Níveis de confiança dos investidores em hotéis na região EMEA sobem para “os mais altos de sempre”
Ao que a JLLS apurou, das 31 cidades analisadas na região EMEA, todas, à excepção de Moscovo, deverão exibir um forte crescimento da performance dos hotéis nos próximos seis meses
Ana Rita Sevilha
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O Grupo de Hotéis e Hospitalidade da Jones Lang LaSalle divulgou os resultados do seu estudo bianual global “Hotel Investment Sentiment Survey”, no qual apurou que as expectativas em relação à operação hoteleira na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) deverão manter-se especialmente fortes nos próximos seis meses a dois anos.
De acordo com os resultados do inquérito a que o Construir teve acesso, os investidores estão a registar um forte aumento da confiança no sector e esperam que o crescimento da actividade hoteleira acelere na região EMEA, com as expectativas de curto prazo a subirem 45 pontos percentuais para 64% e as de médio prazo a crescerem 42 pontos percentuais para 79%, desde o último inquérito.
Ao que a JLLS apurou, das 31 cidades analisadas na região EMEA, todas, à excepção de Moscovo, deverão exibir um forte crescimento da performance dos hotéis nos próximos seis meses. A capital russa junta-se, às restantes cidades monitorizadas quando são consideradas expectativas de mais longo prazo. De acordo com a consultora, o sentimento dos investidores é mais forte em Londres, seguindo-se Munique, Amesterdão e Copenhaga.
No caso específico de Londres, a melhoria das condições económicas, a descida da taxa de desemprego, níveis mais elevados de confiança dos consumidores e uma vaga de transacções de hotéis no início do ano, foram as causas de um particular optimismo por parte dos investidores, em relação às expetativas sobre a actividade hoteleira na cidade a curto-prazo (seis meses).
Munique mostra-se como o mercado mais favorável no médio-prazo (dois anos), onde existe uma forte competição por hotéis com atractividade internacional, bem como um elevado número de investidores institucionais que procuram activos com contratos de arrendamento de longo-prazo. Segundo a consultora, a economia estável e um crescimento substancial da procura garantem fundamentals operacionais estáveis em toda a Alemanha, esperando-se que todos os mercados registem uma melhoria ainda mais expressiva das condições da operação hoteleira no médio prazo.
“Com taxas de capitalização baixas e um pipeline reduzido de hotéis em promoção, os investidores estão cada vez mais optimistas em relação às perspectivas de evolução da actividade hoteleira e Munique continuará a ser um dos destinos europeus mais procurados quer por operadores hoteleiros quer por investidores”, disse Christoph Härle, CEO EMEA, do Grupo de Hotéis e Hospitalidade da JLL.
No que diz respeito a Amesterdão, uma actividade hoteleira estável, uma procura turística dinâmica e um forte pipeline de hotéis em promoção nos próximos dois anos proporcionam uma base sólida para que os investidores continuem a entrar neste mercado. E em Copenhaga, diversos hotéis novos deverão abrir este ano, incluindo das insígnias Melia, CABINN e Wakeup, reforçando a oferta nos segmentos de 4-Estrelas e Budget.
Moscovo é a única cidade na região onde os investidores antecipam um recuo na performance da operação hoteleira nos próximos seis meses. Para o efeito, contribui o actual ambiente político na Ucrânia está a ter impacto nos mercados da sub-região, com o sentimento dos investidores a atingir níveis mínimos históricos. Além disso, sublinha a JLLS, a economia Russa está actualmente a exibir um crescimento marginal do PIB, esperando-se que este expanda apenas 0,5% em 2014.
Em relação a Lisboa, o estudo da JLL revela que as intenções de investimento em imobiliário hoteleiro a curto prazo (seis meses) neste mercado são maioritariamente (68%) para a aquisição de activos. A promoção de hotéis como forma de investimento reúne 21% das intenções dos investidores, enquanto que as estratégias de alienação de activos hoteleiros têm um peso de 11%.
O estudo destaca ainda que a cidade é considerada pelos investidores como um dos principais mercados alvo no que diz respeito às estratégias de compra de imobiliário hoteleiro na região EMEA, a par da vizinha Madrid e de Budapeste. Tal como Madrid (também com 68%), Lisboa apresenta o rácio mais elevado das intenções de aquisição nos países analisados na região EMEA.
As diferenças entre as duas capitais residem nas intenções de investimento em promoção e nas estratégias de alienação, que em Madrid têm pesos de 24% e 8%, respectivamente. De salientar que, ambas as cidades estão bastante acima da média da região EMEA, onde as intenções de investimento em imobiliário hoteleiro a curto prazo se repartem entre 47% para a aquisição, 26% para a promoção e 27% para a alienação.
De uma forma global, o sentimento dos investidores em relação à actividade hoteleira disparou nos últimos seis meses, com as expectativas a crescerem 26 pontos percentuais para 58% no curto prazo e 28 pontos percentuais para os 67% no médio-prazo. Em ambos os casos, a JLLS lembra que se atingiram os níveis mais elevados de sempre, com o sentimento positivo em relação à operação hoteleira alinhado de forma ampla nas três regiões, sendo também um sinal de que os dias mais conturbados da crise financeira global ficaram para trás no mercado de investimento imobiliário em hotéis.
O estudo apurou ainda que as expectativas em relação aos requisitos para a Taxa Interna de Rendibilidade (TIR) alavancada na região EMEA registou uma contração de 100 pontos base desde o último inquérito da JLL e fixa-se actualmente nos 13%, bem abaixo da média de 16% a três anos – um valor que reforça a confiança no mercado, mostrando que os investidores não estão agora a exigir retornos elevados para os seus investimentos.
Londres foi o mercado a observar a exigência de TIR mais baixa, de apenas 10%, o que compara com os 13% que registava no último estudo. No extremo oposto, Casablanca e Cidade do Cabo viram os requisitos para a TIR subirem para mais de 18% nos últimos seis meses e continuam com elevado risco.
As expectativas referentes a taxas de capitalização para hotéis na região EMEA recuaram para mínimos históricos de 7%, 50 pontos base abaixo da média dos três últimos anos. Segundo a consultora os resultados do inquérito mostram que os investidores estão a tornar-se mais optimistas sobre o futuro do imobiliário hoteleiro na região à medida que estes activos continuam a gerar retornos mais elevados que outras classes de activos imobiliários. Os investidores apresentam as expectativas mais baixas para mercados historicamente seguros como Londres e Paris, à medida que estes continuam a atrair grande parte do interesse.
“De acordo com os resultados do estudo, os fundos de investimento e os grupos de capital privado são os que exibem maior dinamismo para a compra de imobiliário hoteleiro na região EMEA, seguindo-se os operadores hoteleiros e os REIT’s. Em termos de estratégias de investimento para os próximos seis meses, 47% estão sobretudo focadas em aquisições, com os mercados ‘quentes’ para esta opção a incluírem Madrid, Lisboa e Budapeste. Mercados considerados chave para alienações pelos nossos inquiridos incluem Viena, Moscovo e a Riviera Francesa”, acrescentou Christoph Härle.