Grafton Architects vence RIBA International Prize com projecto no Perú
UTEC “é a culminação de anos de experimentação por parte da Grafton Architects” que, neste edifício, mostra “a mestria da sua arte, oferecendo a Lima uma arrojada e, contudo, atenciosa contribuição para a cidade, bem como um edifício visionário, de classe mundial”
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Pedro Cristino
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A Universidad de Ingeniería y Tecnologia (UTEC) de Lima, projectada pela Grafton Architects, venceu o RIBA International Prize.
O atelier irlandês vence assim a primeira edição deste prémio entregue pelo Royal Institute of British Architects, após deliberação do painel de jurados, liderado pelo arcquitecto Richard Rogers. O painel considerou que a UTEC é “um novo edifício inspirador”, no distrito de Barranco, na capital peruana, e referiu este projecto como “um acréscimo arrojado ao “skyline” da cidade”.
Segundo o comunicado do RIBA, a Grafton Architects trabalhou em colaboração com os parceiros locais Shell Arquitectos, para criar um novo edifício para o campus da universidade de engenharia de Lima, instituída para “proporcionar aos jovens peruanos acesso a qualificações e oportunidades profissionais e para encorajar a mobilidade social”.
“A UTEC é um exemplo excepcional da arquitectura civil – um edifício desenhado com as pessoas em mente”, afirmaram os jurados, explicando que a Grafton Architects criou “uma nova forma de pensar nos campus universitários, com uma nova estrutura distinta de “campus vertical”, que responde às condições climáticas temperadas e expõe a herança e o terreno do Peru”.
“Situado na fronteira de duas áreas residenciais de Lima, a UTEC empoleira-se de forma tentadora na orla da ravina”, afirmaram os membros do júri, explicando que, visto dessa mesma ravina, o edifício “é uma afirmação da simbiose entre arquitectura e engenharia tão arrojada e pura quanto se pode imaginar “. Neste sentido, o painel salienta a peça de geologia colocada na área central deste edifício, que “reflecte a curva orgânica da paisagem e se acomoda a si própria na cidade”. “Para os seus vizinhos mais próximos, é uma série de terraços ajardinados com sulcos, beirais e grutas, um Machu Piccu dos tempos modernos”, acrescentou o júri.
De acordo com o RIBA, a UTEC foi projectada para “encorajar os seus estudantes a interagirem de forma única com edifício”. “A estrutura vertical proporciona espaços abertos de circulação e socialização, numa sucessão de plataformas que compõem a “armação” do edifício: as salas de aula, os laboratórios e os escritórios são inclusos, e suspensos a partir da estrutura de betão exposta”, explica a nota, referindo que a estrutura proporciona “sombreamento, um espaço de rica exuberância espacial e uma plataforma a partir da qual se vê a vida na cidade”.
O instituto britânico sublinha ainda que a UTEC “é a culminação de anos de experimentação por parte da Grafton Architects” que, neste edifício, mostra “a mestria da sua arte, oferecendo a Lima uma arrojada e, contudo, atenciosa contribuição para a cidade, bem como um edifício visionário, de classe mundial”.
Para a presidente do RIBA, o conceito de “campus vertical” desafia a convenção, tal como a mistura de espaços fechados e abertos, elementos que são a chave para o sucesso deste edifício, tanto em termos visuais como espaciais. Segundo Jane Duncan, a UTEC destacou-se de todas as outras candidaturas, “demonstrando claramente a sua compreensão, dedicação e preocupação para com aqueles que são suficientemente sortudos por viver próximo, visitar, ensinar e aprender” nesta universidade.
Por sua vez, as directoras do atelier irlandês, Yvonne Farrel e Shelley McNamara, referiram que, quando viram a “maravilhosa panóplia” de projectos candidatos a este prémio, se sentiram “honradas” por fazer parte desse grupo.
“Concluímos que as aspirações educacionais do cliente, em conjunto com as condições climatéricas únicas de Lima nos davam a oportunidade para “inventar” um novo campus vertical para a nova universidade de engenharia”, continuaram Farrel e McNamara, destacando o “importante papel” desempenhado pelos seus parceiros locais na capital peruana, Shell Arquitectos.