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Museu do Tesouro Real recebe jóias da Coroa
A totalidade do projecto, que incluiu a obra de remate da ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, bem como a requalificação do espaço público na Calçada da Ajuda, contou com um investimento de 31 M€. À conversa com o Construir esteve João Carlos Santos, arquitecto e director da DGPC, que nos falou sobre os desafios deste projecto e nos desvendou algumas curiosidades da sua construção. Fique a saber mais na próxima edição do jornal
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É no Museu do Tesouro Real, na ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, que as joias da Coroa e as peças da ourivesaria real portuguesa passam a estar expostas, pela primeira vez em morada própria e permanente. O novo equipamento cultural da capital portuguesa tem como objectivo “projectar Lisboa como um destino cada vez mais atractivo para residentes e visitantes de todas as partes do mundo”.
Resultado da “bem-sucedida relação entre a Cultura e o Turismo”, o Museu do Tesouro Real irá expor uma colecção com mais de mil peças, que “em muito enriquece a qualidade e diversidade da oferta cultural de Lisboa do eixo Belém e Ajuda”.
“O acervo único de valor patrimonial inestimável exposto no Museu do Tesouro Real é constituído por raras e valiosas joias, insígnias e condecorações, moedas e peças de ourivesaria civil e religiosa, como é exemplo a coroa, a laça de esmeraldas de D. Mariana, aquela que se pensa ser a segunda maior pepita de ouro do mundo ou a caixa de tabaco encomendada por D. José ao ourives do Rei de França, no séc. XVIII, e que a amante de Luís XV não queria deixar sair de Paris”.
Estes símbolos de poder e objectos pessoais de luxo representam uma das mais importantes colecções mundiais, pela sua dimensão, raridade e qualidade e contam a história de Portugal vivida a partir do Palácio Nacional da Ajuda, a casa dos últimos reis de Portugal. O espólio do Museu do Tesouro Real está instalado numa das maiores caixas-fortes do mundo (40 metros comprimento, 10 metros de largura e 10 metros de altura), com três pisos, munida com sofisticados equipamentos de segurança e videovigilância, portas blindadas de 5 toneladas, vitrines com controlo de temperatura e humidade e vidros à prova de bala.
O projecto museológico foi da responsabilidade da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC), na pessoa do arquitecto João Carlos Santos, e do Palácio Nacional da Ajuda, tendo sido o layout de museografia concebido pela “Providência Design”. O projecto contou com um investimento de quatro milhões e 800 mil euros, por parte do Ministério da Cultura/DGPC, e mais nove milhões de euros da Associação Turismo de Lisboa.
A execução do projecto, incluindo a obra no Palácio, foi da responsabilidade da Associação Turismo de Lisboa, por incumbência da Câmara Municipal de Lisboa, com o acompanhamento da Direcção Geral do Património Cultural. A gestão científica do Museu é da responsabilidade do Palácio da Ajuda e a gestão operacional e turística fica a cargo da Associação Turismo de Lisboa. A empreitada esteve a cargo da Ferrovial, já a IDOM Engenharia foi responsável pelas Estruturas e a Pórtico pela Fiscalização.
A totalidade do projecto (que incluiu a obra de remate da ala poente do Palácio Nacional da Ajuda que esteve inacabada durante 226 anos, bem como a requalificação do espaço público na Calçada da Ajuda) tem um valor de investimento de 31 milhões de euros, maioritariamente viabilizado pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa (18 milhões de euros).
Integrados em três pisos da caixa forte, a exposição permanente do Museu do Tesouro Real foi pensada em 11 núcleos, numa abordagem aprofundada sobre a origem e percurso das peças que as compõem. O primeiro núcleo da exposição é denominado Ouro e diamantes do Brasil, no segundo núcleo está exposta a parte seleccionada do conjunto de moedas e medalhas da Coroa, o terceiro núcleo é dedicado às jóias e o quarto às Ordens Honoríficas. O quinto núcleo apresenta as insígnias régias. O sexto núcleo é dedicado aos objectos de uso civil em prata lavrada de diferentes centros de produção, com destaque para a Prata de Aparato da Coroa. Segue-se o sétimo núcleo que remete para as antigas colecções particulares do rei D. Fernando II e do seu filho, D. Luís I. O oitavo núcleo é dedicado às Ofertas Diplomáticas. Os cerimoniais religiosos são evocados no nono núcleo dedicado à Capela Real. O décimo núcleo é dedicado à Baixela Germain, e o último núcleo, sobre as Viagens do Tesouro Real.