CBRE destaca Hong Kong como destino de retail mais caro do mundo
A Europa, continua a ser afectada pela abordagem prudente dos consumidores
Ana Rita Sevilha
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Segundo o mais recente estudo da CBRE, Hong Kong é o destino de compras mais caro do mundo. De acordo com a consultora imobiliária, “o significativo fluxo de turismo e o contínuo crescimento da riqueza interna estimularam o aumento da procura por parte de retalhistas internacionais do sector da moda e artigos de luxo”.
A mesma fonte, divulga que os rankings globais das rendas prime do sector de retail registaram poucas variações durante o primeiro trimestre de 2012 (T1 2012) por comparação com o trimestre anterior, e que “Hong Kong continua a liderar os rankings com rendas no sector de retail na ordem dos 42.933 dólares (USD) por metro quadrado por ano. E Nova Iorque manteve-se em segundo lugar com 27.500 dólares por m2 por ano”. Segundo dados da CBRE, ambas as cidades registaram acréscimos substanciais nos valores das rendas no sector de retail em termos trimestrais.
As restantes primeiras cinco classificações do ranking também se mantêm inalteradas relativamente ao trimestre anterior: Sydney (com 12.355 dólares por m2 por ano) foi a terceira classificada, seguida por Tóquio (com 11.389 dólares por m2 por ano), com Londres (com 10.622 dólares por m2 por ano) a fechar o Top 5.
Em termos globais, a CBRE avança que “durante o primeiro trimestre de 2012 as rendas totais no sector de retail registaram um modesto aumento em termos trimestrais, na ordem dos 0,8%”. Segundo a consultora, é o resultado das preocupações relativas à crise da dívida da zona euro e do fraco crescimento económico global que continuaram a afectar os níveis de confiança de consumidores e retalhistas. Contudo, sublinha, “a procura de espaços prime em muitas das principais cidades manteve-se forte e a oferta foi limitada em muitos mercados”.
Fazendo a análise por regiões, a CBRE divulga que a região das Américas assumiu a liderança no primeiro trimestre de 2012 com um crescimento trimestral de 3,4% nas rendas do setor de retail, muito devido à significativa procura em várias cidades dos EUA, como Washington DC, Miami e Seattle. A região Ásia-Pacífico também verificou crescimento trimestral positivo (0,5%) na sequência do forte interesse por parte de retalhistas internacionais do sector da moda e artigos de luxo. Também os mercados da Europa, Médio Oriente e África (EMEA) continuaram a constituir foco de interesse para muitas marcas americanas, no entanto, a região registou decréscimos significativos das rendas em determinados mercados, nomeadamente Atenas e Belgrado, e registou uma queda trimestral média de -0,2%.
Em termos globais, e pese embora os valores das vendas terem apresentado uma melhoria por comparação ao trimestre anterior, no primeiro trimestre de 2012, os consumidores mantiveram uma atitude cautelosa no que respeita o consumo, devido à conjuntura económica de incerteza, em particular na Europa.
Na América do Norte o consumo subiu e as vendas no sector de retail da Ásia mantiveram-se positivas, beneficiando de uma forte época festiva. Já a Europa, continua a ser afectada pela abordagem prudente dos consumidores.
Ray Torto, Global Chief Economist da CBRE, comenta: “Em termos gerais, o primeiro trimestre de 2012 registou mais aspectos positivos do que o anterior. O consumo cresceu, a procura manteve-se estável e abriram novos centros comerciais, beneficiando os mercados emergentes. Apesar das preocupações quanto à zona euro e ao abrandamento da economia mundial, a procura de espaços prime nas principais cidades por parte dos retalhistas mantém-se forte. Porém, a oferta neste sector escasseia em muitos mercados. Este desfasamento entre procura e oferta denota que os níveis de actividade não estão tão altos como poderiam estar. Da mesma forma, os retalhistas continuam a interessar-se pelas melhores localizações nos mercados mais maduros da Europa Ocidental e nos mercados mais ricos da região Ásia-Pacífico.”
“O comércio internacional (cross border) também está em crescimento, à medida que aumentam as populações de classe média nos mercados emergentes e os retalhistas de mercados mais maduros procuram novas oportunidades de crescimento. O aumento da procura de espaços de retail modernos e de qualidade superior em mercados emergentes gerou um “boom” na promoção de centros comerciais que facilita a entrada dos retalhistas nestes destinos.”
Num comentário sobre as tendências na região EMEA, Peter Gold, Director do Departamento de Cross-Border Retail da região EMEA da CBRE, afirma: “Na Europa, apesar de um ambiente de consumo muito desafiante, a procura de espaços prime mantém-se forte. Os retalhistas dos EUA têm estado especialmente activos na procura de novas oportunidades, com entrada recente ou iminente na região de nomes como Forever 21, Victoria’s Secret e Kate Spade. O problema que muitos retalhistas enfrentam consiste no acesso a imóveis em localizações prime nas cidades europeias de primeira linha. Consequentemente, os níveis de atividade não são tão elevados como poderiam ser devido ao desfasamento entre procura e oferta. Considerando que uma boa parte dos espaços actualmente em construção se situa na Europa Ocidental fora destas cidades importantes, a curto prazo não haverá solução para este problema que suscita pressão ascendente nas rendas de algumas localizações.”