Custos de construção em Lisboa superam os de Barcelona e Madrid
Londres, Genebra e Oslo são as cidades onde os custos de construção são os mais elevados do mundo, segundo o Índice Internacional de Custos de Construção Arcadis 2022. Lisboa e Porto ocupam a 72ª e 77ª posição, acima de Barcelona e Madrid

CONSTRUIR
“Estamos totalmente comprometidos com a transição para uma economia de baixo carbono”
Comissão Europeia dá luz verde ao estatuto de “cliente electrointensivo”
Comunidade Intermunicipal de Aveiro prepara obra de defesa do Baixo Vouga
Antigo Tribunal da Maia dá lugar a empreendimento de luxo
Greenvolt vende parque eólico na Polónia por 174,4 M€
Hipoges implementa tecnologias para reduzir consumo de energia nos seus imóveis
IP Leiria avança com investimento de 3,7M€ em residências para estudantes
InovaDigital apresenta tecnologia para transformação digital das empresas de mediação
Intermarché investe 5 milhões de euros em nova loja em Leiria
Mercado de escritórios encerra 1.º trimestre sob pressão em Lisboa e Porto
De acordo com o último relatório de Índice Internacional de Custos de Construção (International Construction Costs (ICC)) publicado pela Arcadis, entre as cem cidades analisadas, as cidades portuguesas de Lisboa e Porto surgem nos lugares 72 e 77, respectivamente. As cidades espanholas também surgem no mesmo nível: Barcelona (73), Madrid (75), Málaga (76) e Valencia (78).
O «top ten» das cidades mais caras quanto à construção fica completo com as cidades de Nova Iorque, Copenhaga, São Francisco, Zurique, Munique, Hong Kong e Macau.
A combinação de alguns factores, entre os quais, o aumento dos custos de energia, a escassez de materiais e a disponibilidade de mão-de-obra, em conjunto com uma alta procura específica do sector (residencial e industrial), faz com que os mercados da América do Norte e muitas cidades europeias, incluindo as cidades espanholas e portuguesas, registem aumentos de custos de dois dígitos.
Como resultado disso, as cidades americanas sobem de forma significativa na classificação. Esta tendência ascendente é favorecida pela valorização do dólar americano, com uma média de 5% em comparação com a maioria das moedas. As cidades do Reino Unido e da Alemanha também sobem no ranking.
Na Ásia a situação varia muito, no entanto, no geral, os custos mantêm-se consideravelmente estáveis. A excepção é Singapura, onde as dificuldades para aceder à mão-de-obra resultaram em níveis elevados de inflação.
Por outro lado, na Austrália e no Médio Oriente, os níveis de procura não satisfizeram todas as expectativas, o que criou um mercado menos competitivo e mitigou o aumento dos preços. Isto fez com que cidades como Melbourne e Sidney baixassem dez posições no ranking de 2022.
O relatório também aponta para diferentes ritmos de recuperação no sector da construção a nível mundial, a par das diferentes estratégias dos governos contra a COVID-19. De realçar que a análise foi elaborada antes do conflito na Ucrânia, o que, de acordo com a Arcadis, “irá, sem dúvida, agravar a escassez de materiais e hidrocarbonetos, o que terá repercussões significativas nos mercados mundiais de produtos básicos e energia, assim como uma maior incerteza global”.
Um sector “robusto” apesar das circunstâncias
O director global de Custos e Gestão Comercial na Arcadis, Andy Beard, referiu que o sector da construção demonstrou ser “extremamente robusto apesar das difíceis circunstâncias do último ano” e reflectiu sobre como a contenção sustentada na entrega de imóveis e infraestruturas, uma melhor utilização dos dados e um maior investimento em soluções tecnológicas, tais como os métodos modernos de construção, podem melhorar a eficiência e ajudar a atingir o compromisso de zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa.
Neste sentido, considera que a capacidade de adequação será “fundamental no clima de incerteza e inflação que se avizinha”. “Embora as condições do mercado pareçam desfavoráveis, acreditamos que estes desafios oferecem, mais do que nunca, uma grande oportunidade para a nossa indústria impulsionar a inovação e consolidar a mentalidade de fazer mais com menos, reduzindo o nosso próprio impacto na utilização de recursos e no ambiente”, sublinhou o responsável.
O relatório, que analisa e obteve conclusões através de uma amostragem de vinte tipologias de edifícios, com base no estudo dos custos de construção e nas condições do mercado, apresenta um plano de cinco pontos como guia para ajudar os promotores e as suas equipas a enfrentar os desafios que se avizinham, com a demonstração de como se pode racionalizar, padronizar, automatizar e utilizar os processos digitais para ser mais eficientes e cumprir os objectivos essenciais em termos de sustentabilidade.