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    Os planos da ferrovia

    Linhas de alta velocidade, uma nova ponte sobre o Tejo e a melhoria do transporte urbano com mais linhas e serviços são algumas das propostas em estudo e que pretendem definir o desenvolvimento a médio e longo prazo da rede ferroviária nacional

    Manuela Sousa Guerreiro
    Engenharia

    Os planos da ferrovia

    Linhas de alta velocidade, uma nova ponte sobre o Tejo e a melhoria do transporte urbano com mais linhas e serviços são algumas das propostas em estudo e que pretendem definir o desenvolvimento a médio e longo prazo da rede ferroviária nacional

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    A olhar a 2050, o Plano Ferroviário Nacional é o documento estratégico para o desenvolvimento a médio e longo prazo da rede ferroviária. O documento está desde o dia 17 de Novembro em discussão pública. “Precisamos de ter um Plano Ferroviário Nacional que sabemos levará décadas a executar, mas que deve ser uma bússola comum para sabermos o norte em matéria de investimento ferroviário”, justificou o Primeiro-Ministro, António Costa, na apresentação do plano.

    António Costa sublinhou que “é fundamental que o país fique dotado de um desenho da ferrovia e, consoante as disponibilidades, a evolução do conhecido, a dinâmica de reinvenção do sector, o país vá adaptando, ao longo do tempo, a sua execução”, um desenho que transcenda o programa Ferrovia 2020, “em velocidade de cruzeiro”, e o próprio Programa Nacional de Investimentos 2030.

    “O que aqui apresentamos não é uma proposta fechada”, afirmou, convidando todos a participar na sua discussão “para que tenhamos um plano mais reflectido, mais ponderado, mais consensualizado, o melhor passo para que possamos chegar à obra”.

    Olhando a 2050, o Plano estabelece como objectivo atingir os 20% de quota modal no serviço de passageiros e os 40% nos transportes de mercadoria, o que, segundo as contas do coordenador do grupo de trabalho para o PFN, Frederico Francisco, significa que este plano irá multiplicar por seis o volume actual de tráfego ferroviário. Mas mais significativo que o seu volume é os efeitos na acessibilidade do território, para além de cobrir todas as 18 capitais de distritos, das quais quatro actualmente não têm cobertura ferroviária ou têm uma fraca ligação, o plano identifica 28 centros urbanos regionais, onde se incluem por exemplo as cidades de Sines, Elvas, Covilhã e Torres Vedras, onde a melhoria da cobertura ferroviária será melhorada, ou inaugurada, com as intervenções previstas no PFN.

    Investimentos em curso

    O documento está em linha com os planos já assumidos para a próxima década, para além da Linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa, destaque para a nova Linha Évora-Elvas, que será determinante no transporte de mercadorias, mas que servirá também o transporte de passageiros e que permitirá prolongar o serviço de Intercidades de Évora a Elvas e criar novos serviços entre Lisboa e Madrid, com uma redução substancial do tempo de viagem, face ao que hoje existe. Ou, a norte a concordância da Mealhada, um pequeno troço com um forte impacto, que irá permitir, pela primeira vez, serviços directos do Porto para a Beira Alta, e a Linha Porto-Vigo. Uma vez estruturado o eixo atlântico onde se concentra a maior parte da população portuguesa e onde se concentra, também, a maior procura por serviços ferroviários o próximo passo é a cobertura do território. E uma das peças “mais importantes” é a construção de uma nova Linha de Alta Velocidade (LAV) entre Aveiro e Vilar Formoso, passando em Viseu e na Guarda. A primeira “é a maior das cidades do país que não tem actualmente serviço ferroviário” e, provavelmente, uma das maiores cidades da Europa sem serviço ferroviário e “faz todo o sentido que ela esteja coberta com uma nova linha”. Esta nova linha irá permitir que o tempo de viagem de Lisboa a Viseu seja de de 1 hora e 20 e o tempo de viagem entre o Porto e Viseu será de cerca de 40 a 45 minutos. “Com a continuação desta linha até Vilar Formoso, passando na Guarda aproximamos todo o litoral centro/norte do país a Espanha e facilitamos as ligações internacionais a Espanha, ligando toda a nossa zona de maior concentração de população e de actividade económica a Espanha”, justifica Frederico Francisco.

    Ainda no Norte, destaque para a nova linha que irá servir Vila Real e Bragança, em Trás-os-Montes. Duas capitais de distrito que deixaram de ter serviço ferroviário, no caso de Bragança, há 30 anos, e, no caso de vila real, há cerca de 10/12 anos. “Não faria sentido retomar as ligações anteriores devido aos tempos de viagem, Vila real ao Porto demoraria 3 horas e viagens entre Bragança e Porto levariam quase 5 horas, o que não é atractivo.  A única forma que faz sentido para ligar estas duas capitais de distrito com uma linha nova que garanta tempos de viagem competitivos com a rodovia e isso significa que a viagem de Vila Real-Porto deve demorar menos de 1 hora, a viagem Bragança-Porto deve demorar menos de 2 horas”, referiu o coordenador do grupo de trabalho.

    Plano recupera eixo Chelas-Barreiro

    Olhando para o Sul, a primeira grande infraestrutura estratégica que surge recupera um eixo já falado no passado que é o corredor Chelas-Barreiro com a criação de uma nova ponte ferroviária sobre o Rio Tejo. “o que permitirá ligar Lisboa a Évora em uma hora, Lisboa a Beja em menos hora e meia e Lisboa-Elvas em menos de 2 horas. Conseguindo ainda uma ligação ao Algarve num tempo de viagem que será claramente competitivo à rodovia, o que hoje não acontece”.

    Mas para fazer do comboio um meio de transporte de eleição a sul do Tejo será preciso ligar Faro a Lisboa na ordem das 2 horas de tempo de percurso e, para além da nova ponte, isso pode ser conseguido de duas formas: com a modernização da linha actual, em particular no troço mais a sul, ou com a construção de uma nova linha, ou pelo pelos menos parcialmente nova “que poderia aproveitar partes importantes da Linha do Alentejo”. Ambas as opções estão em estudo.

    Aposta no litoral centro e nas áreas metropolitanas

    Outra das novidades apresentadas surge na região centro litoral, com um novo acesso da Linha do Oeste a Lisboa, em resposta às dificuldades actuais que colocam a ligação de cidades como Torres Vedras e Caldas da Rainha a Lisboa com tempos de viagem demasiado longos e pouco competitivos. “Esta linha poderia ser importante para reduzir cerca de meia hora em todas as viagens com destino à região Oeste e pode também ser importante para a área metropolitana de Lisboa”, servindo os concelhos de loures e Odivelas e permitindo ligar Loures ao centro de Lisboa em menos de 15 minutos. Mas esta é apenas uma peça de um conjunto de alterações que estão a ser pensadas para a Área Metropolitana de Lisboa, onde anualmente são feitas cerca de 135 milhões de viagens de comboios, de um total de 175 milhões anuais, e onde o desafio será passar de uma estrutura “radial” que torna difícil ligações que não tenham como destino Lisboa, para uma estrutura diametral com a criação do Eixo Sintra – Setúbal e Lisboa-Azambuja e ligação Torres Vedras – Setúbal, a partir da nova ligação à região Oeste.

    O documento em consulta pública foi redigido por um grupo de trabalho, que recolheu um total de 318 contributos entre 18 de Abril e 30 de Setembro de 2021. Além de membros do Ministério das Infraestruturas, o grupo de trabalho conta com a participação de  representantes do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, Infraestruturas de Portugal, CP, Direcção-Geral do Território e Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias.

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    APA dá luz verde à central fotovoltaica da Barragem do Pisão

    A Agência Portuguesa do Ambiente deferiu a Declaração de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (DCAPE) da central fotovoltaica da Barragem do Pisão, no concelho de Crato. O total de energia verde produzida será de “138 Mwp” e será capaz de suprimir “mais de 50% das necessidades de consumo energético do Alto Alentejo”

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    A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deferiu a declaração de conformidade ambiental do projecto de execução (DCAPE) da Central Fotovoltaica que integra o Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato, Barragem do Pisão. “A Barragem do Pisão vai ser uma realidade e damos agora mais um passo em frente, no sentido do desenvolvimento do Alto Alentejo”, refere nota da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo, CIMAA. “ A partir deste momento, todas as componentes deste projecto estão em conformidade ambiental”, sublinha a entidade “Neste projecto estruturante da nossa região, continuamos empenhados no cumprimento de todas as normativas ambientais incontornáveis, contribuindo desta forma para a produção de electricidade limpa e renovável e reduzindo a pegada ecológica”.

    Esta componente do projecto, disse, prevê uma central fotovoltaica terrestre com 77 Megawatts-pico (MWp) numa primeira fase e mais 51 MWp na segunda fase, estando ainda prevista uma central fotovoltaica flutuante, com 10 MWp. O total de energia verde produzida será de “138 Mwp” e será capaz de suprimir “mais de 50% das necessidades de consumo energético do Alto Alentejo”.

    O Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato envolve um investimento total superior a 200 milhões de euros, dos quais mais de 141 milhões são assegurados através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

    A construção da central fotovoltaica envolve um investimento no valor de cerca de 51 milhões de euros, verba que não está inscrita no PRR. Entre outras componentes, o projecto contempla, além da barragem e da central fotovoltaica, uma central mini-hídrica e canais para regadio agrícola e sistema de abastecimento público de água.
    A barragem vai permitir regar cerca de 5.500 hectares e, segundo o cronograma submetido pela CIMAA à Comissão Europeia, as obras de construção deverão estar terminadas no final de 2026.

    A DCAPE é uma decisão vinculativa, não podendo um projeto sujeito a Avaliação de Impacte Ambiental em fase de estudo prévio ou anteprojeto ser licenciado, nem executado, na ausência de uma DCAPE conforme ou conforme condicionada.

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    OERS apresenta novo livro de Manuel Bolotinha

    O livro ‘Conceitos Gerais de Segurança na Construção, Manutenção e Exploração das Instalações’ será apresentado na sede da OERS a 13 de Setembro 

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    A Ordem dos Engenheiros Região Sul (OERS) vai apresentar o mais recente livro de Manuel Bolotinha ‘Conceitos Gerais de Segurança na Construção, Manutenção e Exploração das Instalações’, no dia 13 de Setembro. A apresentação será realizada por António Neves Carvalho e contará com a presença de César Santos, representante da Editora Booki, para debater a importância da segurança nestes ramos da engenharia.

    Manuel Bolotinha é licenciado em Engenharia Eletroctécnica, pelo Instituto Superior Técnico, onde foi também Professor Assistente. Com mais de 40 anos de experiência e com 20 obras publicadas na área da engenharia, em Portugal e no Brasil, é actualmente Membro Sénior da OERS. O seu percurso profissional foi desenvolvido nas áreas de projecto, fiscalização de obras e gestão de contratos de empreitadas de instalações eléctricas, não só em Portugal, mas também em África, na Ásia e na América do Sul.

    A mais recente obra de Manuel Bolotinha aborda os desafios relacionados com a segurança em trabalhos de construção e de manutenção, e também de exploração, nomeadamente de equipamentos eléctricos e mecânicos. Entre os vários riscos abordados, destaca-se o choque eléctrico em instalações de tensão ou na sua proximidade, que pode ter consequências fatais para os trabalhadores.

    “É com enorme satisfação que recebemos novamente Manuel Bolotinha, com uma nova obra de enorme relevo para o sector da engenharia. A segurança é um tema fulcral para todos os profissionais da área e este livro reforça a importância disso mesmo. Este é um excelente exemplo do tipo de conhecimento técnico e prático que a Ordem dos Engenheiros Região Sul pretende promover”, comenta António Carias de Sousa, presidente do Conselho Directivo da OERS.

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    Microsoft assina PPA com EDPR em Singapura

    Microsoft vai comprar 100% da energia renovável exportada para a rede do projecto SolarNova 8 da EDP Renováveis em Singapura. O contrato de longo prazo com a tecnológica apoia assim o desenvolvimento de novos projectos solares e contribui para o objectivo da Microsoft de apenas consumir energia renovável. Este é o segundo acordo assinado entre as duas empresas em Singapura, reforçando uma colaboração que teve início em 2018

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    A EDP, através da EDP Renováveis (EDPR), fechou um contrato de longo prazo (power purchase
    agreement, PPA) com a Microsoft para descarbonizar as operações da tecnológica Microsoft através de um acordo de 20 anos. A Microsoft irá comprar 100% da energia renovável exportada para a rede a partir do projecto SolarNova 8 da EDPR, com uma capacidade de até 200MWp.

    No início deste ano, foi adjudicada à EDPR a Fase 8 do programa SolarNova, que consiste em instalar até 200MWp de capacidade solar em mais de 1.000 edifícios de habitação pública de Singapura e mais de 100 edifícios governamentais. Este é o maior projecto solar em Singapura e a maior iniciativa no âmbito do programa do Governo SolarNova.

    “Estamos a reforçar a colaboração global da EDP com a Microsoft através deste projecto e, juntos, estamos a dar um passo no sentido de alcançar os objectivos de sustentabilidade de Singapura de alcançar pelo menos 2 GWp de energia solar até 2030. O contrato com a Microsoft é um catalisador para acelerar a transição energética e para continuar a investir na região”, afirmou Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDP e EDPR.

    “A Microsoft aprecia a relação global que construímos com a EDPR, permitindo que as nossas empresas impulsionem os esforços de descarbonização da rede em Singapura, nos EUA e na Europa. A construção do nosso portfólio de energias renováveis com a EDPR garante que podemos continuar a assegurar o fornecimento de energia renovável para cumprir os ambiciosos objectivos de energia renovável e descarbonização da Microsoft”, afirmou Adrian Anderson, director-geral de Energias Renováveis, e Energia Sem Carbono da Microsoft.

    Na região Ásia Pacífico, a EDPR tem uma presença pan-regional com mais de 1,5 GWp de capacidade solar comprometida em Maio de 2024. Com sede em Singapura, a empresa tem uma estratégia clara para fornecer acesso a energia limpa, fiável e acessível na região da APAC. O objetivo é aumentar a nossa capacidade de energias renováveis para pelo menos 5 GW até 2030 e liderar a transição energética na APAC.

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    Ordem dos Engenheiros defende debate sobre procedimentos e legislação sísmica

    Ordem dos Engenheiros defende debate sobre procedimentos e legislação sísmica do edificado e fiscalização de projectos por amostragem

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    A Ordem dos Engenheiros defende debate sobre procedimentos e legislação sísmica do edificado e fiscalização de projectos por amostragem sobre a necessidade de acautelar a qualidade técnica dos processos construtivos, nos quais se incluem a resistência sísmica. “A Ordem dos Engenheiros entende esclarecer que defende que todos os edifícios novos de utilização pública, bem como as infraestruturas críticas, devem prever protecção sísmica com isolamento de base, uma técnica já consolidada, com inúmeras aplicações de sucesso em todo o mundo.”

    Em comunicado enviado a Ordem dos Engenheiros relembra que no “momento em que se encontram em fase de lançamento e planeamento grandes obras públicas”, pelo que “face à responsabilidade que detém na sociedade e enquanto legítima representante dos mais de 60.000 engenheiros portugueses”, “manifesta disponibilidade para liderar, em conjunto com as autoridades competentes, um processo de debate e análise sério, técnico e rigoroso que permita avaliar os procedimentos e legislação que são actualmente aplicados na construção nova e na reabilitação, revisitando algumas das exigências que se colocam e adaptando-as à actualidade”.

    “O edificado nacional representa um conjunto muito complexo, com níveis de vulnerabilidade diversa, associados às épocas distintas de construção, pelo que se defende um rigor e controlo ao longo das fases de projecto, construção e manutenção, com a devida fiscalização por profissionais engenheiros”.

    “A Engenharia é uma profissão de confiança pública, inserindo-se no conjunto de profissões cujo exercício é sujeito, no caso da engenharia civil e outras, a forte regulação, não estando dependente apenas da obtenção de grau académico”, relembra a Ordem.

    Por último, “a Ordem dos Engenheiros reitera a sua disponibilidade para, em conjunto com as entidades públicas competentes, proceder a vistorias e fiscalização, por amostragem, de projectos e construções de relevância crítica”.

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    IP participa na Conferência ‘Urban Risks and Societal Resilience’

    Esta parceria estratégica é destinada à organização conjunta das conferências internacionais ‘LNEC Lisbon Conferences’ e que conta com a participação de Alberto Aroso, da Direcção de Estratégia, Planeamento e Controlo da IP, na Sessão nº2 cujo título é ‘Urban risk management’

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    Nos dias 14 e 15 de outubro de 2024 realiza-se a 2ª edição das ‘LNEC Lisbon Conferences’, subordinada ao tema ‘Urban Risks and Societal Resilience’. As conferências internacionais, que se realizam no Campus do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), incidem sobre temas emergentes e relevantes para o progresso da engenharia civil e de todas as áreas transversais.

    De entre os vários protocolos de Cooperação Técnica e Científica entre a Infraestruturas de Portugal (IP) e o LNEC, esta parceria estratégica é destinada à organização conjunta das conferências internacionais ‘LNEC Lisbon Conferences’ e que conta com a participação de Alberto Aroso, da Direcção de Estratégia, Planeamento e Controlo da IP, na Sessão nº2 cujo título é ‘Urban risk management’.

    As sociedades urbanas estão a crescer em complexidade, levando a um aumento das interdependências entre vários sectores e sistemas. As zonas urbanas densamente povoadas, com infraestruturas e actividades económicas concentradas, correm um maior risco de sofrer impactos adversos decorrentes de riscos naturais, como os riscos geográficos.

    Os riscos geológicos graves podem desencadear efeitos em cascata entre regiões e sectores e no interior de cada região, amplificando vulnerabilidades críticas. Transcendem as fronteiras geográficas enquanto paralisam a infraestrutura em rede que sustenta as regiões urbanas, revelando o risco sistémico representado por tais eventos.

    Neste sentido, a IP desenvolve actividades de elaboração e promoção de estudos e projectos de infraestruturas ferroviárias e rodoviárias para a sua implementação, actualização, manutenção e exploração, algumas delas em parcerias com a Academia, envolvendo designadamente centros de investigação e promovendo com eles conferências sobre temáticas relevantes para a sua actividade.

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    Lisboa anfitriã da XVIII Conferência Europeia em Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica

    Lisboa recebe a partir do próximo dia 26 de Agosto a XVIII Conferência Europeia em Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ECSMGE2024). Aquele que é um dos maiores eventos europeus na área da geotecnia realiza-se pela primeira vez no país

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    A XVIII Conferência Europeia em Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ECSMGE2024) terá lugar de 26 a 30 de Agosto de 2024 em Lisboa, sendo esperados mais de 1200 participantes. O tema do encontro, que é um dos maiores eventos na área da geotecnia da Europa, é dedicado aos “Desafios da engenharia geotécnica para atender às necessidades actuais e emergentes da sociedade”.

    Numa altura em que “os desafios geotécnicos que o mundo enfrenta estão cada vez mais complexos e inter-relacionados” a escolha deste tema surge com o “objectivo de renovar o compromisso com os valores essenciais e a ética da engenharia em tempos de mudanças rápidas e desafiadoras. Estamos a vislumbrar uma nova era da engenharia, que exige um conhecimento mais profundo dos problemas e soluções, bem como uma gestão mais eficiente dos recursos naturais”, justifica organização do evento na página dedica ao mesmo.

    “O estudo de casos dá-nos a oportunidade de aprender com o sucesso e o fracasso, e são uma oportunidade para promover a sinergia entre académicos e profissionais. O intelecto humano é forçado a buscar a perfeição tanto na vida quanto no trabalho”, continua a apresentação o evento.

    Ao longo de cinco dias estão previstas seis palestras principais, 12 conferências de “Estado da Arte”, quatro fóruns, visitas técnicas, entre outros encontros.

    A abertura do encontro contará com a presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas “Lisboa dará o seu contributo divulgando as medidas do seu programa com que pretende garantir o futuro, com uma estratégia clara, para uma cidade mais resiliente e segura”, refere comunicado da CML. Entre os vários keynote speakers estará Cláudia Pinto, directora de projectos da CML que abordará o programa ReSist, programa municipal de promoção da resiliência sísmica do parque edificado, privado e municipal e infraestruturas urbanas municipais. O painel internacional conta ainda com a participação de António Gomes Correio, da Universidade do Minho, que abordará os novos métodos construtivos.

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    Selo Save Water contribui para redução do consumo de água em empreendimentos turísticos do Algarve

    Segundo o último relatório de monitorização do Compromisso com a Eficiência Hídrica, para o sector do turismo, elaborado pela ADENE, até 31 de Julho, os empreendimentos que aderiram ao selo de eficiência hídrica Save Water, alcançaram uma redução em cerca de 14% dos consumos de água

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    Até 31 de Julho, os empreendimentos turísticos da região do Algarve, que aderiram ao selo de eficiência hídrica Save Water, alcançaram uma redução em cerca de 14% dos consumos de água. Os dados constam do segundo relatório de monitorização do Compromisso com a Eficiência Hídrica, para o sector do turismo, elaborado pela ADENE.

    Segundo a Agência, entre 18 de Março e 31 de Julho de 2024, 89 dos 650 dos empreendimentos turísticos desta zona, na sua maioria hotéis, aderiram à plataforma ‘Compromisso com a Eficiência Hídrica’.

    Actualmente, encontram-se em implementação 2347 medidas de eficiência hídrica, mais 264 medidas do que as reportadas a 31 de Maio, das quais quase metade são estruturantes, nomeadamente com intervenções ao nível dos dispositivos e nos sistemas de rega, seguidas de melhorias no sistema de gestão e manutenção e nos equipamentos.

    De acordo com o relatório da ADENE, a poupança de água alcançada contribui para mitigar o problema de escassez hídrica no Algarve e representará uma poupança financeira direta para os empreendimentos turísticos. São também formuladas algumas recomendações, incluindo a necessidade de reforço da adesão à plataforma e de assegurar medidas de garantia da qualidade dos dados reportados, bem como de quantificação das poupanças financeiras associadas à redução do consumo.

    O selo de eficiência hídrica aplicável aos hotéis e demais empreendimentos turísticos é uma medida coordenada pela Região de Turismo do Algarve (RTA), em articulação com o Turismo de Portugal, tendo a ADENE a responsabilidade de assegurar a monitorização dos consumos reportados pelos aderentes na Plataforma Compromisso com a Eficiência Hídrica, bem como os resultados alcançados na aplicação das medidas.

    A iniciativa resulta da Resolução de Conselho de Ministros (RCM) n.º 26-A/2024, de 20 de Fevereiro, que veio reconhecer a situação de alerta na região do Algarve por motivo de seca e aprovar um quadro de resposta abrangendo o abastecimento público, o turismo e a agricultura.

    Recentemente, a RCM n.º 80/2024, de 21 de Junho, veio revogar a RCM nº26-A/2024, mantendo a situação de alerta, alargando o âmbito de aplicação do selo de eficiência hídrica a outras actividades (alojamento local, restauração, empresas de animação turística e rent-a-car), revendo em baixa (de 15% para 13%) o objectivo de redução do volume de água consumido pelo sector urbano, no qual se inclui o turístico.

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    ­ ­ S.M.I.L.E. é um laboratório vivo de soluções de descarbonização

    Sintra Motion and Innovation for Low Emissions, S.M.I.L.E. fez do Bairro da Tabaqueira, em Sintra um laboratório vivo de soluções de descarbonização. O projecto liderado pela Fundação Aga Khan Portugal e participado, entre outras, por várias empresas do dstgroup, já poupou a emissão de 16 toneladas de dióxido de carbono

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    Um consórcio liderado pela Fundação Aga Kha e participado pelo dstgroup,  Câmara Municipal de Sintra, Universidade de Lisboa, entre outras entidades, concluiu o Laboratório Vivo para a Descarbonização e Mitigação às Alterações Climáticas, o S.M.I.L.E., Sintra Motion and Innovation for Low Emissions, no Bairro da Tabaqueira, em Sintra, tendo poupado a emissão de 16 toneladas de dióxido de carbono

    O objectivo deste projecto foi o da promoção de acções de descarbonização, com base em experimentação de soluções tecnológicas nos eixos de economia circular, mobilidade, energia & edifícios, comunidade & arte, bem como o envolvimento dos cidadãos no processo e a dinamização das artes.

    De forma integrada, o grupo empresarial de Braga entregou uma solução end-to-end para a implementação da Comunidade de Energia Renovável (CER) do S.M.I.L.E, instalando uma central de produção solar na escola Alfredo Silva, promovendo o combate à pobreza energética, abrangendo 45 habitações.

    Uma plataforma na cloud, baseada em inteligência artificial, gere virtualmente toda a energia da comunidade, permitindo envolver a população na transição para uma maior independência energética no seu próprio bairro.

    Os habitantes do Bairro da Tabaqueira podem agora recorrer a uma aplicação de gestão de resíduos, que incentiva a separação e o depósito correcto do lixo doméstico, ligada a um sistema global de gamificação e envolvimento, que promove comunidades mais sustentáveis, através da adopção de hábitos para uma vida consciente. Ao adoptar um estilo de vida sustentável, os utilizadores podem ganhar ClimaS – moeda climática que pode ser trocada por vales de descontos e promover a plantação de árvores em Sintra.

    Foi também implementada uma plataforma SmartCity, que faz a analítica de todos os verticais do Laboratório Vivo e recolhe os indicadores das várias acções decorrentes no bairro, bem como os KPIs das plataformas verticais implementadas nos eixos: economia circular e ambiente, mobilidade urbana sustentável, energia e edifícios e Comunidade, Arte e Cultura.

    No eixo da Comunidade, Arte e Cultura, a zet gallery e o dstgroup propuseram um programa de residências artísticas, com o objectivo de reabilitar o Bairro da Tabaqueira, através do cruzamento de diferentes áreas disciplinares, em estreita ligação à comunidade e à sua memória, essencial para a construção de um futuro sustentável.

    Conseguiu-se estabelecer uma relação entre a arte e a comunidade, através de várias actividades para a consciencialização e transformação sustentável do bairro, resultando em murais que retractam os moradores, arquivos fotográficos, manuais de identificação de espécies invasoras, sistemas de irrigação artesanais, reabilitação dos canteiros e da fonte, tal como a re-imaginação da mobilidade suave, que teve como desenlace verdadeiros objectos artísticos.

    O dstgroup juntamente com os membros do consórcio e habitantes do Bairro da Tabaqueira, dinamizou actividades que visaram a promoção da literacia energética e outras mais transversais, sobre a temática do digital, da mobilidade, da sustentabilidade e da sensibilização ambiental, aplicadas no S.M.I.L.E, com o intuito de ligar a comunidade ao projecto, transmitindo conhecimento e sentimento de pertença.

    “Este projecto representou um enorme desafio para o teste de soluções inovadoras de descarbonização e o teste de parcerias “win-win” entre cidade e indústria. O dstgroup provou ser um parceiro de referência na entrega de soluções clean tech, com proposta de valor alargada, que não só acelera a transição verde e digital, como integra o apelo do Novo Bauhaus Europeu, através da densidade da literacia das artes para a comunidade”, mencionou Raul Bordalo Junqueiro, Head of SmartCities and Business Development, do dstgroup.

    No consórcio participaram ainda a dstsolar, a innovationpoint, a IrRADIARE, a Card4B, a Watt Is, a International Development Norway, a mosaic – Hub de Inovação para as SmartCities do dstgroup e a zet gallery. O projecto conta  com o apoio do programa Ambiente, Alterações Climáticas e Economia de Baixo Carbono dos EEA Grants.

    Estas soluções poderão ser replicadas noutras freguesias de Sintra, mas também a nível nacional e internacional.

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    “Pedras no caminho? Guardo-as todas.” Um dia nascerão soluções sustentáveis

    A Siemens convidou um grupo de jornalistas mundiais para apresentar, em Zermatt (Suíça), um conjunto de soluções voltadas para a descarbonização e sustentabilidade e implementadas em situações particularmente adversas como as que existem nos Alpes suíços, nomeadamente na gestão da ferrovia e na auto-suficiencia de um abrigo de montanha. O princípio é elementar: por mais ‘rochoso’ que seja o cenário, as necessidades que existem merecem uma resposta. A Siemens apresentou a sua

    Ricardo Batista

    As necessidades são evidentes e os números são reveladores da margem de crescimento que importa percorrer. Olhando para os números do “Sustentável 2030”, o programa tutelado pelo ministério do Ambiente e Energia, a dotação total ascende a cerca de 3,7 mil milhões de euros. Destes, estão alocados à mobilidade urbana multimodal sustentável 1,312 mil milhões de euros e à rede transeuropeia de transportes 1,395 milhões de euros. Ou seja, estão previstos mais de 2,7 mil milhões de euros para projectos de mobilidade sustentável.
    Os valores que estão em vigor estão alinhados com as acções concertadas com as autoridades europeias. A luta contra a emergência climática é uma das principais prioridades da Comissão Europeia e o Pacto Ecológico Europeu é o seu ambicioso plano para transformar a Europa no primeiro continente com impacto neutro no clima.
    De entre os muitos aspectos que fazem Portugal um país muito popular quer para visitar, quer para trabalhar, o clima é provavelmente o mais conhecido. Com zonas do país que chegam aos 300 dias de sol por ano, Portugal beneficia de uma localização geográfica privilegiada, que se reflecte em paisagens arrebatadoras e um potencial de produção de energia renovável enorme. Estamos, porém, a enfrentar uma emergência climática mundial que ameaça o nosso ambiente paisagístico e que põe em causa tomá-lo como adquirido e eterno. As alterações climáticas são o maior desafio do nosso tempo e são necessárias medidas urgentes para evitar danos irreversíveis no nosso planeta.

    Casos práticos em ambientes adversos
    Numa iniciativa internacional dedicada à imprensa, da qual o CONSTRUIR fez parte, a multinacional Siemens apresentou um conjunto de soluções que estão implementadas na região suíça de Zermatt, uma pequena vila montanhosa no cantão de Valais que vive ao ritmo da abundância e do rigor da natureza e que floresce sob a égide de algumas das mais altas montanhas dos alpes suíços como o imponente Matterhorn, um dos mais belos cumes dos Alpes (o pico, localizado a 4.478m acima do nível do mar) é a icónica imagem dos chocolates Toblerone) e pontificado por Gornergrat (montanha acessível através da mais alta linha de comboio da Europa) ou o glaciar de Matterhorn, plataforma de observação alimentada pelo mais elevado sistema de teleféricos da Europa e localizada a 3,883 metros de altitude. O ‘ponto alto’ acabou por ser a ‘expedição’ ao Monte Rosa, um abrigo de montanha auto-suficiente localizado a 2883 metros de altitude, rodeado por glaciares e vales rochosos e acessível apenas através de trilhos de montanha que exigem uma caminhada de aproximadamente quatro horas desde a estação de Rotenboden. A ideia é clara: quaisquer que sejam as necessidades, por mais extremas que sejam as condições existentes, elas existem e merecem respostas. E ontem já era tarde.

    Fiabilidade e sustentabilidade
    Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) indicam que mais de metade da população mundial vive em centros urbanos, valor que deverá chegar aos 60% em 2030 e aos 70% em 2050. Tal explica-se porque as cidades e as áreas metropolitanas são o motor do crescimento económico, contribuindo para cerca de 60% do PIB global. No entanto, e por causa disto, as cidades também são responsáveis por cerca de 75% das emissões globais de carbono e por mais de 60-80% do consumo de energia, estima a Organização das Nações Unidas (ONU). Portanto, no cumprimento dos objectivos mundiais de descarbonização e de redução da temperatura do planeta, estipulados pelo Acordo de Paris, as cidades têm um papel central e um grande desafio de transformação. No caso da Europa, por exemplo, além das consequências ambientais que terão de ser atendidas, o aumento da procura vai gerar uma maior pressão na oferta sobre os transportes, nomeadamente rodoviários e ferroviários, sendo expectável que sejam adoptadas medidas para gestão, manutenção e operação dos sistemas de transportes que assegurem elevados índices de segurança, fiabilidade e disponibilidade. Zermatt, à sua escala, é um bom exemplo dessas necessidades. A paisagem da vila suíça inclui 38 picos com mais de 4.000 metros. Com cerca de 2,5 milhões de dormidas registadas em 2023, Zermatt é um dos destinos turísticos mais populares do País. No entanto, devido à localização remota e ao terreno acidentado, Zermatt enfrenta desafios específicos que passam pela necessidade de infraestruturas fiáveis e sustentáveis e a gestão de riscos naturais, como avalanches e fenómenos meteorológicos extremos, que podem perturbar as infraestruturas e representar preocupações de segurança. Estes factores, combinados com a diferença de altitude, o ar com baixo teor de oxigénio e o terreno íngreme, destacam a necessidade de soluções inovadoras.

    Ferrovia de Gornegrat
    Os fortes constrangimentos a que Zermatt está sujeita ao nível da circulação rodoviária (fortemente condicionada ou mesmo proibida), sustentaram o desenvolvimento de transportes alternativos para as montanhas circundantes, nomeadamente a subida a Gornegrat. Em funcionamento desde 1898, o comboio que faz a subida a Gornegrat, a 3089 metros de altitude é o segundo mais elevado da Europa. A empresa que gere este transporte está focada em reduzir as interrupções operacionais. Devido à localização alpina da rota, a ferrovia está exposta a fortes nevões e outros extremos climáticos, sendo fundamental assegurar que a ferrovia opere de forma segura e fiável, e tudo isto num contexto de sustentabilidade. Aos jornalistas, Gerd Scheller, Country CEO da Siemens na Suíça explica que a concessionária do serviço adoptou o primeiro modelo operacional baseado na ‘cloud’, promovido pela área da Mobilidade da Siemens, que não apenas garante uma operação contínua e fiável como elimina a necessidade de infra-estrutura de servidores no local e permite a gestão remota de sistemas críticos. “Desde 2017, quando introduzimos esta solução, não tivemos um único segundo de serviço em baixo, e estamos a falar de um servidor fora da Suíça”. O sistema integrado de controlo e informação, conhecido como “Iltis”, melhora a eficiência operacional e a segurança, permitindo o controlo remoto da sinalização, a monitorização das operações e a gestão dos sistemas de informação ao passageiro. Através da solução virtual e do “Iltis as a Service” baseado na nuvem, a Gornergrat Railway (designada por GGB) tem acesso a todas as funções do seu sistema de controlo ferroviário via cloud. Isto, segundo os responsáveis da Siemens, proporciona inúmeros benefícios para as operações ferroviárias. Com esta configuração, a necessidade de servidores no local é eliminada, uma vez que a Siemens Mobility assume a operação e gestão do hardware. Além disso, a Siemens Mobility garante que a tecnologia de controlo permanece continuamente actualizada.

    Matthias Rebellius, CEO da Siemens Smart Infrastructure

    “Agora é o tempo de agir”

    Matthias Rebellius, CEO da Siemens Smart Infrastructure e membro da Administração da Siemens AG, é taxativo: “O mais importante é não perder tempo. Agora é o momento de agir. Há muito em jogo. Vemos isso nos glaciares e nas recentes inundações. A mudança climática é real e não admite adiamentos. Do ponto de vista da nossa empresa, as tecnologias já estão disponíveis para apoiar a transformação, sem termos de esperar pelas que cheguem dentro de 10 ou 20 anos”. Algumas semanas anteriores à expedição, Zermatt foi assolada por fortes chuvadas que provocaram o transbordo de rios, estragos em casas e pontes e ao encerramento de estradas e vias. “A mudança climática e o resultado dela são reais e nós não escolhemos a localização para te lembrar disso, porque todos o sabemos”, refere o responsável da multinacional, lembrando que os rios de gelo por onde passaria a aventura da comitiva “estão sob ameaça, e o Glaciar Gorner, por exemplo, está a recuar rapidamente e agora está três quilómetros mais curto do que estava no final do século XIX”. “Temos de fazer tudo o que pudermos para preservar o que está ao nosso redor”, acrescenta Rebellius, sublinhando que a activa participação da Siemens na vida de Zermatt “ilustra não apenas os desafios, mas também as soluções e as oportunidades”. “Não temos de ficar sentados e apenas reclamar sobre o que está a acontecer no Mundo. Podemos, sim, fazer algo a respeito, podemos fazer avançar o Mundo em direcção à descarbonização e à neutralidade carbónica”, salienta, considerando que isso pode ser feito “transformando a forma como vivemos, trabalhamos e viajamos”. Matthias Rebellius assegura que a Siemens continuará a ser “um facilitador da transformação digital que se exige em várias indústrias, combinando o Mundo real e digital e permitindo que os nossos clientes possam reduzir a sua pegada ambiental”. O CEO da Siemens Smart Infrastructure explica este caminho, por exemplo, com o portfolio Siemens Accelerator, reforçando a ideia de que é mais do que um software: “A grande vantagem do Accelerator está na combinação entre o software, a Siemens e o cliente”. “Com esta combinação, podemos capacitar os nossos clientes a digitalizar as suas operações mais rapidamente e torná-las mais sustentáveis”, diz, salientando que a máxima se aplica tanto à área dos edifícios como dos hospitais, transportes, redes. Olhando para o contexto europeu, é evidente que não caminha à mesma velocidade e é natural que o caminho a percorrer não seja homogéneo. Olhando para os casos suíço e alemão, há ainda muito a fazer na electrificação do transporte, seja em comboios, veículos de passageiros ou no transporte de mercadorias. “Se olharmos em redor de Zermatt, parece que este é o tipo de futuro em que gostaríamos de viver. É verdade que aqui encontramos vários desses bons exemplos a seguir, onde já ajudámos a tornar essas necessidades e essa visão de mudança numa realidade, como a ferrovia de Gornergrat ou os teleféricos de Matterhorn, equipados com um sistema de gestão de dados digitais e também um centro de controle para a ferrovia”, diz Rebellius, reconhecendo que estes não são os maiores casos que temos na Siemens e no negócio de infraestrutura”. “Mas esse também não é o ponto. O que quero salientar é que a transformação só pode funcionar se a política, a sociedade e a indústria trabalharem juntas, e todos na sociedade derem o seu contributo”, diz

    Monte Rosa

    Diamante tecnológico com assinatura Siemens

    Reconhecido por a sua forma se assemelhar a um diamante cintilante, o abrigo de montanha de Monte Rosa acaba por ser uma demonstração convincente de tecnologia de ponta. Nascido de um consórcio liderado pelo Instituto Federal de Tecnologia de Zurique e do qual fizeram parte, entre outras empresas, a Siemens, o Monte Rosa Hut (na sua designação original) apresenta a estrutura de madeira mais complexa da Suíça, coberta por uma cintilante carcaça de alumínio e possui um sistema fotovoltaico integrado. Em esplêndido isolamento a 2.883 metros acima do nível do mar, o edifício opera sob condições climáticas extremas, é totalmente autossuficiente e demonstra que a construção sustentável é possível em qualquer lugar, sendo essa máxima ainda mais evidente quando os únicos acessos – à excepção do helicóptero – são percursos de montanha, atravessando glaciares e trilhos rochosos, o que poderá significar caminhadas em torno de 5 horas. A estrutura como hoje é conhecida foi reinaugurada em 2010 e está hoje equipada com tecnologia de ponta. Em 2021, 8,6 toneladas de baterias de chumbo foram substituídas por 2,7 toneladas de baterias de lítio. A avaliação contínua online dos fluxos de energia indicou a necessidade de uma nova solução, uma vez que as baterias de chumbo existentes em breve chegariam ao fim da sua vida útil. A cabana opera principalmente de forma autónoma e é em grande parte autossuficiente nas suas necessidades energéticas. Um sistema fotovoltaico na fachada sul fornecendo 16 kWp, um sistema de ventilação com recuperação de calor, um circuito de água para o sistema de sanitários e máquina de lavar, e serviços de construção inteligentes e conectados permitem que a cabana produza regenerativamente 90% da energia necessária, sem ligação à rede elétrica e de água. Uma central de cogeração alimentada com óleo de colza e diesel está disponível durante períodos de mau tempo. Com o sistema de gestão de edifícios Desigo CC, como a solução abrangente no local para gerir todos os sistemas, como HVAC, Sombreamento, Iluminação, Energia, Segurança Contra Incêndios e Segurança, o operador pode rapidamente rever os valores dos equipamentos principais, verificar os KPIs das salas principais e resolver quaisquer problemas potenciais. Em 2024, a plataforma IoT aberta e flexível “Building X” da Siemens foi implementada, numa plataforma digital escalável para digitalizar, gerir e optimizar as operações do edifício, permitindo uma experiência de utilizador aprimorada, um aumento de desempenho e uma melhoria na sustentabilidade.

    *O CONSTRUIR viajou a convite da Siemens

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

    Director Editorial
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    Engenharia

    Prémios de mérito para estudantes de engenharia da UTAD

    Cinco estudantes de engenharia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vão receber os “Prémios de Mestrado”, atribuídos pela Ordem dos Engenheiros, Região Norte. Nesta 1.ª edição dos “Prémios Mestrado – OERN” foram submetidas 82 candidaturas e no total, serão entregues 50 mil euros em prémios a estudantes de mestrado das diferentes áreas de engenharia

    CONSTRUIR

    Cinco estudantes de engenharia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vão receber os “Prémios de Mestrado”, atribuídos pela Ordem dos Engenheiros, Região Norte (OERN). A cerimónia de entrega acontecerá a 26 de Setembro, na sede da OERN, no Porto

    “Esta distinção da OERN é o reconhecimento da excelência e da dedicação dos nossos estudantes, incentivando-os a prosseguir a sua formação académica e a contribuir para o progresso da engenharia em Portugal”, afirma o reitor da UTAD, Emídio Gomes.

    Diogo Machado, de Engenharia Agronómica, Diogo Almeida , de Engenharia Civil, Diogo Miranda e Maria Teixeira, de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, e Francisco Maia, de Engenharia do Ambiente, são os estudantes da UTAD seleccionados para receber o prémio de mil euros, em reconhecimento do seu mérito académico e potencial profissional.

    Nesta 1.ª edição dos “Prémios Mestrado – OERN” foram submetidas 82 candidaturas e no total, serão entregues 50 mil euros em prémios a estudantes de mestrado das diferentes áreas de engenharia.

    Esta iniciativa da OERN, em conjunto com entidades parceiras (A400, ACA, Casais, Mota-Engil, NCREP, Painhas, Sopsec, Top Informática, Vialsil), tem como principal objectivo incentivar e apoiar a conclusão do 2.º ciclo de estudos aos seus membros estudantes que frequentem instituições de Ensino Superior público da região Norte (UTAD, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), Universidade do Minho (UM), Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)).

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