CPCI: declarações de Costa animam sector
Primeiro-ministro português colocou a política de cidades, a habitação e a recuperação de actividade das empresas do sector no lote de prioridades para 2017
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A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) expressou a sua satisfação face às recentes declarações públicas do primeiro-ministro, segundo as quais, a política de cidades, a habitação e a recuperação de actividade das empresas do sector constituem prioridades para 2017.
Em comunicado de imprensa, a CPCI afirma que estas declarações “se revestem de uma grande oportunidade e vieram estabelecer expectativas”, permitindo encarar o futuro imediato “com um maior optimismo”.
No encerramento do Congresso da Juventude Socialista, António Costa definiu como medida “emblemática” para o próximo ano a política da habitação, com a “criação de mecanismos de arrendamento acessível” e o reforço do sector da reabilitação urbana. “O sector da construção é essencial para que muita gente da minha geração possa reencontrar oportunidades de trabalho, mas é absolutamente essencial para que a vossa geração possa encontrar alternativas que sejam compatíveis com o acesso à habitação e, simultaneamento, de renovarmos e rejuvenescermos as nossas cidades”, destacou o primeiro-ministro, confiante de que “não há futuro para as nossas cidades se o centro (…) não for reocupado pela vossa geração”.
O presidente da Confederação afirmou, neste âmbito, que António Costa, “com esta declaração, vem car novo alento a uma actividade que é responsável por 50,1% do innvestimento da economia”. Reis Campos destacou também a perspectiva assumida pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, que “anunciou investimentos em projectos estruturantes que, numa óptica de crescimento e de desenvolvimento produtivo, permitem dar resposta, permitem dar resposta às efectivas necessidades do país e servir de alavanca ao investimento privado”.
Assim, a CPCI sublinha que “este pode ser um momento de viragem, na medida em que represente um compromisso firme, por parte do poder político, com o futuro”. Por outro lado, Reis Campos ressalva também que “sem planeamento não há confiança e sem confiança não há investidores, logo, não há crescimento económico e criação de emprego” e, neste sentido, a CPCI considera que este “alinhamento estratégico” de Portugal com “o discurso da restante Europa era mais do que necessário e relevante”.
Para o presidente da Confederação, “trata-se de tirar partido de domínios estratégicos essenciais, como a reabilitação urbana, a eficiência energética e ambiental, a competitividade territorial e logística, a atracção de investimento estrangeiro e o desenvolvimento de uma política de cidades que seja inclusiva, capaz de dar resposta às necessidades de habitação por parte das famílias e, sobretudo, dos mais jovens”.
Confiante de que “todo o país” se revê nas palavras do primeiro-ministro português, dado que “o nosso futuro colectivo passa por criar emprego duradouro, por espaços urbanos dinâmicos e competitivos e por uma maior coesão territorial”, Reis Campos relembrou as “décadas de total inexistência de uma política de habitação verdadeiramente global e integrada”.
Como resultado, “temos mais de 1,5 milhões de casas a precisar de obras, 465 mil famílias a viver em alojamentos sobrelotados e uma habitação social para cada 16 portugueses em risco de pobreza”. Perante este cenário, programas como a “Casa Eficiente”, promovidos pelo ministro do Ambiente, “e tendo como entidade agregadora a CPCI”, constituem “um bom exemplo do que deve ser feito, tendo por objectivo alargar a reabilitação urbana a todo o país”.
“Este é o momento de concretizar as medidas que estão há muito identificadas e fazer das cidades instrumentos de competição à escala global”, reforça o presidente da CPCI, sublinhando que as declarações de António Costa “num contexto em que os recursos continuam a ser escassos”, demonstram que o primeiro-ministro reconhece que instrumentos como o “Plano Juncker” terão de ser utilizados no próximo ano “em prol do desenvolvimento integrado de Portugal”.