Um SPA português na Letónia
O edifício é composto por três volumes com programas, espacialidades, formas e dinâmicas distintas
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Ana Rita Sevilha
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Ana Isabel Santos, João Tavares, João Varela e Paulo Dias foram os vencedores do Concurso Internacional de Arquitectura Blue Clay Country SPA, organizado pela plataforma Bee Breeders para a construção de um SPA na Letónia. Como prémio, os arquitectos portugueses vão receber 11 mil euros e a possibilidade de contribuir para a edificação do edifício. Ao CONSTRUIR, a equipa de arquitectos explicou que a participação neste tipo de desafios é “sempre um importante complemento e uma mais-valia”, uma vez que servem para “debater algumas ideias e testar soluções que habitualmente não temos oportunidade para por em prática contribuindo assim para desenvolver a nossa capacidade critica, estimular a criatividade e valorizar o nosso currículo com estas novas experiências” No Concurso para o Blue Clay Country SPA, destacam “o programa apelativo que nos estimulou bastante no que toca à criação de ambientes e espacialidades interessantes”.
O lugar
De acordo com a memória descritiva a que o CONSTRUIR teve acesso, o lugar ditou a proposta. “No que toca aos elementos existentes identificamos a clareira, o lago, o caminho, a floresta envolvente e os quatro carvalhos como caracterizadores do local de intervenção”, explicam os arquitectos. “Com isto e ao cruzar as restrições dadas pelo enunciado do projecto – como a interdição de aproximação de qualquer edifício a menos de dois metros do tronco dos carvalhos existentes, que influenciou o desenho da galeria coberta; a interdição da construção de pisos subterrâneo a que nós optamos por elevar através da colocação de uma base em estacaria que diminuiu o contacto com o solo; e a interdição de construir em altura que possibilitou a entrada em todos os espaços de nível e acentuou a ideia de percurso – fez com que a proposta respondesse a requisitos dados pela zona de implantação e tornou-a única visto que não faria sentido desenhá-la para outro qualquer local”.
Composto por três edifícios com programas, espacialidades, formas e dinâmicas distintas, “era fundamental integrar a proposta no local de implantação e tentar que estes se relacionassem de forma positiva”, explica a equipa projectista. “O facto das argilas naturais servirem de mote para intervenção leva-nos a desenhar espaços que integrem ambientes informais, descontraídos e desprovidos de complexos sistemas tecnológicos. Ao invés os espaços articulam entre si uma forte ligação à paisagem pretendida pelo enunciado que influenciou totalmente os ambientes exteriores e interiores criados por nós. Conseguimos encontrar referências a estes ambientes nos banhos de natureza no Japão completamente despojados de elementos supérfluos ou nos banhos públicos árabes (hammans) onde uma forte identidade comunitária se articula com o lazer e os cuidados de higiene/saúde”.
Programa
A sauna, de planta quadrangular, encerra em si um espaço recatado, com uma bancada em madeira de dois níveis a toda à volta. O espaço é sobreaquecido através das pedras ao centro do pavimento e alinhado verticalmente com estas pedras está um lanternim também quadrangular necessário apenas para iluminar naturalmente o espaço, lê-se no documento descritivo. A zona de relaxamento apresenta uma sucessão de espaços. Destacam-se as salas de massagem e de tratamento com argilas naturais onde se privilegia o contato visual direccionado para a água do lago existente através de um vão junto ao pavimento por onde olham as pessoas enquanto estão deitadas. No topo do volume situam-se duas confortáveis salas de relaxamento, onde as pessoas podem desfrutar da vista entre o lago e a floresta ou dormitar depois dos tratamentos ou das massagens, refere o mesmo documento, fazendo ainda referência a um espaço circular onde se desenha a zona de banhos quentes, com uma banheira redonda escavada no centro do espaço, coroada com dois vãos que alteram continuamente a percepção do espaço ao longo do dia e das estações. Nota para o facto de um dos vãos ser horizontal para se olhar a Natureza e o outro circular e centrado no tecto, fornecendo uma ambiência diferente dos espaços restantes. Ana Isabel Santos, João Tavares, João Varela e Paulo Dias destacam também a tradição local de construir, baseada em conceitos de harmonia, consciência ecológica e sustentabilidade, onde também foram beber para a sua proposta. “Não tendo a oportunidade de visitar a Letónia e o local de intervenção consideramos que a investigação deve ser uma componente fundamental do processo de projecto o que pode incluir um estudo sobre a arquitectura praticada no local e as suas características, técnicas e tradições construtivas tradicionais, materiais disponíveis para conseguirmos dar uma resposta eficaz ao clima e por vezes através de alguns apontamentos sobre geografia, sociologia e antropologia conduzir a uma intervenção responsável e sensível não só à paisagem envolvente mas também ao contexto cultural que neste caso consideramos uma mais valia que se reflectiu bastante no desenho do projecto”.
No concurso foram também premiados, com o segundo e terceiro lugares respectivamente, o atelier PUG (Inglaterra) e o atelier AMOA-Studio (USA).
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