Sociedade Engenharia Sísmica alerta que edifícios reabilitados são “baralhos de cartas”
“Andamos a gastar milhões de euros para reabilitar casas que são autênticos baralhos de cartas. Eram-no antes de serem reabilitadas e continuam a sê-lo depois”, afirmou Mário Lopes

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As obras de reabilitação urbana estão a ser realizadas sem ter em atenção a resistência sísmica dos edifícios por falta de “legislação técnica”, alertaram esta segunda-feira responsáveis da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica durante uma audição promovida pelo PCP.
“Andamos a gastar milhões de euros para reabilitar casas que são autênticos baralhos de cartas. Eram-no antes de serem reabilitadas e continuam a sê-lo depois”, afirmou Mário Lopes.
O responsável sublinhou, na audição pública promovida pelo grupo parlamentar do PCP, a necessidade de uma “legislação técnica que enquadre as obras de reabilitação urbana”.
Também Rogério Bairrão, da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, alertou para que “o programa Recria [Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados] melhorou as condições de habitabilidade, mas piorou a resistência sísmica”.
“Foram destruídas partes importantes de estruturas para passagem de esgotos e outras obras”, ilustrou.
O deputado comunista Miguel Tiago disse à Lusa ter tomado contacto com o problema na audição pública, realizada precisamente para colher contributos em matéria de sismologia, para um projecto de resolução em que o PCP está a trabalhar.
“Se virmos que há zonas inteiras do país que estão a ser sujeitas a reabilitação e no dinheiro que está a ser gasto e pensarmos que poderíamos ter aproveitado para resolver esse problema e isso não se fez, então temos que pensar urgentemente em mecanismos legais que obriguem que a reabilitação urbana tenha em conta estas questões”, afirmou.
Para o deputado comunista esta seria “uma oportunidade magna para proceder a um conjunto de intervenções sistemático” ao nível da resistência sísmica dos edifícios que não estejam abrangidos pela legislação para edificação (de 1960), que inclui a resistência sísmica.
Miguel Tiago sublinhou que parte substancial da reabilitação urbana se realiza com recurso a verbas públicas estatais e comunitárias.