Arquitectura

“Se a obra não se mostrar importante e prestável, nada tem especial relevância”

“Penso e creio que pratico (e transmito) a ideia de que o rigor e a responsabilidade do que fazemos tem uma certa dimensão absoluta”

Ana Rita Sevilha
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“Se a obra não se mostrar importante e prestável, nada tem especial relevância”

“Penso e creio que pratico (e transmito) a ideia de que o rigor e a responsabilidade do que fazemos tem uma certa dimensão absoluta”

Sobre o autor
Ana Rita Sevilha
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Luís Pedro Silva é o autor do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, um projecto que nos últimos tempos tem sido nomeado para vários prémios e que já arrecadou algumas distinções. Em entrevista ao CONSTRUIR, o arquitecto fala sobre o projecto, os desafios e o futuro

 O Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões tem sido recorrentemente destacado e premiado nacional e internacionalmente. Foi o projecto que mais gozo lhe deu fazer?
Os prémios ampliam a visibilidade sobre o trabalho mas se a obra não se mostrar importante e prestável para as pessoas, entre os quais os passageiros, os investigadores e o público em geral, nada tem especial relevância. O prémio mais estimulante é o encontro com as pessoas que habitando o edifício ou em visita anónima, nos transmitem gratidão sentindo-se muito tocadas pela obra. Este projecto foi o mais demorado que tivemos. Como transporto um “quase infantil” e permanente entusiasmo por tudo o que toca a organização do espaço, entreguei-me com muitas pessoas valerosas a este trabalho.

Que grandes desafios estiveram presentes nesta obra?
Talvez o maior de todos tenha sido o primeiro, o de ter lançado a ideia à Administração Portuária de Leixões durante o Plano Estratégico e, após tê-lo feito, sendo merecedor do convite inicial, sem ter garantias de estar à altura do desafio. A proposta foi sendo sistematizada com muitos agentes e momentos de escrutínio mas também de carinho e envolvimento de muitas pessoas (clientes, fornecedores, colaboradores, projectistas, artesãos e construtores). A coordenação de tudo, ou a relação entre a complexidade programática e a complexidade formal e construtiva foram outros dois desafios importantes… Isto sem esquecer o cumprimento do budget, a obra ficou quase 2 milhões de euros abaixo do valor estimado, o que aconteceu com esforço de muitos.

Olhando hoje para o edifício o que lhe apraz dizer?
Sobre o que está realizado a sensação é ambivalente. Há uma certa admiração por algo concreto como uma síntese de tantas decisões e de tantos momentos, desenhos, perguntas e respostas mas em simultâneo fica uma natural insatisfação por tudo o que deveria ter ficado melhor, aspectos que sabemos que não foram conseguidos e já não serão. Mas há coisas importantes em perspectiva. Salientamos a importância de ver o edifício ligado à cidade de Matosinhos, intervenção que necessita de se concretizar e que esperamos que aconteça a curto prazo. Desejávamos também ver em funcionamento o porto de recreio e os seus espaços de apoio na parte jusante do molhe sul. É muito importante ainda a instalação do espelho de água na parte inferior do núcleo central que não foi realizado, superando a tela provisória que agora se encontra instalada. Tudo isto é do interesse da APDL e será implementado faseadamente.

Acha que o facto de o edifício ser mediático poderá causar alguma sombra a projectos futuros, no sentido de que recaí sobre si uma grande expectativa relativamente a obras futuras?
Penso e creio que pratico (e transmito) a ideia de que o rigor e a responsabilidade do que fazemos tem uma certa dimensão absoluta, isto é, está mais dependente da exigência que colocamos sobre nós a partir do que conhecemos, a partir da nossa formação e das nossas convicções do que fora pois se assim procedermos há fortes probabilidades de isso ser reconhecido pelos outros. Se procurarmos logo o reconhecimento poderemos não ter referências para o caminho a percorrer. Por outras palavras o gosto e empenho no nosso trabalho deve ir de encontro aos que dele esperam algo, mas também aos que nada esperam. No final não agradamos a todos, mas é uma dádiva própria e genuína.

 Os Prémios e a visibilidade têm-se traduzido em encomenda?
De facto há algumas distinções, no Canadá, em Amsterdão e em Lisboa mas o restante são nomeações, no Brasil, em Berlim e em Londres. Sim, lentamente tem contribuído e gerado novos convites e desafios, o que nem sempre são encomendas seguras. Vivemos um período de transição, exigência e cuidado redobrados para uma pequena empresa como a nossa que dá pequenos passos em desafios internacionais cujos custos, encargos e tempos implicam um método e gestão específicos e renovados. São processos lentos que exigem maturação.

Como olha para a profissão e a prática em Portugal actualmente e que expectativas tem para o futuro?
A profissão sofre esta transição. Havia muito poucos arquitectos enquanto era estudante. Depois já como docente acompanhei um “boom” expressivo até que veio a crise, a pulverização trazida pela globalização e uma certa estagnação interna. A reabilitação surge entretanto. É agora uma moda mas também um campo fértil de trabalho. Penso que está demasiado apegada ao fachadismo e menos à tipologia e ao espaço público. Por outras palavras, é como se mantivéssemos a carroceria de um automóvel mas mudássemos tudo no interior desde o motor, aos estofos, à tecnologia, ao número mesmo de ocupantes e o voltássemos a por em marcha com uma velocidade imprópria para as vias em que circula…Não fica bem. Mas há muitos casos de muita qualidade e muitos colegas e promotores a fazerem algo de muito meritório face ao estado a que havia chegado uma parte importante dos núcleos urbanos.

 Em que outros projectos está a trabalhar actualmente?
Neste momento estamos a trabalhar em projectos públicos e privados em África, na América do Sul e na Asia, longe ainda das obras. Temos um grande edifício de ensino e um pequeno equipamento em vias de construção. Mas estamos bastante disponíveis para novos desafios

 

Sobre o autorAna Rita Sevilha

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Vendas de alojamentos com crescimento “expressivo”

No quarto trimestre de 2024, foram transaccionados 45.214 alojamentos familiares, num montante global de 10.174 M€, o que, em termos homólogos, revelam um crescimento “expressivo” de mais 2,5% em número de transacções e de mais 41,8% em valor

No quarto trimestre de 2024, foram transaccionados 45.214 alojamentos familiares, num montante global de 10.174 milhões de euros. Em termos homólogos, estes dados revelam um crescimento expressivo de mais 32,5% em número de transacções e de mais 41,8% em valor, reflectindo uma aceleração das transacções no mercado habitacional., de acordo com o relatório de Março deste ano da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).

Em paralelo, os preços dos imóveis mantiveram uma trajectória ascendente, com o Índice de Preços da Habitação a registar uma valorização de 11,6% face ao quarto trimestre de 2023.

No que respeita ao licenciamento municipal, em Janeiro de 2025, verificou-se um aumento de 8,7% no total de edifícios licenciados, com variações de 10% nos edifícios habitacionais e de 5,1% nos edifícios não residenciais, comparativamente com Janeiro de 2024.

Destaca-se, ainda, o acentuado crescimento de 40,5% apurado no número de fogos licenciados em construções novas, totalizando 3.618 fogos. No mesmo mês, o Índice de Custos de Construção de Habitação Nova apresentou um aumento homólogo de 3,4%, reflectindo uma variação de 0,4% na componente dos materiais e de 7,2% na componente da mão de obra.

Nos primeiros dois meses de 2025, o consumo de cimento no mercado nacional totalizou 623,2 mil toneladas, o que representa uma diminuição de 3,6% face às 646,3 mil toneladas registadas no mesmo período de 2024.

No segmento das obras públicas, até Fevereiro de 2025, observou-se uma redução de 33% no valor global dos concursos promovidos. Esta variação resulta, em grande parte, da inclusão, em Janeiro de 2024, do concurso relativo à Linha de Alta Velocidade.

Excluindo este procedimento, o montante global dos concursos lançados teria registado um acréscimo homólogo de 87%. Por outro lado, o volume dos contratos celebrados e registado no Portal Base apresenta um aumento significativo, tendo sido reportados contratos num montante total de 632 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 49% face ao mesmo período do ano anterior.

Sobre o autorCidália Lopes

Cidália Lopes

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Ordem dos Arquitectos promove debate com candidatos à Assembleia da República

A conversa conta com sete arquitectos, representantes de cada um dos partidos ou coligações com assento parlamentar, e vai ter lugar no Auditório Nuno Teotónio Pereira, na sede nacional da OA, dia 21 de Abril, às 18h30

A Ordem dos Arquitectos (AO) promove, no próximo dia 21 de Abril, às 18h30, um debate político com sete arquitectos candidatos às próximas eleições legislativas. A conversa conta com um representante de cada um dos partidos ou coligações com assento parlamentar, todos em lugares elegíveis, e vai ter lugar no Auditório Nuno Teotónio Pereira, na sede nacional da OA.

O debate pretende fazer uma “reflexão” sobre o papel da arquitectura na resposta aos desafios que o País enfrenta e conhecer o pensamento político dos arquitectos dos vários quadrantes políticos que se propõem representar os cidadãos no Parlamento.

Temas como a crise habitacional, a desestruturação do território, a demora e burocracia excessiva nos processos de licenciamento e construção ou a valorização da prática profissional e da carreira dos arquitetos da administração pública, estarão em destaque na conversa com os André Castanho (CDU), Lia Ferreira (PS), Margarida Saavedra (AD), Marta Silva (Chega), Marta Von Fridden (IL), Patrícia Robalo (Livre) e Ricardo Gouveia (BE).

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Plano Director Municipal de Setúbal alterado para “se adaptar a outros planos”

Neste contexto, o PDM passa a incorporar as disposições do Programa da Orla Costeira Espichel-Odeceixe e do Plano de Gestão e do Risco de Inundação, assim como um conjunto de alterações de natureza regulamentar e cartográfica

A Câmara de Setúbal aprovou, na últimam reunião pública, uma alteração ao Plano Director Municipal (PDM), de forma a adaptá-lo, em conformidade com a Lei, a dois instrumentos de planeamento hierarquicamente superiores que, entretanto, entraram em vigor.

Neste contexto, o PDM passa a incorporar as disposições do Programa da Orla Costeira Espichel-Odeceixe (POC-EO) e do Plano de Gestão e do Risco de Inundação (PGRI), assim como um conjunto de alterações de natureza regulamentar e cartográfica.

O PDM revisto foi aprovado pela Assembleia Municipal de Setúbal a 10 de Setembro de 2021 e, decorridos cerca de dois anos, é publicada em 29 de janeiro de 2024 a Resolução do Conselho de Ministros n.º 22/2024, no Diário da República, 1.ª série, que procedeu à ratificação parcial do plano.

Em comunicado, a Câmara Municipal explica que a aprovação do PDMS revisto pela Assembleia Municipal de Setúbal ocorreu a 27 de Setembro de 2024, após realização da Conferência Decisória da Reserva Ecológica Nacional, tendo sido publicado em Diário da República, n.º 19, 2.ª série, através do Aviso n.º 2639/2025/2, de 28 de janeiro de 2025.

Assim, entre 10 de Setembro de 2021 e 28 de janeiro de 2025, o município não podia introduzir alterações ao PDM, além das decorrentes do processo de ratificação ministerial e da Conferência Decisória da Reserva Ecológica Nacional, pelo que só agora foi possível proceder à adaptação do plano ao POC-EO e ao PGRI.

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Torel Saboaria
Construção

Torel Boutiques anuncia três novas unidades em 2025

O Torel Saboaria, no Porto, o Torel Terra Brava, na Ilha Terceira, nos Açores, e o Torel Royal Court, em Guimarães, contabilizam um investimento total de cerca de 1,6 M€, distribuído pelas três unidades

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2025 assinala uma nova fase de expansão na história do grupo Torel Boutiques, que este ano contará com três novas unidades de 5 estrelas no seu portefólio: o Torel Saboaria, no Porto, o Torel Terra Brava, na Ilha Terceira, nos Açores, e ainda o Torel Royal Court, em Guimarães. Um investimento total avaliado em cerca de 1,6 milhões de euros, e que se distribui pelas três unidades, nomeadamente, 1,2 milhões para o Torel Terra Brava, sendo que para o Torel Saboaria e no Torel Royal Court este valor ronda os 200 mil euros em cada projecto.

Até então, existiam cinco hotéis boutique em Portugal com a chancela Torel Boutiques – o Torel Avantgarde, Torel Palace Porto e Torel 1885 Suites & Apartments, no Porto; o Torel Palace Lisbon, em Lisboa; e ainda o Torel Quinta da Vacaria, no Douro. Actualmente, o Grupo tem vindo a posicionar-se no segmento da hospitalidade de luxo pela sua “abordagem tailor-made, localizações de referência, serviço ímpar e design inovador, valências distintas” que já valeram ao grupo hoteleiro a conquista de vários prémios em competições nacionais e internacionais.

E foram precisamente esses atributos que, segundo o fundador João Pedro Tavares, levaram a que o Grupo fosse desafiado a expandir para novos horizontes. “Ficámos realmente felizes pelas ofertas que recebemos para que assumíssemos a gestão de novos hotéis. Essa é a prova viva de que a força da nossa marca e da nossa vontade em tornarmo-nos embaixadores da hotelaria em Portugal está a dar frutos. Nesse sentido, continuamos a crescer em Portugal com unidades boutique de luxo que contribuem para o crescimento qualitativo do turismo no nosso País”, afirma o responsável.

O primeiro projeto a abrir portas sob a alçada do grupo foi recentemente o Torel Saboaria, um hotel boutique de 5 estrelas que resulta da reconversão de uma unidade hoteleira já existente, situada mesmo no centro do Porto, junto ao Mercado do Bolhão e Avenida dos Aliados. “O reforço do posicionamento na cidade, fruto dos bons resultados alcançados”, a par “do forte conceito a que está associado este projeto”, estando situado junto à antiga Fábrica de Sabão do Bolhão, motivaram a equipa de responsáveis a estabelecer aqui a nova morada do grupo do hoteleiro. Os tons e aromas do sabão, bem como a paixão pelo artesanato e o saber-fazer ancestral, determinaram o conceito no Torel Saboaria, que abriu portas no início de Março com 28 quartos, jardim e piscina exterior, SPA e o Luffa, restaurante de cozinha portuguesa criativa.

Ainda a Norte, no centro histórico de Guimarães, o hotel Conquistador Palace será convertido no Torel Royal Court, tornando-se, assim, no primeiro projecto com chancela Torel Boutiques no distrito de Braga. Com abertura prevista para o Verão, o hotel inserido num edifício apalaçado de 1827 irá manter o tributo ao seu antigo proprietário, o tenista João Sousa, preservando a referência às cidades ou torneios onde competiu no nome dos seus 18 quartos e suites. A juntar-se às unidades de alojamento, encontramos ainda um SPA, um gastrobar, e um jardim com piscina exterior.

Já na Ilha Terceira, nos Açores, irá nascer em Junho de 2025 o Torel Terra Brava, hotel de 5 estrelas situado em Angra do Heroísmo, cujo centro histórico está também classificado como Património Mundial pela UNESCO. Inspirado nos quatro elementos – água, fogo, terra e ar -, o hotel estará dividido entre 44 quartos e suites, SPA, ginásio, sauna, piscina interior e exterior, e ainda um restaurante e um cocktail lab, que recorrem essencialmente a matéria-prima da ilha. Procurando trazer para dentro de portas a verdadeira experiência açoriana, o Torel Terra Brava lança o convite à desconexão, permitindo que todos testemunhem a ilha no seu estado mais puro, rodeados pela sua energia telúrica e ritmo do oceano.

No caso do Torel Saboaria e Torel Terra Brava, os projectos de interiores contarão com a assinatura do estúdio portuense Nano Design, atelier que já havia colaborado com o grupo nos hotéis Torel Avantgarde e Torel 1884 Suites & Apartments.

Quanto a perspetivas futuras, João Pedro Tavares garante que o Grupo continuará aberto a novas parcerias, “desde que alinhadas com a nossa visão e eixo estratégico.” “Continuaremos disponíveis para colaborar com projectos já estabelecidos neste segmento de hotelaria de luxo”, conclui.

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Governo lança 95 concursos do PT2030 e assina 800 contratos PRR em Abril e Maio

Os 800 contratos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no valor de quase 160 milhões, destacam áreas como a habitação, capitalização e inovação empresarial ou respostas sociais

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O Governo anunciou esta quarta-feira que vai lançar 95 concursos do Portugal 2030 (PT2030) em Abril e Maio, com um montante superior a 1.059 milhões de euros, e assinar 800 contratos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Os concursos do PT2030 incidem sobre vários temas, desde incentivos à criação de emprego até à conservação da natureza, segundo o comunicado do gabinete do ministro Adjunto e da Coesão Territorial, sendo que “os que têm maiores verbas envolvidas são os que apoiam a inovação produtiva em territórios de baixa densidade, com 151 milhões de euros disponíveis”.

“Já no que diz respeito à Conservação da Natureza, serão abertos concursos que rondam os 20 milhões de euros”, lê-se.

Quanto ao PRR, serão assinados 800 contratos entre abril e maio, no valor de quase 160 milhões de euros, “com destaque para os da componente da Habitação (68 milhões de euros), Capitalização e Inovação Empresarial (26 milhões de euros), Administração Pública Mais Eficiente (44 milhões de euros) ou as Respostas Sociais (7,4 milhões de euros)”.

“As autarquias levam a maior parte neste período: 111 milhões de euros em 294 contratos. Seguem-se as empresas, com 21 milhões em 63 contratos. As instituições do sistema científico e tecnológico nacional vão receber 9,4 milhões em 96 contratos, enquanto os 105 contratos a assinar com as Instituições Particulares de Solidariedade Social ascendem a 8,8 milhões de euros”, acrescenta o Governo.

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Metro do Porto destina mais 50M€ à construção da Linha Rubi

Em causa está a “inflação nos custos” da construção civil, “nomeadamente dos recursos humanos, que estão a aumentar muito significativamente, continua a ser muito agressiva”

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O custo total da Linha Rubi do Metro do Porto, atualmente em construção entre Casa da Música e Santo Ovídio, vai subir em 50 milhões de euros e o preço ainda pode aumentar, admitiu hoje o presidente da transportadora.

“O projeto global pode-se dizer que vai ficar, neste momento, mais caro 50 milhões de euros. E é preciso ter noção que, num projeto desta magnitude, provavelmente nem vai ser a última necessidade de alteração orçamental”, admitiu o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga.

O responsável falava aos jornalistas à margem da cerimónia de assinatura do contrato de aquisição à chinesa CRRC Tangshan de 22 novos veículos para o Metro do Porto, que decorreu esta quarta-feira na estação do Campo 24 de Agosto.

Em causa esteve o anúncio, no discurso do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, de um “reforço para a Linha Rubi” de “mais 50 milhões de euros”, acordado na terça-feira em reunião de secretários de Estado.

No final, Tiago Braga explicou que foi necessário “ajustar a arquitetura financeira do projeto para acomodar” gastos adicionais, nomeadamente “algumas questões associadas aos sistemas de sinalização”, que será diferente do atual para potenciar mais frequências.

“Não é nada de novo. Aconteceu na Linha Amarela, com a Linha Rosa”, recordou, assinalando que futuros sobrecustos podem vir ainda dos mecanismos de revisão de preços.

Em causa está a “inflação nos custos” da construção civil, “nomeadamente dos recursos humanos, que estão a aumentar muito significativamente, continua a ser muito agressiva”.

“Na Linha Rosa tivemos custos adicionais com o túnel. É conhecido. Porque construir um túnel não é uma ciência exata, há trabalhos complementares associados à construção do próprio túnel. É preciso acomodar contingências associadas à própria natureza da obra”, justificou.

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Terreno Torralta (Barreiro) Créditos: DR
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Barreiro anuncia investimento de 1,3 M€ para requalificar Torralta; onde quer ver nascer um hotel

Dos 24 mil m2 a serem intervencionados, será reservado um lote, junto à estação dos barcos, para lançarmos uma hasta pública para construção de um hotel e um outro para uma zona de restauração

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A Câmara do Barreiro anunciou que se prepara para avançar com a requalificação do terreno da Torralta, que estava na posse da Direcção-Geral do Tesouro e das Finanças e passou para domínio municipal. O objectivo passa transformar aquele local num espaço de fruição junto ao rio e dinamizá-lo com um hotel e uma zona de restauração.

De acordo com o jornal O Setubalense, o município viu aprovado um financiamento ao abrigo do PT 2030 na ordem dos 300 mil euros para fazer face à requalificação do terreno, estimada num valor total superior a 1,3 milhões de euros.

“São 24 mil metros quadrados que vamos intervencionar, para ficarmos com uma zona pública de lazer, de frente de rio, e passeio ribeirinho. Vamos guardar um lote, junto à estação dos barcos, para lançarmos uma hasta pública para construção de um hotel e um outro lote para uma zona de restauração”, explicou Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro.

Recorde-se que o terreno da Praia da Torralta foi, recentemente, limpo e retiradas as barracas que ali existiam e que impossibilitavam a usufruição do espaço.

Além da componente turística, com a criação daquele que será o primeiro hotel da cidade, Frederico Rosa salientou a importância do impacto que a transformação do espaço terá numa outra vertente.

“Tal como o Pólis, este espaço transformado também pode constituir-se como um pólo da atracção. Obviamente, que atrairá gente de todos os lados, mas também atrairá e fixará muito a nossa população, que deixa de sentir necessidade de ir para fora para encontrar qualidade de vida”, sublinha.

Quanto ao financiamento comunitário, apesar de estar longe de suportar a totalidade do valor necessário para requalificar o espaço da Torralta, facto é que acaba por ser uma mais-valia para o município. “Apesar da contrapartida ser menor, tudo o que são fundos comunitários, para investimento, não conta para o endividamento da autarquia”, realça o edil, a concluir.

Além da futura unidade hoteleira a nascer no terreno da Torralta, a CMB vai lançar brevemente  uma hasta pública para construção de outro hotel na zona da Quinta das Canas, cujo processo está mais avançado.

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InnoWave investe 1M€ na estratégia de inteligência artificial generativa

Através da nova estratégia NEXT, a tecnológica portuguesa pretende atingir uma facturação de 50 milhões de euros, em 2028

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A InnoWave, empresa tecnológica portuguesa, vai investir 1 milhão de euros em Inteligência Artificial Generativa (IAGen) para acelerar a sua transformação digital, através da integração de IA em toda a oferta de serviços e impulsionar a estratégia NEXT. Com este plano inovador a InnoWave pretende alcançar uma facturação de 50 milhões de euros, até 2028.

A estratégia NEXT, lançada este ano pela InnoWave, tem como objectivo acelerar a adopção da inteligência artificial na empresa reforçando competências internas, optimizando processos e fomentando um ecossistema de inovação.

Estruturada por seis pilares: talento, ecossistema, valor para o cliente, excelência operacional, governança e comunicação, a abordagem procura integrar a IA de forma transversal em todas as áreas do negócio. Esta abordagem já está a ser aplicada, refletindo-se tanto no desenvolvimento interno de talento e soluções baseadas em IA, como na colaboração ativa com clientes, o seu próprio ecossistema de start-ups e parceiros tecnológicos.

“Nos últimos dois anos, a indústria de tecnologia passou por disrupções significativas que impactaram directamente o nosso negócio. Já estávamos a investir em iniciativas de IA há algum tempo, mas o aparecimento da IA Generativa acelerou esta transformação. Há um ano, começámos a avaliar o impacto dessa revolução na InnoWave e percebemos a necessidade de uma mudança estrutural no nosso modelo de negócio. Com a NEXT, estamos a tornar a InnoWave mais ágil, eficiente e preparada para um crescimento sustentável, utilizando GenAI para aumentar a produtividade de todos os InnoWavers, ajudando em todas as tarefas que a equipa faz hoje em dia (ideação, gestão de projeto, análise, arquitetura, desenvolvimento SW, testes). Este investimento é fundamental para reforçar a nossa liderança e gerar ainda mais valor para clientes e parceiros”, indica Tiago Gonçalves, CEO da InnoWave.

Em 2024, a InnoWave registou uma facturação de 22 milhões de euros, dos quais 60% fora de Portugal, sustentada por projectos no sector das telecomunicações, serviços financeiros e energia. Para este ano, a tecnológica prevê alcançar uma facturação global de 26 milhões de euros, impulsionada por um crescimento mais significativo no mercado dos Estados Unidos. Com uma equipa de gestão já estabelecida no país, esta região deverá ser responsável em 2025 por 27% da receita total da InnoWave.

Para garantir uma transição eficaz para um ambiente de trabalho mais orientado por IA, a tecnológica está a investir na capacitação dos seus colaboradores, através de programas de formação interna e parcerias estratégicas, assegurando que as equipas possuem as competências necessárias para utilizar e integrar esta tecnologia nas operações diárias. “A inovação tecnológica não se limita só ao acesso à tecnologia, mas sim também à capacidade de atrair e desenvolver talento altamente qualificado. O verdadeiro sucesso está em ter as pessoas certas, com a formação certa para resolver os problemas dos clientes”, revela Tiago Gonçalves.

Entre as iniciativas tecnológicas da estratégia NEXT, destaca-se o AgentWave, uma plataforma de agentes a ser desenvolvida para optimizar todas as fases do ciclo de vida do desenvolvimento de software, desde à análise de requisitos, arquitectura, desenvolvimento e testes. Criado para dar apoio às equipas internas, esta ferramenta assegura uma maior qualidade, segurança e rapidez na entrega de soluções aos seus clientes.

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GEBALIS - Lona DURANTE Levantamento R. R. D António Luís Sousa B1, B2, B3, B4, B5, B6, B7; para o CP 355 ( Contrato Programa 355 ) EMP/58/GBL/2024. Sexta feira 28 de Março de 2025. (ANTONIO AZEVEDO/GEBALIS)
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Gebalis apresenta execução orçamental acima de 99% pelo terceiro ano consecutivo

Relatório e Contas da Gebalis revela ainda a conclusão das primeiras três grandes empreitadas do Programa ‘Morar Melhor’, a reabilitação de 450 fogos em 2024, e a diminuição do valor de rendas em dívida

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A Gebalis, entidade responsável pela gestão dos bairros camarários do município de Lisboa, executou 99,89% do orçamento dotado para 2024, um resultado que se aproxima dos 100%, pelo terceiro ano consecutivo. O Relatório e Contas da Gebalis aponta como principais pontos a execução dos Contratos Programa ‘Morar Melhor’, a reabilitação de mais 450 fogos habitacionais e a diminuição do valor das rendas em dívida em mais de 400 mil euros.

Fernando Angleu, presidente do Conselho de Administração da Gebalis, sublinha que “a par do investimento feito pelo município no programa ‘Morar Melhor’, que não tem precedentes, devo enaltecer o trabalho feito pelas equipas da Gebalis, num ano especialmente exigente, marcado pelo início de múltiplas empreitadas em simultâneo – algo inédito tanto na empresa, como nos próprios bairros municipais da capital. Os dados reportados materializam o compromisso da Gebalis com a cidade e, principalmente, com os moradores do parque habitacional da Câmara de Lisboa.”

Em 2024, a Gebalis concluiu as quatro primeiras grandes empreitadas do programa Morar Melhor, nos bairros dos Alfinetes, Padre Cruz, Telheiras Sul e Quinta dos Barros, e reabilitou 450 fracções habitacionais. Entre 2022 e o final de 2025, está prevista a reabilitação de um total de 1.810 fracções. Durante o último ano, foram ainda iniciadas 35 novas empreitadas de reabilitação do Programa Morar Melhor, que beneficiará 402 edifícios municipais. Destaca-se, igualmente, a celebração do Contrato-Programa 749CM2024, no valor de 4 milhões de euros, destinado a acções de manutenção, conservação e à resposta através dos Serviços SOS.

No que respeita à gestão da dívida, o ano de 2024 registou uma redução significativa do valor em dívida referente a rendas, num total de 403.201,62 euros face ao montante apurado a 31 de Dezembro de 2023. Este resultado é fruto de um plano de acção centrado na proximidade com as famílias, promovendo a identificação de recursos formais e informais que contribuam para a recuperação da dívida e a estabilidade habitacional dos moradores. Em 2024, ano em que as rendas não sofreram aumentos pela segunda vez consecutiva, 1.675 famílias beneficiaram de reduções temporárias ou definitivas no valor da renda.

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Imovirtual estabelece parcerias com Photobooking e CASAFARI

Imovirtual estabelece parcerias estratégicas com Photobooking e Casafari para apoiar o sector imobiliário. Com estas parcerias os clientes do Bundle Premium passam a contar com serviços multimédia avançados e acesso privilegiado ao mercado imobiliário português

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O Imovirtual, portal imobiliário em Portugal, estabeleceu duas novas parcerias estratégicas. Os clientes do bundle Premium têm agora acesso a condições exclusivas nos serviços da Photobooking e da CASAFARI, com o objectivo de potenciar a qualidade e eficácia da sua actividade profissional.

A parceria com a Photobooking, uma plataforma MaaS, Media as a Service nacional, permite que os clientes Imovirtual acedam a serviços multimédia, incluindo captação e edição de fotografias e vídeos profissionais, visitas virtuais entre outros. Estes serviços têm como objectivo melhorar significativamente a qualidade dos anúncios imobiliários, tornando-os visualmente mais impactantes e eficazes na atracção de potenciais clientes.

Neste contexto, os clientes do Imovirtual têm automaticamente direito a um crédito na Photobooking, renováveis mensalmente e sem valor mínimo exigido. A partir da segunda marcação mensal, têm também acesso a um cashback por marcações realizadas, beneficiando assim de uma maior eficiência económica na utilização destes serviços.
Segundo David Rufino, CEO da Photobooking, “Temos como missão a profissionalização da imagem no sector imobiliário, sendo que para escalar esse impacto de forma significativa, a associação a uma grande plataforma de promoção de imóveis torna-se essencial. A escolha do Imovirtual surge naturalmente, pela sua dimensão, relevância e alcance no mercado nacional, uma vez que com esta colaboração, os mediadores ganham uma nova ferramenta para produzir conteúdos com mais eficiência e qualidade.”

Por sua vez, a parceria com a CASAFARI, plataforma big data e inteligência artificial aplicada ao mercado imobiliário, oferece aos clientes Imovirtual um acesso privilegiado e centralizado a sua plataforma com toda a oferta imobiliária disponível em Portugal, abrangendo imóveis anunciados por profissionais e particulares. Através desta ferramenta, os profissionais passam a beneficiar de filtros avançados, alertas em tempo real, análise rigorosa das variações de preços, relatórios detalhados baseados em dados históricos e insights estratégicos que facilitam a identificação de oportunidades de mercado antes da concorrência.

De acordo com Andreia Martins da Costa, head of sales Portugal CASAFARI, “a parceria entre a CASAFARI e o Imovirtual oferece aos utilizadores premium acesso exclusivo a dados e insights da maior base de dados imobiliária da Europa. Esta colaboração com um dos portais líder em Portugal reforça uma relação de confiança construída ao longo de anos, focada em trazer mais inteligência e eficiência ao mercado imobiliário”.

Sylvia Bozzo, marketing manager do Imovirtual, refere ainda que “estas colaborações estratégicas exclusivas com duas marcas do mercado reforçam o posicionamento do Imovirtual em capacitar os profissionais de forma a ajudá-los em tomadas de decisões e em oferecer maior qualidade aos anúncios. No fim, beneficiamos todo o sector e também o consumidor final, que é quem está a procura de casa”.

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