Mais de 14800 fogos são esperados para Portugal Continental
Ainda que o ritmo dos licenciamentos não acompanhe a tendência de crescimento, o número de pedidos nas autarquias no 1º trimestre deste ano registou um aumento de 15% face a 2023
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No primeiro trimestre de 2024 deram entrada nas autarquias de Portugal Continental pedidos de licenciamento para um total de 5.200 novos projectos de habitação, os quais somam uma oferta projectada de 14.850 fogos. Este pipeline reflecte um aumento de 15% em número de fogos face a 2023, ano em que foram submetidos a licenciamento uma média de 12.950 habitações por trimestre. A acctividade de promoção residencial dá, assim, continuidade à tendência de aceleração verificada em 2022 e 2023, anos que registaram aumentos anuais de 17% e 18%, respectivamente, no número de fogos em pipeline.
Os dados são apurados pela Confidencial Imobiliário no âmbito do sistema de informação Pipeline Imobiliário, o qual incide sobre os pré-certificados energéticos emitidos pela ADENE.
De acordo com Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário, “estes números mostram um acréscimo das intenções de investimento em nova promoção residencial, contudo, o ritmo de licenciamentos está bastante longe de acompanhar a dinâmica desta nova oferta projectada”.
De facto, em 2023 por cada fogo licenciado deram entrada pedidos para o licenciamento de 1,7 novos fogos, um rácio que se agravou ainda mais neste primeiro trimestre, com um fogo licenciado para cada 2,2 novos com pedido de licenciamento “Continua a haver um desfasamento importante entre o investimento projectado e a capacidade de concretização desses investimentos, num contexto que mantém o fluxo de oferta disponível sob pressão e que, de acordo com os inquéritos realizados junto do sector da promoção, continua a dever-se muito à morosidade dos licenciamentos”, acrescenta Ricardo Guimarães.
A construção nova mantém-se como o tipo de obra dominante, gerando 83% dos fogos em pipeline no país, num total de 12.250 unidades. As obras de reabilitação agregam os restantes 17%, correspondentes a 2.600 fogos.
Nestes primeiros três meses do ano, o Porto é o concelho com maior volume de fogos em carteira no país, num total de 712 unidades, seguido de Lisboa, com 564 fogos em pipeline. A seguir a Porto e Lisboa, surge Almada que é, a par daqueles dois concelhos, o outro único com um pipeline superior a 500 fogos no período em questão. Somando 531 novas habitações com pedido de licenciamento nos três primeiros meses de 2024, Almada supera a actividade registada em Vila Nova de Gaia, com um pipeline de 481 unidades. Com carteiras superiores a 400 fogos no primeiro trimestre deste ano, evidenciam-se ainda Leiria e Matosinhos, cada um com um pipeline na ordem das 420 unidades. No patamar de 300 fogos em carteira, inserem-se a Maia, Aveiro, Braga e Portimão.