MNAC; Museu do Chiado; Museu Nacional de Arte Contemporâ nea do Chiado; Rie Candelários; Intervensão; Fachada do Edificio; Pires Vieira; Artista; Lisboa; © Hugo David 2021;
Fogos em licenciamento em Lisboa e Porto têm quebra superior a 30%
Lisboa e Porto registaram uma expressiva travagem na actividade de promoção residencial em 2021, ambos reduzindo o número de fogos submetidos a licenciamento em mais de 30% face a 2020. Os dados são apurados pela Confidencial Imobiliário no âmbito do Pipeline Imobiliário
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Na capital, contabilizaram-se cerca de 210 novos projectos residenciais sujeitos a licenciamento em 2021, os quais perfazem uma carteira de 2.520 fogos, evidenciando uma quebra de 32% relativamente aos 3.700 fogos registados em 2020. Em número de projectos a redução é de 47%, comparando-se o pipeline de 2021 com cerca de 400 projectos registados em 2020.
No Porto, o pipeline residencial de 2021 ascendeu a aproximadamente 255 projectos residenciais num total de 2.150 fogos, uma actividade que traduz decréscimos de 46% e 36%, respectivamente, face a 2020. Nesse ano, foram submetidos a licenciamento no Porto um total de 480 projectos residenciais que resultaram em 3.350 fogos.
No agregado do país, a actividade também abrandou. Em 2021, registaram-se 16.300 novos projectos de habitação submetidos a licenciamento, num total de 37.500 fogos. Esta carteira compara com os 19.955 projectos de habitação contabilizados em 2020 para um total de 46.340 fogos, traduzindo uma redução na ordem dos 19% quer em número de projectos quer em número de fogos.
“A quebra na promoção residencial em 2021, num contexto de acréscimo da procura e de subida de preços, reflecte provavelmente as dificuldades no desenvolvimento de nova oferta, como refere o mais recente inquérito (o Portuguese Investment Property Survey) que realizamos junto dos promotores imobiliários. Os entraves burocráticos, especialmente o tempo que demoram os licenciamentos, bem como o aumento dos custos de construção são apontados como os principais obstáculos ao lançamento de novos projectos”, começa por explicar Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário. O responsável acrescenta que “neste cenário, o tipo de produto desenvolvido está a mudar, sendo claro que há uma crescente orientação para as periferias, onde a dimensão média dos projectos é menor. As quebras nas carteiras de Lisboa e Porto são uma evidência disso e há uma clara perda de quota destas duas cidades no contexto das respectivas áreas metropolitanas. Se em 2020, Lisboa gerou 32% dos fogos da AM Lisboa, em 2021 a sua quota foi de 27%. No Porto, a representatividade caiu de 39% para 28%”.
No cômputo da Área Metropolitana de Lisboa, o pipeline residencial em 2021 somou 3.760 projectos um total de 9.300 fogos, reduzindo 7% em número de projectos e 21% em número de fogos. Na Área Metropolitana o Porto, a carteira residencial em 2021 acendeu a 1.500 projectos num total de 7.700 fogos, quebrando 26% em volume de projectos e 11% em volume de fogos relativamente a 2020.