Federação critica Orçamento, desemprego pode atingir 96 mil em 2010
Para Ricardo Gomes, o Governo não transpôs para o Orçamento de Estado as propostas apresentadas pelas associações do sector, nomeadamente por aquele não incluir incentivos fiscais ao sector e à “dinamização do mercado de reabilitação urbana”
Espanhola ARC Homes tem plano de investimento de 180 M€
“Um futuro sustentável para a Construção” domina programação da 31ªConcreta
Casa cheia para a 31ª edição da Concreta
Signify ‘ilumina’ estádio do Sporting Clube de Portugal
Savills comercializa 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha
Tecnológica Milestone com 36% de mulheres nas áreas STEM supera média nacional
Sede da Ascendi no Porto recebe certificação BREEAM
KW assinala primeira década em Portugal com videocast
LG lança em Portugal nova gama de encastre de cozinha
CONCRETA de portas abertas, entrevista a Reis Campos, passivhaus na edição 519 do CONSTRUIR
119 mil postos de trabalho perdidos desde 2002, com perspectivas de que só em 2010 os números ascendam a 96 mil desempregados, 30% de quebra sofrida pela produção do sector em termos acumulados desde 2002 e perspectivas de que a quebra de produção possa chegar aos 6% este ano.
Os números apresentados esta terça-feira pela Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) em conferência de imprensa atestam bem o estado em que o sector se encontra e o presidente da federação, Ricardo Pedrosa Gomes, aponta o dedo ao Governo e à Banca por contribuirem para o agravamento da crise no sector.
Para Ricardo Gomes, o Governo não transpôs para o Orçamento de Estado as propostas apresentadas pelas associações do sector, nomeadamente por aquele não incluir incentivos fiscais ao sector e à “dinamização do mercado de reabilitação urbana”.
Ricardo Pedrosa Gomes sublinha que, no que respeita ao PIDDAC, “há uma redução efectiva sobre a já grave redução dos últimos cinco anos”, e lembra que o investimento público tem estado sempre em decréscimo e ao que acresce o facto de as medidas não serem mobilizadoras da iniciativa privada. Ricardo Pedrosa Gomes apontou ainda o dedo aos bancos para afirmar que as “condições de acesso ao crédito continuam a ser um dos maiores entraves às empresas” do sector da construção.”Teria sido útil que o aval que o Estado deu às empresas tivesse chegado ao resto da economia. Devia ter sido criada a obrigação de a banca fazer chegar o aval de uma forma efectiva à economia, afirmou.
O sector da construção “perdeu 119 mil trabalhadores desde 2002, empregando actualmente 530 mil pessoas”, disse o presidente da Associação da Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Reis Campos, uma das associadas da Federação da Construção.
“Em 2009, a construção perdeu 56 mil postos de trabalho”, afirmou o presidente da FEPICOP, Ricardo Pedrosa Gomes, avançando que se a tendência de quebra na actividade não se inverter, este ano “o desemprego no sector pode atingir 96 mil pessoas”.
Os dois responsáveis falavam na conferência de imprensa em que a FEPICOP fez o balanço da actividade do sector em 2009 e apresentou as perspectivas para este ano.
O presidente da Federação da Construção disse que a solução para o desemprego no sector passa pela aposta no investimento em áreas ligadas à recuperação de edifícios, que “têm um efeito mais rápido” na geração de emprego, e defendeu o alargamento de programas como o Parque Escolar a outras áreas.
Em 2009, “a contracção do volume de produção da construção rondou os nove por cento, o que constitui o pior resultado observado no passado recente e o maior contributo anual para a redução de 30 por cento sofrida pela produção do sector em termos acumulados desde 2002”, afirmou o presidente da Federação.
Ricardo Pedrosa Gomes disse que o investimento novo no segmento habitação “deverá ter sofrido em 2009 a maior quebra observada desde 1994” (ano em que o Instituto Nacional de Estatística começou a fornecer dados), “já que o número de fogos novos licenciados até Novembro se situou nos 23,9 mil, uma quebra de 45 por cento face ao período homólogo de 2008”.
A construção de edifícios não residenciais deverá, por seu turno, ter recuado cerca de 10,5 por cento no ano passado, enquanto a produção do segmento de engenharia civil deverá ter aumentado cerca de cinco por cento no ano passado, impulsionada pelos concursos públicos lançados em 2009.
Para este ano, a Federação da Construção prevê uma quebra do nível de produção “na ordem dos seis por cento”. “O ano de 2010 poderá vir a revelar-se muito ingrato para o sector da construção”, afirmou Ricardo Pedrosa Gomes, adiantando que o segmento habitacional deverá registar uma quebra na ordem dos 17 por cento e o segmento não residencial um recuo de cerca de 7,5 por cento.
Para o segmento engenharia civil, a Federação da Construção prevê uma “evolução positiva”, com um crescimento de cerca de três por cento.