Savills Global Sentiment Survey prevê um aumento da procura por parte dos ocupantes
O estudo realizado pela Savills prevê uma perspectiva positiva para ‘beds and sheds’, mas uma menor disponibilidade quando se trata de dívida imobiliária
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Com o levantamento das restrições em todo o mundo, a procura por parte dos ocupantes foi a primeira a começar a recuperar, segundo o estudo de opinião da Savills sobre o sentimento do mercado global (Savills Global Market Sentiment Survey). Dos mercados inquiridos, 30% registaram um aumento da procura dos ocupantes após o confinamento. Nos países que já não se encontravam em confinamento – dois terços dos quais na região da Ásia-Pacífico – ou quase no fim do confinamento, este valor era de 34%.
O estudo interno Savills Global Market Sentiment Survey mais recente procura dar uma imagem das condições de mercado em 33 mercados mundiais*, inquiridos entre 3 e 5 de Junho de 2020, e com base nas opiniões dos responsáveis de research da Savills em cada região.
Paulo Silva, Head of Country da Savills Portugal, refere que “numa perspectiva global a uniformidade com que os países foram afectados pela pandemia é aplicável ao impacto desta no imobiliário, com visibilidade, a título de exemplo, na dificuldade no acesso à divida (maior aversão ao risco, custo, LTV,…) ou nos sectores que ofereceram mais ou menos resiliência. Neste contexto são comummente aceites as perdas de desempenho para 2020 e que se venha a recuperar já a partir de 2022”.
O inquérito mostra igualmente que a disponibilidade da dívida imobiliária está em queda, com cerca de 58% dos inquiridos a afirmar que a dívida imobiliária se tornou menos disponível e com piores condições do que o habitual. À medida que as restrições de confinamento em todo o mundo começam a ser levantadas, muitos investidores aguardam agora para ver qual será a forma da recuperação. Naturalmente, os bancos passaram a ser mais cautelosos e tornaram os seus critérios de concessão de empréstimos mais rigorosos.
É o caso, nomeadamente, da EMEA e da América do Norte, onde 75% dos inquiridos relatam uma menor disponibilidade e piores condições da dívida imobiliária comparativamente aos 38% na região da Ásia-Pacífico. Foi afectado, sobretudo, o volume de negócios mais pequenos. De acordo com a RCA, na Europa, o número de operações inferiores a 20 milhões de euros diminuiu 60 % desde o início de 2020, muitas das quais podem estar dependentes de dívida para serem concluídas.
Na Europa, as taxas de empréstimo chegaram a duplicar para alguns dos principais escritórios alemães, enquanto nos EUA um inquérito da Reserva Federal concluiu que os bancos estavam a aplicar critérios mais restritivos na aprovação de empréstimos em todas as principais categorias de empréstimos imobiliários comerciais.
Oli Fraser Looen, co-head of Regional Investment Advisory da Savills, EMEA, considera que “sem falta de capital próprio no mercado, é pouco provável que a restritividade do mercado da dívida constitua um obstáculo para os grandes intervenientes institucionais, sendo que alguns podem agora encarar esta situação como uma oportunidade de compra fundamental para adquirir activos estratégicos num ambiente menos competitivo.”
De acordo com o inquérito, as perspectivas para o sector da logística são as mais positivas, dada a escala da procura por parte dos investidores e as baixas taxas de desocupação, com 79 % a preverem um aumento do volume de transacções no segundo semestre de 2020. Espera-se que esta tendência se mantenha em 2021 e 2022. Os valores do capital logístico deverão aumentar em conformidade, com 47 % dos mercados a prever um aumento a partir do segundo semestre de 2020.
O inquérito de opinião sobre sentimento sugere, igualmente, que os sectores da logística, dos cuidados de saúde e, em menor grau, residencial, são os mais resilientes, com uma minoria de mercados a registar algum crescimento das rendas, embora a maioria dos inquiridos continue a relatar que as rendas se mantêm inalteradas ou até mesmo em queda.
Após um primeiro semestre de 2020 difícil, em que 88% dos mercados inquiridos registaram uma redução do volume de transacções no sector de escritórios, as perspectivas para o segundo semestre são mais animadoras. Há mais inquiridos a esperar um aumento do volume de transacções no sector de escritórios (50%) do que uma redução (22%), com os restantes a “não preverem quaisquer alterações”.
Os inquiridos esperam que 2021 assinale o início de uma recuperação mais ampla do volume de transacções no sector de escritórios, com 75% dos inquiridos a prever um crescimento do volume de transacções no sector de escritórios (22% não esperam ver qualquer alteração, enquanto apenas 3 % antecipam quedas). Este crescimento deverá ser sustentado até 2022, quando 72 % dos mercados prevêem novos aumentos da actividade.
No caso dos mercados de escritórios, 50% dos inquiridos esperam que os preços permaneçam inalterados no segundo semestre de 2020 e 9% esperam ver aumentos. Em contrapartida, prevêem-se ligeiras descidas nos valores do capital em 38% dos mercados no segundo semestre de 2020, enquanto apenas 3 % contam com descidas significativas.