Sector dos escritórios mantém bom desempenho em 2016
No total foram realizadas 196 operações no mercado, durante o ano de 2016, sendo que a mudança de edifício foi a principal razão da procura
Ana Rita Sevilha
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O sector dos escritórios mantém o bom desempenho. A conclusão é da consultora imobiliária Worx que revelou que o volume do take up em 2016 atingiu os 140 946 m², um registo semelhante face ao ano de 2015.
Segundo a análise da consultora, a zona 3 (zona emergente), foi a mais dinâmica no decorrer do ano, registando um total de 27 742 m2 transacionados face a 10 898 m2ocupados no ano de 2015. Nesta zona, o destaque vai para as operações de arrendaento acima dos 5 000 m2, registadas nas Torres de Lisboa, assim como a ocupação própria do Banco Santander num total de 9 800 m2.
Quanto aos números de operações, houde um decréscimo de 23,7%, com a zona 5 (Parque das Nações) e zona 6 (Corredor Oeste) a registaram as descidas mais acentuadas, em 65,8% e 24,3% respectivamente.
De acordo com a análise da Worx, este comportamento na zona 5 é justificado pela falta de oferta, assim como na zona 6 é justificado pela dificuldade de escoamento de oferta usada. Já a oferta usada, “é caracterizada por áreas que não correspondem às necessidades da procura e por edifícios de escritórios usados, em estado obsoleto e desactualizado”, alerta a consultora.
Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx, refere: “o nosso mercado é cada vez mais procurado por empresas internacionais, com um forte peso do sector das TMT´s & Utilities e Empresas de Serviços, para as quais é absolutamente obrigatório que as suas instalações sejam o espelho da sua marca e que respondam eficazmente às necessidades de ocupação que o seu negócio exige.”
Relativamente à zona 6, que ocupa o lugar de liderança referente à maior percentagem de oferta disponível (46%), recebeu em 2016 a entrada do Edifício 9 no Lagoas Park com 4 900 m2, já com ocupação prevista.
A Worx refere ainda a zona 2, que contabiliza 21% da oferta total disponível e que contou com a expansão de área da Teleperformance em 5 702 m2 no Edifício Álvaro Pais, onde já ocupava 8.378 m2, assim como, também, a ocupação em 2 205 m2 no Edifício Nina. Estas últimas foram operações em que a Worx esteve envolvida.
Em suma, a consultora constata que em 2016, a entrada de oferta nova no mercado foi muito diminuta, o que justifica não haver alterações significativas nos volumes de absorção e número de operações registados ao longo do ano.
No total foram realizadas 196 operações no mercado, durante o ano de 2016, sendo que a mudança de edifício foi a principal razão da procura do mercado, com 97 operações verificadas, num total de 65 406 m2 de área ocupada.
Com a falta de entrada de oferta nova no mercado, a Worx refere que os valores continuam em decréscimo, exercendo uma forte pressão ao nível da vacancy rate e no valor de rendas prime, que se mantém estável nos 18,5€/m2/mês. Valor justificado pela falta de oferta qualificada e necessidade de intervenção financeira para modernização dos espaços.
Como já referido anteriormente, a Worx destaca entre as suas operações ao longo de 2016: a colocação da Teleperformance no Edifício Álvaro Pais e no Edifício Nina. A consultora imobiliária refere a colocação de uma multinacional num total de 5 889 m2 na zona 6, Edifício Elevo e, ainda, a colocação da Manpower nas Torres de Lisboa, em aproximadamente 8 000m2, como negócios de relevo ao longo de 2016.
A consultora destaca ainda que esteve envolvida em 38% das operações entre agentes, sendo que estas representaram cerca de 80% do take up total do mercado. A quota de mercado da consultora imobiliária face às operações entre agentes rondou os 33%, o que faz da Worx uma das empresas líderes de mercado.
Pedro Salema Garção conclui que “para 2017, é esperada a entrada de aproximadamente 58 000 m2 de oferta de escritórios já com ocupação. É importante sublinhar que o mercado de oferta continuará a não acompanhar o nível da procura, o que constitui um factor preocupante para este ano. Uma grande percentagem dos projectos previstos já têm contratos de pré-arrendamento definidos e a promoção especulativa pura é neste momento, praticamente inexistente. Caso, a situação continue a não se inverter a curto prazo, a atractividade do mercado de escritórios de Lisboa poderá estar comprometida.”