Grafton Architects vence RIBA International Prize com projecto no Perú
UTEC “é a culminação de anos de experimentação por parte da Grafton Architects” que, neste edifício, mostra “a mestria da sua arte, oferecendo a Lima uma arrojada e, contudo, atenciosa contribuição para a cidade, bem como um edifício visionário, de classe mundial”
Pedro Cristino
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
A Universidad de Ingeniería y Tecnologia (UTEC) de Lima, projectada pela Grafton Architects, venceu o RIBA International Prize.
O atelier irlandês vence assim a primeira edição deste prémio entregue pelo Royal Institute of British Architects, após deliberação do painel de jurados, liderado pelo arcquitecto Richard Rogers. O painel considerou que a UTEC é “um novo edifício inspirador”, no distrito de Barranco, na capital peruana, e referiu este projecto como “um acréscimo arrojado ao “skyline” da cidade”.
Segundo o comunicado do RIBA, a Grafton Architects trabalhou em colaboração com os parceiros locais Shell Arquitectos, para criar um novo edifício para o campus da universidade de engenharia de Lima, instituída para “proporcionar aos jovens peruanos acesso a qualificações e oportunidades profissionais e para encorajar a mobilidade social”.
“A UTEC é um exemplo excepcional da arquitectura civil – um edifício desenhado com as pessoas em mente”, afirmaram os jurados, explicando que a Grafton Architects criou “uma nova forma de pensar nos campus universitários, com uma nova estrutura distinta de “campus vertical”, que responde às condições climáticas temperadas e expõe a herança e o terreno do Peru”.
“Situado na fronteira de duas áreas residenciais de Lima, a UTEC empoleira-se de forma tentadora na orla da ravina”, afirmaram os membros do júri, explicando que, visto dessa mesma ravina, o edifício “é uma afirmação da simbiose entre arquitectura e engenharia tão arrojada e pura quanto se pode imaginar “. Neste sentido, o painel salienta a peça de geologia colocada na área central deste edifício, que “reflecte a curva orgânica da paisagem e se acomoda a si própria na cidade”. “Para os seus vizinhos mais próximos, é uma série de terraços ajardinados com sulcos, beirais e grutas, um Machu Piccu dos tempos modernos”, acrescentou o júri.
De acordo com o RIBA, a UTEC foi projectada para “encorajar os seus estudantes a interagirem de forma única com edifício”. “A estrutura vertical proporciona espaços abertos de circulação e socialização, numa sucessão de plataformas que compõem a “armação” do edifício: as salas de aula, os laboratórios e os escritórios são inclusos, e suspensos a partir da estrutura de betão exposta”, explica a nota, referindo que a estrutura proporciona “sombreamento, um espaço de rica exuberância espacial e uma plataforma a partir da qual se vê a vida na cidade”.
O instituto britânico sublinha ainda que a UTEC “é a culminação de anos de experimentação por parte da Grafton Architects” que, neste edifício, mostra “a mestria da sua arte, oferecendo a Lima uma arrojada e, contudo, atenciosa contribuição para a cidade, bem como um edifício visionário, de classe mundial”.
Para a presidente do RIBA, o conceito de “campus vertical” desafia a convenção, tal como a mistura de espaços fechados e abertos, elementos que são a chave para o sucesso deste edifício, tanto em termos visuais como espaciais. Segundo Jane Duncan, a UTEC destacou-se de todas as outras candidaturas, “demonstrando claramente a sua compreensão, dedicação e preocupação para com aqueles que são suficientemente sortudos por viver próximo, visitar, ensinar e aprender” nesta universidade.
Por sua vez, as directoras do atelier irlandês, Yvonne Farrel e Shelley McNamara, referiram que, quando viram a “maravilhosa panóplia” de projectos candidatos a este prémio, se sentiram “honradas” por fazer parte desse grupo.
“Concluímos que as aspirações educacionais do cliente, em conjunto com as condições climatéricas únicas de Lima nos davam a oportunidade para “inventar” um novo campus vertical para a nova universidade de engenharia”, continuaram Farrel e McNamara, destacando o “importante papel” desempenhado pelos seus parceiros locais na capital peruana, Shell Arquitectos.