expansão do Sistema de Informação Cadastral Simplificado, a quem compete expandir a actividade do BUPi, falou sobre os desafios e o impacto de um trabalho que concorre para uma maior coesão e desenvolvimento territorial.

2023 foi um ano de forte crescimento no número de propriedades identificadas. Que factores motivaram este crescimento?
O BUPi terminou o ano de 2023 com cerca de dois milhões de propriedades identificadas, um aumento de 100% em relação a 2022. Esse crescimento só foi possível com a mobilização dos cidadãos para o projecto e com o empenho dos mais de 960 técnicos habilitados dos 145 municípios que integraram o BUPi até ao final do ano passado, sendo que actualmente são já 154 dos quais 5 na Região Autónoma da Madeira. Foi graças ao seu sentido de propósito, profissionalismo, motivação e à sua excepcional capacidade de trabalho que foi possível cumprir o objectivo de 30% de área de matrizes georreferenciadas e o marco de conhecer 90% da área dos municípios sem cadastro quanto ao tipo de propriedade (pública, privada ou comunitária), ao seu uso e ocupação.
Por outro lado, houve um importante contributo da abordagem inovadora do projecto e da tecnologia, que permitiu implementar incrementalmente melhorias, e naturalmente, dos cidadãos, tanto os enquanto proprietários como no papel de promotores, que aumentaram o conhecimento sobre o projecto nas comunidades.

Em 2024 haverá novo crescimento?
Em 2024, já foram identificadas mais de 220 mil propriedades e este número tenderá a crescer a um ritmo mais acelerado até ao fim do ano, graças a várias inovações tecnológicas que foram, e serão, disponibilizadas, bem como ao reforço das várias acções de comunicação para mobilizar os cidadãos, bem como à aposta dos municípios no projecto.

O impacto tecnológico

Este trabalho começou com um projecto piloto em 2017. Como é que a tecnologia que lhe serve de base, bem como os recursos que lhe são afectos, foram evoluindo e se adaptando (e crescendo) ao longo destes anos?
A base do nosso trabalho passa pela procura incessante de meios para conjugar eficácia e desempenho ágil, por parte da tecnologia e dos técnicos habilitados, com a elevada comodidade para os cidadãos, num processo que se mantenha simples, centrado nas suas necessidades, e que é gratuito e sem qualquer aumento de impostos sobre a propriedade até Dezembro de 2025.
Desde a fase piloto do projecto, entre 2017 e 2018, o BUPi inovou com metodologia de desenho de serviços para construir as soluções centradas nas pessoas e nos utilizadores da plataforma, mas também com o desenvolvimento e disponibilização de uma versão inicial de um algoritmo de dedução de localização das propriedades a partir de informação da Autoridade Tributária carregada na plataforma. Estas ferramentas agilizaram o conhecimento do território e permitiram um resultado de mais de 50% de área conhecida dos dez municípios piloto.
A partir de 2020, data em que se iniciou a fase de expansão do projecto, manteve-se a aposta na tecnologia e na inovação incremental como meios para superar os desafios do conhecimento do território. Essa aposta foi essencial sobretudo para acelerar o projecto considerando que nos anos de 2020 e 2021 o arranque desta nova fase foi marcada pela pandemia da doença COVID-19. Nesse sentido foi desenvolvida uma versão melhorada do algoritmo de dedução de localização das propriedades que já permitiu deduzir a localização mais de seis milhões de prédios, foi disponibilizada uma camada de propriedades sugeridas que usando informação de várias fontes disponíveis no BUPi aceleram a identificação ao evitar em muitos casos o desenho da propriedade pelo proprietário. Em 2022, a eBUPi lançou uma app móvel gratuita e de simples utilização para apoiar os cidadãos que pretendiam identificar e a localizar as suas propriedades directamente no terreno, especialmente em áreas muito arborizadas, utilizando o receptor GPS existente nos telemóveis.

Quantos utilizadores tem actualmente a app móvel?
A app BUPi já conta com cerca de 160 mil downloads e revelou-se, dada a sua simplicidade e eficácia, num instrumento muito utilizado por cidadãos de todas as idades contrariando o preconceito de que as pessoas de mais idade não recorreriam a esta solução.
Entretanto, já em 2024, foi lançado um novo Visualizador do BUPi, que foi desenvolvido numa lógica de co-criação com os técnicos habilitados (desde a fase de levantamento de requisitos ao desenvolvimento e testes). Inclui um cronograma dinâmico (time slider) que permite consultar as várias versões históricas de uma determinada camada de informação geográfica e alternar entre a visualização 2D e 3D, facilitando a utilização das memórias dos cidadãos sobre os limites das propriedades, tal permite por exemplo, verificar como estava o território antes e após certos incêndios, ou antes e após a construção de grandes infraestruturas como estradas, linhas de comboio e barragens o que é muito útil para ajudar na identificação das propriedades.
Ainda durante este ano, surgirão outras novidades, tais como uma nova versão da app BUPi, melhorias ao visualizador do BUPi e outras, que tornarão mais imediato e completo o acesso dos técnicos habilitados e dos cidadãos a todos os dados que dizem respeito às suas propriedades. A forma de comunicar com os cidadãos também conhecerá novidades, com três projectos-piloto: Comunicações Pro-ativas, Consulta pública e “Prédios sem dono conhecido”.

Em linha com as metas do PRR

Relativamente aos números e metas que tinham sido definidas para a Missão, como estamos no cumprimento desses objectivos? O BUPi Já abrange todo o país?
Uma vez que se trata de um projecto cujo financiamento actual resulta de uma candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência, apraz-nos partilhar que as duas metas de desembolso do PRR já se encontram cumpridas e registamos uma taxa de execução de cerca de 20% que está em linha com a média dos projectos financiados.
No que respeita a números operacionais, o balanço é francamente positivo. Estão identificadas, até ao momento, 2 230 999 de 8 627 062 existentes em Portugal Continental, que se encontravam por identificar, isto é, 26%. Sobre a área em hectares, esta é um pouco mais elevada, cerca de 30% do total. O que nos permite perceber que a média de áreas das propriedades é de 0,57 hectares. No caso da Região Autónoma da Madeira, a adesão ao projecto é ainda recente para se poder medir face aos objectivos, mas apresenta números normais para a fase inicial em que se encontra.
Quanto à abrangência nacional, é relevante clarificar qual a área geográfica de actuação do BUPi. A missão da eBUPi é a expansão do processo de alargamento do Sistema de Informação Cadastral Simplificado e do Balcão Único do Prédio (BUPi) aos 172 municípios que não têm Cadastro Predial. Nos restantes, uma vez que existe cadastro predial a componente de georreferenciação não é efectuada pelo BUPi, ainda que sejam aplicáveis os procedimentos simplificados e gratuitos de registo predial. Até ao momento, temos 154 municípios aderentes em Portugal Continental, dos quais cinco pertencem à Região Autónoma da Madeira. Há ainda 14 municípios da Região Autónoma dos Açores que se encontram em fase de adesão.

Que municípios estão mais avançados no processo de conhecimento do seu território?
Essa é uma realidade dinâmica, como se pode observar nos dashboards públicos na área de indicadores do sítio do BUPi na internet, onde é possível consultar a evolução de cada município. Em destaque, em dois gráficos, colocámos um Top 10 dos municípios que mais propriedades, por um lado, e percentagem de área, pelo outro, identificaram. É uma informação que vale a pena consultar regularmente e onde se torna claro que o ritmo de cada município pode variar ao longo do tempo, de acordo com factores tão dispares como campanhas dinamizadas, capacidade de técnicos afectos ao projecto, ou a maior ou menor afluência de cidadãos aos balcões.
Por outro lado, existem também dashboards na área privada de cada município na plataforma BUPi que estão disponíveis para estes e para os Técnicos Habilitados, onde é possível monitorizar o projecto como um todo, bem como a componente do PRR. Estes elementos permitem aos municípios e aos seus técnicos, de forma visualmente clara e apelativa, ter o conhecimento exacto do momento em que se encontram no projecto através de várias métricas, tais como o número de processos por técnico, a média diária, semanal e mensal de propriedades identificadas e quantas faltam georreferenciar.

Quantos proprietários já fizeram o registo das suas propriedades nesta plataforma?
Até à data de realização desta entrevista, contamos mais de 338 mil proprietários que utilizaram o BUPi. As vantagens de que cada um destes cidadãos, hoje, beneficia, são múltiplas, destacando-se que todos os procedimentos e a documentação necessária são gratuitos até final de 2025 e que não existe qualquer aumento de impostos. Por outro lado, o valor inerente ao facto de a propriedade ficar georreferenciada permite que as gerações futuras continuem a conhecer a localização e os limites da propriedade e evita disputas futuras, situação que hoje não é acautelada dado que o conhecimento é passado na maioria dos casos de pais para filhos de forma oral, o que leva a que muitas pessoas saibam que têm as propriedades, mas desconheçam onde elas se localizam. O processo é simples, acessível, sendo que os proprietários podem localizar e indicar os limites das suas propriedades directamente na plataforma BUPi, em bupi.gov.pt, ou, caso pretendam em alternativa um atendimento presencial para esclarecer dúvidas ou pelo simples facto de não disporem de meios informáticos, podem dirigir-se aos balcões físicos BUPi que funcionam nos municípios onde serão apoiados por técnicos especialmente habilitados para esse atendimento. Outro grande benefício para os cidadãos é a protecção dos seus direitos de propriedade para si e para os seus descendentes, dado que o mero registo das propriedades nas Finanças não é suficiente.
Em muitos dos municípios este apoio dos balcões é realizado não apenas na sede do Concelho, mas também através de soluções deslocalizadas com balcões móveis que se deslocam às localidades, balcões nas freguesias, e até mesmo deslocações a casa dos cidadãos, ou seja, não há motivo para que os proprietários não identifiquem e registem as suas propriedades.

O que irá acontecer ao projecto após 2025?
Quanto à Estrutura de Missão a legislação em vigor é muito clara: o limite temporal da sua existência, à data de hoje, é até 31 de Dezembro de 2025. Caberá ao poder político avaliar os resultados atingidos e tomar as decisões de política pública que considere melhores para o BUPi e para o país. De momento, estamos muito focados em entregar os resultados de que o país precisa até final de 2025, acreditando no impacto transformador do trabalho realizado e do movimento nacional gerado pelo BUPi que está a permitir conhecermos o nosso território, identificando e registando as propriedades, e transformar esse conhecimento em valor para Portugal contribuindo para o desenvolvimento económico, social e ambiental com um forte impacto positivo nas gerações futuras.

Os impactos do BUPi sobre a valorização do território
Pergunta inevitável a fazer é: qual o impacto da georreferenciação na adopção de políticas públicas de ordenamento do território?
Paulo Madeira classifica-as do ponto de vista micro e macro. Sobre as primeiras o coordenador adjunto da EBUPi salienta que “o conhecimento do território adquirido através do BUPi já permitiu, do ponto de vista do ordenamento do território e da sua valorização, que os municípios passassem a dispor de informação sobre o território de que não dispunham anteriormente acelerando a sua própria base de conhecimento e permitindo que o processo de decisão em vários domínios passe a ser assente em dados reais, temos ainda exemplos de outras entidades públicas que já estão a utilizar serviços partilhados pelo BUPi para internalizar nas suas actividades e com isso criar valor. São o caso do IFAP que está a utilizar essa informação para permitir desde logo uma melhor gestão e atribuição de apoios aos agricultores, ou do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza) que dispõe de um projecto de 120 milhões de euros para construir faixas de gestão de combustível para prevenção de incêndios rurais e que beneficia da informação disponível no BUPi para acelerar o processo de conhecimento das áreas a intervencionar e nas servidões administrativas a constituir. Em ambos os casos o BUPi permite a estas entidades uma actuação mais focada e eficaz e ainda mais eficiente com uma poupança significativa de recursos financeiros aos contribuintes”.
Já numa perspectiva macro o responsável salienta que o BUPi “permite o conhecimento e actualização de informação da propriedade e dos proprietários o que constitui um valor inestimável para o país poder modelar novas medidas de política pública com base em dados e numa lógica de tomada de decisão data driven.”
Em breve serão apresentados resultados de um estudo sobre os benefícios económicos gerados pelo BUPi para o cidadão, por forma para tornar evidente que as mais valias do projecto não se cingem apenas ao sector público e que são, já hoje, uma realidade para os cidadãos e empresas.

 

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

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Vista geral do Masterplan do Arcaya
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Bondstone apoia primeira Cátedra em “Sustentabilidade de Ecossistemas Subterrâneos – Loulé”

Nova Cátedra, que resulta de uma parceria entre a Bondstone, a Universidade de Lisboa e a Câmara Municipal de Loulé, irá promover investigação aplicada e estratégias de conservação com impacto directo na biodiversidade e segurança hídrica do país

No âmbito da sua política de ESG e do seu posicionamento enquanto private equity especializada no desenvolvimento e gestão de projectos imobiliários sustentáveis em Portugal, a Bondstone assina um protocolo com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e a Câmara Municipal de Loulé para a criação da primeira Cátedra em “Sustentabilidade de Ecossistemas Subterrâneos – Loulé”. A assinatura decorre no âmbito da Semana do Clima que o município de Loulé está a assinalar, reforçando o seu compromisso com a justiça climática e a valorização do património natural do concelho.

O objectivo da nova Cátedra é gerar e disseminar conhecimento científico sobre a biodiversidade dos habitats subterrâneos, com especial enfoque no Barrocal Algarvio, uma zona de elevado valor ecológico e estratégico para a resiliência climática e hídrica do país. Esta iniciativa reflecte uma aliança entre a ciência, o território e o investimento responsável, e pretende posicionar Portugal na vanguarda da sua investigação.

“Este protocolo tangibiliza o nosso compromisso com uma abordagem de investimento sustentável, centrada no território, nas comunidades e na natureza. Na Bondstone, não nos limitamos a desenvolver projectos residenciais, procuramos construir um legado imobiliário em alinhado com o equilíbrio dos ecossistemas. A Cátedra que hoje anunciamos, da qual temos o orgulho de fazer parte, constitui um passo firme nessa direcção”, salienta Paulo Loureiro, CEO da Bondstone.

O apoio à criação da Cátedra surge em plena sintonia com os princípios orientadores do Arcaya, o novo empreendimento residencial da Bondstone em Vilamoura. Inspirado pelo conceito de “Jardim Infinito”, o Arcaya aposta numa arquitectura biofílica, numa construção de baixa pegada carbónica e na regeneração ecológica de um território rico em biodiversidade e ecossistemas sensíveis. O projecto não só respeita o perfil topográfico e vegetal do terreno como adopta estratégias de gestão hídrica, construção off-site, uso de materiais naturais e sistemas de auto-eficiência energética, pilares que se cruzam directamente com os objectivos científicos e educativos da Cátedra que integra o protocolo CIÊNCIA.

“Acreditamos que o sector imobiliário tem a responsabilidade de gerar valor para os territórios onde actua. Este protocolo, plenamente alinhado com a nossa estratégia ESG e com a visão do projecto Arcaya, representa uma forma concreta de contribuir para a preservação do património natural e para a produção de conhecimento com impacto duradouro, que vai muito além dos nossos empreendimentos”, sublinha Paulo Loureiro, CEO da Bondstone.

A Cátedra em Sustentabilidade de Ecossistemas Subterrâneos – Loulé desenvolverá a sua actividade em torno de três eixos estruturantes e interligados: ciência, educação e conservação. No domínio científico, pretende-se aprofundar o conhecimento sobre os ecossistemas subterrâneos, através da identificação, caracterização e avaliação da biodiversidade endémica presente no subsolo, com especial enfoque no Barrocal Algarvio, contribuindo para a compreensão do impacto das atividades humanas nestes habitats sensíveis. No campo da educação, a cátedra promoverá o desenvolvimento de estágios curriculares, dissertações de mestrado, teses de doutoramento e outras iniciativas de literacia científica. Já no eixo da conservação da natureza, a cátedra compromete-se a produzir conhecimento aplicado que permita integrar os ecossistemas subterrâneos nas políticas públicas ambientais, contribuindo para a definição de estratégias de protecção e restauro ecológico, com medidas concretas que potenciem a resiliência ecológica e a valorização do território.

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Grupo Pestana reforça aposta no Algarve com projecto premium

Com 91 lotes para moradias e 226 apartamentos, divididos em 6 núcleos, o futuro Pestana Ferragudo Village encontra-se numa zona privilegiada, a apenas um quilómetro da vila de Ferragudo, no Algarve. As primeiras unidades devem ser entregues no início de 2027

O Grupo Pestana prepara o reforço da sua presença no Algarve com a promoção de um novo projecto residencial premium em Ferragudo, cujas primeiras unidades deverão estar prontas para entrega no início de 2027. O futuro Pestana Ferragudo Village encontra-se numa zona privilegiada, a apenas um quilómetro da vila de Ferragudo, no Algarve. Com 91 lotes para moradias e 226 apartamentos, divididos em 6 núcleos, o novo empreendimento residencial aposta num conceito integrado de qualidade de vida e sustentabilidade, com soluções arquitectónicas que valorizam a paisagem e práticas ambientais responsáveis.

O mais recente projecto da marca de referência do Pestana Hotel Group no segmento imobiliário e residencial, Pestana Residences, dispõe de 91 lotes para moradias unifamiliares (entre 150 e 300 m²) e 226 apartamentos com áreas generosas. Segundo os promotores, que não adiantam o valor do investimento, o Pestana Ferragudo Village alia conforto, privacidade e uma envolvente natural cuidadosamente preservada. O futuro empreendimento oferece assim diversas opções de habitação, desde apartamentos com jardim e piscina privativos, penthouses com piscina na cobertura, a lotes exclusivos para a construção de moradias com diversas áreas.

Arquitectos do Tróia Eco-Resort
Os projectos de arquitectura, assinados por Gonçalo Salazar de Sousa, Rui Pinto Gonçalves e Miguel Passos de Almeida — equipa responsável também pelo Pestana Tróia Eco-Resort —, distinguem-se pela integração na paisagem e pela aposta na eficiência ambiental. Neste âmbito, destaca-se o futuro campo de golfe, cuja manutenção será assegurada exclusivamente com água reutilizada proveniente de uma ETAR, numa lógica de circularidade. Esta abordagem sustentável reforça o compromisso do Pestana Hotel Group com a preservação ambiental, tal como aconteceu em outros projectos, como por exemplo o Pestana Tróia – o primeiro verdadeiro Eco-Resort em Portugal – e posiciona o novo empreendimento como referência em boas práticas de gestão de recursos naturais no sector residencial. O projecto está em fase de construção, e tem conclusão prevista para 2027.
“O Pestana Ferragudo Village é mais do que um investimento imobiliário — é uma extensão natural daquilo que o Pestana Residences tem vindo a construir ao longo de décadas: lugares onde se vive bem, em equilíbrio com o território, a arquitectura e a sustentabilidade”, destaca José Roquette, administrador responsável pela área de desenvolvimento do grupo e pelo investimento imobiliário. O Pestana Ferragudo Village é mais um projecto de sucesso do Pestana Residences que reflecte a combinação de mais de 50 anos de experiência hoteleira com a sólida experiência do grupo em turismo residencial, consolidando a vitalidade da marca como uma referência no mercado imobiliário turístico de nova geração.

Sobre o autorRicardo Batista

Ricardo Batista

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Universidade da Beira Interior faz parceria na China para formar 1.200 engenheiros

Universidade da Beira Interior e a JiaXing University, localizada na região económica de Hangzhou, estabeleceram uma parceria para os próximos 10 anos para formar engenheiros electromecânicos e mecânicos para a China

Segundo a notícia publicada no site da Universidade da Beira Interior (UBI), a instituição viu aprovada, pelo Ministério Chinês da Educação, uma parceria de longa duração entre a Faculdade de Engenharia (FE-UBI) e a JiaXing University. Esta ligação vai prolongar-se por 10 anos, com a UBI a ter o papel de ajudar a formar 1.200 engenheiros electromecânicos e mecânicos para a China.

No âmbito da parceria, “as duas instituições vão organizar conjuntamente graduações nas áreas da mecânica, fabricação e automação. Este trabalho vai conferir aos estudantes no final da formação uma dupla titulação entre os cursos da China e da UBI. Desta forma, os futuros engenheiros ficarão com um diploma de cada país, em simultâneo.” Esta colaboração internacional,” de grande impacto, coloca a UBI como parceira de uma universidade situada na região económica de Hangzhou, caracterizada por ser uma das mais poderosas do país asiático”.

O acordo aprovado pelo Governo chinês resulta de um trabalho realizado ao longo de vários meses, com visitas exploratórias nos dois sentidos. “Em Novembro de 2024, a UBI recebeu uma delegação de professores chineses para participar no ICEUBI’2024, o congresso internacional de engenharia que acontece a cada dois anos. Também em 2024 teve lugar uma visita de docentes da UBI à Universidade de Jiaxing para apresentação das metodologias inovadoras do ensino da Engenharia que a UBI poderia partilhar com os parceiros chineses, além de apresentar projectos de investigação científica em curso na academia”.

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Corum reforça oferta com fundo direccionado para activos ESG

Direccionado investidores particulares nacionais, o Corum Eurion, foi criado em 2020 para aproveitar oportunidades na Zona Euro, com enfoque em activos com selo ESG

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A Corum Investments reforçou a sua gama de fundos imobiliários disponíveis para investidores particulares nacionais. Após a aprovação do regulador português, passa a disponibilizar, além do Corum Origin e do Corum XL, o fundo Corum Eurion, a todos os aforradores. Este fundo foi criado em 2020 para aproveitar oportunidades na Zona Euro, com enfoque em activos com selo ESG.

“A Corum tem como objectivo oferecer soluções de investimento diversificadas aos investidores em todos os momentos. É com esse intuito que decidimos agora disponibilizar o Corum Eurion a todos os investidores em Portugal, permitindo-lhes ter exposição a um portefólio de imóveis comerciais diversificados e orientados por critérios ESG”, afirma Marcelo Capitão, director da Corum Portugal.

Lançado em 2020, o Corum Eurion exige um investimento inicial mínimo de apenas 215 euros, sendo possíveis reforços a partir de 50 euros. O fundo permite aos investidores exposição a activos imobiliários em sete países da Zona Euro, abrangendo desde escritórios e espaços comerciais até hotéis e instalações industriais, com o objectivo de alcançar uma Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) de 6,5% a 10 anos e uma rentabilidade anual de 4,5%, meta que tem sido consistentemente superada.

Entre os imóveis detidos por este fundo encontra-se o edifício Green Park, em Lisboa, onde estão sediados os escritórios da Unicre, por 6,5 milhões de euros. Em 2022, o fundo foi reforçado com a compra de um edifício de escritórios no Porto, por 16 milhões de euros. onde se encontram as empresas tecnológicas Infraspeak, Koerber e Sitel.

Em 2023, foi realizado mais um investimento com a aquisição do edifício industrial em Benavente. Nesse mesmo ano, concretizou-se a maior aquisição do fundo em Portugal, com a compra de um centro logístico em Famalicão, por um total de 26 milhões de euros.

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Panasonic lança Aquarea Home para “controlo total” da casa

A Aquarea Home permite uma navegação “fluida” e uma gestão “eficiente” do conforto térmico, a partir da qual os utilizadores podem criar cenários personalizados para diferentes divisões ou zonas, definir temperaturas específicas e programar horários semanais, adaptando o ambiente doméstico à sua rotina diária

A Panasonic Heating & Cooling Solutions anuncia o lançamento oficial da sua nova aplicação Aquarea Home, uma ferramenta digital “intuitiva e poderosa”, concebida para permitir aos utilizadores monitorizar e controlar os seus sistemas Aquarea a partir de qualquer lugar, a qualquer momento. A app encontra-se disponível para transferência na Google Play e na App Store.

A aplicação Aquarea Home é compatível com uma vasta gama de soluções, incluindo Aquarea Air Smart, Aquarea Loop, Aquarea Vent e ventilo-convectores RAC Solo, desde que o sistema possua um controlador Wi-Fi integrado. Para bombas de calor Aquarea ou sistemas sem conectividade Wi-Fi incorporada, é necessário o acessório Home Network Hub para integração com a aplicação.

Concebida para “facilitar” o dia a dia do utilizador, a Aquarea Home permite uma navegação “fluida” e uma “gestão eficiente” do conforto térmico. Os utilizadores podem criar cenários personalizados para diferentes divisões ou zonas, definir temperaturas específicas e programar horários semanais, adaptando o ambiente doméstico à sua rotina diária. Além disso, todas as definições podem ser ajustadas remotamente.

Este lançamento faz parte do compromisso da Panasonic em reforçar o ecossistema digital da gama Aquarea, que inclui também aplicações como Comfort Cloud e tado, concebidas para optimizar o controlo de bombas de calor e terminais de aquecimento ambiente.

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Município do Porto lança concurso para requalificar Praça Pedro Nunes por 2,5M€

A intervenção abrange não só a Praça Pedro Nunes, como também a Rua de Ricardo Severo, a Rua de Joaquim de Vasconcelos e o Largo do Priorado

Uma obra de requalificação na Praça Pedro Nunes, em frente à Escola Secundária Rodrigues de Freitas, foi lançada em concurso público, esta segunda-feira, 19 de maio. A empreitada tem um preço base de 2,55 milhões de euros e recebe propostas até ao dia 9 de junho.

A intervenção abrange não só a Praça Pedro Nunes, como também a Rua de Ricardo Severo, a Rua de Joaquim de Vasconcelos e o Largo do Priorado.

Nos arruamentos está prevista a substituição e reconfiguração dos pavimentos, com a criação de novos lugares de estacionamento. A empreitada inclui, ainda, a plantação de árvores, melhorias na acessibilidade pedonal, renovação do mobiliário urbano e a requalificação da rede de iluminação pública.

A Praça Pedro Nunes será redesenhada com base na sua geometria circular, centrada no edifício da escola. O espaço vai receber bancos em granito, de forma a criar uma zona de estadia.

O Largo do Priorado será requalificado como espaço de estadia, com novos bancos, reformulação dos passeios e instalação de contentores de resíduos sólidos urbanos (RSU) enterrados. Está também prevista a relocalização do busto de Henry Dunant, filantropo suíço vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1901.

O prazo para a execução das obras é de 540 dias. As propostas devem ser submetidas, em formato eletrónico, na plataforma acinGov, na qual estão disponíveis todas as peças do concurso.

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Setúbal adquire 24 imóveis à Hipoges para arrendamento municipal

Com um investimento global de 4,5 M€, esta medida visa dar continuidade ao realojamento de 24 famílias retiradas da Quinta da Parvoíce e que já se encontravam nestas habitações

A Câmara Municipal de Setúbal (CMS) anunciou ter adquiridos 24 fogos à gestora de fundos de investimento Hipoges pelo valor global de quatro milhões e 500 mil euros. A deliberação foi aprovada em reunião pública da Câmara esta quinta-feira, dia 22 de Maio. A opção de aquisição dos imóveis visa dar continuidade ao realojamento de 24 famílias retiradas da Quinta da Parvoíce e que já se encontravam nestas habitações

Em comunicado, a CMS recorda que estas famílias foram realojadas no âmbito do Programa Porta de Entrada,  e que de um total de 72 agregados familiares provenientes do antigo bairro de barracas da Quinta da Parvoíce, 24 ficaram realojados através da celebração de contratos de arrendamento com a entidade gestora de fundos de investimento – HIPOGES.

No entanto, “em meados de Abril, o referido fundo deu início aos procedimentos de não renovação dos contratos de arrendamento em vigor, os quais têm como data de término o dia 30 de Agosto, o que deixou o município sem uma solução de alojamento para as famílias afectadas”, explica.

Tendo em conta que o actual mercado de arrendamento apresenta uma escassez de imóveis disponível em quantidade suficiente e a preços compatíveis com as condições estabelecidas pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e a autarquia não dispõe de recursos imobiliários adequados, foi proposta a aquisição à Hipoges dos referidos 24 imóveis. Esta seria a forma “mais célere e eficaz” de assegurar uma solução habitacional “condigna e em tempo útil” para as famílias afectadas, refere a autarquia, tendo sido o valor proposta pela entidade gestora os quatro milhões e 500 mil euros.

O CONSTRUIR tentou obter mais pormenores desta transacção junto da gestora, mas até ao momento não obteve resposta.

Sobre o autorCidália Lopes

Cidália Lopes

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Micro-rede resiliente salva FCTUC do apagão ibérico

Durante o apagão ibérico do dia 28 de Abril, o Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra (FCTUC) manteve-se operacional graças a uma micro-rede eléctrica resiliente. Desenvolvida pelo Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, esta tecnologia, que integra painéis fotovoltaicos, baterias e carregamento bidireccional de veículos eléctricos, teve a sua prova de fogo, destacando-se como uma solução revolucionária para cenários extremos

Quando no dia 28 de Abril às 11h33 as luzes se apagaram na península ibérica, o Instituto de Sistemas e Robótica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), permaneceu operacional. O instituto possui uma micro-rede eléctrica resiliente, capaz de garantir o fornecimento eléctrico a cargas críticas durante situações extremas ou catastróficas, em que ocorra falha da rede eléctrica pública, como a que aconteceu. A tecnologia desenvolvida do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC) da FCTUC teve “a sua prova de fogo com condições reais, conseguindo, com sucesso, fornecer electricidade às cargas críticas do edifício e funcionar de forma autónoma da rede pública”, refere a instituição.

“As micro-redes são uma tecnologia que permite ter um sistema eléctrico independente da rede eléctrica, inserido numa área geográfica específica e definida, como por exemplo um edifício, bairro ou localidade pequena. São usadas para fornecer electricidade em zonas remotas onde a infraestrutura é fraca ou inexistente, para optimizar eficiência energética, custos e integração de energia renovável e, em casos extremos, garantir o fornecimento de energia eléctrica aos clientes por si abrangidos quando tudo o resto falha”, explica Alexandre Matias Correia, estudante do mestrado em Engenharia electrotécnica ISR/FCTUC, e autor da tese de Doutoramento “Optimization anda management of microgrids to deliver high power quality in critical and disaster situations”, no âmbito da qual esta micro-rede resiliente instalada na IST foi desenvolvida.

Esta tecnologia, testada com sucesso em condições reais, opera de forma autónoma, integrando painéis fotovoltaicos, baterias, gestão de energia e carregamento bidireccional de veículos eléctricos, permitindo até 72 horas de fornecimento contínuo, substituindo os geradores de emergência a diesel.

O que se faz de revolucionário em Coimbra
A tecnologia de micro-redes eléctricas é conhecida e vem sendo desenvolvida e implementada globalmente há algumas décadas, mas o projecto da Universidade de Coimbra destaca-se pela sua ênfase na resiliência e na sua aplicação em situações extremas, adicionando-lhe características específicas como integração de veículos eléctricos (V2G ou Vehical to Grid) e capacidade regenerativa. O sistema V2G “permite alimentar a rede local através da energia armazenada em veículos eléctricos o que possibilita aumentar ainda mais a duração do fornecimento de energia eléctrica, assim como disponibilizar potência em locais onde a infraestrutura é inexistente ou foi danificada”, explica o investigador. “Usando os painéis fotovoltaicos e um sistema de gestão de cargas para recarregar baterias durante o dia”, dão lhe capacidade regenerativa, prolongando ainda mais o fornecimento às cargas críticas.
O teste de fogo do dia 28 pôs à prova o equipamento desenvolvido. “A micro-rede é dividida em três camadas: a camada física, onde estão instalados os vários equipamentos e tecnologias; a camada digital, que corre o software que faz a gestão e operação da micro-rede; e a camada de telecomunicações que faz a ponte entre o hardware e software e permite actuar e reagir às condicionantes em tempo real”, descreve Alexandre Matias Correia. “Uma coisa que se aprendeu com este ensaio foi a importância da camada das telecomunicações, pois inicialmente um lapso humano colocou em causa a comunicação entre os equipamentos e, apesar de estarem todos operacionais, foi necessária intervenção manual para iniciar a micro-rede. Esta falha foi prontamente identificada e corrigida, possibilitando o funcionamento da micro-rede, e no projecto final do sistema, já estará colmatada”, afirma o investigador.
Ao nível tecnológico “é também necessário a instalação de equipamento especializado, no que toca a inversores (que têm de ter capacidade de grid-forming), assim como de contadores com capacidade para serem controlados por software para proceder ao seccionamento da micro-rede com a rede pública e gestão dos circuitos de cargas críticas”, adianta Alexandre Matias Correia.
O software foi todo desenvolvido in-house e inclui algoritmos especializados.

Do laboratório para o mercado
A tese desenvolvida por Alexandre Matias Correia foca na optimização de micro-redes para alta qualidade de energia em cenários extremos. “A tecnologia para micro-redes já está disponível nalguns operadores do mercado da electrotécnica. Na UC a nossa inovação incide nas micro-redes resilientes, que são uma ramificação, pois existem várias tipologias como: militar, industrial, comercial… Neste momento, estimamos que a nossa tecnologia esteja com um Technology Ready Level (TRL) entre o 7 e o 8 [num índice que vai até 9]”, especifica o investigador da UC.
Estando em fase final de desenvolvimento a questão que se coloca agora, com mais ênfase, é saber o que impede a maior utilização desta tecnologia. “A maior barreira que vemos incide no desconhecimento da tecnologia, na falta de know-how especializado para a implementar e na falta de incentivo político e económico para o fazer. Existe também sempre alguma confusão com o conceito de Comunidade de Energia, mas esclarece-se que uma Comunidade de Energia não é uma micro-rede, mas todas as micro-redes conseguem funcionar como uma Comunidade de Energia”, explica Alexandre Matias Correia. Enquanto em países como os Estados Unidos da América, por exemplo, que têm intempéries frequentes (furacões, cheias, etc) estas estão bastante mais disseminadas, “precisamente por que há essa necessidade”, na Europa “ainda existem poucos exemplos, mas prevemos que o Apagão Ibérico de há uns dias venha a incidir holofotes sobre a tecnologia e possa desbloquear as barreiras económicas para a sua difusão”, adianta o investigador.
O sucesso durante o Apagão Ibérico de 28 de Abril último demonstra a robustez do sistema num cenário real de grande escala.

Exemplos pelo mundo
Tendo surgido por volta dos anos 2000, proporcionadas pelo avanço das energias renováveis e a necessidade de sistemas mais robustos em áreas remotas ou propensas a falhas na rede, as micro-redes são uma tecnologia madura em muitos aspectos, com padrões estabelecidos (como o IEEE 1547 para interconexão) e mercados crescentes. No entanto, projectos como o de Coimbra estão na vanguarda ao combinar múltiplas funcionalidades (resiliência, sustentabilidade e integração V2G) num único sistema optimizado. A pesquisa em micro-redes continua a evoluir, especialmente em áreas como inteligência artificial para gestão de energia, baterias de maior densidade e integração com redes inteligentes (smart grids).
Estes são alguns exemplos recentes de micro-redes eléctricas implementadas em vários pontos do globo:
• EUA: Base Conjunta Pearl Harbor-Hickam (JBPHH) no Havai tem em curso o projecto “PEARL” (Pacific Energy Assurance Renewables Laboratory). Este projecto tem como objectivo fornecer energia sustentável, resiliente e segura à base militar, incluindo a Guarda Nacional Aérea do Havai
• Austrália: Comunidades Remotas. Em áreas isoladas, como comunidades aborígenes no interior da Austrália, micro-redes solares com armazenamento em baterias têm sido implementadas para substituir geradores a diesel.
• Dinamarca: Ilha de Bornholm. Bornholm é um exemplo de micro-rede avançada que integra alta penetração de energias renováveis (solar e eólica) com a rede principal. O projecto é usado como laboratório para testes de redes inteligentes, o qual tem por objectivo demonstrar como estas podem estabilizar redes com grande dependência de fontes intermitentes e promover a descarbonização.
• Japão: Fukushima (Projecto de Recuperação Pós-Desastre). Após o desastre nuclear de 2011, micro-redes foram implementadas em áreas afectadas para fornecer energia confiável. Um exemplo é a cidade de Namie, onde uma micro-rede combina energia solar, baterias e hidrogénio.

 

 

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

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Geberit lança nova sanita bidé ao “alcance de todos”

A sanita bidé Geberit AquaClean Alba constitui o novo modelo da gama smart toilets AquaClean com um preço mais acessível

A Geberit, especialista em louça sanitária e tecnologia para a casa de banho, apresenta a nova adição à gama de smart toilets AquaClean. A sanita bidé Geberit AquaClean Alba constitui, assim, o modelo básico ideal para conseguir uma higiene pessoal “perfeita” depois de usar a sanita, destaca a marca.

Em comunicado, a Geberit reforça que as funções da Geberit AquaClean Alba tornam-na no complemento “perfeito” para qualquer casa de banho, pois oferece as características “mais importantes” de uma sanita com sistema integrado de lavagem a um “preço muito acessível”.

Trata-se de uma sanita bidé básica que inclui as principais funções premium da gama AquaClean, como a descarga TurboFlush ou a tecnologia de duche WhirlSpray, que limpa o utilizador com um jacto suave de água vaporizada em espiral.

A AquaClean Alba, também, inclui o sistema QuickRelease para remoção rápida do assento e da tampa da sanita para que a limpeza do aparelho seja muito ágil e rápida.

Esta sanita bidé apresenta, ainda, outras vantagens, tais como a função de duche oscilante e a capacidade de ajustar e regular a intensidade do jato de água, a posição do braço do duche e a temperatura da água do duche e a função de descalcificação, que prolonga a vida útil da sanita bidé.

A Geberit AquaClean Alba é uma criação do estúdio de design industrial Christoph Behling Design para a Geberit, que ganhou, entre outros galardões, o prémio internacional de design Red Dot Award.

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Garcia Garcia relança programa de estágios de Verão para estudantes universitários

Iniciativa direccionada a estudantes de licenciatura e mestrado de várias áreas como engenharia, entre as quais civil, mecânica, electrotécnica ou gestão industrial, assim como informática, arquitectura e gestão. Candidaturas abertas até 13 de Junho

A Garcia Garcia, construtora nacional especializada no design and build de edifícios industriais, anuncia o regresso do “Garcia Summer Internship”, o seu programa de estágios de Verão. Até 13 de Junho, a construtora nacional está à procura de estudantes de licenciatura e mestrado, que pretendam uma experiência profissional remunerada durante os meses de Verão. O programa contempla uma bolsa mensal e subsídio de alimentação, sendo valorizado o empenho dos estagiários e garantidas as condições necessárias para uma integração plena.

A iniciativa “Garcia Summer Internship” reafirma o compromisso da Garcia Garcia com o desenvolvimento de talento jovem, oferecendo uma oportunidade única para que os estudantes possam vivenciar, em ambiente real, o dia a dia de uma empresa de referência no sector onde se insere. Ao proporcionar uma primeira experiência de trabalho qualificada, a empresa pretende aproximar os jovens do mercado de trabalho e cultivar as futuras gerações de profissionais nas suas diferentes áreas de actuação.

Os estágios têm uma duração variável entre um a três meses, decorrendo nos meses de Verão, de segunda a sexta-feira. Os participantes poderão integrar diferentes departamentos da empresa, de acorde com a sua área de formação.

No decorrer do estágio, cada participante será acompanhado por um orientador dedicado, que assegurará um acompanhamento contínuo ao longo do estágio, promovendo, desta forma, uma experiência enriquecedora e alinhada com os objectivos académicos e profissionais dos jovens. Esta experiência no “Garcia Summer Internship” permitirá o reforço de competências práticas, mas também um maior esclarecimento quanto às aspirações de carreira destes estudantes, após a conclusão dos estudos.

As oportunidades de estágio estão disponíveis para diversas áreas como engenharia, entre as quais civil, mecânica, electrotécnica ou gestão industrial, assim como informática, arquitectura e gestão. Os estudantes podem submeter a sua candidatura a uma vaga até dia 13 de Junho

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