Sindicato exige que o Estado “dê o exemplo” na segurança das obras públicas
“O Estado tem que dar o exemplo para que sejam tomadas medidas nesta direção, senão responsabilizamos o senhor ministro das Obras Públicas pelas mortes que vão aumentar”, afirmou o presidente do sindicato em conferência de imprensa no Porto
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O Sindicato da Construção exigiu esta sexta-feira que o Estado “dê o exemplo” e tome medidas adicionais de segurança nas obras públicas, porque “nunca houve tantas e com tanto perigo” como actualmente e os acidentes mortais “podem aumentar vertiginosamente”.
“O Estado tem que dar o exemplo para que sejam tomadas medidas nesta direcção, senão responsabilizamos o senhor ministro das Obras Públicas pelas mortes que vão aumentar”, afirmou o presidente do sindicato em conferência de imprensa no Porto.
Anunciando ter já pedido uma “audiência urgente” ao ministro, Albano Ribeiro adiantou que irá propor ao ministro António Mendonça uma alteração legislativa que determine que “50 por cento dos trabalhadores [das obras públicas] têm que ser do consórcio ou do empreiteiro geral que ganhou” o concurso.
“O problema é que os meios de protecção existem [nas obras], mas quem está no terreno são subempreiteiros que não têm formação nem preparação, o empreiteiro geral só lá tem quadros técnicos”, afirmou.
A prová-lo, disse, está o facto de que “não morrem trabalhadores da Somague, Mota Engil ou Teixeira Duarte. Morrem é trabalhadores de pequenas e médias empresas que não têm instrução nem formação”.
Como exemplo, Albano Ribeiro avança o acidente ocorrido quarta-feira em Amarante (onde caiu um viaduto em construção sobre o IP4), afirmando ter estado no local na semana passada e constatado que “as condições de segurança estavam acauteladas”.
“Mas [a obra] tem pilares de 150 metros de altura, com outras auto estradas, como as do Douro Interior e Douro Litoral, o que aumenta muito o nível de perigosidade”, sustentou.
Segundo Albano Ribeiro, o sindicato pretende desafiar o ministro a com ele “fazer um périplo pelas obras de que o Estado é responsável para verificar que deve ser feita legislação e tomadas medidas rapidamente”, ou “o número de acidentes mortais vai aumentar comparativamente ao ano anterior, quando tem vindo numa tendência decrescente”.
De acordo com os números avançados pelo sindicato, no ano passado morreram 50 trabalhadores e, este ano, contabilizam-se para já quatro mortos, “mas durante o Inverno as grandes obras estiveram muito paradas por causa da chuva e o ritmo de trabalho agora vai acelerar”.
Na conferência de imprensa de hoje o dirigente sindical confessou-se também “muito preocupado” com o desemprego no sector da construção residencial, onde diz estarem em risco “cerca de 100 mil postos de trabalho” no curto e médio prazo.
Como solução para os empregos em risco, Albano Ribeiro defende a aposta na reabilitação urbana, afirmando que um levantamento feito a nível nacional aponta para 30 mil casas necessitando de intervenção, o que “daria emprego imediato a 70 mil pessoas”.
“Essa é outra proposta que vamos apresentar ao senhor ministro”, disse.
Questionado pela agência Lusa sobre o impacto no sector do adiamento por dois anos das linhas de TGV Lisboa-Porto e Porto-Vigo, o sindicalista considerou que esta era “uma obra prioritária”.
“Nunca pensei que fosse adiada, porque essa infra-estrutura criaria, no norte, 20 mil postos de trabalho”, disse Albano Ribeiro, alertando: “O sector vai assistir a uma situação de desemprego, pobreza e endividamento como nunca”.