Federação critica Orçamento, desemprego pode atingir 96 mil em 2010
Para Ricardo Gomes, o Governo não transpôs para o Orçamento de Estado as propostas apresentadas pelas associações do sector, nomeadamente por aquele não incluir incentivos fiscais ao sector e à “dinamização do mercado de reabilitação urbana”
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119 mil postos de trabalho perdidos desde 2002, com perspectivas de que só em 2010 os números ascendam a 96 mil desempregados, 30% de quebra sofrida pela produção do sector em termos acumulados desde 2002 e perspectivas de que a quebra de produção possa chegar aos 6% este ano.
Os números apresentados esta terça-feira pela Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) em conferência de imprensa atestam bem o estado em que o sector se encontra e o presidente da federação, Ricardo Pedrosa Gomes, aponta o dedo ao Governo e à Banca por contribuirem para o agravamento da crise no sector.
Para Ricardo Gomes, o Governo não transpôs para o Orçamento de Estado as propostas apresentadas pelas associações do sector, nomeadamente por aquele não incluir incentivos fiscais ao sector e à “dinamização do mercado de reabilitação urbana”.
Ricardo Pedrosa Gomes sublinha que, no que respeita ao PIDDAC, “há uma redução efectiva sobre a já grave redução dos últimos cinco anos”, e lembra que o investimento público tem estado sempre em decréscimo e ao que acresce o facto de as medidas não serem mobilizadoras da iniciativa privada. Ricardo Pedrosa Gomes apontou ainda o dedo aos bancos para afirmar que as “condições de acesso ao crédito continuam a ser um dos maiores entraves às empresas” do sector da construção.”Teria sido útil que o aval que o Estado deu às empresas tivesse chegado ao resto da economia. Devia ter sido criada a obrigação de a banca fazer chegar o aval de uma forma efectiva à economia, afirmou.
O sector da construção “perdeu 119 mil trabalhadores desde 2002, empregando actualmente 530 mil pessoas”, disse o presidente da Associação da Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Reis Campos, uma das associadas da Federação da Construção.
“Em 2009, a construção perdeu 56 mil postos de trabalho”, afirmou o presidente da FEPICOP, Ricardo Pedrosa Gomes, avançando que se a tendência de quebra na actividade não se inverter, este ano “o desemprego no sector pode atingir 96 mil pessoas”.
Os dois responsáveis falavam na conferência de imprensa em que a FEPICOP fez o balanço da actividade do sector em 2009 e apresentou as perspectivas para este ano.
O presidente da Federação da Construção disse que a solução para o desemprego no sector passa pela aposta no investimento em áreas ligadas à recuperação de edifícios, que “têm um efeito mais rápido” na geração de emprego, e defendeu o alargamento de programas como o Parque Escolar a outras áreas.
Em 2009, “a contracção do volume de produção da construção rondou os nove por cento, o que constitui o pior resultado observado no passado recente e o maior contributo anual para a redução de 30 por cento sofrida pela produção do sector em termos acumulados desde 2002”, afirmou o presidente da Federação.
Ricardo Pedrosa Gomes disse que o investimento novo no segmento habitação “deverá ter sofrido em 2009 a maior quebra observada desde 1994” (ano em que o Instituto Nacional de Estatística começou a fornecer dados), “já que o número de fogos novos licenciados até Novembro se situou nos 23,9 mil, uma quebra de 45 por cento face ao período homólogo de 2008”.
A construção de edifícios não residenciais deverá, por seu turno, ter recuado cerca de 10,5 por cento no ano passado, enquanto a produção do segmento de engenharia civil deverá ter aumentado cerca de cinco por cento no ano passado, impulsionada pelos concursos públicos lançados em 2009.
Para este ano, a Federação da Construção prevê uma quebra do nível de produção “na ordem dos seis por cento”. “O ano de 2010 poderá vir a revelar-se muito ingrato para o sector da construção”, afirmou Ricardo Pedrosa Gomes, adiantando que o segmento habitacional deverá registar uma quebra na ordem dos 17 por cento e o segmento não residencial um recuo de cerca de 7,5 por cento.
Para o segmento engenharia civil, a Federação da Construção prevê uma “evolução positiva”, com um crescimento de cerca de três por cento.