Francisco Horta e Costa, Director Geral da CBRE Portugal
CBRE: investimento imobiliário no 1º semestre comparável a 2014
Os 530 milhões de euros investidos representam uma redução da actividade apenas comparável com 2014 e os anos anteriores à crise económica e financeira
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Acompanhando a tendência do mercado a CBRE terminou a primeira metade do ano com uma quebra de 70%, face ao período homólogo no investimento imobiliário de rendimento. Assim, nos primeiros seis meses do ano, foram investidos 530 milhões de euros em imobiliário de rendimento, o que representa uma redução da actividade apenas comparável com 2014 e os anos anteriores à crise económica e financeira, adiantou a consultora em comunicado. Não obstante, no segundo trimestre registou-se um volume de investimento de 330 milhões de euros, que se traduz num crescimento de 65% face ao trimestre anterior.
Do total investido durante a primeira metade do ano, 40% foi canalizado para activos de escritórios (210 milhões de euros), 31% para imóveis residenciais de arrendamento (165 milhões de euros) e 14% para retalho (75 milhões de euros).
Entre os principais negócios concretizados com a intervenção da CBRE no período em análise destaque para a transação do portefólio Navigator, que integra sete edifícios de escritórios, a assessoria na venda do edifício que aloja a sede da WPP Portugal em Lisboa, a venda do edifício D. Manuel II, no Porto, e ainda a venda do Hotel Exe Saldanha, localizado no centro de Lisboa.
Francisco Horta e Costa Diretor-Geral da CBRE Portugal, destacou em comunicado o facto da consultora ter concluído o primeiro semestre de 2021 na liderança do mercado de investimento, ao participar em 50% das transações realizadas, às quais corresponde 71% do volume total de investimento. O que reflete a resiliência da consultora num período marcado pelo abrandamento no volume de investimento imobiliário.
“Mantemo-nos focados no crescimento da nossa empresa e no seu portefólio de serviços, e neste sentido, no primeiro semestre de 2021, contratámos um novo responsável para a área de Agribusiness e reforçámos a nossa equipa de Capital Markets com um diretor no Porto, confirmando a importância estratégica desta região para a CBRE e a nossa aposta no seu potencial”, referiu Francisco Horta e Costa.
Expectativa e crescimento na 2º metade de 2021
A CBRE projecta uma segunda metade do ano bastante mais dinâmica, em função dos negócios em curso, cujos mais relevantes em termos de valor envolvem as classes de activos associadas a camas – tais como hotéis, habitação e até mesmo algumas unidades de saúde, existindo ainda diversos edifícios de escritórios em negociação.
A consultora prevê um volume de investimento adicional que poderá atingir os 2.200 milhões de euros, o qual inclui “uma transação que per si representa cerca de mil milhões de euros. No entanto, devido à sua dimensão e complexidade, esta poderá derrapar para 2022, impactando fortemente os resultados de 2021″, refere a consultora.
Desta forma, a previsão da CBRE aponta para um intervalo de volume total de investimento em 2021 entre 1.700 e 2.700 milhões de euros, estando a consultora envolvida em 90% do volume de investimento estimado para o segundo semestre.
“Mesmo com toda a incerteza relativamente ao futuro do trabalho e ao regresso ao escritório físico, vemos muito interesse por parte dos investidores em activos de escritórios, em particular nas localizações prime e de referência na cidade. Há muita procura por produto residencial e apesar de Portugal não ter ainda projetos de Build to Rent, estamos envolvidos em algumas transações, tanto de grandes portefólios como de edifícios avulsos. Adicionalmente têm-se concretizado diversos negócios envolvendo vistos ‘gold’ em lojas de comércio de rua, uma tendência que advém da decisão legislativa de término deste programa para o mercado residencial nas zonas litorais, nomeadamente nas cidades de Lisboa e Porto”, adiantou Nuno Nunes, Senior Director para a área de Capital Markets da CBRE Portugal.