2021 arranca com intenções de contratação moderada
Segundo a ManpowerGroup Employment Outlook Survey, o primeiro trimestre de 2021 não deverá trazer grandes alterações ao mercado de trabalho em Portugal.
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O primeiro trimestre de 2021 não deverá trazer grandes alterações ao mercado de trabalho em Portugal. Segundo o estudo ManpowerGroup Employment Outlook Survey, os empregadores portugueses permanecem cautelosos e relatam intenções de contratação moderadas, entre Janeiro e Março, que resultam numa Projecção para a Criação Líquida de Emprego de +5%, a nível nacional. As perspetivas de contratação sobem 3 pontos percentuais face ao trimestre anterior, mas permanecem ainda 5 pontos abaixo do valor registado no primeiro trimestre de 2020.
Num universo de 463 empresas portuguesas inquiridas, apenas 13% dos empregadores contam aumentar as contratações, enquanto 76% não prevê qualquer alteração e 8% apontam para uma diminuição.
“Uma vez mais, vemos como o impacto da pandemia e das medidas de prevenção afecta de forma díspar os diferentes sectores da nossa economia. As previsões avançadas pelos empregadores da Restauração e Hotelaria ou do Retalho traduzem claramente a gravidade da crise que estes sectores estão a viver, colocando milhares de postos de trabalho em risco. Ao mesmo tempo, vemos como aumenta a procura de profissionais nas áreas da Saúde, da Tecnologia e Transformação Digital, ou do Ecommerce, sem que haja uma resposta suficiente em termos de Talento disponível. sublinha Rui Teixeira, Chief Operations Officer da ManpowerGroup Portugal.
Para o responsável, “a gestão da actual crise económica e social tem de abordar este desequilíbrio, e o desencontro de competências que lhe está associado. E a resposta passa necessariamente pela formação e requalificação das pessoas, dotando-as das competências que lhes permitam evoluir as suas carreiras para áreas de maior procura. Este é um desafio que exige um esforço conjunto e transversal, unindo empresas, governos, instituições e trabalhadores no desenvolvimento e promoção de programas que rentabilizem o esforço de formação, com um compromisso de empregabilidade. Neste âmbito, o digital terá com certeza um papel fundamental, mas outras áreas de formação técnica, tradicionalmente requerentes de talento, não devem ser descuradas. A resposta à crise e os planos de recuperação económica deverão ter aqui um eixo de atuação prioritário”, sustenta.
Subsector Público com uma projecção de +17% e Construção de +5%
Durante o próximo trimestre, é esperado um aumento da força de trabalho em cinco dos sete setores de atividade analisados neste estudo. O mercado de trabalho mais forte é antecipado pelos empregadores do subsetor Público que, com uma Projecção de +17%, sobe em 4 pontos percentuais face ao trimestre anterior e 12 pontos na comparação anual. Este subsetor está integrado no setor de Outras Actividades de Serviços, que avança uma projecção de +10%, sendo negativamente impactado pelo pessimismo do subsetor de Transportes Logística e Comunicações, onde não se espera qualquer evolução nas contratações (0%).
Melhores notícias no setor de Outras Actividades de Produção que relata uma Projeção de +12%, o valor mais elevado registado nos últimos dois anos. Este resultado é reflexo de projecções otimistas, de +12% no subsector da Agricultura e de +13% no subsetor do Fornecimento de Eletricidade, Gás e Água. As intenções de contratação para este setor sobem 10 pontos percentuais, quando comparadas com as projecções avançadas para o trimestre anterior, e 2 pontos percentuais, na comparação com o 1º trimestre de 2020.
Por oposição, os empregadores do sector da Restauração e Hotelaria, fortemente impactado pela pandemia, continuam a prever dias sombrios em matéria de contratações, com uma projeção de -16%. Este valor diminui 8 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e cai, por uma margem acentuada de 32 pontos percentuais, face ao período homólogo do ano passado. Paralelamente, também os empregadores do sector do Comercio Grossista e Retalhista relatam perspectivas de contratação fracas (-2%). A Projeção para este sector fica 7 pontos percentuais abaixo do valor registado quer no trimestre anterior, quer no período de janeiro a março de 2020.
Nos sectores da Construção, da Indústria e das Finanças e Serviços é esperado um ritmo de contratação moderado, com uma projecção de +5%. Na Construção e na Indústria, as perspetivas de contratação melhoram em 14 e 5 pontos percentuais face ao trimestre anterior. Já no sector das Finanças e Serviços, a tendência é mais pessimista, com uma quebra de 7 e 12 pontos percentuais, face ao período anterior e ao trimestre homólogo de 2020.
Mais optimismo na Região Centro e nas Grandes Empresas
Em termos geográficos, os empregadores das três regiões preveem um aumento nas contratações nos próximos três meses. O ritmo de contratação mais forte é esperado no Centro, onde a projecção para a Criação Líquida de Emprego é de +7. A região Norte espera ganhos mais moderados, com um cresciemento 5%. Já na região Sul, os empregadores apontam para um mercado de trabalho praticamente estagnado, com um aumento de +1%.
Em relação ao trimestre anterior, as perspectivas de contratação são mais fortes no Sul e no Norte, melhorando em 10 e 2 pontos percentuais, respetivamente. Já os empregadores do Centro relatam intenções de contratação estáveis. Face ao mesmo período do ano anterior, as projeções enfraquecem nas três regiões. O Norte regista uma quebra de 5 pontos percentuais, seguido de uma redução de 4 e 3 pontos percentuais no Centro e no Sul, respetivamente.
No que diz respeito à dimensão das empresas, durante o 1º trimestre de 2021, os empregadores esperam aumentar as contratações em três das quatro categorias de tamanho de organização. As Grandes Empresas preveem o ritmo de contratação mais forte (+11%), enquanto as Pequenas Empresas são as mais cautelosas (0%).
O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou 37500 empregadores em 43 países e territórios. As entrevistas foram realizadas durante as circunstâncias excecionais do surto de COVID-19, pelo que os resultados do estudo deverão refletir o impacto da emergência global de saúde e consequente perturbação económica.
O próximo ManpowerGroup Employment Outlook Survey será divulgado a 9 de Março de 2020 e revelará as perspetivas do mercado de trabalho para o segundo trimestre de 2021.