Empresas do setor apostam na construção industrializada ou “off-site”
A tecnologia na construção: uma parceria que chegou para ficar Os números impressionam e são os alicerces da questão. Se a população mundial continuar a crescer nas próximas décadas ao […]

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A tecnologia na construção: uma parceria que chegou para ficar
Os números impressionam e são os alicerces da questão. Se a população mundial continuar a crescer nas próximas décadas ao ritmo que está a crescer atualmente, estima-se que seja necessário construir mais 13 mil edifícios por dia até ao ano de 2050.
Aquele que muitos projetam como o planeta “10 biliões de pessoas” representa uma oportunidade para a arquitetura, para a engenharia, mas também para a indústria da construção.
Para corresponder à dimensão deste desafio a construção tem de reinventar como indústria. A tecnologia é, necessariamente, umas das componentes fundamentais neste novo desígnio da indústria da construção.
Uma das questões que mais se tem levantado nos últimos anos no setor está relacionada com a falta de mão de obra especializada na construção. Para além disso, os preços elevados de matérias-primas – como o alumínio e o cobre – e os custos cada vez mais elevados da construção têm formado algumas nuvens escuras.
Problemas à vista? Já sabemos: a tecnologia ajuda.
Construção e tecnologia
Apesar da tecnologia ter estado sempre presente na construção, este setor é, ainda, um pouco conservador. Isso parece estar a mudar. De acordo com o Engenheiro Civil Bruno Carvalho de Matos em um artigo publicado na Visão – “Revolução Industrial na Construção: onde estamos e para onde vamos?” – a tecnologia tem-se apresentado ao serviço com vários contributos importantes nos últimos tempos: “robótica e automação, incluindo tecnologias como impressão 3D, laser scanner e drones, para o levantamento de informação ou implementação no local; big data, inteligência artificial e machine learning, permitindo realizar análises preditivas e tomar decisões mais informadas no âmbito da conceção, construção e operação, por meio de algoritmos inteligentes; internet of things (IoT), possibilitando, através de um conjunto de dispositivos/sensores conectados entre si, controlar remotamente e automatizar a gestão de operações, estaleiros, equipamentos, aprovisionamentos, estruturas, etc.”
Outra das tendências é a construção off-site. Isto é, a construção realizada fora do local onde o projeto será executado – também conhecida como construção industrializada.
De acordo com o Idealista, que cita declarações de Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) ao Jornal de Negócios, este método “tem inúmeras vantagens”, como “maior controlo dos recursos e materiais, menor desperdício, produção mais rápida, menos deslocação de recursos e construção mais sustentável”. O artigo refere dados interessantes sobre a redução de custos inerentes à construção off-site:
- Redução de 30% em transportes;
- Redução de 40% dos materiais;
- Redução de 40% de tempo;
- Redução de 80% em CO2.
Entre as vantagens da construção off-site estão, assim, a redução dos custos de produção e o consequente aumento da competitividade.
Para além disso, a inovação associada a este método possibilita uma execução mais lesta, com mais qualidade e menos erros. Este novo paradigma traz diferentes responsabilidades, que podem ser resumidas em vários pontos:
- Deve-se continuar a apostar em boas máquinas de construção dos principais fabricantes;
- As empresas que fornecem componentes e sistemas de construção devem fornecer seu produto aplicado na obra, sendo responsabilizados pelo projeto, fabricação, montagem e manutenção;
- Essa qualidade deve ser aferida pelo cumprimento de normas, durabilidade e manutenção;
- O setor industrial deve ser mais colaborativo entre si. As empresas de arquitetura, engenharia e construção, devem adaptar as suas operações, processos e procedimentos à inovação tecnológica da indústria;
- O ambiente legislativo e regulatório deve ser renovado a pensar nas vantagens construção off-site e agilizar-se perante a utilização de novas tecnologias na indústria da construção;
- Do ponto de vista estatal, e de acordo com Bruno Carvalho de Matos na Visão “o governo deverá igualmente assumir um papel ativo, criando sistemas de incentivo, estabelecendo normas e regulação, e definindo ambientes colaborativos, para facilitar a implementação da IC na indústria. Isto pode incluir, por exemplo, o financiamento de empresas e centros de investigação; a definição de requisitos para a transformação digital nas organizações e no desenvolvimento de empreendimentos; e alterações legislativas no âmbito da consulta e contratação de projetos e obras”;
- – É preciso capacitar todos os players da indústria: CEOs, arquitetos, engenheiros, administrativos, agentes imobiliários, etc. Para isso são necessários produtos pedagógicos com conteúdo atualizado nas áreas técnicas, de arquitetura e engenharia, para formar nova gente e reciclar os recursos humanos técnicos no setor da construção.
É caso para dizer que o futuro já está a ser construído – off-site. O desafio está lançado.
*conteúdo exclusivo da responsabilidade da Unik Seo