Investimento imobiliário estrangeiro cresce 50%
Quanto a sectores preferenciais, o de escritórios “foi o principal alvo de investimento no 2º trimestre de 2011, contabilizando pouco mais de 40% dos volumes totais”
Ana Rita Sevilha
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
“As operações de investimento estrangeiro cresceram cerca de 50%, passando a concentrar metade dos $103,5 biliões transaccionados no mercado global de investimento imobiliário no 2º trimestre de 2011”, revelou a Jones Lang LaSalle no seu mais recente relatório Global Capital Flows.
De acordo com a consultora, dado o forte arranque do ano, a Jones Lang LaSalle “mantém a previsão de um volume anual total de $440 biliões, desde que reduzam as actuais incerteza e volatilidade do mercado e não se verifiquem novas e significativas descidas a nível económico”.
“Numa período de instabilidade, o imobiliário terciário de boa qualidade será beneficiado, mas os negócios, particularmente os de maior dimensão, levarão mais tempo a ser concluídos”, sublinha.
“Na primeira metade do ano, assistimos a empresas a investirem nos seus mercados domésticos e o private equity (capitais privados) e os fundos não cotados a investirem além-fronteiras”, disse Arthur de Haast, Head do International Capital Group da Jones Lang LaSalle.
“Os fundos estão mais cautelosos, focando-se em investir, em primeiro lugar, nos mercados domésticos e confiando aos gestores experientes os seus investimentos internacionais. Esta tendência deverá manter-se na segunda metade do ano, se o ambiente económico se mantiver instável”.
Em termos de investimento líquido, “os fundos globais foram, de longe, os investidores mais ativos”, anuncia a consultora, “com aquisições (líquidas) de mais de $13 biliões. Os investidores oriundos de Singapura foram os segundos mais ativos, com $2,1 biliões e os Suecos constam em terceiro lugar, com $800 milhões de atividade”.
A par dos fundos globais, que pela sua natureza lideraram a actividade líquida de investimento estrangeiro, os investidores de Singapura foram os segundos compradores estrangeiros (líquidos) mais ativos no 2º trimestre de 2011, à medida que os investidores procuraram alcançar retornos em mercados estrangeiros, devido à valorização dos imóveis observada nos mercados domésticos, avança a LaSalle.
O Cazaquistão e a Indonésia contabilizaram ambos cerca de $550 milhões de compras líquidas no trimestre; no último mercado, o volume diz respeito quase exclusivamente à compra da Aviva Tower, em Londres.
Globalmente, os dez principais mercados a atrair o maior volume de investimento incluem quatro mercados na Ásia (Hong Kong, Seul, Xangai e Singapura); três no Continente Americano (Nova Iorque, Washington, e Toronto) e três na região EMEA ( Londres, Frankfurt e Paris).
De Haast acrescentou: “A aversão ao risco aumentou nos últimos meses, o que significa que a conclusão dos negócios de maior dimensão está a prolongar-se. Apesar de assistirmos a um maior fluxo de transações, no 2º trimestre de 2011 foi notória uma ausência de transações de activos únicos de referência. Existem menos de dez negócios de venda de activos únicos acima dos $500 milhões neste trimestre, o que nivela com o 2º trimestre de 2010. No 1º trimestre, registaram-se mais de 20 operações de grande dimensão e ainda que alguns negócios tenham ficado em pipeline para o segundo semestre, a volatilidade dos mercados poderá acarretar um novo atraso”.
Segundo a consultora, “em todo o mundo, os investidores estão atentos quer a investimentos domésticos quer estrangeiros. Neste trimestre, os Estados Unidos, uma vez mais, constituíram-se como a maior fonte de capital, adquirindo cerca de $27,1 biliões em imobiliário comercial, mais $7 biliões do que no trimestre anterior, ainda que esta diferença tenha sido basicamente investida no mercado doméstico. Os Estados Unidos foram igualmente o terceiro comprador estrangeiro mais activo, com um volume de $2,6 biliões. O crescimento da actividade de investimento norte-americano tem uma base sobretudo doméstica, com mais de 110 cidades deste país a constarem na base de dados da Jones Lang LaSalle neste trimestre, comparando com as 90 que listavam no 1º trimestre e as 60 no 2º trimestre de 2010”.
Além da vaga de capital norte-americano, revela a consultora que “no 2º trimestre do ano duplicaram as aquisições por fundos globais (para os $20,6 biliões), além de ter-se registado um aumento significativo dos capitais de origem britânica, canadiana e alemã. Contudo, nestes três países a maioria do capital foi também investido nos respetivos mercados domésticos”.
“No 2º trimestre, registou-se um total de $38 biliões de compras estrangeiras, mais do que os $22,9 biliões observados no 1º trimestre e traduzindo um subida de 66%. Esta subida foi motivada pela duplicação do capital oriundo de Singapura, incluindo aquisições de grande dimensão na China, e por uma enorme vaga de investimento dos fundos globais. Os níveis de aquisições pelos outros investidores estrangeiros de topo (EUA, Alemanha, Canadá e Reino Unido) mantiveram-se praticamente inalterados face ao trimestre anterior”.
Quanto a sectores preferenciais, o de escritórios “foi o principal alvo de investimento no 2º trimestre de 2011, contabilizando pouco mais de 40% dos volumes totais, menos do que os 45% registados no 1º trimestre de 2011”.
Contudo, refere a consultora que “o peso do retalho cresceu para os 33%, face aos anteriores 28,5%”. Quanto ao aumento do volume de investimento em hotéis (incluindo casinos), o mesmo levou a que este sector “superasse o industrial como o terceiro mais líquido globalmente, com um peso de 11%. O imobiliário industrial concentrou cerca de 10% do volume investido globalmente”.