DepA architects + PABLO PITA architects vencem concurso para percursos pedonais no Porto
O concurso que foi lançado no passado mês de Março, pela Câmara Municipal do Porto, apontava como objectivo “encontrar soluções para os problemas de diferença de cota entre as zonas ribeirinhas e as zonas altas”
Ana Rita Sevilha
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Os gabinetes DepA Architects + PABLO PITA architects ganharam o 1º Prémio no Concurso para os Percursos Pedonais – Ligações Mecanizadas, no Porto. A notícia foi avançada pelos mesmos nas redes sociais.
Recorde-se que, o concurso que foi lançado no passado mês de Março, pela Câmara Municipal do Porto, apontava como objectivo “encontrar soluções para os problemas de diferença de cota entre as zonas ribeirinhas e as zonas altas em três pontos da cidade: Miragaia, Palácio de Cristal e Virtudes”.
O programa pretendia “o incremento da mobilidade interna dos locais, a aproximação de centralidades urbanas, e a valorização dos lugares reconhecendo a sua identidade e definindo a estratégia futura em zona histórica, garantindo a identidade e requalificação do espaço público”.
Proposta
De acordo com o sítio da Internet do colectivo DepA Architects, a estratégia geral da proposta assenta na afirmação de um “percurso longitudinal nascente-poente” conectado “através de peças arquitectónicas que desenham as maiores transposições de cotas e que funcionam como agrafos urbanos em pontos estratégicos”.
A afirmação desta “linha” define “um percurso a meia distância entre outros dois eixos longitudinais principais existentes, a marginal ao longo do rio à cota mais baixa (Rua Nova da Alfândega) e, à cota mais alta, o sistema Cordoaria/Sto António/Rua D. Manuel II, permeando e permeável a ambos”, explicam.
“No seu conjunto, a proposta torna significativamente mais permeáveis os dois grandes ‘bastiões muralhados’ (morro do Palácio de Cristal e Jardim/Passeio das Virtudes) à encosta de Miragaia, abrindo uma resposta a três níveis: um a pequena e média escala (interligação de percursos pedonais existentes com melhoramento da situação pré-existente e desenho de novos percursos de complemento), outro a larga escala (desenho de ligações a pontos nevrálgicos de uma rede pedonal alargada, bem como ligações às redes de transporte públicos urbanos, ciclovias e equipamentos) e, por fim, à escala programática propõe-se a criação de uma base física (desenho de plataformas/promontórios) que permitirão um complemento ao programa com a introdução de equipamentos de pequena escala (estufas, cafetarias, esplanadas, etc) em pontos-chave dos percursos que contribuirão positivamente para a vivificação deste tecido urbano”.
Na mesma descrição, os arquitectos sublinham que, “a proposta não se quer de rotura, nem com a história da cidade nem com o seu ambiente e a sua materialidade”. Assim, explicam, “o desenvolvimento de novos percursos/melhoramento de percursos existentes e seus espaços verdes envolventes apresenta uma clara estratégia de simbiose e continuidade com o património e a identidade existentes, sem contudo deixar de assumir as novas peças urbanas/arquitectónicas como a marcação de um novo tempo de intervenção”
Desta forma, “o desenho da proposta equilibra-se entre o lado pétreo da cidade, do granito, das escarpas, dos muros e socalcos construídos, com a colocação de elementos de betão texturado de enorme carga material que ‘ancoram’ e fazem o contacto com o solo dos vários momentos da intervenção e que dentro da mesma linguagem vão desenhando as diferentes necessidades, e a ideia oposta de leveza, com a colocação de outros elementos mais leves que lhes são sobrepostos, em metal e madeira – nomeadamente as peças que acolhem os elevadores ou os equipamentos complementares sobre os promontórios”.