Promotores antecipam “perda de confiança, redução da oferta e aumento de preços” na habitação
De acordo com o mais recente inquérito Portuguese Investment Property Survey, conduzido pela Confidencial Imobiliário e pela APPII, 91% dos promotores imobiliários considera que o pacote “Mais Habitação” terá efeitos negativos sobre o mercado residencial
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O mais recente inquérito Portuguese Investment Property Survey, conduzido pela Confidencial Imobiliário e pela APPII, revela que 91% dos promotores imobiliários inquiridos considera que o pacote “Mais Habitação” terá efeitos negativos sobre o mercado residencial. Perda de confiança dos investidores neste mercado, com impacto na redução da oferta e, por conseguinte, dando continuidade ao percurso de aumento dos preços, são os mais apontados.
As medidas de simplificação apresentadas para os tempos de licenciamento são o único factor encarado como positivo, mas apenas marginalmente, já que quase metade dos inquiridos antecipa que tais medidas não irão produzir grandes resultados. Esta percepção é evidente no âmbito dos obstáculos à actividade, com o tempo de licenciamento e a burocracia a manterem-se no topo das preocupações dos promotores quanto ao desenvolvimento da sua atividade. O segundo factor de maior preocupação passou a ser a instabilidade fiscal e legislativa, novamente em reflexo do impacto do novo pacote para habitação.
É, ainda, dado destaque à falta de atractividade da promoção para arrendamento (build-to-rent), com apenas 12% dos operadores a considerar esse mercado atractivo (contra 40% no trimestre anterior), como ascendendo a 32% aqueles que o consideram totalmente inviável, uma percentagem que era de apenas 14% três meses antes.
No que se refere à conjuntura actual do mercado, predomina o sentimento observado no final de 2022. Nos últimos três meses, aponta-se para uma redução do número de vendas e uma suavização da subida dos preços, daqui resultando um sentimento predominantemente negativo, embora em melhoria face ao último trimestre de 2022. Quanto às expectativas para os próximos três meses, o padrão é semelhante, antecipando-se um cenário que continua a ser de quebra de vendas, mas em desagravamento da contração, e uma estabilização dos preços.
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, explica que, “os inquiridos revelam mesmo que, em muitos parâmetros, o programa parece até produzir efeitos inversos aos pretendidos. Dos factores considerados para o índice de impacto, a confiança dos investidores, a oferta para venda e o comportamento dos preços são os mais negativamente afectados, com os resultados a traduzirem uma leitura bastante linear: o programa irá afectar a confiança dos investidores, provocando uma quebra na oferta, da qual decorrerá um estímulo ao aumento dos preços”.