Aposta nos Açores é primeiro passo para a diversificação
Em pleno ano da crise, em 2013, a Level Constellation decidiu investir em Portugal, antevendo a recuperação que hoje se regista. Focados na reabilitação, a promotora já investiu cerca de 70 milhões de euros e espera duplicar este valor com os projectos que tem em pipeline. Pedro Vicente, director-geral, falou ao CONSTRUIR sobre a estratégia da empresa
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O mercado internacional é o responsável por mais de 70% do volume de negócios da Level Constellation, mas o número de clientes nacionais tem vindo a aumentar. Pedro Vicente, director-geral da Level Constellation explica como estão a olhar para esses indicadores.
Sendo uma empresa com investidores chineses conte-nos um pouco como começou esta parceria e porquê Portugal?
Portugal entrou no radar dos investidores internacionais, em particular desde 2013, ano de crise profunda, mas que permitia antever a recuperação que registamos. Acresce a este factor a atractividade do País, com todas as qualidades e vantagens que lhe são reconhecidas internacionalmente.
Os actuais sócios da Level Constellation identificaram essa oportunidade e decidiram constituir a empresa, avançando com investimentos no sector imobiliário.
O core business da Level Constellation é, essencialmente, a reabilitação para habitação. Como se posicionam no mercado neste sentido?
O core business da empresa tem sido, efectivamente, a reabiltação para habitação. Neste campo, temos já entregues, com muito sucesso, 27 unidades no PARK AVENUE – Rua Padre António Vieira, 27, Rua Rodrigo da Fonseca, 139, encontrando-se em construção o OURO GRAND, na Baixa de Lisboa, com 57 unidades e em fase final, e o off Liberdade, na Rua do Salitre, com 14 unidades. No próximo ano, apresentaremos o CLASSICA, com 23 unidades, na Avenida da República, 40 e, pelo menos, mais dois projectos, que revelaremos mais tarde.
Consideram que o mercado da reabilitação ainda tem muito para crescer?
Sem dúvida. Este mercado passará, no entanto, a abranger novas áreas de intervenção, passando a focar-se não só nos centros históricos de Lisboa e Porto, mas também em bairros limítrofes e zonas históricas de algumas das mais relevantes cidades do País.
Que alterações ao nível da reabilitação poderia favorecer esse crescimento?
A manutenção dos incentivos fiscais e a estabilidade e previsibilidade das políticas públicas são indispensáveis para manter e fazer aumentar o grau de atractividade que Portugal tem registado nos últimos anos. Exigirá, no entanto, da parte do poder político responsabilidade e bom senso.
E além da reabilitação, existe a possibilidade de investir em algum projecto de construção nova?
Estamos atentos à construção nova. No devido momento, poderemos avançar.
Em que outros segmentos, além da habitação, ponderam também investir?
Acabamos de anunciar a compra do Hotel Monte Palace, na Lagoa das Sete Cidades, São Miguel, Açores. Trata-se do primeiro passo no âmbito da diversificação dos nossos investimentos, que contamos poder vir a reforçar.
Os clientes estrangeiros representam uma grande parte do vosso negócio. Qual a percentagem que representa para a vossa empresa o mercado internacional?
O mercado internacional tem vindo a perder peso nas nossas vendas, tendo começado, em 2014, a representar 90% das vendas, sendo hoje não mais de 70%. A retoma económica do país não é alheia a este registo.
Que tipo de habitação procuram os estrangeiros em Portugal?
Trabalhamos, neste momento, com 23 nacionalidades diferentes. Os nossos clientes, apesar de muito diversificados, procuram, essencialmente, produtos de investimento. Alguns, acabam por se deixar seduzir por Portugal e optam por ocupar os apartamentos que adquirem.
Até ao momento qual o montante investido nos projectos que já desenvolveram?
Executámos, até ao momento, investimentos de cerca de 70M€.
Entraram numa segunda fase dos vossos investimentos. Qual o orçamento previsto para 2018?
Os projectos que temos em pipeline poderão significar um investimento de montante similar ao até agora investido.
Além dos projectos em Lisboa, adquiriram recentemente o Hotel Monte Palace. Trata-se de uma localização totalmente diferente daquela em que costuma investir. Porquê os Açores?
Os Açores são para nós uma prioridade. Trata-se de uma parte privilegiada do território nacional, pelas suas características naturais únicas. As 9 ilhas têm conhecido um crescimento sem paralelo e, em particular, um crescimento do turismo na casa dos dois dígitos, que não podem passar despercebidos. Será, sem dúvida, um investimento de sucesso.
O imóvel vai manter no novo projecto a sua antiga função?
Sim, manterá. Será apresentado oficialmente em 2018, em conjunto com as autoridades.
Ponderam investir em alguma outra cidade do País?
Estamos atentos a todo o território nacional e acreditamos no valor do investimento em Portugal. Como tal, não enjeitamos que venha a acontecer.
Projectos em desenvolvimento
Off Liberdade
Na Rua do Salitre, perto da Avenida da Liberdade. Encontra-se em construção pela Gabriel Couto e estará concluído em Agosto de 2018. Projecto de arquitectura é da responsabilidade de Manuel Cottinelli Telmo Pardal Monteiro.
OURO Grand
Resulta da união de quatro edifícios de origem Pombalina, constituindo o maior projecto residencial da Baixa de Lisboa. Em fase final de construção. Catarina Almada Negreiros é a arquitecta responsável pelo projecto.
Classica
Edifício de 1910. O projecto, de Frederico Valssasina, irá manter os actuais pormenores arquitectónicos preservados em perfeita consonância com aspectos de conforto de excepção: piscinas e Jacuzzi privativos, lareiras, jardins, espaços exteriores e bicicletas eléctricas.. Encontra-se em fase de licenciamento.
Hotel Monte Palace
Reabilitação do hotel com o mesmo nome que se encontra ao abandono desde 1990. Irá manter o mesmo uso, embora não haja ainda projecto de arquitectura. Está previsto o seu lançamento em meados de 2018.